Sara Lee compra paranaense Café Damasco
SÃO PAULO - A americana Sara Lee fechou acordo para comprar a brasileira Café
Damasco, que tem sede em Curitiba. Embora não tenha revelado especificamente o
preço da oferta, a compradora informou que vai pagar um valor próximo ao que a
empresa registra em receita anual. Em 2009, segundo a Sara Lee, a Café Damasco
teve receita líquida de cerca de R$ 100 milhões. A transação, que deve ser
fechada amanhã, ainda precisa da aprovação das autoridades antitruste.
"A aquisição da Café Damasco vai criar uma posição forte para a Sara Lee no
território brasileiro, dada sua presença na região Sul", comentou, em nota, o
diretor da divisão internacional de bebidas e panificação da companhia
americana, Frank van Oers. "A transação também proporcionará sinergias
industriais para nossa planta em São Paulo, assim como melhorar a
competitividade no Nordeste, graças à excelente fábrica da Damasco naquela
área."
A Café Damasco foi fundada em 1960 e é uma das sete maiores empresas de
torrefação de café do país, com capacidade de produção de 5,6 milhões de quilos
por mês, segundo o site da companhia. Tem uma fábrica com mais de 200
funcionários em Curitiba e um complexo industrial em Salvador. Entre suas
marcas estão Bom Taí, Maracanã, Palheta e Copacabana (esta para exportação). A
Sara Lee já é líder do mercado brasileiro de café, com as marcas Pilão,
Caboclo, Café do Ponto, Moka e Seleto.aranaense Café Damasco
segunda-feira, 29 de novembro de 2010
Já faltam mudas para o plantio de café
Já faltam mudas para o plantio de café
Há tempos que os fundamentos do mercado de café não criavam um ambiente tão
favorável para a valorização dos preços da commodity. O aumento do consumo
internacional e doméstico, mesmo após um cenário de crise global, e a oferta
mais apertada, depois da redução da safra colombiana e dos países da América
Central, já fizeram com que as cotações subissem 47,3% na bolsa de Nova York em
2010, apesar da queda de 1,29% em novembro, como mostram cálculos do Valor Data
até o dia 26.
A conjuntura para o café é tão favorável que no Brasil, maior produtor e
exportador do planeta, já está difícil encontrar até mudas para serem
adquiridas. A valorização dos preços nos últimos meses foi tão intensa que os
viveiristas - como são chamados os produtores de mudas - de alguns dos
principais polos do país não conseguiram atender à demanda de quem deixou a
decisão de comprar as novas plantas para a última a hora.
Em Minas Gerais, responsável por 52,3% da oferta nacional de café, não há mais
mudas disponíveis. Dono do maior parque cafeeiro do país, com 3,11 bilhões de
pés em produção e outros 473,7 milhões em formação, o Estado tem necessidade
média de 155 milhões de mudas novas por ano, considerando-se uma taxa de
renovação de 5%. "Em Minas Gerais não existe mais muda para comprar. Pague o
preço que for, hoje já não é mais possível encontrar quem tenha mudas para
vender", afirma Antônio Carlos Paulino, presidente da Cooxupé, maior
cooperativa de café do mundo.
Segundo Paulino, o preço médio do milheiro de mudas no início do ano estava em
R$ 250, mas apenas para quem fechava contratos de compras naquele momento e
para entrega entre outubro e novembro. Para quem optou por fazer as compras no
mercado disponível, apenas no momento do plantio, o preço médio do lote de mil
mudas subiu de 30% a 50%, dependendo do período de compra.
"O valor das mudas acompanha o preço da saca. Quem acertou a compra antes pagou
menos do que quem deixou para a última hora. O fato é que quem quer comprar
agora não consegue mais", afirma Paulino.
Em São Paulo, segundo maior produtor de café arábica do Brasil, com um parque
cafeeiro total de 446,2 milhões de pés, a situação não é diferente. De acordo
com dados da Secretaria de Agricultura do Estado, a disponibilidade de mudas
este foi inferior que em 2009. A expectativa dos viveiristas para a oferta de
mudas para 2010 é também menor que a do ano passado. O plano anual dos
viveiristas paulistas de 2009 previa a oferta de 21,3 milhões de mudas,
enquanto para este ano a disponibilidade de mudas foi reduzida para 21,3
milhões, quase 35% a menos.
O desestímulo dos produtores de mudas está relacionado com os preços. Em
novembro do ano passado, o valor médio da saca de café, segundo o Centro de
Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), era de R$ 272,55. Em maio,
quando a produção de mudas começa, a saca de café já valia R$ 289. O preço
chegou a R$ 355 em novembro, 30% mais do que no mesmo período do ano passado.
"Ainda não conseguimos quantificar exatamente, mas já é possível sentir uma
migração de áreas de pastagem e grãos para o café. Foi esse efeito manada que
pegou os viveiristas no contrapé e fez com que a disponibilidade de mudas
ficasse mais ajustada", diz Celso Vegro, pesquisador do Instituto de Economia
Agrícola (IEA), órgão da Secretaria de Agricultura paulista.
Há 12 anos no negócio de mudas, o produtor Walter Garcia Bronzi vendeu neste
ano 1,5 milhão de mudas a partir dos dois viveiros que tem no interior
paulista, em Batatais e Altinópolis. A disponibilidade do produtor acabou há
dois meses, apesar de o período de plantio do café durar de dezembro a
fevereiro.
"E se eu tivesse mais um milhão teria para quem vender. Nunca vi uma demanda
tão grande quanto a desse ano, tanto que consegui vender a unidade por entre R$
0,35 e R$ 0,40 este ano, sendo que o preço historicamente varia de R$ 0,20 a R$
0,25", afirma Bronzi.
Há tempos que os fundamentos do mercado de café não criavam um ambiente tão
favorável para a valorização dos preços da commodity. O aumento do consumo
internacional e doméstico, mesmo após um cenário de crise global, e a oferta
mais apertada, depois da redução da safra colombiana e dos países da América
Central, já fizeram com que as cotações subissem 47,3% na bolsa de Nova York em
2010, apesar da queda de 1,29% em novembro, como mostram cálculos do Valor Data
até o dia 26.
A conjuntura para o café é tão favorável que no Brasil, maior produtor e
exportador do planeta, já está difícil encontrar até mudas para serem
adquiridas. A valorização dos preços nos últimos meses foi tão intensa que os
viveiristas - como são chamados os produtores de mudas - de alguns dos
principais polos do país não conseguiram atender à demanda de quem deixou a
decisão de comprar as novas plantas para a última a hora.
Em Minas Gerais, responsável por 52,3% da oferta nacional de café, não há mais
mudas disponíveis. Dono do maior parque cafeeiro do país, com 3,11 bilhões de
pés em produção e outros 473,7 milhões em formação, o Estado tem necessidade
média de 155 milhões de mudas novas por ano, considerando-se uma taxa de
renovação de 5%. "Em Minas Gerais não existe mais muda para comprar. Pague o
preço que for, hoje já não é mais possível encontrar quem tenha mudas para
vender", afirma Antônio Carlos Paulino, presidente da Cooxupé, maior
cooperativa de café do mundo.
Segundo Paulino, o preço médio do milheiro de mudas no início do ano estava em
R$ 250, mas apenas para quem fechava contratos de compras naquele momento e
para entrega entre outubro e novembro. Para quem optou por fazer as compras no
mercado disponível, apenas no momento do plantio, o preço médio do lote de mil
mudas subiu de 30% a 50%, dependendo do período de compra.
"O valor das mudas acompanha o preço da saca. Quem acertou a compra antes pagou
menos do que quem deixou para a última hora. O fato é que quem quer comprar
agora não consegue mais", afirma Paulino.
Em São Paulo, segundo maior produtor de café arábica do Brasil, com um parque
cafeeiro total de 446,2 milhões de pés, a situação não é diferente. De acordo
com dados da Secretaria de Agricultura do Estado, a disponibilidade de mudas
este foi inferior que em 2009. A expectativa dos viveiristas para a oferta de
mudas para 2010 é também menor que a do ano passado. O plano anual dos
viveiristas paulistas de 2009 previa a oferta de 21,3 milhões de mudas,
enquanto para este ano a disponibilidade de mudas foi reduzida para 21,3
milhões, quase 35% a menos.
O desestímulo dos produtores de mudas está relacionado com os preços. Em
novembro do ano passado, o valor médio da saca de café, segundo o Centro de
Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), era de R$ 272,55. Em maio,
quando a produção de mudas começa, a saca de café já valia R$ 289. O preço
chegou a R$ 355 em novembro, 30% mais do que no mesmo período do ano passado.
"Ainda não conseguimos quantificar exatamente, mas já é possível sentir uma
migração de áreas de pastagem e grãos para o café. Foi esse efeito manada que
pegou os viveiristas no contrapé e fez com que a disponibilidade de mudas
ficasse mais ajustada", diz Celso Vegro, pesquisador do Instituto de Economia
Agrícola (IEA), órgão da Secretaria de Agricultura paulista.
Há 12 anos no negócio de mudas, o produtor Walter Garcia Bronzi vendeu neste
ano 1,5 milhão de mudas a partir dos dois viveiros que tem no interior
paulista, em Batatais e Altinópolis. A disponibilidade do produtor acabou há
dois meses, apesar de o período de plantio do café durar de dezembro a
fevereiro.
"E se eu tivesse mais um milhão teria para quem vender. Nunca vi uma demanda
tão grande quanto a desse ano, tanto que consegui vender a unidade por entre R$
0,35 e R$ 0,40 este ano, sendo que o preço historicamente varia de R$ 0,20 a R$
0,25", afirma Bronzi.
SE ESFORÇANDO PARA SUBIR MAIS
SE ESFORÇANDO PARA SUBIR MAIS
Quase 2 trilhões de dólares evaporaram no mercado mundial de ações nas últimas 3 semanas, inicialmente por causa da nova onda de turbulência na zona do euro, depois em função da expectativa de retração monetária da China e recentemente com a tensão/ataque entre as Coreias.
Como consequência os investidores correram para a moeda americana, e fizeram com que o índice do dólar (cesta que é composta por seis moedas) subisse 2.41% nos últimos cinco dias, sendo que apenas o Euro desvalorizou 3.15% contra o dólar.
A crise na Europa está brava, e depois do pacote de ajuda da Grécia – que correspondeu a cerca de 47% do PIB do país – e do atual pacote à Irlanda – que pode chegar a quase 60% de seu PIB – o mercado especula sobre a próxima vítima, sendo que Portugal é o mais cotado no momento. O risco é de uma contaminação ainda maior na comunidade europeia, e a catástrofe seria ter Espanha no olho do furacão, já que sua economia é maior do que a soma dos três países acima.
As commodities por sua vez continuam voláteis. Inclusive nesta semana foi publicado um artigo no Wall Street Journal apontando que a volatilidade de um dos índices de commodities, o DJ-UBS (antigo AIG index) está no maior nível desde setembro de 2009, ou em 25% (30 dias). Isto é bem acima da volatilidade do índice de ações S&P, que está em 12.5%. Nossos leitores, e principalmente aqueles que operam commodities, têm sentido isto na pele, e a notícia serve para mostrar que não estão sozinhos na dor, o que não serve muito de consolo, mas... – tem uma frase em inglês que diz que “a angústia (misery) aprecia companhia”.
Seguindo o “novo-padrão” de oscilação, o café em Nova Iorque negociou entre US$ 201.45 e US$ 213.25 centavos por libra nas últimas quatro sessões, sendo que na terça-feira entre mínima e máxima o intervalo foi de US$ 10.15 centavos. Quando tudo dava a impressão que os preços poderiam afundar mais, o mercado recuperou em simpatia com praticamente todas as outras commodities, e encerrou o dia nas altas. Na quarta-feira e na sexta-feira (quinta foi feriado), os preços escorregaram de novo, porém os dois pregões tiveram volumes bem abaixo da média.
O mercado londrino, que no meio de outubro ajudou o arábica na ICE a subir, agora pode ser o vilão e levar o contrato americano para baixo. O aumento de disponibilidade de grãos no Vietnã, e o interesse dos produtores locais em garantir os preços atuais, tem sido responsáveis pela falta da capacidade do mercado futuro em sair das mínimas. Nova Iorque tem uma figura técnica negativa também, o chamado “ombro-cabeça-ombro” (head-and-shoulders), que aponta para uma queda dos preços para US$ 175.15 centavos caso o contrato de março de 2011 rompa US$ 198.30 centavos. É mercado de gente grande!!
Olhando para o mercado físico podemos notar que a entrada da safra dos cafés suaves da Colômbia e América Central trouxeram os diferenciais para patamares mais próximos dos níveis históricos, e com isso o lavado brasileiro cai nominalmente para diferenciais de apenas um dígito positivo. Cafés brasileiros naturais foram vendidos com diferenciais largos, com negócios reportados até o final de 2011 – nada em volume muito grande.
Para finalizar vale notar que o volume de dinheiro investido nos mercados de commodities subiu de 321 bilhões de dólares para 344 bilhões em outubro. Considerando o ano de 2010 o incremento é de 7.2 bilhões até agora, em comparação com o mesmo período em 2009. Resta saber quanto mais será investido neste tipo de ativo, ou pior (baixista), como se comportará o investidor caso o dólar continue a valorizar.
Com o ano acabando, parece que o Brasil apenas aparecerá para vender a bolsa caso ela venha a subir novamente, ou caso o real desvalorize. Entretanto outras origens ainda precisam vender, e para complicar um pouco, da mesma forma que os fundos de investimento ajudaram a levar o mercado para cima, uma liquidação parcial deles pode causar fraqueza no curto-prazo. Para quem precisa vender, é bom aproveitar, pois como sempre escreve o consultor que abriga estes comentários: “lucro não quebra ninguém”.
Uma ótima semana e muito bons negócios para todos.
Rodrigo Corrêa da Costa
Quase 2 trilhões de dólares evaporaram no mercado mundial de ações nas últimas 3 semanas, inicialmente por causa da nova onda de turbulência na zona do euro, depois em função da expectativa de retração monetária da China e recentemente com a tensão/ataque entre as Coreias.
Como consequência os investidores correram para a moeda americana, e fizeram com que o índice do dólar (cesta que é composta por seis moedas) subisse 2.41% nos últimos cinco dias, sendo que apenas o Euro desvalorizou 3.15% contra o dólar.
A crise na Europa está brava, e depois do pacote de ajuda da Grécia – que correspondeu a cerca de 47% do PIB do país – e do atual pacote à Irlanda – que pode chegar a quase 60% de seu PIB – o mercado especula sobre a próxima vítima, sendo que Portugal é o mais cotado no momento. O risco é de uma contaminação ainda maior na comunidade europeia, e a catástrofe seria ter Espanha no olho do furacão, já que sua economia é maior do que a soma dos três países acima.
As commodities por sua vez continuam voláteis. Inclusive nesta semana foi publicado um artigo no Wall Street Journal apontando que a volatilidade de um dos índices de commodities, o DJ-UBS (antigo AIG index) está no maior nível desde setembro de 2009, ou em 25% (30 dias). Isto é bem acima da volatilidade do índice de ações S&P, que está em 12.5%. Nossos leitores, e principalmente aqueles que operam commodities, têm sentido isto na pele, e a notícia serve para mostrar que não estão sozinhos na dor, o que não serve muito de consolo, mas... – tem uma frase em inglês que diz que “a angústia (misery) aprecia companhia”.
Seguindo o “novo-padrão” de oscilação, o café em Nova Iorque negociou entre US$ 201.45 e US$ 213.25 centavos por libra nas últimas quatro sessões, sendo que na terça-feira entre mínima e máxima o intervalo foi de US$ 10.15 centavos. Quando tudo dava a impressão que os preços poderiam afundar mais, o mercado recuperou em simpatia com praticamente todas as outras commodities, e encerrou o dia nas altas. Na quarta-feira e na sexta-feira (quinta foi feriado), os preços escorregaram de novo, porém os dois pregões tiveram volumes bem abaixo da média.
O mercado londrino, que no meio de outubro ajudou o arábica na ICE a subir, agora pode ser o vilão e levar o contrato americano para baixo. O aumento de disponibilidade de grãos no Vietnã, e o interesse dos produtores locais em garantir os preços atuais, tem sido responsáveis pela falta da capacidade do mercado futuro em sair das mínimas. Nova Iorque tem uma figura técnica negativa também, o chamado “ombro-cabeça-ombro” (head-and-shoulders), que aponta para uma queda dos preços para US$ 175.15 centavos caso o contrato de março de 2011 rompa US$ 198.30 centavos. É mercado de gente grande!!
Olhando para o mercado físico podemos notar que a entrada da safra dos cafés suaves da Colômbia e América Central trouxeram os diferenciais para patamares mais próximos dos níveis históricos, e com isso o lavado brasileiro cai nominalmente para diferenciais de apenas um dígito positivo. Cafés brasileiros naturais foram vendidos com diferenciais largos, com negócios reportados até o final de 2011 – nada em volume muito grande.
Para finalizar vale notar que o volume de dinheiro investido nos mercados de commodities subiu de 321 bilhões de dólares para 344 bilhões em outubro. Considerando o ano de 2010 o incremento é de 7.2 bilhões até agora, em comparação com o mesmo período em 2009. Resta saber quanto mais será investido neste tipo de ativo, ou pior (baixista), como se comportará o investidor caso o dólar continue a valorizar.
Com o ano acabando, parece que o Brasil apenas aparecerá para vender a bolsa caso ela venha a subir novamente, ou caso o real desvalorize. Entretanto outras origens ainda precisam vender, e para complicar um pouco, da mesma forma que os fundos de investimento ajudaram a levar o mercado para cima, uma liquidação parcial deles pode causar fraqueza no curto-prazo. Para quem precisa vender, é bom aproveitar, pois como sempre escreve o consultor que abriga estes comentários: “lucro não quebra ninguém”.
Uma ótima semana e muito bons negócios para todos.
Rodrigo Corrêa da Costa
sábado, 27 de novembro de 2010
Boletim semanal Escritório Carvalhaes - Mercado de café não se alterou esta semana
Santos, sexta-feira, 26 de novembro de 2010
Escritório Carvalhaes
O mercado de café não se alterou esta semana. As bolsas de futuro continuaram apresentando fortes oscilações, sendo que a ICE Futures US, não trabalhou ontem, quinta-feira, devido ao dia de Ação de Graças nos EUA, operando hoje com poucos negócios.
No físico brasileiro continuou intensa a procura por lotes de café arábica de boa qualidade e finos, enquanto que os de qualidade média a fraca só encontram interessados com grande deságio em relação aos primeiros.
Como exemplo, hoje duas grandes empresas compradoras estavam no mercado com ofertas ao redor dos duzentos e trinta reais por saca para lotes de café arábica, da safra corrente, com bebida rio (mesma base praticada desde março de 2007). Os lotes de cereja descascada de melhor qualidade são comercializados entre quatrocentos e quatrocentos e vinte reais por saca, portanto com o ágio chegando a 83% (para comparação, em março de 2007 os cereja descascada valiam entre 270 e 275 reais).
Esse diferencial, aliado às análises de muitos operadores que consideram um pico de mercado os preços praticados para os melhores cafés, explica porque não existe uma corrida para aumentar a área plantada com café e um grande número de produtores não mostra entusiasmo com o atual momento da cafeicultura. As oportunidades que estão surgindo no campo da agro energia, madeira, grãos, laranja e algodão, parecem chamar mais a atenção dos agricultores.
Compradores do exterior, analistas e observadores do mercado de café costumam visitar cafezais de ponta de regiões produtoras de cafés finos, como o cerrado mineiro (responsável por menos de 10% da safra brasileira), e acabam tendo uma visão distorcida da produção brasileira como um todo. Essas regiões realmente entusiasmam e estão investindo bastante, mas não são representativas de boa parte da produção brasileira de café. O que temos de nos perguntar é se o aumento de produção com os bons tratos culturais e renovação dos cafezais dessas regiões de cafés finos não será neutralizado pelo desânimo e desestímulo à produção de café em muitas outras regiões que estão assistindo a alta de binóculo.
Até o dia 25, os embarques de novembro estavam em 2.000.207 sacas de arábica e 61.472 sacas de conillon, somando 2.061.679 sacas de café verde, mais 137.947 sacas de solúvel, contra 2.228.313 sacas no mesmo dia do mês anterior. Até o dia 25, os pedidos de emissão de certificados de origem para embarque em novembro totalizavam 2.766.108 sacas, contra 2.815.450 sacas no mesmo dia do mês anterior.
A bolsa de Nova Iorque – ICE, do fechamento do dia 19, sexta-feira, até o fechamento de hoje, sexta-feira, dia 26, caiu nos contratos para entrega em março próximo, 855 pontos ou US$ 11,30 (R$ 19,53) por saca. Em reais por saca, as cotações para entrega em março próximo na ICE fecharam no dia 12, a R$ 480,08/saca e hoje, dia 26, a R$ 463,33/saca. Hoje, sexta-feira, nos contratos para entrega em março, a bolsa de Nova Iorque fechou com baixa de 475 pontos.
Escritório Carvalhaes
O mercado de café não se alterou esta semana. As bolsas de futuro continuaram apresentando fortes oscilações, sendo que a ICE Futures US, não trabalhou ontem, quinta-feira, devido ao dia de Ação de Graças nos EUA, operando hoje com poucos negócios.
No físico brasileiro continuou intensa a procura por lotes de café arábica de boa qualidade e finos, enquanto que os de qualidade média a fraca só encontram interessados com grande deságio em relação aos primeiros.
Como exemplo, hoje duas grandes empresas compradoras estavam no mercado com ofertas ao redor dos duzentos e trinta reais por saca para lotes de café arábica, da safra corrente, com bebida rio (mesma base praticada desde março de 2007). Os lotes de cereja descascada de melhor qualidade são comercializados entre quatrocentos e quatrocentos e vinte reais por saca, portanto com o ágio chegando a 83% (para comparação, em março de 2007 os cereja descascada valiam entre 270 e 275 reais).
Esse diferencial, aliado às análises de muitos operadores que consideram um pico de mercado os preços praticados para os melhores cafés, explica porque não existe uma corrida para aumentar a área plantada com café e um grande número de produtores não mostra entusiasmo com o atual momento da cafeicultura. As oportunidades que estão surgindo no campo da agro energia, madeira, grãos, laranja e algodão, parecem chamar mais a atenção dos agricultores.
Compradores do exterior, analistas e observadores do mercado de café costumam visitar cafezais de ponta de regiões produtoras de cafés finos, como o cerrado mineiro (responsável por menos de 10% da safra brasileira), e acabam tendo uma visão distorcida da produção brasileira como um todo. Essas regiões realmente entusiasmam e estão investindo bastante, mas não são representativas de boa parte da produção brasileira de café. O que temos de nos perguntar é se o aumento de produção com os bons tratos culturais e renovação dos cafezais dessas regiões de cafés finos não será neutralizado pelo desânimo e desestímulo à produção de café em muitas outras regiões que estão assistindo a alta de binóculo.
Até o dia 25, os embarques de novembro estavam em 2.000.207 sacas de arábica e 61.472 sacas de conillon, somando 2.061.679 sacas de café verde, mais 137.947 sacas de solúvel, contra 2.228.313 sacas no mesmo dia do mês anterior. Até o dia 25, os pedidos de emissão de certificados de origem para embarque em novembro totalizavam 2.766.108 sacas, contra 2.815.450 sacas no mesmo dia do mês anterior.
A bolsa de Nova Iorque – ICE, do fechamento do dia 19, sexta-feira, até o fechamento de hoje, sexta-feira, dia 26, caiu nos contratos para entrega em março próximo, 855 pontos ou US$ 11,30 (R$ 19,53) por saca. Em reais por saca, as cotações para entrega em março próximo na ICE fecharam no dia 12, a R$ 480,08/saca e hoje, dia 26, a R$ 463,33/saca. Hoje, sexta-feira, nos contratos para entrega em março, a bolsa de Nova Iorque fechou com baixa de 475 pontos.
quinta-feira, 25 de novembro de 2010
EFEITOS DOS ACORDOS INTERNACIONAIS DO CAFÉ PARA O BRASIL NO PERÍODO DE 1960 A 1992 Por Carlos Eduardo de Andrade
Ao ler o artigo, Líderes Defendem Adesão do Brasil a Acordo para Café, a carta do Rufino e a carta do Celso Vegro, no site www.cafepoit.com.br resolvi fazer uma revisão de literatura sobre o assunto, AIC - Acordo Internacional do Café , na tentativa de enriquecer a discussão
Entre os anos de 1960 e 1992, os preços do café apresentaram alto grau de instabilidade no mercado internacional, como resultado das variações da oferta e da demanda (CAIXETA e SÃO JOSÉ, 1990).
No caso de produtos exportados com inelasticidade preço na demanda externa , as causas da instabilidade interna de preços são as flutuações dos preços internacionais e a taxa de câmbio (HOMEM DE MELO, 1981).
Portanto, quando o preço do café cai, há queda na renda dos produtores e desemprego no campo, empurrando o pequeno produtor e uma grande parte de trabalhadores rurais para a periferia das grandes cidades, o que contribui para aumentar o desemprego de parcela significativa da população .
O excesso ou a escassez de café no mercado internacional é que provoca oscilações nos preços e leva os países importadores e países produtores a tentarem acordos internacionais, visto que o comércio em nível de mercado não consegue estabilizar os preços.
Os interesses políticos e econômicos são diferentes entre os países produtores e os países consumidores. Os países produtores têm muitas vezes nos produtos agrícolas a sua principal fonte de divisas. No caso do café, sabe-se que as principais empresas importadoras, são multinacionais do setor de alimentos.
Os grandes entraves, entre os países, para se conseguir a estabilização de preço são:
a) Os níveis dos custos sociais e políticos dos acordos;
b) O nível da cota de exportação de cada país; e
c) Falta de definição do estoque regulador e de quem arcará com o seu custo.
O Acordo Internacional do café (AIC) que visava estabilização de preços vigorou entre 1962 e 1972 e teve suas cláusulas econômicas suspensas entre 1972 e 1980. Estas foram restabelecidas em setembro de 1980 e vigoraram até fevereiro de 1986, quando foram novamente suspensas até outubro de 1987; vigoraram desta data até julho de 1989, estando suspensas até os dias atuais.
Para estudar, no comércio internacional, os excedentes econômicos gerados por estes acordos, faz-se necessário o uso das curvas de oferta de exportação e de demanda de exportação, consideradas como excesso de oferta e excesso de demanda.
O nível de preço no Brasil (país exportador) é inferior ao preço de equilíbrio dos países consumidores, pressupondo-se condição autárquica.
A curva de excesso de oferta ou oferta de exportação do país exportador demonstra as quantidades disponíveis para exportação em diferentes preços. Essa curva é derivada do país exportador, tendo a sua origem no preço de equilíbrio. Portanto, as quantidades ofertadas acima deste preço são consideradas excesso de oferta.
A curva de excesso de demanda, ou demanda de importação, dos países importadores indica as quantidades que gostariam de importar, em diferentes preços, sendo essa curva derivada do país importador, originada no preço de equilíbrio . Portanto, as quantidades demandadas abaixo desse preço são consideradas excesso de demanda.
O Brasil, como principal exportador de café, tem participação relativamente grande no mercado mundial, podendo influenciar o preço de equilíbrio no mercado internacional.
Com o preço do comércio internacional estabilizado, por políticas de estabilização do país exportador, os produtores perdem e os consumidores do país importador ganham.
Quando há excesso de oferta e os preços estão estabilizados, os produtores do país exportador ganham e os consumidores do país importador perdem.
O estudo e a análise da estabilização do preço, pode ser quantificado em função das estimativas dos excedentes do produtor e do consumidor , que se fundamentam na teoria da utilidade e na teoria da produção, que têm suas origens em MARSHALL (1961), cujos conceitos foram aplicados por diversos autores (PANIAGO,1969; PASSARINHO,1980; VELLUTINI,1985; MENEZES,1987; TERRA, 1988 e ANDRADE,1995).
O excedente do consumidor, segundo MARSHALL (1961), é definido como \"a quantia máxima que o consumidor estaria disposto a pagar por dado volume do bem menos a quantia que realmente paga\".
O excedente do produtor é dado pela diferença entre o que é recebido da venda do produto e o total mínimo requerido para induzir o vendedor a desfazer-se do produto, ou seja, conforme CONTADOR (1988), o excedente do produtor é \"a diferença entre a variação na receita e a variação no custo. É, portanto, a variação do lucro\".
Dessa forma, o excedente do produtor pode ser determinado pela diferença entre o benefício social e o excedente do consumidor.
A equação de demanda em nível de agregado, para o mercado mundial, tem que levar em conta a demanda de exportação, a demanda doméstica, a formação de estoque etc. Além do mais, no estudo, considera-se o mercado de exportação e importação do produto brasileiro, pois o Brasil é um país significativo na produção mundial de café. Faz-se, portanto, a pressuposição de \"país grande\" na teoria de comércio internacional.
O efeito da estabilização é uma questão empírica. Sem conhecimento empírico dos fatores importantes, incluindo a forma (funcional) das curvas de oferta e demanda, suas elasticidades, natureza e causas de deslocamentos ou mudanças nas curvas, é impossível determinar, com certeza, o impacto da estabilização na renda.
Turnovsky (1974) citado por VELLUTINI (1985) e Just e Hallam (1978), chamam a atenção para os deslocamentos das curvas de oferta e demanda, dos efeitos tardios na variação da elasticidade no estudo dos efeitos da estabilização na receita do produtor. Turnovsky concluiu que a manutenção dos preços estáveis, tanto para o exportador quanto para o importador, não tem origem nas forças que tornam os preços instáveis, dependem, sim, exclusivamente da forma funcional ou da curvatura de oferta e demanda.
Para o cálculo do excedente de oferta (oferta de exportação) e de demanda (demanda de exportação) de café do Brasil, foram usados os dados do período de 1960 a 1992. Este período caracterizou-se por uma grande instabilidade de preços externos, correspondente a fases alternadas de superprodução e escassez do produto, e presença ou ausência do Acordo Internacional do Café.
Como os modelos de oferta e demanda de exportação apresentam, entre os componentes explicativos, variáveis endógenas (Pt) e em razão da equação ser superidentificada, fez-se necessária a utilização do método de estimação de equações simultâneas, o Mínimo Quadrado de Dois Estágios (MQ2E) para a demanda, e a oferta foi estimada pelo Mínimo Quadrado Ordinário (MQO).
Ao avaliar o excedente do consumidor somente pela demanda ordinária, pode-se estar distorcendo os resultados. Portanto, para uma análise mais detalhada e precisa dos excedentes dos consumidores em políticas de estabilização, sugere-se o uso das curvas de demanda compensada.
Segundo GARCIA (1993), \"enquanto a curva de demanda ordinária representa a quantidade que um consumidor maximizador de utilidade, com um dado nível de renda, demandará a cada preço, a curva de demanda compensada, mostra a quantidade que um consumidor demandará a cada preço, assumindo que sua renda é ajustada de maneira que ele permaneça sobre sua curva de indiferença original\".
A curva de demanda compensada mostra o efeito substituição, e a curva de demanda ordinária reflete o efeito substituição mais o efeito renda segundo WILLIG (1976). Assim, se o bem for inelástico, a utilidade marginal do dinheiro pode ser considerada constante, dessa forma a demanda compensada coincide com a demanda ordinária.
FERREIRA (1993) diz que se a proporção da renda do consumidor gasta com o produto for pequena, a diferença encontrada ao se utilizar o conceito de excedente é também muito pequena ao se usar a demanda ordinária em vez da demanda compensada.
Escolheram-se para pesquisa os países maiores consumidores de café: Estados Unidos da América (EUA) e União Européia (UE).
Os dados utilizados foram referentes ao período de 1960 a 1992 e foram obtidos de publicações de instituições que realizam pesquisas nas áreas de comércio internacional de café e demais produtos.
Uma vez disponíveis as estimativas estruturais das curvas de oferta e curvas de demanda de exportação, transformaram-se as equações estruturais em equações reduzidas, Q=f(P) onde Q significa oferta de exportação e p significa o preço de exportação.Nos trabalhos foram analisadas as seguintes alternativas:
a) Cálculo dos excedentes em que o limite da variação do preço é o preço de equilíbrio da equação de oferta de exportação, sem o AIC, com a equação de demanda de xportação sem o AIC e o preço médio dos 15 anos sem o AIC.
b) Cálculo dos excedentes em que o limite de variação de preço é o preço de equilíbrio da equação de oferta de exportação com o AIC, com a equação de demanda de exportação com o AIC e o preço médio observado nos 18 anos com o AIC.
c) Cálculo dos excedentes em que o limite de variação de preços é o preço de equilíbrio da equação de oferta de exportação com o AIC, com a equação de demanda de exportação com o AIC,
Uma vez definidos os preços-limites (Pn), determinados anteriormente pelas várias alternativas possíveis, e definidos os preços de equilíbrio(Po) e igualando as equações reduzidas de oferta de exportação com a de demanda de exportação, com e sem AIC, calcularam-se os excedentes dos consumidores, os excedentes do produtores e o benefício social dos efeitos de estabilização de preços ou seja, os efeitos do Acordos Internacionais do Café no período de 1960 a 1992.
Com a metodologia utilizada calculou-se as perdas e os ganhos líquidos do país exportador (Brasil) e dos consumidores internacionais (países Importadores), advindos da presença e ausência do Acordo Internacional. Compararam-se as variabilidades máxima e mínima à média de preços observados dos 15 anos, sem a presença das cláusulas econômicas do AIC, e à média dos preços observados nos 18 anos, com a presença dessas cláusulas, para conhecer os efeitos gerados pela política de estabilização de preços.
Em todas as situações os consumidores(países importadores) tiveram ganhos líquidos, enquanto o produtor (Brasil) e a sociedade tiveram perdas líquidas no comércio internacional do café, no período estudado.
As situações em que as perdas foram maiores foram para as situações, onde o AIC estabeleceu faixas máximas e mínimas de preço. Essas perdas foram maiores nestas situações em função dos seguintes fatos:
Primeiro - Os preços de mercado da saca de café, de 1981 a 1985, período do estabelecimento da faixa mínima e máxima (US$ 160 a US$ 186,2 por saca), estavam abaixo da faixa mínima, sendo a média no período US$ 129,53;
Segundo - Neste mesmo período, o IBC adotou a estratégia de \"Avisos de Garantia\" (títulos a serem descontados nas futuras aquisições), ou seja, o importador recebia a diferença entre o preço oficial de venda do Brasil e a média das cotações do café de outras origens. Estes \"Avisos de Garantia\" eram, na verdade, subsídios aos consumidores; e
Terceiro - A situação é apenas hipotética, uma vez que tal faixa não foi cumprida pelos países consumidores.
Quando se compararam o preço de equilíbrio das equações de oferta, com o AIC, as equações de demanda, nas quais o AIC altera a inclinação ou o intercepto, e as médias dos preços de mercado dos 18 anos com cláusula econômica do AIC, situações mais realistas, observou-se que as alternativas não são tão discrepantes, mas que apenas existiram em hipóteses em face do não-cumprimento das faixas de oscilações do preço. O Brasil perdeu.
Essas perdas são sociais, elas são perdas num todo, no \"agregado\", não significa porém que todos da cadeia café, produção, comercialização interna e exportadores brasileiros perderam.
Nas situações de livre mercado, em que se compararam o preço de equilíbrio das equações de oferta de exportação, sem o AIC, as equações de demanda, sem o AIC, e o preço médio dos 15 anos, sem a intervenção do AIC, situações também mais realistas, percebeu-se também que houve perda para a sociedade e para o Brasil em valores mais palpáveis que os do período de vigência do AIC.
O fato de o Brasil e a sociedade terem tido perda em todas as situações pode estar relacionado com um número reduzido de empresas no mercado internacional do café. Estas empresas absorveram os excedentes.
Além do mais, no caso do café, são mais de 50 países produtores, muitos dos quais com economias frágeis, e a maioria dos governos intervêm na tentativa de defender os interesses nacionais. Ocorre, ainda, uma brutal disparidade de forças dos importadores perante as instituições oficiais. Além disso, como observaram JUST & HALLAM (1978), a maioria dos estudos empíricos tem levado em conta regras arbitrárias de transações de estoques reguladores, como níveis de preço.
A investigação teórica, porém, já demonstrou que a eficiência econômica leva a formação de estoques reguladores, mesmo a preços próximos do normal e normalmente os encargos de manutenção dos estoques reguladores recaem sobre os países produtores.
Na atividade cafeeira, em particular, o governo brasileiro estabeleceu diversas políticas, como:
Controle de produção, preço de garantia, preços mínimos de registro, cota de contribuição, política de intervenção do IBC e as políticas cambiais, que, além de afetarem os preços recebidos pelos produtores, interferiram nos preços pagos pelos importadores. Ainda, esta política cambial interferiu nos preços pagos aos insumos importados utilizados na produção, como os fertilizantes e os defensivos (LOGATO, 1993).
Os resultados acima mostram que o Brasil perdeu excedentes econômicos com a política de comércio internacional em todo o período estudado, tanto no curto quanto no longo prazo, tendo em vista que ao se calcularem as elasticidades de longo prazo, tanto para a oferta quanto para a demanda de exportação, praticamente não houve alteração de valor.
Por outro lado, o Brasil também não ganhou com os preços instáveis no mercado internacional do café. Talvez estas informações estejam ligadas ao fato de que o Brasil, ao tentar garantir o preço do produto isoladamente, por intermédio da política de controle da oferta, incentivou outros países a produzirem café e perdeu mercado, e isso quer dizer que a política adotada pelo Brasil em relação ao café não foi correta.
Também, há de se levar em conta que, até a extinção do IBC, o governo alterava as regras e interferia no mercado nacional, à revelia da sociedade produtora e integrante de toda a cadeia produtiva do café, no intuito de reforçar o caixa e financiar o setor industrial nascente.
Os resultados encontrados mostram que o Brasil vêm, até os dias atuais, adotando política de comércio internacional equivocada e que a escassez de estudos detalhados sobre o comércio internacional de café induz a correntes em direções opostas: uma favorável à volta do acordo e outra contra
Uma desvantagem seria o AIC se transformar em incentivo para os países menos expressivos, via mercado internacional, aumentar a produção e ganhar mercado, em detrimento dos países já tradicionais.
BIBLIOGRAFIA
ANDRADE, CARLOS EDUARDO DE. Análises dos Excedentes Econômicos Gerados pelos Acordos Internacionais do Café, no período de 1960 a 1992. Viçosa, MG, UFV, Impr. Univ., 1995. 139 p. (Tese M.S.).
CAIXETA, G.Z.T. & SÃO JOSÉ, J.A.B. Tendência de preços, sazionalidade e relação de trocas no mercado cafeeiro de Minas Gerais, 1979-1988. R. Econ. Sociol. Rural, 28(1):123-42, 1990.
CONTADOR, C.R. Avaliação social de projetos. São Paulo, Atlas, 1988. 301 p.
FERREIRA, M.M. Retorno aos investimentos em pesquisa e assistência técnica na cultura do café em Minas Gerais. Viçosa, MG, UFV, Impr. Univ., 1993. 139 p. (Tese M.S.).
GARCIA, H.A. Retorno social da pesquisa e extensão agropecuárias: algodão na república argentina. Viçosa, MG, UFV, Impr. Univ., 1993. 145 p. (Tese D.S.).
HOMEM DE MELO, F.B. Abertura ao exterior e estabilidade de preços agrícolas. R. Bras. Econ., 35(12):189-205, 1981.
JUST, R. & HALLAM, J.A. Functional flexibility in analysis of commodity price stabilization policy. J. Amer. Stat. Assoc., Business and Economic Statistics Section, 73:220-258, 1978.
LOGATO, E.S. Efeitos das políticas econômicas sobre a cafeicultura mineira, 1970-90. Viçosa, MG, UFV, Impr. Univ., 1993. 137 p. (Tese M.S.).
MARSHALL, A. Principles of economics. 8.ed. London, MacMillan, 1961. 731 p.
MENEZES, J.A.S. Estabilização de preços de cacau via estoque regulador. Brasília, CEPLAC, 1987. 91 p. (Série estudos econômicos, 11).
MENEZES, S.M.A. Brasil e os acordos internacionais de cacau, café e açúcar, 1962-1982. Piracicaba, ESALQ, 1985. 127 p. (Tese M.S.).
PANIAGO, E. An evaluation of agricultural price policies for selected food products: Brazil. Purdue, Purdue University, 1969. 285 p. (Tese Ph.D.).
PASSARINHO, R.P. Análise dos custos sociais de políticas de preços de produtos básicos de alimentação para o caso do Brasil. Viçosa, MG, UFV, Impr. Univ., 1980. 98 p. (Tese M.S.).
TERRA, P. Efeitos econômicos de políticas de estabilização de preços de cacau: o caso do Brasil. Viçosa, MG, UFV, Impr. Univ., 1988. 61 p. (Tese M.S.).
VELLUTINI, R.A.S. Estabilização de preços de produtos primários e bem-estar: uma análise retrospectiva. R. Bras. Econ., 39(3):243-57, 1985.
WILLIG, R.D. Consumer surplus without apology. Amer. Ec. Rev., 66(4):589-97, 1976.
Entre os anos de 1960 e 1992, os preços do café apresentaram alto grau de instabilidade no mercado internacional, como resultado das variações da oferta e da demanda (CAIXETA e SÃO JOSÉ, 1990).
No caso de produtos exportados com inelasticidade preço na demanda externa , as causas da instabilidade interna de preços são as flutuações dos preços internacionais e a taxa de câmbio (HOMEM DE MELO, 1981).
Portanto, quando o preço do café cai, há queda na renda dos produtores e desemprego no campo, empurrando o pequeno produtor e uma grande parte de trabalhadores rurais para a periferia das grandes cidades, o que contribui para aumentar o desemprego de parcela significativa da população .
O excesso ou a escassez de café no mercado internacional é que provoca oscilações nos preços e leva os países importadores e países produtores a tentarem acordos internacionais, visto que o comércio em nível de mercado não consegue estabilizar os preços.
Os interesses políticos e econômicos são diferentes entre os países produtores e os países consumidores. Os países produtores têm muitas vezes nos produtos agrícolas a sua principal fonte de divisas. No caso do café, sabe-se que as principais empresas importadoras, são multinacionais do setor de alimentos.
Os grandes entraves, entre os países, para se conseguir a estabilização de preço são:
a) Os níveis dos custos sociais e políticos dos acordos;
b) O nível da cota de exportação de cada país; e
c) Falta de definição do estoque regulador e de quem arcará com o seu custo.
O Acordo Internacional do café (AIC) que visava estabilização de preços vigorou entre 1962 e 1972 e teve suas cláusulas econômicas suspensas entre 1972 e 1980. Estas foram restabelecidas em setembro de 1980 e vigoraram até fevereiro de 1986, quando foram novamente suspensas até outubro de 1987; vigoraram desta data até julho de 1989, estando suspensas até os dias atuais.
Para estudar, no comércio internacional, os excedentes econômicos gerados por estes acordos, faz-se necessário o uso das curvas de oferta de exportação e de demanda de exportação, consideradas como excesso de oferta e excesso de demanda.
O nível de preço no Brasil (país exportador) é inferior ao preço de equilíbrio dos países consumidores, pressupondo-se condição autárquica.
A curva de excesso de oferta ou oferta de exportação do país exportador demonstra as quantidades disponíveis para exportação em diferentes preços. Essa curva é derivada do país exportador, tendo a sua origem no preço de equilíbrio. Portanto, as quantidades ofertadas acima deste preço são consideradas excesso de oferta.
A curva de excesso de demanda, ou demanda de importação, dos países importadores indica as quantidades que gostariam de importar, em diferentes preços, sendo essa curva derivada do país importador, originada no preço de equilíbrio . Portanto, as quantidades demandadas abaixo desse preço são consideradas excesso de demanda.
O Brasil, como principal exportador de café, tem participação relativamente grande no mercado mundial, podendo influenciar o preço de equilíbrio no mercado internacional.
Com o preço do comércio internacional estabilizado, por políticas de estabilização do país exportador, os produtores perdem e os consumidores do país importador ganham.
Quando há excesso de oferta e os preços estão estabilizados, os produtores do país exportador ganham e os consumidores do país importador perdem.
O estudo e a análise da estabilização do preço, pode ser quantificado em função das estimativas dos excedentes do produtor e do consumidor , que se fundamentam na teoria da utilidade e na teoria da produção, que têm suas origens em MARSHALL (1961), cujos conceitos foram aplicados por diversos autores (PANIAGO,1969; PASSARINHO,1980; VELLUTINI,1985; MENEZES,1987; TERRA, 1988 e ANDRADE,1995).
O excedente do consumidor, segundo MARSHALL (1961), é definido como \"a quantia máxima que o consumidor estaria disposto a pagar por dado volume do bem menos a quantia que realmente paga\".
O excedente do produtor é dado pela diferença entre o que é recebido da venda do produto e o total mínimo requerido para induzir o vendedor a desfazer-se do produto, ou seja, conforme CONTADOR (1988), o excedente do produtor é \"a diferença entre a variação na receita e a variação no custo. É, portanto, a variação do lucro\".
Dessa forma, o excedente do produtor pode ser determinado pela diferença entre o benefício social e o excedente do consumidor.
A equação de demanda em nível de agregado, para o mercado mundial, tem que levar em conta a demanda de exportação, a demanda doméstica, a formação de estoque etc. Além do mais, no estudo, considera-se o mercado de exportação e importação do produto brasileiro, pois o Brasil é um país significativo na produção mundial de café. Faz-se, portanto, a pressuposição de \"país grande\" na teoria de comércio internacional.
O efeito da estabilização é uma questão empírica. Sem conhecimento empírico dos fatores importantes, incluindo a forma (funcional) das curvas de oferta e demanda, suas elasticidades, natureza e causas de deslocamentos ou mudanças nas curvas, é impossível determinar, com certeza, o impacto da estabilização na renda.
Turnovsky (1974) citado por VELLUTINI (1985) e Just e Hallam (1978), chamam a atenção para os deslocamentos das curvas de oferta e demanda, dos efeitos tardios na variação da elasticidade no estudo dos efeitos da estabilização na receita do produtor. Turnovsky concluiu que a manutenção dos preços estáveis, tanto para o exportador quanto para o importador, não tem origem nas forças que tornam os preços instáveis, dependem, sim, exclusivamente da forma funcional ou da curvatura de oferta e demanda.
Para o cálculo do excedente de oferta (oferta de exportação) e de demanda (demanda de exportação) de café do Brasil, foram usados os dados do período de 1960 a 1992. Este período caracterizou-se por uma grande instabilidade de preços externos, correspondente a fases alternadas de superprodução e escassez do produto, e presença ou ausência do Acordo Internacional do Café.
Como os modelos de oferta e demanda de exportação apresentam, entre os componentes explicativos, variáveis endógenas (Pt) e em razão da equação ser superidentificada, fez-se necessária a utilização do método de estimação de equações simultâneas, o Mínimo Quadrado de Dois Estágios (MQ2E) para a demanda, e a oferta foi estimada pelo Mínimo Quadrado Ordinário (MQO).
Ao avaliar o excedente do consumidor somente pela demanda ordinária, pode-se estar distorcendo os resultados. Portanto, para uma análise mais detalhada e precisa dos excedentes dos consumidores em políticas de estabilização, sugere-se o uso das curvas de demanda compensada.
Segundo GARCIA (1993), \"enquanto a curva de demanda ordinária representa a quantidade que um consumidor maximizador de utilidade, com um dado nível de renda, demandará a cada preço, a curva de demanda compensada, mostra a quantidade que um consumidor demandará a cada preço, assumindo que sua renda é ajustada de maneira que ele permaneça sobre sua curva de indiferença original\".
A curva de demanda compensada mostra o efeito substituição, e a curva de demanda ordinária reflete o efeito substituição mais o efeito renda segundo WILLIG (1976). Assim, se o bem for inelástico, a utilidade marginal do dinheiro pode ser considerada constante, dessa forma a demanda compensada coincide com a demanda ordinária.
FERREIRA (1993) diz que se a proporção da renda do consumidor gasta com o produto for pequena, a diferença encontrada ao se utilizar o conceito de excedente é também muito pequena ao se usar a demanda ordinária em vez da demanda compensada.
Escolheram-se para pesquisa os países maiores consumidores de café: Estados Unidos da América (EUA) e União Européia (UE).
Os dados utilizados foram referentes ao período de 1960 a 1992 e foram obtidos de publicações de instituições que realizam pesquisas nas áreas de comércio internacional de café e demais produtos.
Uma vez disponíveis as estimativas estruturais das curvas de oferta e curvas de demanda de exportação, transformaram-se as equações estruturais em equações reduzidas, Q=f(P) onde Q significa oferta de exportação e p significa o preço de exportação.Nos trabalhos foram analisadas as seguintes alternativas:
a) Cálculo dos excedentes em que o limite da variação do preço é o preço de equilíbrio da equação de oferta de exportação, sem o AIC, com a equação de demanda de xportação sem o AIC e o preço médio dos 15 anos sem o AIC.
b) Cálculo dos excedentes em que o limite de variação de preço é o preço de equilíbrio da equação de oferta de exportação com o AIC, com a equação de demanda de exportação com o AIC e o preço médio observado nos 18 anos com o AIC.
c) Cálculo dos excedentes em que o limite de variação de preços é o preço de equilíbrio da equação de oferta de exportação com o AIC, com a equação de demanda de exportação com o AIC,
Uma vez definidos os preços-limites (Pn), determinados anteriormente pelas várias alternativas possíveis, e definidos os preços de equilíbrio(Po) e igualando as equações reduzidas de oferta de exportação com a de demanda de exportação, com e sem AIC, calcularam-se os excedentes dos consumidores, os excedentes do produtores e o benefício social dos efeitos de estabilização de preços ou seja, os efeitos do Acordos Internacionais do Café no período de 1960 a 1992.
Com a metodologia utilizada calculou-se as perdas e os ganhos líquidos do país exportador (Brasil) e dos consumidores internacionais (países Importadores), advindos da presença e ausência do Acordo Internacional. Compararam-se as variabilidades máxima e mínima à média de preços observados dos 15 anos, sem a presença das cláusulas econômicas do AIC, e à média dos preços observados nos 18 anos, com a presença dessas cláusulas, para conhecer os efeitos gerados pela política de estabilização de preços.
Em todas as situações os consumidores(países importadores) tiveram ganhos líquidos, enquanto o produtor (Brasil) e a sociedade tiveram perdas líquidas no comércio internacional do café, no período estudado.
As situações em que as perdas foram maiores foram para as situações, onde o AIC estabeleceu faixas máximas e mínimas de preço. Essas perdas foram maiores nestas situações em função dos seguintes fatos:
Primeiro - Os preços de mercado da saca de café, de 1981 a 1985, período do estabelecimento da faixa mínima e máxima (US$ 160 a US$ 186,2 por saca), estavam abaixo da faixa mínima, sendo a média no período US$ 129,53;
Segundo - Neste mesmo período, o IBC adotou a estratégia de \"Avisos de Garantia\" (títulos a serem descontados nas futuras aquisições), ou seja, o importador recebia a diferença entre o preço oficial de venda do Brasil e a média das cotações do café de outras origens. Estes \"Avisos de Garantia\" eram, na verdade, subsídios aos consumidores; e
Terceiro - A situação é apenas hipotética, uma vez que tal faixa não foi cumprida pelos países consumidores.
Quando se compararam o preço de equilíbrio das equações de oferta, com o AIC, as equações de demanda, nas quais o AIC altera a inclinação ou o intercepto, e as médias dos preços de mercado dos 18 anos com cláusula econômica do AIC, situações mais realistas, observou-se que as alternativas não são tão discrepantes, mas que apenas existiram em hipóteses em face do não-cumprimento das faixas de oscilações do preço. O Brasil perdeu.
Essas perdas são sociais, elas são perdas num todo, no \"agregado\", não significa porém que todos da cadeia café, produção, comercialização interna e exportadores brasileiros perderam.
Nas situações de livre mercado, em que se compararam o preço de equilíbrio das equações de oferta de exportação, sem o AIC, as equações de demanda, sem o AIC, e o preço médio dos 15 anos, sem a intervenção do AIC, situações também mais realistas, percebeu-se também que houve perda para a sociedade e para o Brasil em valores mais palpáveis que os do período de vigência do AIC.
O fato de o Brasil e a sociedade terem tido perda em todas as situações pode estar relacionado com um número reduzido de empresas no mercado internacional do café. Estas empresas absorveram os excedentes.
Além do mais, no caso do café, são mais de 50 países produtores, muitos dos quais com economias frágeis, e a maioria dos governos intervêm na tentativa de defender os interesses nacionais. Ocorre, ainda, uma brutal disparidade de forças dos importadores perante as instituições oficiais. Além disso, como observaram JUST & HALLAM (1978), a maioria dos estudos empíricos tem levado em conta regras arbitrárias de transações de estoques reguladores, como níveis de preço.
A investigação teórica, porém, já demonstrou que a eficiência econômica leva a formação de estoques reguladores, mesmo a preços próximos do normal e normalmente os encargos de manutenção dos estoques reguladores recaem sobre os países produtores.
Na atividade cafeeira, em particular, o governo brasileiro estabeleceu diversas políticas, como:
Controle de produção, preço de garantia, preços mínimos de registro, cota de contribuição, política de intervenção do IBC e as políticas cambiais, que, além de afetarem os preços recebidos pelos produtores, interferiram nos preços pagos pelos importadores. Ainda, esta política cambial interferiu nos preços pagos aos insumos importados utilizados na produção, como os fertilizantes e os defensivos (LOGATO, 1993).
Os resultados acima mostram que o Brasil perdeu excedentes econômicos com a política de comércio internacional em todo o período estudado, tanto no curto quanto no longo prazo, tendo em vista que ao se calcularem as elasticidades de longo prazo, tanto para a oferta quanto para a demanda de exportação, praticamente não houve alteração de valor.
Por outro lado, o Brasil também não ganhou com os preços instáveis no mercado internacional do café. Talvez estas informações estejam ligadas ao fato de que o Brasil, ao tentar garantir o preço do produto isoladamente, por intermédio da política de controle da oferta, incentivou outros países a produzirem café e perdeu mercado, e isso quer dizer que a política adotada pelo Brasil em relação ao café não foi correta.
Também, há de se levar em conta que, até a extinção do IBC, o governo alterava as regras e interferia no mercado nacional, à revelia da sociedade produtora e integrante de toda a cadeia produtiva do café, no intuito de reforçar o caixa e financiar o setor industrial nascente.
Os resultados encontrados mostram que o Brasil vêm, até os dias atuais, adotando política de comércio internacional equivocada e que a escassez de estudos detalhados sobre o comércio internacional de café induz a correntes em direções opostas: uma favorável à volta do acordo e outra contra
Uma desvantagem seria o AIC se transformar em incentivo para os países menos expressivos, via mercado internacional, aumentar a produção e ganhar mercado, em detrimento dos países já tradicionais.
BIBLIOGRAFIA
ANDRADE, CARLOS EDUARDO DE. Análises dos Excedentes Econômicos Gerados pelos Acordos Internacionais do Café, no período de 1960 a 1992. Viçosa, MG, UFV, Impr. Univ., 1995. 139 p. (Tese M.S.).
CAIXETA, G.Z.T. & SÃO JOSÉ, J.A.B. Tendência de preços, sazionalidade e relação de trocas no mercado cafeeiro de Minas Gerais, 1979-1988. R. Econ. Sociol. Rural, 28(1):123-42, 1990.
CONTADOR, C.R. Avaliação social de projetos. São Paulo, Atlas, 1988. 301 p.
FERREIRA, M.M. Retorno aos investimentos em pesquisa e assistência técnica na cultura do café em Minas Gerais. Viçosa, MG, UFV, Impr. Univ., 1993. 139 p. (Tese M.S.).
GARCIA, H.A. Retorno social da pesquisa e extensão agropecuárias: algodão na república argentina. Viçosa, MG, UFV, Impr. Univ., 1993. 145 p. (Tese D.S.).
HOMEM DE MELO, F.B. Abertura ao exterior e estabilidade de preços agrícolas. R. Bras. Econ., 35(12):189-205, 1981.
JUST, R. & HALLAM, J.A. Functional flexibility in analysis of commodity price stabilization policy. J. Amer. Stat. Assoc., Business and Economic Statistics Section, 73:220-258, 1978.
LOGATO, E.S. Efeitos das políticas econômicas sobre a cafeicultura mineira, 1970-90. Viçosa, MG, UFV, Impr. Univ., 1993. 137 p. (Tese M.S.).
MARSHALL, A. Principles of economics. 8.ed. London, MacMillan, 1961. 731 p.
MENEZES, J.A.S. Estabilização de preços de cacau via estoque regulador. Brasília, CEPLAC, 1987. 91 p. (Série estudos econômicos, 11).
MENEZES, S.M.A. Brasil e os acordos internacionais de cacau, café e açúcar, 1962-1982. Piracicaba, ESALQ, 1985. 127 p. (Tese M.S.).
PANIAGO, E. An evaluation of agricultural price policies for selected food products: Brazil. Purdue, Purdue University, 1969. 285 p. (Tese Ph.D.).
PASSARINHO, R.P. Análise dos custos sociais de políticas de preços de produtos básicos de alimentação para o caso do Brasil. Viçosa, MG, UFV, Impr. Univ., 1980. 98 p. (Tese M.S.).
TERRA, P. Efeitos econômicos de políticas de estabilização de preços de cacau: o caso do Brasil. Viçosa, MG, UFV, Impr. Univ., 1988. 61 p. (Tese M.S.).
VELLUTINI, R.A.S. Estabilização de preços de produtos primários e bem-estar: uma análise retrospectiva. R. Bras. Econ., 39(3):243-57, 1985.
WILLIG, R.D. Consumer surplus without apology. Amer. Ec. Rev., 66(4):589-97, 1976.
Brasil deve produzir safra recorde de café em 2013
Brasil deve produzir safra recorde de café em 2013
A próxima safra brasileira de café deve chegar a 42 milhões de sacas. O volume, o melhor da história para um ano de baixa produção devido à bianualidade da cultura, deve embalar o ciclo seguinte. Para 2012/2013, espera-se que o País supere a marca das 50 milhões de sacas. Os números são da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). No melhor no ano de safra cheia do Brasil, em 2002, foram produzidas 48,48 milhões de sacas.
Apesar das áreas de plantio do café não acumularem expansões nos últimos anos, a produção segue crescendo, segundo a Conab. De acordo com a estatal, a temporada 2010/2011 deve ser encerrada com 2.082.430 hectares, ante os 2.092.909 hectares cultivados no ano passado.
Este ano, a produção, que acabou em outubro, deve mesmo fechar em torno 47,2 milhões de sacas, o que representa um aumento de 19% ante a safra anterior, e apenas 2% se comparado à safra de 2008.
Para Airton Camargo, superintendente de Agronegócio da Conab, o setor está optando agora por qualidade e produtividade. "A área foi menor este ano e a produção foi maior, isso se deve à melhoria nas condições para o café. O produtor tem a expectativa de melhor preço; o tratamento que eles estão dando a planta é melhor e existem também novas lavouras. Tudo isso colabora para essa fase", afirma.
No interior de São Paulo, a produtora de café da Fazenda Nova Cintra, Ana Lúcia, atestou a tendência de investimentos para gerar mais qualidade ao grão brasileiro. "Estamos investindo muito, trocando lavoura, mecanizando processos para, dessa forma, conseguir mais qualidade e produtividade em nossas áreas. Sempre cuidamos muito bem da nossa lavoura, e ainda vamos melhorar bastante", disse.
Para Camargo, o resultado disso já é visível e, no ano que vem - que será de baixa produção - o Brasil poderá atingir uma colheita de até 42 milhões de sacas, reduzindo ainda mais a diferença entre anos de alta e baixa produção. "A diferença entre os anos está caindo, mas nunca será igual: em um ano a plantação rende mais e no outro, com a planta mais cansada, ela produz menos. Agora se não batermos o recorde este ano, o faremos em 2013, quando vejo uma produção superior a 50 milhões de sacas".
Ele também lembrou que os resultados deste ano, junto com a valorização do grão, serviu para dar mais confiança ao produtor, que conseguiu arcar com os custos e ainda guardar uma parte do lucro para futuros investimentos. "O produtor está vendendo a bons preços o café este ano. Com isso, os investimentos nas lavouras com irrigação, adubo e cuidados na limpeza podem ficar mais intensos, e melhorar a qualidade de seu produto".
"Ao que parece todos os ventos sopram para o lado do café, isso porque além de firmar um bom estoque, com a colheita deste ano, e obter bons preços em sua venda, o produtor contará ainda com a expectativa de estabilidade nos preços até o meio do ano que vem", afirmou Gil Carlos Barabach, analista da Safras & Mercado.
"Esta é uma alta consistente, pois tem fundamento nos estoques baixos e na escassez de café de qualidade. A safra do ano que vem do Brasil será uma safra baixa, então esperamos que até o meio do ano que vem teremos um mercado com os preços estáveis por conta da pouca oferta".
Para ele, o produtor teve neste ano um volume maior e um preço muito bom, que serviu para ordenar os gastos e planejar futuros investimentos tanto em qualidade quanto em produtividade.
A próxima safra brasileira de café deve chegar a 42 milhões de sacas. O volume, o melhor da história para um ano de baixa produção devido à bianualidade da cultura, deve embalar o ciclo seguinte. Para 2012/2013, espera-se que o País supere a marca das 50 milhões de sacas. Os números são da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). No melhor no ano de safra cheia do Brasil, em 2002, foram produzidas 48,48 milhões de sacas.
Apesar das áreas de plantio do café não acumularem expansões nos últimos anos, a produção segue crescendo, segundo a Conab. De acordo com a estatal, a temporada 2010/2011 deve ser encerrada com 2.082.430 hectares, ante os 2.092.909 hectares cultivados no ano passado.
Este ano, a produção, que acabou em outubro, deve mesmo fechar em torno 47,2 milhões de sacas, o que representa um aumento de 19% ante a safra anterior, e apenas 2% se comparado à safra de 2008.
Para Airton Camargo, superintendente de Agronegócio da Conab, o setor está optando agora por qualidade e produtividade. "A área foi menor este ano e a produção foi maior, isso se deve à melhoria nas condições para o café. O produtor tem a expectativa de melhor preço; o tratamento que eles estão dando a planta é melhor e existem também novas lavouras. Tudo isso colabora para essa fase", afirma.
No interior de São Paulo, a produtora de café da Fazenda Nova Cintra, Ana Lúcia, atestou a tendência de investimentos para gerar mais qualidade ao grão brasileiro. "Estamos investindo muito, trocando lavoura, mecanizando processos para, dessa forma, conseguir mais qualidade e produtividade em nossas áreas. Sempre cuidamos muito bem da nossa lavoura, e ainda vamos melhorar bastante", disse.
Para Camargo, o resultado disso já é visível e, no ano que vem - que será de baixa produção - o Brasil poderá atingir uma colheita de até 42 milhões de sacas, reduzindo ainda mais a diferença entre anos de alta e baixa produção. "A diferença entre os anos está caindo, mas nunca será igual: em um ano a plantação rende mais e no outro, com a planta mais cansada, ela produz menos. Agora se não batermos o recorde este ano, o faremos em 2013, quando vejo uma produção superior a 50 milhões de sacas".
Ele também lembrou que os resultados deste ano, junto com a valorização do grão, serviu para dar mais confiança ao produtor, que conseguiu arcar com os custos e ainda guardar uma parte do lucro para futuros investimentos. "O produtor está vendendo a bons preços o café este ano. Com isso, os investimentos nas lavouras com irrigação, adubo e cuidados na limpeza podem ficar mais intensos, e melhorar a qualidade de seu produto".
"Ao que parece todos os ventos sopram para o lado do café, isso porque além de firmar um bom estoque, com a colheita deste ano, e obter bons preços em sua venda, o produtor contará ainda com a expectativa de estabilidade nos preços até o meio do ano que vem", afirmou Gil Carlos Barabach, analista da Safras & Mercado.
"Esta é uma alta consistente, pois tem fundamento nos estoques baixos e na escassez de café de qualidade. A safra do ano que vem do Brasil será uma safra baixa, então esperamos que até o meio do ano que vem teremos um mercado com os preços estáveis por conta da pouca oferta".
Para ele, o produtor teve neste ano um volume maior e um preço muito bom, que serviu para ordenar os gastos e planejar futuros investimentos tanto em qualidade quanto em produtividade.
quarta-feira, 24 de novembro de 2010
Mercado do dia
O café fecha a 207,45 com 310 pontos de baixa.O mercado se consolida entre 202 e 212 tendo 202 de suporte e 212 de resistência respectivamente.
Nenhum trade pode começar com um gráfico com esta configuração.O mercado com esta configuração tem que ter alguma noticia para mandar para alguns do lados .
Particularmente gostaria de um recuo para fazer uma entrada na ponta compradora para março.
O dólar fecha em baixa a semana curta pelo feriado de ação de graças nos EUA nos deixa de fora do mercado.
Para o mercado físico o produtor deve esperar o teste do topo em 212 para vender o que devera ocorrer na semana que vem
Bons negócios a todos
Wagner Pimentel
WWW.cafezinhocomamigos.blogspot.com
O café fecha a 207,45 com 310 pontos de baixa.O mercado se consolida entre 202 e 212 tendo 202 de suporte e 212 de resistência respectivamente.
Nenhum trade pode começar com um gráfico com esta configuração.O mercado com esta configuração tem que ter alguma noticia para mandar para alguns do lados .
Particularmente gostaria de um recuo para fazer uma entrada na ponta compradora para março.
O dólar fecha em baixa a semana curta pelo feriado de ação de graças nos EUA nos deixa de fora do mercado.
Para o mercado físico o produtor deve esperar o teste do topo em 212 para vender o que devera ocorrer na semana que vem
Bons negócios a todos
Wagner Pimentel
WWW.cafezinhocomamigos.blogspot.com
segunda-feira, 22 de novembro de 2010
MARKET DIFERENCIAL internacional
MARKET DIFERENCIAL internacional
Colombians, UGQ, sold FOB for Dec./Jan. shipment at 21¢ over Mar. “C.”
Colombian supremos, screen 17/18, were offered FOB for Dec./Jan. shipment from 31¢ to 34¢ over Mar. “C.”
Semi washed Brazils, 2/3s, 15/16 were offered FOB for Dec. through May equal shipment from 15¢ over the relevant months “C.”
Santos 2s, screen 17/18, fine cup, were offered FOB for Dec. through May equal shipment from 22¢ under the relevant months “C.”
Santos 2/3s, medium to good bean, fine cup, were offered FOB for Dec. through May equal shipment from 25¢ under the relevant months “C.”
Santos 4s were offered FOB for Dec./Jan. shipment from 37¢ to 34¢ under Mar. “C,” depending on description.
Prime Mexicans were offered FOB Laredo for Jan./Feb. crossing from 14¢ over Mar. “C.”
Prime Mexicans, were offered FOB Veracruz for Jan./Feb./Mar. equal shipment from 10¢ to 11¢ over the relevant months “C.”
Prime Guatemalas were offered FOB, per 46 kilos, for Dec./Jan./Feb. equal shipment from $12 over Mar. “C.”
Hard bean Guatemalas, European preparation, were offered FOB for Dec./Jan./Feb. equal shipment from $20 to $22 over, per 46 kilos, Mar. “C,” and strictly hard beans, European preparation, were offered FOB, per 46 kilos, for Jan./Feb./Mar. equal shipment from $26 to $29 over the relevant months “C.”
Hard bean Costa Ricas, European preparation, were offered FOB for Jan./Feb./Mar. equal shipment from $22 to $23 over per 46 kilos, the relevant months “C,” and strictly hard beans, European preparation, were offered FOB, per 46 kilos, for Jan./Feb./Mar. equal shipment from $32 to $34 over the relevant months “C.”
Central standard Salvadors were offered FOB per 46 kilos, for Jan./Feb. shipment from $9 over Mar. “C.” High grown Salvadors, European preparation, were offered FOB for Jan./Feb. shipment from $13 to $15 over per 46 kilos, Mar. “C.” Strictly high grown Salvadors, European preparation, were offered FOB for Jan./Feb. shipment from $18 to $20 over, per 46 kilos, Mar. “C.”
Strictly high grown Nicaraguas, European preparation, for Jan. through Apr. equal shipment were offered FOB from $15 over the relevant months “C.”
High grown Hondurans, European preparation, were offered FOB, per 46 kilos, for Jan. through Apr. equal shipment from $12 over the relevant months “C.”
Strictly high grown Hondurans, EP, were offered FOB, per 46 kilos, for Jan. through Apr. equal shipment from $15 to $17 over the relevant months “C.”
Hard bean Perus, MCMs, were offered FOB for Dec./Jan. shipment, per 46 kilos, from $15 over Mar. “C.”
Hard bean Perus, MCs, were offered FOB for Dec./Jan. shipment, per 46 kilos, from $14 over Mar. “C.”
Uganda robustas, screen 15, were offered exdock for Dec. shipment from 15¢ over Jan. London.
Ivory Coast robustas, grade 2, were offered exdock for prompt shipment from 13¢ over Jan. London.
Vietnam robustas, grade 2, were offered exdock for Dec. shipment from 8¢ over Jan. London.
Indonesian robustas, grade 4, 80 defects, were offered exdock for Dec. shipment from 9¢ over Jan. London.
Colombians, UGQ, sold FOB for Dec./Jan. shipment at 21¢ over Mar. “C.”
Colombian supremos, screen 17/18, were offered FOB for Dec./Jan. shipment from 31¢ to 34¢ over Mar. “C.”
Semi washed Brazils, 2/3s, 15/16 were offered FOB for Dec. through May equal shipment from 15¢ over the relevant months “C.”
Santos 2s, screen 17/18, fine cup, were offered FOB for Dec. through May equal shipment from 22¢ under the relevant months “C.”
Santos 2/3s, medium to good bean, fine cup, were offered FOB for Dec. through May equal shipment from 25¢ under the relevant months “C.”
Santos 4s were offered FOB for Dec./Jan. shipment from 37¢ to 34¢ under Mar. “C,” depending on description.
Prime Mexicans were offered FOB Laredo for Jan./Feb. crossing from 14¢ over Mar. “C.”
Prime Mexicans, were offered FOB Veracruz for Jan./Feb./Mar. equal shipment from 10¢ to 11¢ over the relevant months “C.”
Prime Guatemalas were offered FOB, per 46 kilos, for Dec./Jan./Feb. equal shipment from $12 over Mar. “C.”
Hard bean Guatemalas, European preparation, were offered FOB for Dec./Jan./Feb. equal shipment from $20 to $22 over, per 46 kilos, Mar. “C,” and strictly hard beans, European preparation, were offered FOB, per 46 kilos, for Jan./Feb./Mar. equal shipment from $26 to $29 over the relevant months “C.”
Hard bean Costa Ricas, European preparation, were offered FOB for Jan./Feb./Mar. equal shipment from $22 to $23 over per 46 kilos, the relevant months “C,” and strictly hard beans, European preparation, were offered FOB, per 46 kilos, for Jan./Feb./Mar. equal shipment from $32 to $34 over the relevant months “C.”
Central standard Salvadors were offered FOB per 46 kilos, for Jan./Feb. shipment from $9 over Mar. “C.” High grown Salvadors, European preparation, were offered FOB for Jan./Feb. shipment from $13 to $15 over per 46 kilos, Mar. “C.” Strictly high grown Salvadors, European preparation, were offered FOB for Jan./Feb. shipment from $18 to $20 over, per 46 kilos, Mar. “C.”
Strictly high grown Nicaraguas, European preparation, for Jan. through Apr. equal shipment were offered FOB from $15 over the relevant months “C.”
High grown Hondurans, European preparation, were offered FOB, per 46 kilos, for Jan. through Apr. equal shipment from $12 over the relevant months “C.”
Strictly high grown Hondurans, EP, were offered FOB, per 46 kilos, for Jan. through Apr. equal shipment from $15 to $17 over the relevant months “C.”
Hard bean Perus, MCMs, were offered FOB for Dec./Jan. shipment, per 46 kilos, from $15 over Mar. “C.”
Hard bean Perus, MCs, were offered FOB for Dec./Jan. shipment, per 46 kilos, from $14 over Mar. “C.”
Uganda robustas, screen 15, were offered exdock for Dec. shipment from 15¢ over Jan. London.
Ivory Coast robustas, grade 2, were offered exdock for prompt shipment from 13¢ over Jan. London.
Vietnam robustas, grade 2, were offered exdock for Dec. shipment from 8¢ over Jan. London.
Indonesian robustas, grade 4, 80 defects, were offered exdock for Dec. shipment from 9¢ over Jan. London.
Bom preço do café mexe com a economia
O bom preço do café mexe com a economia dos municípios das regiões produtoras. Nós fomos a Minas Gerais, mostrar a satisfação dos agricultores e comerciantes.
No sítio de seu Messias, em Guapé, no sul de Minas, a colheita terminou há quase um mês. Foram duas mil sacas e os pés já anunciam a próxima safra. O produtor fecha o ano com um balanço positivo. “O ano passado eu vendi o café em torno de 240 reais, agora, na semana passada eu já vendi a 340”, diz Messias Benjamim, agricultor.
No mercado internacional o preço atual do café está de cinquenta por cento acima do praticado há um ano. O presidente da Cooperativa do Cerrado mineiro, Jerry Resende, explica o que está acontecendo.
“Os estoques mundias de café estão muito baixos, os nossos concorrentes, colômbia e países da américa central tem enfrentado problemas na produção nos últimos três anos. E o consumo tanto no Brasil, como no mundo tem aumentado bastante. O brasileiro tem tomado mais café. O mundo tem tomado mais café”, avalia Jerry Magno Resende, presidente da Cooperativa do Cerrado.
O bom momento do preço do café está sendo sentido no comécio das cidades mineiras. De acordo coma Câmara Setorial do Café de Minas gerais, nos municípios da região do cerrado e do sul de Minas, o grão responde por até setenta por cento do dinheiro que gira no comércio.
Só em Guapé, cidade de quase 14 mil habitantes, a expectativa é que o café movimente 55 milhões de reais. São quase dois mil pequenos produtores que estão motivados a investir nas lavouras. Tanto movimento está gerando novas oportunidades de emprego.
Numa loja de produtos agropecuários houve contratação de mais três funcionários. “Eu estava desempregado, agora através do desenvolvimento do café apareceu esta oportunidade”, afirma Gilberto Silva, empregado da loja.
O supermercado de lucimara está sempre cheio, de uns tempos para cá. “Consome mais, paga em dia, então é algo que tem que ser olhado com muito carinho”, diz Lucimara Amaral Oliveira, comerciante.
Em Patos de Minas os comerciantes também estão felizes. Numa loja de eletrodomésticos, as vendas cresceram 15 por cento em relação ao ano passado.
“A gente tem percebido que o pessoal da zona rural tem comprado mais congeladores, geladeiras, TVs, eles tem adquirido mais bens durante este ano. E o interessante é que eles têm comprado mais à vista”, declara Lia Mundin, gerente da loja.
Dona Ilda mostra com orgulho os novos móveis que comprou. “É um bom produto e a gente estava precisando, veio na hora certa”, diz.
Seu José Astrogildo também está realizando sonhos este ano. A lavoura dele fica em Patrocínio e produziu 630 sacas, em dez hectares. Com o dinheiro que recebeu, colocou em dia a prestação do trator, comprou uma carretinha e uma roçadeira, mas não quer parar por aí. “Pretendo comprar um imóvel na cidade, um apartamento, pra se caso uma hora a gente ir pra lá, ter onde ficar, mas se isso não acontecer eu alugo, é um dinheirinho extra”, diz o produtor rural.
Enquanto não fecha o negócio do apartamento na cidade, dona Gislene, a mulher dele, revela que outro sonho vai ser realizado: uma viagem de avião, para Maceió, no estado de Alagoas. “Desta vez o sonho dele vai sair, porque as passagens estão aqui”, afirma.
No sítio de seu Messias, em Guapé, no sul de Minas, a colheita terminou há quase um mês. Foram duas mil sacas e os pés já anunciam a próxima safra. O produtor fecha o ano com um balanço positivo. “O ano passado eu vendi o café em torno de 240 reais, agora, na semana passada eu já vendi a 340”, diz Messias Benjamim, agricultor.
No mercado internacional o preço atual do café está de cinquenta por cento acima do praticado há um ano. O presidente da Cooperativa do Cerrado mineiro, Jerry Resende, explica o que está acontecendo.
“Os estoques mundias de café estão muito baixos, os nossos concorrentes, colômbia e países da américa central tem enfrentado problemas na produção nos últimos três anos. E o consumo tanto no Brasil, como no mundo tem aumentado bastante. O brasileiro tem tomado mais café. O mundo tem tomado mais café”, avalia Jerry Magno Resende, presidente da Cooperativa do Cerrado.
O bom momento do preço do café está sendo sentido no comécio das cidades mineiras. De acordo coma Câmara Setorial do Café de Minas gerais, nos municípios da região do cerrado e do sul de Minas, o grão responde por até setenta por cento do dinheiro que gira no comércio.
Só em Guapé, cidade de quase 14 mil habitantes, a expectativa é que o café movimente 55 milhões de reais. São quase dois mil pequenos produtores que estão motivados a investir nas lavouras. Tanto movimento está gerando novas oportunidades de emprego.
Numa loja de produtos agropecuários houve contratação de mais três funcionários. “Eu estava desempregado, agora através do desenvolvimento do café apareceu esta oportunidade”, afirma Gilberto Silva, empregado da loja.
O supermercado de lucimara está sempre cheio, de uns tempos para cá. “Consome mais, paga em dia, então é algo que tem que ser olhado com muito carinho”, diz Lucimara Amaral Oliveira, comerciante.
Em Patos de Minas os comerciantes também estão felizes. Numa loja de eletrodomésticos, as vendas cresceram 15 por cento em relação ao ano passado.
“A gente tem percebido que o pessoal da zona rural tem comprado mais congeladores, geladeiras, TVs, eles tem adquirido mais bens durante este ano. E o interessante é que eles têm comprado mais à vista”, declara Lia Mundin, gerente da loja.
Dona Ilda mostra com orgulho os novos móveis que comprou. “É um bom produto e a gente estava precisando, veio na hora certa”, diz.
Seu José Astrogildo também está realizando sonhos este ano. A lavoura dele fica em Patrocínio e produziu 630 sacas, em dez hectares. Com o dinheiro que recebeu, colocou em dia a prestação do trator, comprou uma carretinha e uma roçadeira, mas não quer parar por aí. “Pretendo comprar um imóvel na cidade, um apartamento, pra se caso uma hora a gente ir pra lá, ter onde ficar, mas se isso não acontecer eu alugo, é um dinheirinho extra”, diz o produtor rural.
Enquanto não fecha o negócio do apartamento na cidade, dona Gislene, a mulher dele, revela que outro sonho vai ser realizado: uma viagem de avião, para Maceió, no estado de Alagoas. “Desta vez o sonho dele vai sair, porque as passagens estão aqui”, afirma.
Café Não é objetivo ser policialesco, diz ministério
MERCADO
20/11/2010
MAURO ZAFALON
ENVIADO ESPECIAL A NATAL
A nova normatização para o setor do café visa apenas a qualidade do alimento que chega ao consumidor.
\"Não é intenção do Ministério da Agricultura ser policialesco\", diz Maçao Tadano, diretor do Dipov (Departamento de Inspeção de Produtos de Origem Vegetal).
Pela nova instrução, as empresas terão dois caminhos para classificar seus produtos. Contratar o serviço de empresas registradas no ministério ou fazer o registro no ministério para ter um classificador.
No momento, nenhuma das duas opções é possível.
Fábio Fernandes Florenço, coordenador do Dipov, reconhece as dificuldades na montagem dessa estrutura, mas diz que os primeiros passos, após a vigência da instrução, serão mais orientativos. \"É uma contribuição para melhorar o café\", diz ele.
Almir José da Silva Filho, presidente da Abic, diz que a reação de parte do setor ocorre porque o tempo é curto para implementar as medidas, \"mas a instrução vai promover a melhora do produto do cafeicultor ao consumidor\".
Sidney Marques Paiva, do café Bom Dia, diz que, para a grande indústria, não haverá grandes problemas de adaptação, à exceção da burocracia para se cadastrar.
Para Ambrozio Cohen Assayag, da Café Manaus (AM), \"essas medidas vão burocratizar o que já é ruim. Quando entra o governo, começa o infortúnio de quem tem de cumprir a legislação\".
Mario Panhotta, da Cooxupé, maior cooperativa de café do país, diz que o produtor não produz café de baixa qualidade por opção, mas devido a problemas climáticos, como neste ano.
\"A instrução é um desafio e tem de ser implementada, mas o produtor não deve pagar a conta sozinho\", diz ele.
Guilherme Braga, do Cecafé (setor exportador), diz que, do lado dos exportadores, não há grandes alterações. Já os importadores -que começam a ter maior peso, com a entrada de produtos de valor agregado das multinacionais- estão preocupados.
\"Como classificar as cápsulas se o governo não tem equipamentos adequados para isso?\", indaga um importador. Além disso, o produto pode ficar dias parado no sol no porto, prejudicando sua qualidade, diz esse mesmo importador. (MZ)
20/11/2010
MAURO ZAFALON
ENVIADO ESPECIAL A NATAL
A nova normatização para o setor do café visa apenas a qualidade do alimento que chega ao consumidor.
\"Não é intenção do Ministério da Agricultura ser policialesco\", diz Maçao Tadano, diretor do Dipov (Departamento de Inspeção de Produtos de Origem Vegetal).
Pela nova instrução, as empresas terão dois caminhos para classificar seus produtos. Contratar o serviço de empresas registradas no ministério ou fazer o registro no ministério para ter um classificador.
No momento, nenhuma das duas opções é possível.
Fábio Fernandes Florenço, coordenador do Dipov, reconhece as dificuldades na montagem dessa estrutura, mas diz que os primeiros passos, após a vigência da instrução, serão mais orientativos. \"É uma contribuição para melhorar o café\", diz ele.
Almir José da Silva Filho, presidente da Abic, diz que a reação de parte do setor ocorre porque o tempo é curto para implementar as medidas, \"mas a instrução vai promover a melhora do produto do cafeicultor ao consumidor\".
Sidney Marques Paiva, do café Bom Dia, diz que, para a grande indústria, não haverá grandes problemas de adaptação, à exceção da burocracia para se cadastrar.
Para Ambrozio Cohen Assayag, da Café Manaus (AM), \"essas medidas vão burocratizar o que já é ruim. Quando entra o governo, começa o infortúnio de quem tem de cumprir a legislação\".
Mario Panhotta, da Cooxupé, maior cooperativa de café do país, diz que o produtor não produz café de baixa qualidade por opção, mas devido a problemas climáticos, como neste ano.
\"A instrução é um desafio e tem de ser implementada, mas o produtor não deve pagar a conta sozinho\", diz ele.
Guilherme Braga, do Cecafé (setor exportador), diz que, do lado dos exportadores, não há grandes alterações. Já os importadores -que começam a ter maior peso, com a entrada de produtos de valor agregado das multinacionais- estão preocupados.
\"Como classificar as cápsulas se o governo não tem equipamentos adequados para isso?\", indaga um importador. Além disso, o produto pode ficar dias parado no sol no porto, prejudicando sua qualidade, diz esse mesmo importador. (MZ)
Café volta a ser controlado pelo governo, e setor fica apreensivo
MERCADO
20/11/2010
Instrução normativa vigora a partir de fevereiro e visa retirar do mercado produto de baixa qualidade
MAURO ZAFALON
ENVIADO ESPECIAL A NATAL
Após 20 anos de autorregulação, a indústria de café volta a ficar sob o controle do governo. A partir de meados de fevereiro, o Ministério da Agricultura passa a fiscalizar a qualidade do café colocado à disposição do consumidor.
Quem for pego na contramão das novas regras poderá receber pesadas multas, que vão até R$ 5.000, mais 400% do valor do lote produzido, dependendo da infração.
O que era para ser uma transição tranquila, já que essa proposta vinha sendo endossada pela própria indústria, tomou o rumo de calorosas discussões no final da semana passada, em Natal (RN), onde a indústria esteve reunida no 18º Encafé -encontro anual do setor.
O acerto corria bem porque somava interesses tanto do ministério como da indústria. Ao ministério interessa esse acerto com a indústria porque, por lei, o órgão tem de classificar todos os produtos destinados à alimentação, o que não vinha ocorrendo com o café.
Já a indústria desenvolve um programa de pureza no setor, mas esbarra em dificuldades para punir infratores.
O ministério, agora, poderá assumir esse controle. A proposta do governo deverá retirar do mercado cafés que são de baixíssima qualidade, mas que ainda vão para o consumidor. Dos 19,3 milhões de sacas que o país consome anualmente, 400 mil vêm de palhas, paus, sementes de açaí e milheto.
Mas, a dois meses de entrar em vigor, a instrução normativa nº 16, que vai regular o setor, é vista com apreensão pela indústria, produtores e importadores de café processado.
A Abic (Associação Brasileira da Indústria de Café) pediu o adiamento da vigência da instrução, mas o ministério promete mantê-lo.
REGRAS
A apreensão das indústrias ocorre porque a instrução entrará em vigor sem a montagem de uma estrutura adequada no ministério. Para se enquadrar às novas regras, as indústrias deverão produzir café com menos de 1% de impurezas e com 5% de umidade, no máximo.
Além disso, o café terá de obter pelo menos quatro pontos em uma avaliação sensorial. A escala varia de zero a dez e essa avaliação é feita por meio de degustação, em que se apuram o aroma e o sabor da bebida.
O setor aceita os controles de impureza e de umidade, mas quer o adiamento da avaliação sensorial. Essa será feita por um \"classificador de produtos vegetais habilitado para degustação de café torrado e moído\" -profissão ainda não regulamentada.
Na lista dos que se enquadram na nova regulamentação estão engenheiros-agrônomos, químicos, técnicos agrícolas etc., sem uma definição clara do aproveitamento dos técnicos que já atuam no mercado há muitos anos.
A indústria vê problemas, já que a degustação sensorial exige muito treino e é um sistema subjetivo para determinar a qualidade do produto. Para agilizar a formação dos profissionais, o ministério fará dois cursos, mas, quando o segundo acabar, a instrução já estará em vigor.
O ministério não vê problemas nessa análise sensorial porque poderão ser usados profissionais e estrutura que já servem as próprias indústrias. Motivo: a Abic já tem um programa de qualidade com grau de exigência ainda maior do que o que será implantado pelo governo.
O jornalista MAURO ZAFALON viajou a convite da Abic
20/11/2010
Instrução normativa vigora a partir de fevereiro e visa retirar do mercado produto de baixa qualidade
MAURO ZAFALON
ENVIADO ESPECIAL A NATAL
Após 20 anos de autorregulação, a indústria de café volta a ficar sob o controle do governo. A partir de meados de fevereiro, o Ministério da Agricultura passa a fiscalizar a qualidade do café colocado à disposição do consumidor.
Quem for pego na contramão das novas regras poderá receber pesadas multas, que vão até R$ 5.000, mais 400% do valor do lote produzido, dependendo da infração.
O que era para ser uma transição tranquila, já que essa proposta vinha sendo endossada pela própria indústria, tomou o rumo de calorosas discussões no final da semana passada, em Natal (RN), onde a indústria esteve reunida no 18º Encafé -encontro anual do setor.
O acerto corria bem porque somava interesses tanto do ministério como da indústria. Ao ministério interessa esse acerto com a indústria porque, por lei, o órgão tem de classificar todos os produtos destinados à alimentação, o que não vinha ocorrendo com o café.
Já a indústria desenvolve um programa de pureza no setor, mas esbarra em dificuldades para punir infratores.
O ministério, agora, poderá assumir esse controle. A proposta do governo deverá retirar do mercado cafés que são de baixíssima qualidade, mas que ainda vão para o consumidor. Dos 19,3 milhões de sacas que o país consome anualmente, 400 mil vêm de palhas, paus, sementes de açaí e milheto.
Mas, a dois meses de entrar em vigor, a instrução normativa nº 16, que vai regular o setor, é vista com apreensão pela indústria, produtores e importadores de café processado.
A Abic (Associação Brasileira da Indústria de Café) pediu o adiamento da vigência da instrução, mas o ministério promete mantê-lo.
REGRAS
A apreensão das indústrias ocorre porque a instrução entrará em vigor sem a montagem de uma estrutura adequada no ministério. Para se enquadrar às novas regras, as indústrias deverão produzir café com menos de 1% de impurezas e com 5% de umidade, no máximo.
Além disso, o café terá de obter pelo menos quatro pontos em uma avaliação sensorial. A escala varia de zero a dez e essa avaliação é feita por meio de degustação, em que se apuram o aroma e o sabor da bebida.
O setor aceita os controles de impureza e de umidade, mas quer o adiamento da avaliação sensorial. Essa será feita por um \"classificador de produtos vegetais habilitado para degustação de café torrado e moído\" -profissão ainda não regulamentada.
Na lista dos que se enquadram na nova regulamentação estão engenheiros-agrônomos, químicos, técnicos agrícolas etc., sem uma definição clara do aproveitamento dos técnicos que já atuam no mercado há muitos anos.
A indústria vê problemas, já que a degustação sensorial exige muito treino e é um sistema subjetivo para determinar a qualidade do produto. Para agilizar a formação dos profissionais, o ministério fará dois cursos, mas, quando o segundo acabar, a instrução já estará em vigor.
O ministério não vê problemas nessa análise sensorial porque poderão ser usados profissionais e estrutura que já servem as próprias indústrias. Motivo: a Abic já tem um programa de qualidade com grau de exigência ainda maior do que o que será implantado pelo governo.
O jornalista MAURO ZAFALON viajou a convite da Abic
VOLATILIDADE AFASTA PARTICIPANTES
VOLATILIDADE AFASTA PARTICIPANTES
Está cada vez mais difícil ter uma opinião sobre os mercados de commodities, que sofrem mais influências dos fatores macroeconômicos e pouco conseguem ser analisados com base nos fundamentos.
A semana que passou deu mais uma prova disto com a volatilidade de diversos produtos e a falta de notícias que pudessem explicar os movimentos. Para piorar a situação – ou aumentar os intervalos de negociação dos preços – os números de contratos em aberto no café em Nova Iorque caem para os níveis mais baixos do ano, quando os preços da bolsa estavam ao redor de US$ 135.00 centavos por libra. Isto demonstra um esvaziamento do mercado, dado que os agentes naturais resolvem diminuir suas (ex)posições tamanha a incerteza da movimentação dos preços.
Os índices das commodities cederam nos últimos cinco dias, enquanto as bolsas e o dólar ficaram de lado. Olhando mais de perto podemos destacar a subida de quase 10% do gás natural, 4.77% da prata, 4.69 do café e de 3.33% do cacau entre os poucos ganhadores. Os perdedores (entre tantos) foram: o algodão que cedeu 8.76%, o alumínio com queda de 5.83% seguido pelas perdas de 4.87% da soja, e 3.97% do petróleo.
De novidade temos o relatório anual de café do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA em inglês), que divulgou uma revisão da estimativa da safra brasileira de 2010/2011 para uma produção de 54.5 milhões de sacas de 60 quilos, 800 mil sacas a menos do que originalmente previsto – a queda se deu na produção do conillon que caiu de 13.5 milhões para 12.7 milhões. Para o arábica nada mudou, a produção deve ser de 41.8 milhões de sacas. Com um consumo interno de 18.5 milhões e exportações de 33 milhões, a expectativa é de que o estoque de passagem para a safra 11/12 seja de 5.84 milhões de sacas – nada demais.
Aliás, aproveitando o momento de futurologia vamos considerar que o Brasil consuma 19.5 milhões de sacas no ciclo de 2011/2012, e que a exportação caia para 30 milhões, um desaparecimento de 49.5 milhões de sacas. Caso isto ocorra, para não zerar o estoque o país teria que produzir no mínimo 44 milhões de sacas – e aqui vale lembrar que alguns acreditam que a safra pode ser de 48/49 milhões. Pois bem, mesmo que a safra seja deste tamanho ou eventualmente um pouco maior, claramente podemos perceber que o mundo precisa que o Brasil produza safras cada vez maiores, o que não significa que os preços sejam impactados tão negativamente como muitos baixistas crêem (ou torçam).
Dado curioso no relatório do USDA foi a divulgação do custo de produção na região de Guaxupé, de US$ 156.39 por saca, que com o câmbio de 1.72 se converte em R$ 269.00 por saca. Considerando a média do indicador da ESALQ dos últimos 6 meses, os produtores venderam seus cafés a R$ 322.41, tendo um retorno de 19.86% - sem contar custos de dívidas. Ainda que não seja a rentabilidade almejada (como se isto fosse mensurável ou realmente definido), o resultado é melhor do que nos últimos anos, mas não necessariamente significa que estimulará uma explosão de novas lavouras – por ora...
Para a semana que se inicia resta ficarmos atentos as oportunidades de encaixar negócios e travar ganhos, sem a pretensão de tentar adivinhar o rumo do mercado no curto prazo. Caso Nova Iorque volte a negociar próximo de US$ 220 centavos, a saca de café no Brasil deve negociar a R$ 400.00 mais uma vez, porém eventualmente veremos menos vendedores dado que muitos produtores começam a olhar para a equalização do que terão que pagar de imposto de renda no ano que vem. Em uma eventual subida, os diferenciais também voltarão a baratear, ajudando a fluir mais negócios. Com o começo da notificação do contrato de Dezembro, os torradores voltam a ficar menos ansiosos para comprar o mercado, e mais caixa é liberado para os intermediários que querem comprar café em diferenciais atrativos. A semana é curta com o feriado do Dia de Ação de Graças (o mais importante por aqui) na quinta-feira dia 25 de novembro.
Resta saber se o pacote de ajuda financeira à Irlanda, e o incremento do depósito compulsório na China não vão atrapalhar os altistas. O macro vai continuar dando o tom, então não adianta ficar tentando justificar a movimentação dos preços do café com notícias recicladas.
Uma ótima semana e muito bons negócios para todos.
*Rodrigo Corrêa da Costa escreve este relatório sobre café semanalmente como colaborador da Archer Consulting
Está cada vez mais difícil ter uma opinião sobre os mercados de commodities, que sofrem mais influências dos fatores macroeconômicos e pouco conseguem ser analisados com base nos fundamentos.
A semana que passou deu mais uma prova disto com a volatilidade de diversos produtos e a falta de notícias que pudessem explicar os movimentos. Para piorar a situação – ou aumentar os intervalos de negociação dos preços – os números de contratos em aberto no café em Nova Iorque caem para os níveis mais baixos do ano, quando os preços da bolsa estavam ao redor de US$ 135.00 centavos por libra. Isto demonstra um esvaziamento do mercado, dado que os agentes naturais resolvem diminuir suas (ex)posições tamanha a incerteza da movimentação dos preços.
Os índices das commodities cederam nos últimos cinco dias, enquanto as bolsas e o dólar ficaram de lado. Olhando mais de perto podemos destacar a subida de quase 10% do gás natural, 4.77% da prata, 4.69 do café e de 3.33% do cacau entre os poucos ganhadores. Os perdedores (entre tantos) foram: o algodão que cedeu 8.76%, o alumínio com queda de 5.83% seguido pelas perdas de 4.87% da soja, e 3.97% do petróleo.
De novidade temos o relatório anual de café do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA em inglês), que divulgou uma revisão da estimativa da safra brasileira de 2010/2011 para uma produção de 54.5 milhões de sacas de 60 quilos, 800 mil sacas a menos do que originalmente previsto – a queda se deu na produção do conillon que caiu de 13.5 milhões para 12.7 milhões. Para o arábica nada mudou, a produção deve ser de 41.8 milhões de sacas. Com um consumo interno de 18.5 milhões e exportações de 33 milhões, a expectativa é de que o estoque de passagem para a safra 11/12 seja de 5.84 milhões de sacas – nada demais.
Aliás, aproveitando o momento de futurologia vamos considerar que o Brasil consuma 19.5 milhões de sacas no ciclo de 2011/2012, e que a exportação caia para 30 milhões, um desaparecimento de 49.5 milhões de sacas. Caso isto ocorra, para não zerar o estoque o país teria que produzir no mínimo 44 milhões de sacas – e aqui vale lembrar que alguns acreditam que a safra pode ser de 48/49 milhões. Pois bem, mesmo que a safra seja deste tamanho ou eventualmente um pouco maior, claramente podemos perceber que o mundo precisa que o Brasil produza safras cada vez maiores, o que não significa que os preços sejam impactados tão negativamente como muitos baixistas crêem (ou torçam).
Dado curioso no relatório do USDA foi a divulgação do custo de produção na região de Guaxupé, de US$ 156.39 por saca, que com o câmbio de 1.72 se converte em R$ 269.00 por saca. Considerando a média do indicador da ESALQ dos últimos 6 meses, os produtores venderam seus cafés a R$ 322.41, tendo um retorno de 19.86% - sem contar custos de dívidas. Ainda que não seja a rentabilidade almejada (como se isto fosse mensurável ou realmente definido), o resultado é melhor do que nos últimos anos, mas não necessariamente significa que estimulará uma explosão de novas lavouras – por ora...
Para a semana que se inicia resta ficarmos atentos as oportunidades de encaixar negócios e travar ganhos, sem a pretensão de tentar adivinhar o rumo do mercado no curto prazo. Caso Nova Iorque volte a negociar próximo de US$ 220 centavos, a saca de café no Brasil deve negociar a R$ 400.00 mais uma vez, porém eventualmente veremos menos vendedores dado que muitos produtores começam a olhar para a equalização do que terão que pagar de imposto de renda no ano que vem. Em uma eventual subida, os diferenciais também voltarão a baratear, ajudando a fluir mais negócios. Com o começo da notificação do contrato de Dezembro, os torradores voltam a ficar menos ansiosos para comprar o mercado, e mais caixa é liberado para os intermediários que querem comprar café em diferenciais atrativos. A semana é curta com o feriado do Dia de Ação de Graças (o mais importante por aqui) na quinta-feira dia 25 de novembro.
Resta saber se o pacote de ajuda financeira à Irlanda, e o incremento do depósito compulsório na China não vão atrapalhar os altistas. O macro vai continuar dando o tom, então não adianta ficar tentando justificar a movimentação dos preços do café com notícias recicladas.
Uma ótima semana e muito bons negócios para todos.
*Rodrigo Corrêa da Costa escreve este relatório sobre café semanalmente como colaborador da Archer Consulting
domingo, 21 de novembro de 2010
Medo do sucesso
Medo do sucesso
O mercado de café mostra o resultado de sua administração desastrosa por parte de seus participantes. Com a economia mundial acelerada e com uma população com fome em consumir o café não ficou atrás disso.
O produtor com preços manipulados do um mercado de quem pode mais chora menos, fez uma espécie de escravatura branca e o produtor do seu lado louco por sua alforria se viu em louca corrida atrás de produtividade, o que parecia ser o mais certo a fazer depois de tantas chibatadas do mercado.
A insensibilidade do outro lado do mercado se esqueceu que sem a galinha não se pode botar o ovo de ouro, realmente não a mataram, mas diminuíram muito a sua ração deixando a classe produtora em baixo do balaio a espera de salvação.
A salvação chegou em forma de uma mudança climática coisa que nem o próprio produtor pode mudar, e um aumento de consumo alem das espectativas. Este cenário se transformou em um embrolho mental onde os produtores que não estão conseguindo manter suas propriedades agora que o vento virou a seu favor não sabe içar a vela pra aproveitar o vento.
Em uma conversa com um amigo e seguidor de meus artigos me disse que queria saber o dia em que mercado daria seu topo para que ele pudesse vender alguns contratos na BMF, a principio fiquei revoltado com esta conduta, pois a meses escrevo que estamos em tendência de alts, e mostrei a ele que esta tendência começou em 2.002 quando a bolsa de Nova Iorque tinha feito o seu fundo e estava em busca de um novo topo de mercado, portanto a tendência tem oito longos anos ,e que estamos nela, e não teria começado em junho deste ano como alguns acreditam , simplesmente olhem o gráfico do café continuo e mensal que verão uma bela e linda lta ou linha de tendência de alta o que mostra que apesar dos preços não estarem sendo satisfatório o mercado vem subindo sistematicamente.
Então porque o medo do sucesso?Porque não ser vitorioso e ser recompensado pelo nosso trabalho?
Uma semana após esta conversa com este seguidor ele me liga querendo saber o que eu achava do mercado me dizendo que teria cometido o mesmo erro de junho quando entrou vendido , vendeu novamente contra esta tendência, com uma diferença desta vez ele sabia que poderia subir o mercado.
Parece que as vezes não tomamos decisões como pessoas adultas e estamos querendo que não ver o obvio, ou estamos querendo passar por vitimas, existe estudos psicológicos sobre isso quando queremos apanhar ao em vez do bem estar.
Nosso trabalho para fazer um café de qualidade e as responsabilidades que os poluidores do mundo nos coloca para proteger a natureza e o governo com leis trabalhista tem que ser recompensados financeiramente , temos o direito de viajar ter carros modernos,nos somos jecas mas com certeza somos jóias e raras. A recompensa tem que vir através da mola do mundo o dinheiro e não em prêmios para ficar na empoeirando na prateleira como as grandes empresas gostam de fazer um jantar com pompas e um Oscar para o produtor e depois o manda pra casa com ilusões para próxima safra.
Em outra conversa com um cliente e amigo esta semana , ele me disse que teve uma bela oferta para vender café descascado a R$500;00 para próxima safra e que a proposta estava tentadora e que queria vender pois este preço a bem pouco tempo era sonho, e que uma grande empresa compraria todo o café deste tipo que encontrasse a venda no mercado, porque será ? A próxima safra que é de ciclo baixo para a produção brasileira com certeza trará preços que realmente parecem sonho, e a continuidade das chuvas nos países centrais reforçam esta teoria, portanto quanto menos munição der para o inimigo maior será a vitória.
O cenário macro econômico apesar da grande crise que esta passando as grandes potencias econômicas não tem data marcada para acabar, o consumo aumentando é u a tendência que não tem hora para acabar, porque vender agora então?
Simples o medo sucesso.
A boa administração desta fase vai levá-la por um grande período de bonança lucros e bem estar,a má administração vai elevar a produção da forma que os manipuladores estão querendo e a fase será rápida não duradoura e frustrante, as vezes penso que é isso que os produtores querem se sentirem coitados do mercado.
A cobrança do governo por parte dos sindicatos tem que ser mais incisivas, uma organização da cadeia produtiva com diretórios, com números palpáveis de produção com números palpáveis de consumo, ou seja, uma política fora das porteiras de nossas propriedades e não ficar se lamentando. Cuidar da produtividade e do meio ambiente são deveres de casa, mas a política também ela é nosso futuro. O mercado tem que pagar pelos nossos deveres manter a natureza enquanto os consumidores poluem.
Graficamente o mercado tem ainda muito para subir e para o próximo vencimento que será em março prevejo novos topos nas bolsas, vamos aguardar para ver onde vai dar.
Continuamos comprados a 198,00 posiçao tomada pelo gráfico de 60 minutos onde fez fundo duplo e nos deu a oportunidade de entrar com stop curto.Procuro oportunidade para desfazer da posição e umq boa oportunidade para entrar comprado para o próximo vencimento março de 2.011.
Tenham toda uma boa semana e que Deus abençoe a todos.
Wagner Pimentel
WWW.cafezinhocomamigos.blogspot.com
O mercado de café mostra o resultado de sua administração desastrosa por parte de seus participantes. Com a economia mundial acelerada e com uma população com fome em consumir o café não ficou atrás disso.
O produtor com preços manipulados do um mercado de quem pode mais chora menos, fez uma espécie de escravatura branca e o produtor do seu lado louco por sua alforria se viu em louca corrida atrás de produtividade, o que parecia ser o mais certo a fazer depois de tantas chibatadas do mercado.
A insensibilidade do outro lado do mercado se esqueceu que sem a galinha não se pode botar o ovo de ouro, realmente não a mataram, mas diminuíram muito a sua ração deixando a classe produtora em baixo do balaio a espera de salvação.
A salvação chegou em forma de uma mudança climática coisa que nem o próprio produtor pode mudar, e um aumento de consumo alem das espectativas. Este cenário se transformou em um embrolho mental onde os produtores que não estão conseguindo manter suas propriedades agora que o vento virou a seu favor não sabe içar a vela pra aproveitar o vento.
Em uma conversa com um amigo e seguidor de meus artigos me disse que queria saber o dia em que mercado daria seu topo para que ele pudesse vender alguns contratos na BMF, a principio fiquei revoltado com esta conduta, pois a meses escrevo que estamos em tendência de alts, e mostrei a ele que esta tendência começou em 2.002 quando a bolsa de Nova Iorque tinha feito o seu fundo e estava em busca de um novo topo de mercado, portanto a tendência tem oito longos anos ,e que estamos nela, e não teria começado em junho deste ano como alguns acreditam , simplesmente olhem o gráfico do café continuo e mensal que verão uma bela e linda lta ou linha de tendência de alta o que mostra que apesar dos preços não estarem sendo satisfatório o mercado vem subindo sistematicamente.
Então porque o medo do sucesso?Porque não ser vitorioso e ser recompensado pelo nosso trabalho?
Uma semana após esta conversa com este seguidor ele me liga querendo saber o que eu achava do mercado me dizendo que teria cometido o mesmo erro de junho quando entrou vendido , vendeu novamente contra esta tendência, com uma diferença desta vez ele sabia que poderia subir o mercado.
Parece que as vezes não tomamos decisões como pessoas adultas e estamos querendo que não ver o obvio, ou estamos querendo passar por vitimas, existe estudos psicológicos sobre isso quando queremos apanhar ao em vez do bem estar.
Nosso trabalho para fazer um café de qualidade e as responsabilidades que os poluidores do mundo nos coloca para proteger a natureza e o governo com leis trabalhista tem que ser recompensados financeiramente , temos o direito de viajar ter carros modernos,nos somos jecas mas com certeza somos jóias e raras. A recompensa tem que vir através da mola do mundo o dinheiro e não em prêmios para ficar na empoeirando na prateleira como as grandes empresas gostam de fazer um jantar com pompas e um Oscar para o produtor e depois o manda pra casa com ilusões para próxima safra.
Em outra conversa com um cliente e amigo esta semana , ele me disse que teve uma bela oferta para vender café descascado a R$500;00 para próxima safra e que a proposta estava tentadora e que queria vender pois este preço a bem pouco tempo era sonho, e que uma grande empresa compraria todo o café deste tipo que encontrasse a venda no mercado, porque será ? A próxima safra que é de ciclo baixo para a produção brasileira com certeza trará preços que realmente parecem sonho, e a continuidade das chuvas nos países centrais reforçam esta teoria, portanto quanto menos munição der para o inimigo maior será a vitória.
O cenário macro econômico apesar da grande crise que esta passando as grandes potencias econômicas não tem data marcada para acabar, o consumo aumentando é u a tendência que não tem hora para acabar, porque vender agora então?
Simples o medo sucesso.
A boa administração desta fase vai levá-la por um grande período de bonança lucros e bem estar,a má administração vai elevar a produção da forma que os manipuladores estão querendo e a fase será rápida não duradoura e frustrante, as vezes penso que é isso que os produtores querem se sentirem coitados do mercado.
A cobrança do governo por parte dos sindicatos tem que ser mais incisivas, uma organização da cadeia produtiva com diretórios, com números palpáveis de produção com números palpáveis de consumo, ou seja, uma política fora das porteiras de nossas propriedades e não ficar se lamentando. Cuidar da produtividade e do meio ambiente são deveres de casa, mas a política também ela é nosso futuro. O mercado tem que pagar pelos nossos deveres manter a natureza enquanto os consumidores poluem.
Graficamente o mercado tem ainda muito para subir e para o próximo vencimento que será em março prevejo novos topos nas bolsas, vamos aguardar para ver onde vai dar.
Continuamos comprados a 198,00 posiçao tomada pelo gráfico de 60 minutos onde fez fundo duplo e nos deu a oportunidade de entrar com stop curto.Procuro oportunidade para desfazer da posição e umq boa oportunidade para entrar comprado para o próximo vencimento março de 2.011.
Tenham toda uma boa semana e que Deus abençoe a todos.
Wagner Pimentel
WWW.cafezinhocomamigos.blogspot.com
sexta-feira, 19 de novembro de 2010
CFTC: fundos diminuem posições compradas na ICE Futures
CFTC: fundos diminuem posições compradas na ICE Futures
Dados da CFTC (Commodity Futures Trading Commission) divulgados nesta sexta-feira apontaram que os fundos diminuíram suas posições compradas no mercado futuro de café da bolsa de Nova Iorque, refletindo as fortes perdas processadas no final da semana passada. Segundo os números apresentados, levando-se em consideração apenas as posições futuras, sem as opções, os grandes fundos possuíam 33.865 posições líquidas long (40.889 posições long — compradas — e 7.024 posições short — vendidas) no último dia 16 de novembro. No relatório anterior, referente a 09 de novembro, eles tinham em mãos 42.146 posições líquidas long (53.926 posições long — compradas — e 11.780 posições short — vendidas). As empresas comerciais registravam, no dia 16, um saldo de 35.871 posições líquidas short (70.728 posições compradas e 106.599 vendidas). No relatório anterior, elas sustentavam 45.661 posições líquidas short (70.704 posições compradas e 116.365 vendidas). Os pequenos operadores tinham, na terça-feira passada na ICE Futures US, um total de 2.006 posições líquidas compradas, sendo 5.727 compradas e 3.721 vendidas. No relatório referente a 09 de novembro, por sua vez, eles apresentavam 3.542 posições líquidas compradas, sendo 7.041 compradas e 3.499 vendidas. As posições em aberto na bolsa norte-americana eram de 133.788 lotes no dia 16 de novembro, ao passo que na semana anterior elas somaram 148.813 lotes.
Dados da CFTC (Commodity Futures Trading Commission) divulgados nesta sexta-feira apontaram que os fundos diminuíram suas posições compradas no mercado futuro de café da bolsa de Nova Iorque, refletindo as fortes perdas processadas no final da semana passada. Segundo os números apresentados, levando-se em consideração apenas as posições futuras, sem as opções, os grandes fundos possuíam 33.865 posições líquidas long (40.889 posições long — compradas — e 7.024 posições short — vendidas) no último dia 16 de novembro. No relatório anterior, referente a 09 de novembro, eles tinham em mãos 42.146 posições líquidas long (53.926 posições long — compradas — e 11.780 posições short — vendidas). As empresas comerciais registravam, no dia 16, um saldo de 35.871 posições líquidas short (70.728 posições compradas e 106.599 vendidas). No relatório anterior, elas sustentavam 45.661 posições líquidas short (70.704 posições compradas e 116.365 vendidas). Os pequenos operadores tinham, na terça-feira passada na ICE Futures US, um total de 2.006 posições líquidas compradas, sendo 5.727 compradas e 3.721 vendidas. No relatório referente a 09 de novembro, por sua vez, eles apresentavam 3.542 posições líquidas compradas, sendo 7.041 compradas e 3.499 vendidas. As posições em aberto na bolsa norte-americana eram de 133.788 lotes no dia 16 de novembro, ao passo que na semana anterior elas somaram 148.813 lotes.
quinta-feira, 18 de novembro de 2010
Mercado em alta tensão
Mercado em alta tensão
O mercado do café apesar de estar fazendo algo que de certa forma era esperado, mas a forma que esta trabalhando deixa qualquer trader sem respiração, esta de prender o fôlego.
O fechamento com 920 pontos de alta e ultimo ticker com 1015 pontos mostra a alta tensão deste mercado.
Na semana passada o mercado pagou o preço pelo dia do vencimento das opções e fez um belíssimo rally , parando na máxima de 218,70 no dia 10/11/2010 maior preço dos últimos 13 anos,e depois caiu violentamente fazendo teste do ultimo fundo deixado do gráfico de 60 minutos do dia 3/11/2010 na casa de 192,80 , após respeitar este valor ontem sai em busca do teste do topo sem olhar para trás e com o mercado sabendo que os vendidos terão que recomprar e ou rolar suas posições alimento a fome de lucro dos fundos e dos comprados .
Ontem quando vi este teste de fundo e o seu não rompimento não acreditei sinceramente que o mercado pudesse chegar no topo novamente, mas agora depois do dia de hoje realmente não duvido de nada , o mercado esta aberto e só para quem tem um coração muitíssimo forte para atuar contra esta tendência.
No lado fundamental não existe novidades, os estoques continuam caindo apesar do tamanho da safra brasileira e seus recordes de exportação,o consumo segundos últimos relatórios irão aumentar acima do esperado, comprar mercadoria de qualidade continua mais difícil que nascer cabelo em ovo e o ágio continua sendo pago pelo mercado físico, e pra ajudar o desesperado do governo americano com a intenção de aumentar o consumo e melhorar sua economia jogou mais uma avalanche de dólar no mercado o que certamente ira aumentar a inflação e aumentar os preços das comodities, a tentativa do governo americano de sobre taxar as aplicações certamente não ira dar em nada,e depois do balanço e dos lucros que estes fundos tem com suas operações irão certamente a continuar aplicando.
Na reunião do g-20 a única certeza que temos que o mercado continua o mesmo, cada um por si e Deus por todos e quem pode mais certamente chora menos.
Amanha dia 19/11/2010 será o dia da primeira chamada para os que estão vendidos para a entrega e certificação dos cafés vendidos e pelo mercado de hoje parece previsível o que veremos novo topo .
Com indicadores tendo muito ainda para caminhar com medias virada pra cima com a força do mercado com uma volatilidade em high voltage o alvo da projeção de Fibomacci esta aberta e esperando para ser rompido.
Próxima resistência em 214,2 e topo anterior em 218,7 o rompimento joga para o alvo em 133,80.
O mercado realmente não esta para amador e quem realmente tiver coração entre no lado certo e ajude alimentar a tensão dos vendidos. Suporte nas medias em 205,5.
Vamos esperar amanha para ver o desfecho.
Wagner Pimentel
WWW.cafezinhocomamigos.blogspot.com
O mercado do café apesar de estar fazendo algo que de certa forma era esperado, mas a forma que esta trabalhando deixa qualquer trader sem respiração, esta de prender o fôlego.
O fechamento com 920 pontos de alta e ultimo ticker com 1015 pontos mostra a alta tensão deste mercado.
Na semana passada o mercado pagou o preço pelo dia do vencimento das opções e fez um belíssimo rally , parando na máxima de 218,70 no dia 10/11/2010 maior preço dos últimos 13 anos,e depois caiu violentamente fazendo teste do ultimo fundo deixado do gráfico de 60 minutos do dia 3/11/2010 na casa de 192,80 , após respeitar este valor ontem sai em busca do teste do topo sem olhar para trás e com o mercado sabendo que os vendidos terão que recomprar e ou rolar suas posições alimento a fome de lucro dos fundos e dos comprados .
Ontem quando vi este teste de fundo e o seu não rompimento não acreditei sinceramente que o mercado pudesse chegar no topo novamente, mas agora depois do dia de hoje realmente não duvido de nada , o mercado esta aberto e só para quem tem um coração muitíssimo forte para atuar contra esta tendência.
No lado fundamental não existe novidades, os estoques continuam caindo apesar do tamanho da safra brasileira e seus recordes de exportação,o consumo segundos últimos relatórios irão aumentar acima do esperado, comprar mercadoria de qualidade continua mais difícil que nascer cabelo em ovo e o ágio continua sendo pago pelo mercado físico, e pra ajudar o desesperado do governo americano com a intenção de aumentar o consumo e melhorar sua economia jogou mais uma avalanche de dólar no mercado o que certamente ira aumentar a inflação e aumentar os preços das comodities, a tentativa do governo americano de sobre taxar as aplicações certamente não ira dar em nada,e depois do balanço e dos lucros que estes fundos tem com suas operações irão certamente a continuar aplicando.
Na reunião do g-20 a única certeza que temos que o mercado continua o mesmo, cada um por si e Deus por todos e quem pode mais certamente chora menos.
Amanha dia 19/11/2010 será o dia da primeira chamada para os que estão vendidos para a entrega e certificação dos cafés vendidos e pelo mercado de hoje parece previsível o que veremos novo topo .
Com indicadores tendo muito ainda para caminhar com medias virada pra cima com a força do mercado com uma volatilidade em high voltage o alvo da projeção de Fibomacci esta aberta e esperando para ser rompido.
Próxima resistência em 214,2 e topo anterior em 218,7 o rompimento joga para o alvo em 133,80.
O mercado realmente não esta para amador e quem realmente tiver coração entre no lado certo e ajude alimentar a tensão dos vendidos. Suporte nas medias em 205,5.
Vamos esperar amanha para ver o desfecho.
Wagner Pimentel
WWW.cafezinhocomamigos.blogspot.com
Café: ABIC divulga avaliação dos 10 lotes finalistas do Concurso Nacional de Qualidade
O 7º Concurso Nacional ABIC de Qualidade dos Cafés do Brasil, que este ano está repleto de novidades, entra em sua reta final. A primeira fase foi a da seleção dos melhores lotes, realizada pelas instituições de cada Estado produtor por meio de certames estaduais. Os respectivos lotes vencedores foram inscritos no Concurso Nacional e passaram por avaliação sensorial da Qualidade Global na xícara.
A avaliação dos lotes, novidade desta edição, seguiu as metodologias da SCAA – Specialty Coffee of America e do PQC – Programa de Qualidade do Café da ABIC – Associação Brasileira da Indústria de Café, entidade responsável pelo concurso nacional. Os cafés foram provados às cegas por uma comissão de especialistas, coordenada por Ensei Neto, juiz certificado da SCAA. Foram seguidos os quesitos de cada uma das metodologias, com as notas da SCAA sendo dadas em uma escala de 0 a 100 e as do PQC numa escala de 0 a 10. “As duas metodologias apontaram resultados muito semelhantes e calibrados e as notas mostram que este concurso está sendo disputado por cafés que vão de Muito Bons a Excepcionais”, diz Nathan Herszkowicz, diretor executivo da ABIC.
Os cafés que mais se destacaram na avaliação são de São Paulo. Na categoria Café Natural, a melhor nota foi obtida pelo lote do produtor Márcio Luiz Bergamo Favaro, de Sarutaiá: 85,25 pontos na SCAA e 8,15 no PQC. Na categoria Cereja Descascado, a melhor nota foi dada ao lote do produtor João Antônio Garrote, de Itaí: 89,00 pontos na SCAA e 8,66 pontos no PQC. Na categoria Microlote – novidade deste certame – houve empate entre os lotes dos produtores Zaldenir Gonçalves, do Paraná, e João Emílio Lisboa, de São Paulo. Essa categoria foi criada para permitir a participação de pequenos produtores. O lote é de apenas 2 sacas, enquanto nas demais é de 10 sacas.
Leilão aberto a pessoas físicas
Com base nas notas obtidas, serão fixados os preços de abertura do leilão, o que será anunciado dia 29 de novembro. O pregão é aberto a indústrias, cafeterias, hotéis e pela primeira vez a pessoas físicas. Os lances poderão ser dados para aquisição de 1 saca ou de todo o lote, ou de sacas de diferentes lotes. As empresas podem participar individualmente ou em consórcio. O mesmo para as pessoas físicas, que podem reunir amigos ou a própria família para comprar o seu café.
Amostras de 100 gramas dos cafés finalistas podem ser solicitadas na ABIC, pelo email abic@abic.com.br até dia 30 de novembro, bastando preencher a Ficha de Inscrição do Comprador que está no site da entidade (www.abic.com.br) e a ficha para o lance. Nesta edição, o envio do lance poderá ser feito pela internet, por meio da Ficha de Lance Comprador, também à disposição do site. Os lances deverão ser feitos no período de 29 de novembro a 8 de dezembro, quando encerra o pregão. No dia 10 de novembro será divulgado o resultado. Todo o regulamento também está disponível no site.
Lotes Finalistas
CATEGORIA CAFÉ NATURAL
Produtor
UF
Cidade
Nota SCAA
Nota PQC
Márcio Luiz Bergamo Favaro
SP
Sarutaiá
Nota SCAA 85,25
Nota PQC 8,15
Maria José Junqueira Ceglia
MG
São Lourenço
Nota SCAA 79,00
Nota PQC 7,68
Agrifirma Campo Aberto Agrop.
BA
Luis Eduardo Magalhães
Nota SCAA 76,25
Nota PQC 7,60
Valdir Rodrigues de Souza¹
PR
Jandaia do Sul
Nota SCAA 74,25
Nota PQC 7,34
Obs.: O lote de Jandaia do Sul/PR não participará do leilão por não ter atingido a nota mínima de 75 pontos, conforme Artigo 20º do Regulamento.
CATEGORIA CAFÉ CEREJA DESCASCADA
Produtor
UF
Cidade
Nota SCAA
Nota PQC
João Antonio Garrote
SP
Itaí
Nota SCAA 89,00
Nota PQC 8,66
Lessivan Marcos de Oliveira Pacheco
BA
Brejões
Nota SCAA 84,75
Nota PQC 8,25
Hilda Stein Krohling
ES
Marechal Floriano
Nota SCAA 83,75
Nota PQC 8,10
Luiz Roberto Saldanha Rodrigues
PR
Jacarezinho
Nota SCAA 80,25
Nota PQC 7,93
Ralph de Castro Junqueira
MG
Carmo de Minas
Nota SCAA 79,00
Nota PQC 8,08
CATEGORIA MICROLOTE
Produtor
UF
Cidade
Nota SCAA
Nota PQC
João Emílio Lisboa
SP
Piraju
Nota SCAA 78,75
Nota PQC 8,00
Zaldenir Gonçalves
PR
Londrina
Nota SCAA 78,75
Nota PQC 7,83
CATEGORIA CAFÉ NATURAL - AVALIAÇÃO
Produtor: Márcio Luiz Bérgamo Fávaro - Município: Sarutaiá /SP
Nota SCAA: 85,25 – Nota PQC: 8,15
Descrição: Aroma intenso com presença de notas florais a jasmim, adocicadas como batata doce e fundo a mel. Sabor intenso com notas florais, frutas cítricas, mel e batata doce. Grande acidez licorosa. Encorpado, quase aveludado. Finalização de média-longa persistência agradável, adocicada e cítrica, com discreta adstringência. Apresenta muito bom equilíbrio entre os atributos Sabor- Acidez-Corpo.
Produtor: Maria José Junqueira - Município: São Lourenço / MG
Nota SCAA: 79,00 – Nota PQC: 7,68
Descrição: Aroma de média intensidade com toques herbáceos e leve caramelo ao fundo. Sabor adocicado, cítrico; notas a amêndoas e fundo herbáceo. Acidez adocicada de média intensidade. Corpo de médio a encorpado, aveludado. Finalização de longa persistência com leve adstringência. Apresenta bebida equilibrada entre os atributos Sabor -Acidez- Corpo.
Produtor: Agrifirma Campo Aberto Agropecuária - Município: Luiz Eduardo Magalhães/BA
Nota SCAA: 76,25 – Nota PQC: 7,60
Descrição: Aroma de média intensidade com presença de notas básicas como nozes e caramelo, além de fundo oleoso. Sabor medianamente intenso com notas como nozes, leve adocicado e presença oleosa. Acidez de baixa intensidade e corpo mediano. Finalização de média -longa persistência com adstringência e notas oleosas.
CATEGORIA CAFÉ CEREJA DESCASCADA – AVALIAÇÃO
Produtor: João Antônio Garrote - Município: Itaí/SP
Nota SCAA: 89,00 – Nota PQC: 8,66
Descrição: Aroma intenso a flores brancas e fundo a caramelo. Intenso sabor adocicado com notas de amplo espectro como florais a jasmim, frutas cítricas, amêndoas, caramelo, batata doce e mel. Grande acidez licorosa, por vezes borbulhante. Encorpado, aveludado. Finalização de média- longa persistência de caráter licoroso e fundo cítrico elegante. Excelente equilíbrio entre os atributos Sabor- Acidez- Corpo.
Produtor: Lessivan Marcos de Oliveira Pacheco - Município: Brejões/ BA
Nota SCAA: 84,75 – Nota PQC: 8,25
Descrição: Aroma intenso com notas predominantes de amêndoas e caramelo Sabor de grande intensidade com notas iniciais a amêndoas, seguido de frutas cítricas frescas e fundo a caramelo e chocolate ao leite. Acidez cítrica adocicada de média -alta intensidade. Encorpado delicadamente licoroso. Finalização de média -longa persistência. Muito bom equilíbrio entre os atributos Sabor- Acidez-Corpo
Produtor: Hilda Stein Krohling - Município: Marechal Floriano/ ES
Nota SCAA: 83,75 – Nota PQC: 8,10
Descrição: Intenso aroma com notas florais, a caramelo e delicado resinoso como xarope de maple. Aroma de amplo espectro contemplando notas florais como jasmim, caramelo, xarope de maple e fundo resinoso-herbáceo. Acidez cítrica de média-alta intensidade, adocicada. Bebida encorpada, quase licorosa. Finalização de média -longa persistência com leve adstringência. Café de muito bom equilíbrio entre Sabor- Acidez-Corpo.
Produtor: Luiz Roberto Saldanha Rodrigues - Município: Jacarezinho/ PR
Nota SCAA: 80,25 – Nota PQC: 7,93
Descrição: Aroma medianamente intenso, apresentando delicadas notas florais e fundo a frutas. Sabor de média intensidade com bom espectro de notas como floral, frutas cítricas, frutas vermelhas e leve aspereza. Acidez cítrica média a baixa. Corpo medianamente intenso, elegante. Finalização de média persistência com presença de leve adstringência. Bom equilíbrio entre Sabor -Acidez-Corpo.
Produtor: Ralf de Castro Junqueira - Município: Carmo de Minas/ MG
Nota SCAA: 79,00 – Nota PQC: 8,08
Descrição: Café com aroma apresentando notas básicas a caramelo e leve herbáceo ao fundo. Sabor de média intensidade, adocicado, com notas a caramelo, citros e leve herbáceo. Acidez mediana adocicada. Corpo de média -alta intensidade, \"redondo\". Finalização de média persistência com presença de caramelo, leve toque picante e adstringência. Bom equilíbrio entre os atributos Sabor- Acidez-Corpo.
CATEGORIA MICROLOTE - AVALIAÇÃO
Produtor: José Emílio Lisboa - Município: Piraju/SP
Nota SCAA: 78,75 – Nota PQC: 8,00
Descrição: Aroma de média intensidade com presença de notas a caramelo. Sabor de média intensidade com predominância de notas cítricas, leve frutado e fundo a caramelo. Acidez adocicada de média intensidade. Pouco encorpado, apresentando finalização de média-longa persistência, leve aspereza. Equilíbrio mediano entre os atributos Sabor- Acidez-Corpo.
Produtor: Zaldenir Gonçalves - Município: Londrina/ PR
Nota SCAA: 78,75 – Nota PQC: 7,83
Descrição: Aroma de média intensidade com notas como frutas amarelas e vermelhas, leve fundo a caramelo. Sabor de média intensidade com presença de notas a compotas de frutas e
leve aspereza. Medianamente encorpado. Acidez adocicada de média intensidade. Finalização de média longa persistência com leve adstringência. Café equilibrado em Sabor- Acidez-Corpo.
A avaliação dos lotes, novidade desta edição, seguiu as metodologias da SCAA – Specialty Coffee of America e do PQC – Programa de Qualidade do Café da ABIC – Associação Brasileira da Indústria de Café, entidade responsável pelo concurso nacional. Os cafés foram provados às cegas por uma comissão de especialistas, coordenada por Ensei Neto, juiz certificado da SCAA. Foram seguidos os quesitos de cada uma das metodologias, com as notas da SCAA sendo dadas em uma escala de 0 a 100 e as do PQC numa escala de 0 a 10. “As duas metodologias apontaram resultados muito semelhantes e calibrados e as notas mostram que este concurso está sendo disputado por cafés que vão de Muito Bons a Excepcionais”, diz Nathan Herszkowicz, diretor executivo da ABIC.
Os cafés que mais se destacaram na avaliação são de São Paulo. Na categoria Café Natural, a melhor nota foi obtida pelo lote do produtor Márcio Luiz Bergamo Favaro, de Sarutaiá: 85,25 pontos na SCAA e 8,15 no PQC. Na categoria Cereja Descascado, a melhor nota foi dada ao lote do produtor João Antônio Garrote, de Itaí: 89,00 pontos na SCAA e 8,66 pontos no PQC. Na categoria Microlote – novidade deste certame – houve empate entre os lotes dos produtores Zaldenir Gonçalves, do Paraná, e João Emílio Lisboa, de São Paulo. Essa categoria foi criada para permitir a participação de pequenos produtores. O lote é de apenas 2 sacas, enquanto nas demais é de 10 sacas.
Leilão aberto a pessoas físicas
Com base nas notas obtidas, serão fixados os preços de abertura do leilão, o que será anunciado dia 29 de novembro. O pregão é aberto a indústrias, cafeterias, hotéis e pela primeira vez a pessoas físicas. Os lances poderão ser dados para aquisição de 1 saca ou de todo o lote, ou de sacas de diferentes lotes. As empresas podem participar individualmente ou em consórcio. O mesmo para as pessoas físicas, que podem reunir amigos ou a própria família para comprar o seu café.
Amostras de 100 gramas dos cafés finalistas podem ser solicitadas na ABIC, pelo email abic@abic.com.br até dia 30 de novembro, bastando preencher a Ficha de Inscrição do Comprador que está no site da entidade (www.abic.com.br) e a ficha para o lance. Nesta edição, o envio do lance poderá ser feito pela internet, por meio da Ficha de Lance Comprador, também à disposição do site. Os lances deverão ser feitos no período de 29 de novembro a 8 de dezembro, quando encerra o pregão. No dia 10 de novembro será divulgado o resultado. Todo o regulamento também está disponível no site.
Lotes Finalistas
CATEGORIA CAFÉ NATURAL
Produtor
UF
Cidade
Nota SCAA
Nota PQC
Márcio Luiz Bergamo Favaro
SP
Sarutaiá
Nota SCAA 85,25
Nota PQC 8,15
Maria José Junqueira Ceglia
MG
São Lourenço
Nota SCAA 79,00
Nota PQC 7,68
Agrifirma Campo Aberto Agrop.
BA
Luis Eduardo Magalhães
Nota SCAA 76,25
Nota PQC 7,60
Valdir Rodrigues de Souza¹
PR
Jandaia do Sul
Nota SCAA 74,25
Nota PQC 7,34
Obs.: O lote de Jandaia do Sul/PR não participará do leilão por não ter atingido a nota mínima de 75 pontos, conforme Artigo 20º do Regulamento.
CATEGORIA CAFÉ CEREJA DESCASCADA
Produtor
UF
Cidade
Nota SCAA
Nota PQC
João Antonio Garrote
SP
Itaí
Nota SCAA 89,00
Nota PQC 8,66
Lessivan Marcos de Oliveira Pacheco
BA
Brejões
Nota SCAA 84,75
Nota PQC 8,25
Hilda Stein Krohling
ES
Marechal Floriano
Nota SCAA 83,75
Nota PQC 8,10
Luiz Roberto Saldanha Rodrigues
PR
Jacarezinho
Nota SCAA 80,25
Nota PQC 7,93
Ralph de Castro Junqueira
MG
Carmo de Minas
Nota SCAA 79,00
Nota PQC 8,08
CATEGORIA MICROLOTE
Produtor
UF
Cidade
Nota SCAA
Nota PQC
João Emílio Lisboa
SP
Piraju
Nota SCAA 78,75
Nota PQC 8,00
Zaldenir Gonçalves
PR
Londrina
Nota SCAA 78,75
Nota PQC 7,83
CATEGORIA CAFÉ NATURAL - AVALIAÇÃO
Produtor: Márcio Luiz Bérgamo Fávaro - Município: Sarutaiá /SP
Nota SCAA: 85,25 – Nota PQC: 8,15
Descrição: Aroma intenso com presença de notas florais a jasmim, adocicadas como batata doce e fundo a mel. Sabor intenso com notas florais, frutas cítricas, mel e batata doce. Grande acidez licorosa. Encorpado, quase aveludado. Finalização de média-longa persistência agradável, adocicada e cítrica, com discreta adstringência. Apresenta muito bom equilíbrio entre os atributos Sabor- Acidez-Corpo.
Produtor: Maria José Junqueira - Município: São Lourenço / MG
Nota SCAA: 79,00 – Nota PQC: 7,68
Descrição: Aroma de média intensidade com toques herbáceos e leve caramelo ao fundo. Sabor adocicado, cítrico; notas a amêndoas e fundo herbáceo. Acidez adocicada de média intensidade. Corpo de médio a encorpado, aveludado. Finalização de longa persistência com leve adstringência. Apresenta bebida equilibrada entre os atributos Sabor -Acidez- Corpo.
Produtor: Agrifirma Campo Aberto Agropecuária - Município: Luiz Eduardo Magalhães/BA
Nota SCAA: 76,25 – Nota PQC: 7,60
Descrição: Aroma de média intensidade com presença de notas básicas como nozes e caramelo, além de fundo oleoso. Sabor medianamente intenso com notas como nozes, leve adocicado e presença oleosa. Acidez de baixa intensidade e corpo mediano. Finalização de média -longa persistência com adstringência e notas oleosas.
CATEGORIA CAFÉ CEREJA DESCASCADA – AVALIAÇÃO
Produtor: João Antônio Garrote - Município: Itaí/SP
Nota SCAA: 89,00 – Nota PQC: 8,66
Descrição: Aroma intenso a flores brancas e fundo a caramelo. Intenso sabor adocicado com notas de amplo espectro como florais a jasmim, frutas cítricas, amêndoas, caramelo, batata doce e mel. Grande acidez licorosa, por vezes borbulhante. Encorpado, aveludado. Finalização de média- longa persistência de caráter licoroso e fundo cítrico elegante. Excelente equilíbrio entre os atributos Sabor- Acidez- Corpo.
Produtor: Lessivan Marcos de Oliveira Pacheco - Município: Brejões/ BA
Nota SCAA: 84,75 – Nota PQC: 8,25
Descrição: Aroma intenso com notas predominantes de amêndoas e caramelo Sabor de grande intensidade com notas iniciais a amêndoas, seguido de frutas cítricas frescas e fundo a caramelo e chocolate ao leite. Acidez cítrica adocicada de média -alta intensidade. Encorpado delicadamente licoroso. Finalização de média -longa persistência. Muito bom equilíbrio entre os atributos Sabor- Acidez-Corpo
Produtor: Hilda Stein Krohling - Município: Marechal Floriano/ ES
Nota SCAA: 83,75 – Nota PQC: 8,10
Descrição: Intenso aroma com notas florais, a caramelo e delicado resinoso como xarope de maple. Aroma de amplo espectro contemplando notas florais como jasmim, caramelo, xarope de maple e fundo resinoso-herbáceo. Acidez cítrica de média-alta intensidade, adocicada. Bebida encorpada, quase licorosa. Finalização de média -longa persistência com leve adstringência. Café de muito bom equilíbrio entre Sabor- Acidez-Corpo.
Produtor: Luiz Roberto Saldanha Rodrigues - Município: Jacarezinho/ PR
Nota SCAA: 80,25 – Nota PQC: 7,93
Descrição: Aroma medianamente intenso, apresentando delicadas notas florais e fundo a frutas. Sabor de média intensidade com bom espectro de notas como floral, frutas cítricas, frutas vermelhas e leve aspereza. Acidez cítrica média a baixa. Corpo medianamente intenso, elegante. Finalização de média persistência com presença de leve adstringência. Bom equilíbrio entre Sabor -Acidez-Corpo.
Produtor: Ralf de Castro Junqueira - Município: Carmo de Minas/ MG
Nota SCAA: 79,00 – Nota PQC: 8,08
Descrição: Café com aroma apresentando notas básicas a caramelo e leve herbáceo ao fundo. Sabor de média intensidade, adocicado, com notas a caramelo, citros e leve herbáceo. Acidez mediana adocicada. Corpo de média -alta intensidade, \"redondo\". Finalização de média persistência com presença de caramelo, leve toque picante e adstringência. Bom equilíbrio entre os atributos Sabor- Acidez-Corpo.
CATEGORIA MICROLOTE - AVALIAÇÃO
Produtor: José Emílio Lisboa - Município: Piraju/SP
Nota SCAA: 78,75 – Nota PQC: 8,00
Descrição: Aroma de média intensidade com presença de notas a caramelo. Sabor de média intensidade com predominância de notas cítricas, leve frutado e fundo a caramelo. Acidez adocicada de média intensidade. Pouco encorpado, apresentando finalização de média-longa persistência, leve aspereza. Equilíbrio mediano entre os atributos Sabor- Acidez-Corpo.
Produtor: Zaldenir Gonçalves - Município: Londrina/ PR
Nota SCAA: 78,75 – Nota PQC: 7,83
Descrição: Aroma de média intensidade com notas como frutas amarelas e vermelhas, leve fundo a caramelo. Sabor de média intensidade com presença de notas a compotas de frutas e
leve aspereza. Medianamente encorpado. Acidez adocicada de média intensidade. Finalização de média longa persistência com leve adstringência. Café equilibrado em Sabor- Acidez-Corpo.
Boletim Diario do Mercado de Café - 17 Novembro 2010
Hencorp Commcor
O fechamento do café arábica BMF para o vencimento Dez/10 foi a US$ 236,60 com 1,50 de alta, totalizando um volume de 3.389 contratos. Saiu Spread de Dez/Mar de 3,30 a 3,80; Dez/Set -1,50 a -0,50; Mar/Set de -5,05 a -4,00 . Observamos arbitragem Dez/Dez com -19,80 a -21,00; Dez/Mar de -22,50 a -24,20; Mar/Mar de -20,50 a 21,00; Set/Set de -20,25 a -21,00. O mercado de café BMF abriu em baixa atingindo a mínima de 231,50,porem o mercado consegui inverter a tendência de baixa depois de muita oscilação e acomodação de preços intra diários e fechando com leve alta .
O Mercado físico de café trabalhou o dia com uma melhora de preços com negócios pra Cafes finos a R$ 360,00. Para cafés Safra 10/11 de R$ 350,00 a R$ 355,00, com 15% de catação, e para cafés com 20% de catação R$ 345,00 a 350,00.
O mercado de café para o vencimento Março encerrou cotado a 202,85, com 235 pontos de alta, e range entre 198,30 e 203,80. Após sessão onde o contrato de café terminou o dia cotado a 200,50, com uma retração de 675 pontos, onde segundo a Dow Jones Newswires, analistas disseram que houve uma fuga das commodities para o dólar por conta das preocupações em relação ao endividamento de países europeus e da possibilidade de a China tomar medidas para controlar sua inflação, a cotação do café trabalhou no dia de hoje com bastante volatilidade e muita oscilação em um range de 550 pontos.
Iniciando o dia ainda com os sintomas da ultima sessão a commodity buscou marcar a mínima do dia a 198,30, onde observamos certo suporte. Sentindo algum volume de compras o grão voltou para o campo positivo e se apoiando em fatores externos, principalmente na perda de valor do dolar frente ao euro, buscou rapidamente a máxima diária a 203,80.
Na mesma velocidade em que observamos o café buscar a máxima do dia, vimos voltar para níveis perto do inalterado, onde mais uma vez se apoiando no cambio, lentamente observamos uma apreciação até encerrar odia cotado a 202,85. Vale lembrar que cerca de 28% do volume diário foram representados pelo spread Dec10/Mar11, uma vez que entregas de café dezembro iniciam neste próximo dia 19, e atuou na sessão de hoje num range de -3,15 a -2,55, fechando cotado a -3,15. As médias móveis de 40, 100 e 200dias estão compreendidas em 194,80 / 182,80 e 162,40 respectivamente.
De acordo com a Cecafé, os embarques de Novembro (entre os dias 01e 17) somam 1.175.644 sacas, uma variação negativa de 23,5% em relação ao mesmo período do mês anterior. O café Londres Janeiro/11 encerrou cotado a 1858, com 2 pontos de alta, num range de 1815 e 1869.
O fechamento do café arábica BMF para o vencimento Dez/10 foi a US$ 236,60 com 1,50 de alta, totalizando um volume de 3.389 contratos. Saiu Spread de Dez/Mar de 3,30 a 3,80; Dez/Set -1,50 a -0,50; Mar/Set de -5,05 a -4,00 . Observamos arbitragem Dez/Dez com -19,80 a -21,00; Dez/Mar de -22,50 a -24,20; Mar/Mar de -20,50 a 21,00; Set/Set de -20,25 a -21,00. O mercado de café BMF abriu em baixa atingindo a mínima de 231,50,porem o mercado consegui inverter a tendência de baixa depois de muita oscilação e acomodação de preços intra diários e fechando com leve alta .
O Mercado físico de café trabalhou o dia com uma melhora de preços com negócios pra Cafes finos a R$ 360,00. Para cafés Safra 10/11 de R$ 350,00 a R$ 355,00, com 15% de catação, e para cafés com 20% de catação R$ 345,00 a 350,00.
O mercado de café para o vencimento Março encerrou cotado a 202,85, com 235 pontos de alta, e range entre 198,30 e 203,80. Após sessão onde o contrato de café terminou o dia cotado a 200,50, com uma retração de 675 pontos, onde segundo a Dow Jones Newswires, analistas disseram que houve uma fuga das commodities para o dólar por conta das preocupações em relação ao endividamento de países europeus e da possibilidade de a China tomar medidas para controlar sua inflação, a cotação do café trabalhou no dia de hoje com bastante volatilidade e muita oscilação em um range de 550 pontos.
Iniciando o dia ainda com os sintomas da ultima sessão a commodity buscou marcar a mínima do dia a 198,30, onde observamos certo suporte. Sentindo algum volume de compras o grão voltou para o campo positivo e se apoiando em fatores externos, principalmente na perda de valor do dolar frente ao euro, buscou rapidamente a máxima diária a 203,80.
Na mesma velocidade em que observamos o café buscar a máxima do dia, vimos voltar para níveis perto do inalterado, onde mais uma vez se apoiando no cambio, lentamente observamos uma apreciação até encerrar odia cotado a 202,85. Vale lembrar que cerca de 28% do volume diário foram representados pelo spread Dec10/Mar11, uma vez que entregas de café dezembro iniciam neste próximo dia 19, e atuou na sessão de hoje num range de -3,15 a -2,55, fechando cotado a -3,15. As médias móveis de 40, 100 e 200dias estão compreendidas em 194,80 / 182,80 e 162,40 respectivamente.
De acordo com a Cecafé, os embarques de Novembro (entre os dias 01e 17) somam 1.175.644 sacas, uma variação negativa de 23,5% em relação ao mesmo período do mês anterior. O café Londres Janeiro/11 encerrou cotado a 1858, com 2 pontos de alta, num range de 1815 e 1869.
Incompetência monetária
Incompetência monetária
Trata-se de aproveitar a crise dos parceiros desenvolvidos para criar um
ambiente de maturidade econômica
Poucas vezes na história econômica, uma única medida monetária teve um objetivo
tão errado e um efeito tão adverso quanto a decisão do Federal Reserve (Fed,
banco central americano) de injetar liquidez da ordem de US$ 600 bilhões por
meio de operação de recompra de papéis do próprio Tesouro dos EUA.
Qualquer que seja o ângulo pelo qual se analise a decisão, nenhum ajuda a
redimir o Fed da incompetência monetária.
Primeiro: falha no objetivo a que se propôs de estimular a economia interna com
a farta distribuição de liquidez. O motivo da inoperância da medida tem a ver
com a racionalidade dos americanos que, diante de taxas de desemprego ainda
muito elevadas e sem a perspectiva de que dias melhores virão no curto e médio
prazos, têm se esquivado de tomar empréstimo. Os bancos, por seu lado,
temerosos de micarem com credores inadimplentes, preferem manter o dinheiro em
caixa. A economia, no geral, não se move e o dinheiro tende a circular menos.
Não é algo que possa ser resolvido com liquidez. Há um forte elemento
psicológico envolvido no cenário da recessão dos Estados Unidos. Afinal, de que
serve ter dólares se não há confiança nem mesmo daqueles que têm emprego quanto
ao futuro da sua renda?
O gráfico abaixo, elaborado pela Consultoria Tendências, mostra bem a nulidade
daquela medida de expansão monetária. Os dados são do próprio Fed e mostram a
evolução do multiplicador monetário nos Estados Unidos. Desde setembro do ano
passado, o indicador tem se mantido abaixo de um, considerando a razão entre o
M1 (meios de pagamento no conceito mais simples) e a base monetária, que é a
emissão primária de moeda. Significa que o sistema bancário não tem sido capaz
de girar os dólares em ritmo suficiente para colocar a economia em andamento.
Segundo, o dólar é a moeda mais conversível do mundo. Isso dá ao seu emissor um
enorme poder de influência nos mercados de moedas em geral. Ao injetar soma
altíssima de moeda no circuito bancário dos Estados Unidos, e em não havendo
demanda interna para tanto dinheiro, os dólares acabam tomando outras direções.
Vão ajudar a irrigar outras economias que, a rigor, não precisam de mais
liquidez.
Terceiro, todo o movimento do dólar a partir da decisão do Fed tem o efeito de
contribuir para as chamadas operações de "carry-over", estimuladas pelos ganhos
pelo diferencial de taxas de juros entre os Estados Unidos e os países em
desenvolvimento que não conseguiram até aqui se desvincularem da rigidez
monetária do passado, contribuindo assim para alimentar os problemas criados
com o excesso de dólares no mercado.
Enquanto isso, os bancos europeus (em especial os alemães e belgas, mais
carregados de ativos duvidosos) se afundam com as perspectivas de insolvência
da dívida soberana de países como a Irlanda, Espanha, Portugal e etc..., a
ponto das pessoas começarem a colocar em dúvida o futuro do euro. É mais um
petardo complicado de mastigar no cenário global que não mostra sinais
positivos no horizonte.
Isso sem falar na China, que começa a se preocupar com os efeitos da crise e
que não pode de jeito nenhum passar por uma recessão do tipo da que assola os
Estados Unidos. Lá, ainda há milhões de bocas para serem alimentadas, de um
lado, e uma classe média que se acostumou com um padrão de vida elevado.
Politicamente, para o partido comunista chinês, seria uma situação difícil de
gerenciar. O sudeste asiático se mantém à mercê dos ventos que sopram na China;
e, no Japão, a economia continua sem ir para frente e nem para trás.
Na América Latina, tudo parece andar dentro do esperado na medida daquilo que
pode ser esperado, tendo em vista as circunstâncias.
O Brasil aflora na região como se fosse o verdadeiro pedaço do paraíso na
terra, mas tende a não ficar imune aos efeitos da crise internacional. Como já
se disse aqui, não há nenhum motivo no momento para maiores preocupações com o
déficit em conta corrente do país, mas há sim com os efeitos que a enxurrada de
dólares promovida pelo Fed poderá ter sobre a economia do país.
Não se trata apenas da valorização do real. O que está em jogo, em meio à
confusão generalizada, é a capacidade do próximo governo em desenvolver uma
política econômica que possa manter a estabilidade da inflação independente da
política cambial e praticar juros que realmente tenham a ver com o valor
aquisitivo da moeda nacional e não com a preocupação de atrair capital
externo. Enfim, trata-se de aproveitar a crise dos parceiros desenvolvidos para
criar um ambiente de maturidade econômica interna, enquanto há tempo.
Maria Clara R. M. do Prado, jornalista, é sócia diretora da Cin - Comunicação
Inteligente e autora do livro "A Real História do Real".
Trata-se de aproveitar a crise dos parceiros desenvolvidos para criar um
ambiente de maturidade econômica
Poucas vezes na história econômica, uma única medida monetária teve um objetivo
tão errado e um efeito tão adverso quanto a decisão do Federal Reserve (Fed,
banco central americano) de injetar liquidez da ordem de US$ 600 bilhões por
meio de operação de recompra de papéis do próprio Tesouro dos EUA.
Qualquer que seja o ângulo pelo qual se analise a decisão, nenhum ajuda a
redimir o Fed da incompetência monetária.
Primeiro: falha no objetivo a que se propôs de estimular a economia interna com
a farta distribuição de liquidez. O motivo da inoperância da medida tem a ver
com a racionalidade dos americanos que, diante de taxas de desemprego ainda
muito elevadas e sem a perspectiva de que dias melhores virão no curto e médio
prazos, têm se esquivado de tomar empréstimo. Os bancos, por seu lado,
temerosos de micarem com credores inadimplentes, preferem manter o dinheiro em
caixa. A economia, no geral, não se move e o dinheiro tende a circular menos.
Não é algo que possa ser resolvido com liquidez. Há um forte elemento
psicológico envolvido no cenário da recessão dos Estados Unidos. Afinal, de que
serve ter dólares se não há confiança nem mesmo daqueles que têm emprego quanto
ao futuro da sua renda?
O gráfico abaixo, elaborado pela Consultoria Tendências, mostra bem a nulidade
daquela medida de expansão monetária. Os dados são do próprio Fed e mostram a
evolução do multiplicador monetário nos Estados Unidos. Desde setembro do ano
passado, o indicador tem se mantido abaixo de um, considerando a razão entre o
M1 (meios de pagamento no conceito mais simples) e a base monetária, que é a
emissão primária de moeda. Significa que o sistema bancário não tem sido capaz
de girar os dólares em ritmo suficiente para colocar a economia em andamento.
Segundo, o dólar é a moeda mais conversível do mundo. Isso dá ao seu emissor um
enorme poder de influência nos mercados de moedas em geral. Ao injetar soma
altíssima de moeda no circuito bancário dos Estados Unidos, e em não havendo
demanda interna para tanto dinheiro, os dólares acabam tomando outras direções.
Vão ajudar a irrigar outras economias que, a rigor, não precisam de mais
liquidez.
Terceiro, todo o movimento do dólar a partir da decisão do Fed tem o efeito de
contribuir para as chamadas operações de "carry-over", estimuladas pelos ganhos
pelo diferencial de taxas de juros entre os Estados Unidos e os países em
desenvolvimento que não conseguiram até aqui se desvincularem da rigidez
monetária do passado, contribuindo assim para alimentar os problemas criados
com o excesso de dólares no mercado.
Enquanto isso, os bancos europeus (em especial os alemães e belgas, mais
carregados de ativos duvidosos) se afundam com as perspectivas de insolvência
da dívida soberana de países como a Irlanda, Espanha, Portugal e etc..., a
ponto das pessoas começarem a colocar em dúvida o futuro do euro. É mais um
petardo complicado de mastigar no cenário global que não mostra sinais
positivos no horizonte.
Isso sem falar na China, que começa a se preocupar com os efeitos da crise e
que não pode de jeito nenhum passar por uma recessão do tipo da que assola os
Estados Unidos. Lá, ainda há milhões de bocas para serem alimentadas, de um
lado, e uma classe média que se acostumou com um padrão de vida elevado.
Politicamente, para o partido comunista chinês, seria uma situação difícil de
gerenciar. O sudeste asiático se mantém à mercê dos ventos que sopram na China;
e, no Japão, a economia continua sem ir para frente e nem para trás.
Na América Latina, tudo parece andar dentro do esperado na medida daquilo que
pode ser esperado, tendo em vista as circunstâncias.
O Brasil aflora na região como se fosse o verdadeiro pedaço do paraíso na
terra, mas tende a não ficar imune aos efeitos da crise internacional. Como já
se disse aqui, não há nenhum motivo no momento para maiores preocupações com o
déficit em conta corrente do país, mas há sim com os efeitos que a enxurrada de
dólares promovida pelo Fed poderá ter sobre a economia do país.
Não se trata apenas da valorização do real. O que está em jogo, em meio à
confusão generalizada, é a capacidade do próximo governo em desenvolver uma
política econômica que possa manter a estabilidade da inflação independente da
política cambial e praticar juros que realmente tenham a ver com o valor
aquisitivo da moeda nacional e não com a preocupação de atrair capital
externo. Enfim, trata-se de aproveitar a crise dos parceiros desenvolvidos para
criar um ambiente de maturidade econômica interna, enquanto há tempo.
Maria Clara R. M. do Prado, jornalista, é sócia diretora da Cin - Comunicação
Inteligente e autora do livro "A Real História do Real".
quarta-feira, 17 de novembro de 2010
Os dez mandamentos para os investidores em ações e comodities
Os dez mandamentos para os investidores em ações e comodities
Gosto de trabalhar com analogias e exemplos do cotidiano para transmitir conceitos para o sucesso dos investidores. Desta vez, a inspiração veio dos 10 Mandamentos.
Independentemente de você ser religioso ou não, sugiro que siga à risca os passos que serão apresentados para alcançar resultados mais interessantes.
1) Tenha um objetivo acima de qualquer coisa
Vai investir em ações? Legal! Mas quanto você tem? Quais são as metas? O que espera atingir e em quanto tempo? Quer fazer da bolsa a sua profissão? Isso precisa estar bem claro. Ganhar dinheiro e ficar rico não são objetivos, mas consequências de quem traçou um plano sólido.
2) Não deixe de estudar
Tendo seus objetivos definidos é hora de aprender sobre o mercado. Entender o que é a bolsa leva tempo e exige uma dedicação e preparação contínuas. Crie o hábito de ler livros, jornais e revistas especializadas, além de participar de cursos e palestras.
3) Tenha noção exata do tempo de que dispõe para investir
Você trabalha o dia todo e quer fazer daytrade? Esqueça! Fazer isso é pegar um atalho para destruir seu patrimônio. Você precisa adaptar sua realidade de vida à sua realidade de investidor. Se o tempo for escasso, aposte em operações que exigem menos atenção em tempo real. A ganância é sua maior inimiga!
4) Tenha (muita) disciplina
É só vivenciando o dia a dia que você vai ganhar experiência e entender o timing do mercado. Fazer do ato de investir uma rotina é fundamental. Faça um controle de suas operações, registre cada negócio e acompanhe seus erros e acertos. Isso tudo será útil para definir seu perfil.
5 ) Seja paciente
O início é sempre muito complicado. Os erros são mais comuns que os acertos e nem sempre o resultado esperado vem. Mas isso tudo faz parte de um processo de aprendizado comum a todos. Comece com cautela e valores reduzidos. Aceitar perdas é difícil, mas torna mais fácil quando as cifras são menores. A “pegada” estratégica só virá com o passar do tempo. Seja paciente e dedicado que o resultado virá!
6) Controle seu ambiente
Possuir uma máquina de qualidade, internet confiável e uma conexão reserva é essencial! Seu ambiente físico precisa estar sob seu completo controle. Evite distrações e tenha foco!
7) Tenha uma plataforma de qualidade
Lamentavelmente muitos investidores escolhem sua plataforma com base no preço. Não que a mais cara seja a melhor e que a mais barata seja a pior, mas é preciso saber quais são as suas necessidades. Muitas vezes uma plataforma cara, cheia de recursos pode não ser útil. A dica é testar o máximo que puder. Você pode perfeitamente encontrar uma ótima plataforma que atenda às suas necessidades a um custo muito inferior ao que estaria disposto a pagar.
Uma boa corretora é fundamental
Antes de mais nada, esqueça o critério preço como um fator de decisão. Lembre-se de que a corretora é sua parceira para realizar negócios. Se ela oferece tudo o que você precisa a preços baixos, ótimo. Mas preste atenção para não cair em discursos de marketing. Em resumo, você precisa ter: suporte e atendimento a qualquer hora do dia através de diferentes canais, plataforma estável, relatórios que ajudem na tomada de decisão, recomendações de compra e venda em tempo real etc. Encontre corretoras que possam te entregar esse material e depois veja quais têm os melhores preços.
9) Não esqueça sua vida pessoal
O nono mandamento foge da esfera de investimentos e aterrisa em sua vida privada. Não adianta você se arrebentar na bolsa, investir loucamente e enriquecer a custa de sua saúde, atenção à família, amigos e demais aspectos essenciais de sua vida pessoal. A bolsa é estressante e você não deve levar isso para fora do pregão. Assim como não deve levar seus problemas pessoais para a mesa de operação.
10) Certeza do sucesso
O último mandamento nada mais é senão a consequência de cumprir os nove anteriores. Importante entender, no entanto, que sucesso não significa ganhar dinheiro, mas saber os caminhos para conseguir isso de forma racional e sustentável. O retorno financeiro é mera consequência de um processo bem elaborado e bem gerenciado.
Marcelo Coutinho é sócio-presidente do YouTrade, empresa de educação financeira
Gosto de trabalhar com analogias e exemplos do cotidiano para transmitir conceitos para o sucesso dos investidores. Desta vez, a inspiração veio dos 10 Mandamentos.
Independentemente de você ser religioso ou não, sugiro que siga à risca os passos que serão apresentados para alcançar resultados mais interessantes.
1) Tenha um objetivo acima de qualquer coisa
Vai investir em ações? Legal! Mas quanto você tem? Quais são as metas? O que espera atingir e em quanto tempo? Quer fazer da bolsa a sua profissão? Isso precisa estar bem claro. Ganhar dinheiro e ficar rico não são objetivos, mas consequências de quem traçou um plano sólido.
2) Não deixe de estudar
Tendo seus objetivos definidos é hora de aprender sobre o mercado. Entender o que é a bolsa leva tempo e exige uma dedicação e preparação contínuas. Crie o hábito de ler livros, jornais e revistas especializadas, além de participar de cursos e palestras.
3) Tenha noção exata do tempo de que dispõe para investir
Você trabalha o dia todo e quer fazer daytrade? Esqueça! Fazer isso é pegar um atalho para destruir seu patrimônio. Você precisa adaptar sua realidade de vida à sua realidade de investidor. Se o tempo for escasso, aposte em operações que exigem menos atenção em tempo real. A ganância é sua maior inimiga!
4) Tenha (muita) disciplina
É só vivenciando o dia a dia que você vai ganhar experiência e entender o timing do mercado. Fazer do ato de investir uma rotina é fundamental. Faça um controle de suas operações, registre cada negócio e acompanhe seus erros e acertos. Isso tudo será útil para definir seu perfil.
5 ) Seja paciente
O início é sempre muito complicado. Os erros são mais comuns que os acertos e nem sempre o resultado esperado vem. Mas isso tudo faz parte de um processo de aprendizado comum a todos. Comece com cautela e valores reduzidos. Aceitar perdas é difícil, mas torna mais fácil quando as cifras são menores. A “pegada” estratégica só virá com o passar do tempo. Seja paciente e dedicado que o resultado virá!
6) Controle seu ambiente
Possuir uma máquina de qualidade, internet confiável e uma conexão reserva é essencial! Seu ambiente físico precisa estar sob seu completo controle. Evite distrações e tenha foco!
7) Tenha uma plataforma de qualidade
Lamentavelmente muitos investidores escolhem sua plataforma com base no preço. Não que a mais cara seja a melhor e que a mais barata seja a pior, mas é preciso saber quais são as suas necessidades. Muitas vezes uma plataforma cara, cheia de recursos pode não ser útil. A dica é testar o máximo que puder. Você pode perfeitamente encontrar uma ótima plataforma que atenda às suas necessidades a um custo muito inferior ao que estaria disposto a pagar.
Uma boa corretora é fundamental
Antes de mais nada, esqueça o critério preço como um fator de decisão. Lembre-se de que a corretora é sua parceira para realizar negócios. Se ela oferece tudo o que você precisa a preços baixos, ótimo. Mas preste atenção para não cair em discursos de marketing. Em resumo, você precisa ter: suporte e atendimento a qualquer hora do dia através de diferentes canais, plataforma estável, relatórios que ajudem na tomada de decisão, recomendações de compra e venda em tempo real etc. Encontre corretoras que possam te entregar esse material e depois veja quais têm os melhores preços.
9) Não esqueça sua vida pessoal
O nono mandamento foge da esfera de investimentos e aterrisa em sua vida privada. Não adianta você se arrebentar na bolsa, investir loucamente e enriquecer a custa de sua saúde, atenção à família, amigos e demais aspectos essenciais de sua vida pessoal. A bolsa é estressante e você não deve levar isso para fora do pregão. Assim como não deve levar seus problemas pessoais para a mesa de operação.
10) Certeza do sucesso
O último mandamento nada mais é senão a consequência de cumprir os nove anteriores. Importante entender, no entanto, que sucesso não significa ganhar dinheiro, mas saber os caminhos para conseguir isso de forma racional e sustentável. O retorno financeiro é mera consequência de um processo bem elaborado e bem gerenciado.
Marcelo Coutinho é sócio-presidente do YouTrade, empresa de educação financeira
Os subterrâneos da guerra de moedas*
Os subterrâneos da guerra de moedas*
Luiz Gonzaga de Mello Belluzzo
Atribulado pela memória das desordens monetárias e cambiais dos anos 20 e 30 do
século passado, Keynes, delegado da Inglaterra em Bretton Woods, propôs a
Clearing Union, uma espécie de Banco Central dos bancos centrais. A Clearing
Union emitiria uma moeda bancária, o bancor, destinada exclusivamente a
liquidar posições entre os bancos centrais. Os negócios privados seriam
realizados nas moedas nacionais que, por sua vez, estariam referidas ao bancor
mediante um sistema de taxas de câmbio fixas, mas ajustáveis. Os déficits e
superávits dos países corresponderiam a reduções ou aumentos das contas dos
bancos centrais nacionais (em bancor) junto à Clearing Union.
O plano apresentado por Keynes buscava uma distribuição mais equitativa do
ajustamento dos desequilíbrios de balanço de pagamento entre deficitários e
superavitários. Isto significava, na verdade - dentro das condicionalidades
estabelecidas - facilitar o crédito aos países deficitários e penalizar os
países superavitários. O propósito de Keynes era evitar os ajustamentos
deflacionários e manter as economias na trajetória do pleno emprego. Ele
imaginava, ademais, que o controle de capitais deveria ser "uma característica
permanente da nova ordem econômica mundial".
Mas a utopia da "moeda supranacional" foi derrotada pelo arranjo internacional
proposto pelo Estado americano, então superavitário e detentor de mais de 60%
das reservas-ouro. Tratava-se, como é óbvio, de preservar o privilégio da
seignoriage. Assim, a supremacia do dólar, já no imediato pós-guerra,
impulsionou a transnacionalização da grande empresa, a ampliação e a
reorientação dos fluxos de comércio, ao promover o investimento "cruzado"
entre os mercados dos países industrializados e suscitar a redistribuição
geográfica da produção manufatureira para a periferia.
A "metástase" do sistema industrial dos países desenvolvidos, particularmente
do americano, foi revigorada pela onda da liberalização financeira e comercial
deflagrada nos anos 80 e ganhou força redobrada na década dos 90. Desde então,
o investimento manufatureiro concentrou-se na China e na Ásia emergente. A
"competitividade" chinesa tornou-se um tormento para os rivais, tanto nos
setores menos qualificados tecnologicamente, quanto, em ritmo acelerado, nas
áreas de tecnologia mais sofisticada. O país tornou-se grande receptor do
investimento direto americano, europeu e japonês e, ao mesmo tempo, ganhou
participação crescente no mercado de bens finais, peças e componentes dos
Estados Unidos e Europa.
Os "desequilíbrios" estão no DNA do exuberante movimento de expansão do
capitalismo do final do século XX e início do XXI
A redistribuição espacial da indústria manufatureira ampliou os desequilíbrios
nos balanços de pagamentos entre os EUA, a Ásia e a Europa, bem como favoreceu
o avanço da chamada globalização financeira. Os EUA foram capazes de atrair
capitais para cobrir os déficits em conta corrente e, assim, mantiveram taxas
de juros baixas, dólar valorizado, importações baratas e calmaria
inflacionária. A ampliação dos déficits em conta corrente dos EUA teve como
contrapartida a rápida acumulação de reservas nos países emergentes - nos
manufatureiros e nos exportadores de commodities, aí incluídos os petroleiros.
Utilizadas na compra de ativos americanos, as reservas dos "poupadores"
ensejaram a espantosa expansão do crédito, fomentaram a inflação de ativos e
estimularam o consumo das famílias. A virtude da temperança incitou os
destemperos da finança que levaram à crise.
Quando eclodiu a crise financeira, os analistas passaram a buscar os
"culpados" pelo desastre. Os partidários dos desajustes entre poupança e
investimento repartem a responsabilidade pelos desequilíbrios globais entre
dois vícios simétricos: os americanos poupam menos do que investem; os
superavitários (sobretudo, os asiáticos - não só a China, mas também o Japão e
outros menos votados) investem menos do que poupam. Os que acusam os
superavitários de manipular a taxa de câmbio sublinham a importância das
estratégias de crescimento dos parceiros emergentes, impulsionadas pela
expansão das exportações, ancoradas nas moedas subvalorizadas.
Essa busca de "individualização" de responsabilidades obscurece o mais
importante: o caráter "fundamental", constitutivo, dos ditos desequilíbrios
globais (bem como dos "excessos" da finança) na determinação das "leis" que
regeram o modo de crescimento da economia global nas últimas décadas.
Não é demasiado repetir que, nos últimos 30 anos, ocorreram profundas
transformações na morfologia e na dinâmica da economia mundial. Ganharam força
três movimentos simultâneos: 1) o avanço da internacionalização financeira
escorada na desregulamentação e na abertura das contas de capital urbi et orbi;
2) a aceleração da reestruturação produtiva, mediante as fusões e aquisições e
o direcionamento dos fluxos de investimento direto para as regiões de menor
custo; 3) as mudanças importantes, daí decorrentes, na divisão internacional do
trabalho e nos padrões de comércio.
As transformações financeiras foram acompanhadas, como é sabido, de mudanças na
estratégia global da concorrência entre as empresas dominantes, com implicações
sobre a natureza e a direção do investimento direto estrangeiro e do progresso
técnico. Não se trata apenas de reafirmar a importância crescente do comércio
intrafirmas, mas de destacar o papel decisivo do "global sourcing", fenômeno
que está presente, sobretudo, nas estratégias de deslocalização e de
investimento que alentaram a competitividade da grande empresa e, de quebra,
ensejaram o crescimento exuberante das economias asiáticas, a China em
particular. Os "desequilíbrios" estão no DNA do exuberante movimento de
expansão do capitalismo do final do século XX e da primeira década do Terceiro
Milênio. Dificilmente serão revertidos mediante um realinhamento entre o
yuan, o dólar e o euro.
*Neste artigo o autor resumiu e atualizou textos publicados no seu livro "Os
antecedentes da Tormenta".
Luiz Gonzaga de Mello Belluzzo, ex-secretário de Política Econômica do
Ministério da Fazenda e professor titular do Instituto de Economia da Unicamp.
Luiz Gonzaga de Mello Belluzzo
Atribulado pela memória das desordens monetárias e cambiais dos anos 20 e 30 do
século passado, Keynes, delegado da Inglaterra em Bretton Woods, propôs a
Clearing Union, uma espécie de Banco Central dos bancos centrais. A Clearing
Union emitiria uma moeda bancária, o bancor, destinada exclusivamente a
liquidar posições entre os bancos centrais. Os negócios privados seriam
realizados nas moedas nacionais que, por sua vez, estariam referidas ao bancor
mediante um sistema de taxas de câmbio fixas, mas ajustáveis. Os déficits e
superávits dos países corresponderiam a reduções ou aumentos das contas dos
bancos centrais nacionais (em bancor) junto à Clearing Union.
O plano apresentado por Keynes buscava uma distribuição mais equitativa do
ajustamento dos desequilíbrios de balanço de pagamento entre deficitários e
superavitários. Isto significava, na verdade - dentro das condicionalidades
estabelecidas - facilitar o crédito aos países deficitários e penalizar os
países superavitários. O propósito de Keynes era evitar os ajustamentos
deflacionários e manter as economias na trajetória do pleno emprego. Ele
imaginava, ademais, que o controle de capitais deveria ser "uma característica
permanente da nova ordem econômica mundial".
Mas a utopia da "moeda supranacional" foi derrotada pelo arranjo internacional
proposto pelo Estado americano, então superavitário e detentor de mais de 60%
das reservas-ouro. Tratava-se, como é óbvio, de preservar o privilégio da
seignoriage. Assim, a supremacia do dólar, já no imediato pós-guerra,
impulsionou a transnacionalização da grande empresa, a ampliação e a
reorientação dos fluxos de comércio, ao promover o investimento "cruzado"
entre os mercados dos países industrializados e suscitar a redistribuição
geográfica da produção manufatureira para a periferia.
A "metástase" do sistema industrial dos países desenvolvidos, particularmente
do americano, foi revigorada pela onda da liberalização financeira e comercial
deflagrada nos anos 80 e ganhou força redobrada na década dos 90. Desde então,
o investimento manufatureiro concentrou-se na China e na Ásia emergente. A
"competitividade" chinesa tornou-se um tormento para os rivais, tanto nos
setores menos qualificados tecnologicamente, quanto, em ritmo acelerado, nas
áreas de tecnologia mais sofisticada. O país tornou-se grande receptor do
investimento direto americano, europeu e japonês e, ao mesmo tempo, ganhou
participação crescente no mercado de bens finais, peças e componentes dos
Estados Unidos e Europa.
Os "desequilíbrios" estão no DNA do exuberante movimento de expansão do
capitalismo do final do século XX e início do XXI
A redistribuição espacial da indústria manufatureira ampliou os desequilíbrios
nos balanços de pagamentos entre os EUA, a Ásia e a Europa, bem como favoreceu
o avanço da chamada globalização financeira. Os EUA foram capazes de atrair
capitais para cobrir os déficits em conta corrente e, assim, mantiveram taxas
de juros baixas, dólar valorizado, importações baratas e calmaria
inflacionária. A ampliação dos déficits em conta corrente dos EUA teve como
contrapartida a rápida acumulação de reservas nos países emergentes - nos
manufatureiros e nos exportadores de commodities, aí incluídos os petroleiros.
Utilizadas na compra de ativos americanos, as reservas dos "poupadores"
ensejaram a espantosa expansão do crédito, fomentaram a inflação de ativos e
estimularam o consumo das famílias. A virtude da temperança incitou os
destemperos da finança que levaram à crise.
Quando eclodiu a crise financeira, os analistas passaram a buscar os
"culpados" pelo desastre. Os partidários dos desajustes entre poupança e
investimento repartem a responsabilidade pelos desequilíbrios globais entre
dois vícios simétricos: os americanos poupam menos do que investem; os
superavitários (sobretudo, os asiáticos - não só a China, mas também o Japão e
outros menos votados) investem menos do que poupam. Os que acusam os
superavitários de manipular a taxa de câmbio sublinham a importância das
estratégias de crescimento dos parceiros emergentes, impulsionadas pela
expansão das exportações, ancoradas nas moedas subvalorizadas.
Essa busca de "individualização" de responsabilidades obscurece o mais
importante: o caráter "fundamental", constitutivo, dos ditos desequilíbrios
globais (bem como dos "excessos" da finança) na determinação das "leis" que
regeram o modo de crescimento da economia global nas últimas décadas.
Não é demasiado repetir que, nos últimos 30 anos, ocorreram profundas
transformações na morfologia e na dinâmica da economia mundial. Ganharam força
três movimentos simultâneos: 1) o avanço da internacionalização financeira
escorada na desregulamentação e na abertura das contas de capital urbi et orbi;
2) a aceleração da reestruturação produtiva, mediante as fusões e aquisições e
o direcionamento dos fluxos de investimento direto para as regiões de menor
custo; 3) as mudanças importantes, daí decorrentes, na divisão internacional do
trabalho e nos padrões de comércio.
As transformações financeiras foram acompanhadas, como é sabido, de mudanças na
estratégia global da concorrência entre as empresas dominantes, com implicações
sobre a natureza e a direção do investimento direto estrangeiro e do progresso
técnico. Não se trata apenas de reafirmar a importância crescente do comércio
intrafirmas, mas de destacar o papel decisivo do "global sourcing", fenômeno
que está presente, sobretudo, nas estratégias de deslocalização e de
investimento que alentaram a competitividade da grande empresa e, de quebra,
ensejaram o crescimento exuberante das economias asiáticas, a China em
particular. Os "desequilíbrios" estão no DNA do exuberante movimento de
expansão do capitalismo do final do século XX e da primeira década do Terceiro
Milênio. Dificilmente serão revertidos mediante um realinhamento entre o
yuan, o dólar e o euro.
*Neste artigo o autor resumiu e atualizou textos publicados no seu livro "Os
antecedentes da Tormenta".
Luiz Gonzaga de Mello Belluzzo, ex-secretário de Política Econômica do
Ministério da Fazenda e professor titular do Instituto de Economia da Unicamp.
Sinal verde para a proliferação dos controles cambiais
Sinal verde para a proliferação dos controles cambiais
A proliferação das medidas de controle de capital será uma das consequências do
insucesso do G-20 em chegar a algum acordo para restaurar o equilíbrio cambial,
na reunião realizada na semana passada, na capital da Coreia do Sul. Um dos
raros pontos de consenso do G-20 foi exatamente permitir que países emergentes
adotem o controle de capital caso estejam experimentando a valorização
indesejada de suas moedas em função do fluxo extraordinário de capital externo.
Por pressão da comitiva brasileira, o documento final da cúpula de Seul incluiu
em um de seus 74 pontos o sinal verde para o controle de capitais, com a bênção
do Fundo Monetário Internacional (FMI).
A recomendação consta do ponto seis do documento de 17 páginas divulgado pela
cúpula, em que o G-20 trata de políticas monetárias e cambiais. O G-20
recomenda aos países adotar taxas de câmbio flexíveis, que reflitam os
fundamentos econômicos, e a evitar a desvalorização competitiva das moedas.
O ponto seis também autoriza países emergentes com reservas adequadas e câmbio
flexível, mas crescentemente apreciado, a recorrer a medidas macroprudenciais -
codinome para controles de capital - para se protegerem da volatilidade
excessiva do mercado causada pelos fluxos de recursos. Oficialmente, o governo
brasileiro afirma não ter nenhuma carta na manga para arrefecer o forte fluxo
de capital que vem recebendo, especialmente neste ano, e explica a apreciação
do real, com redução de competitividade das exportações e aumento das pressões
internas por medidas para evitar a desindustrialização do país. Mas,
seguramente, não se deve descartar novas medidas, principalmente levando-se em
conta a posição combativa que a comitiva brasileira assumiu em Seul.
Há cerca de um ano, em outubro de 2009, o Ministério da Fazenda reintroduziu o
Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) nos investimentos estrangeiros em
renda fixa, com a alíquota de 2%, e, um mês depois, sobre as ações brasileiras
negociadas no exterior, a 1,5%. Neste ano, o IOF sobre renda fixa foi dobrado
para 4% e, pouco depois, passou a 6%. Além disso, o Banco Central (BC) vem
comprando todo o dólar excedente que entra no país.
Os dados indicam que o capital externo não se retraiu significativamente com as
medidas. O balanço do fluxo cambial de outubro mostra a entrada no país de US$
6,91 bilhões, dos quais US$ 5,14 bilhões referentes a operações financeiras - o
segundo maior volume do ano, somente superado pela marca recorde de US$ 13,7
bilhões de setembro, atingida em função dos investimentos estrangeiros atraídos
pela operação de venda de ações da Petrobras.
O arsenal de medidas que o governo brasileiro pode adotar ainda nem foi tocado
e pode incluir o aumento do IOF também para os investimentos em ações, a
ampliação das compras de dólares pelo BC, a cobrança de Imposto de Renda sobre
os rendimentos obtidos pelos investidores estrangeiros e a atuação da
autoridade monetária no mercado futuro de moedas.
O capital externo é atraído para o Brasil por causa das taxas de juros, uma das
mais elevadas do mundo, e também pelos bons resultados do país ao superar a
crise internacional. Mas também influi nesse fluxo anormal de recursos o
excesso de liquidez global, causado pelas políticas monetárias expansionistas
utilizadas pelos governos dos mercados mais desenvolvidos para tentar superar a
crise. O exemplo mais acabado dessa estratégia são os Estados Unidos, que já
injetaram US$ 1,75 trilhão com a compra de títulos em poder dos bancos e agora
preparam-se para despejar mais US$ 900 bilhões nesse tipo de operação. Parte
desses recursos buscam retorno melhor nos mercados emergentes.
Não só o Brasil mas também outros mercados emergentes tomaram medidas de
controle de capital. Depois da crise, aumentaram as medidas de controle do
capital externo, segundo o FMI. No ano passado foram tomadas pouco mais de 100
medidas de controle em comparação com 60 em 2007.
O investimento estrangeiro é normalmente positivo na medida em que complementa
a poupança doméstica e ajuda a financiar o crescimento econômico, dilui as
fontes de capital e contribui para o desenvolvimento do mercado de capitais.
Mas esse fluxo acaba tendo impacto negativo se for tão intenso a ponto de não
ser digerido adequadamente, e causa bolhas de ativos além de depreciar
artificialmente a taxa de câmbio, prejudicando a competitividade do país.
A proliferação das medidas de controle de capital será uma das consequências do
insucesso do G-20 em chegar a algum acordo para restaurar o equilíbrio cambial,
na reunião realizada na semana passada, na capital da Coreia do Sul. Um dos
raros pontos de consenso do G-20 foi exatamente permitir que países emergentes
adotem o controle de capital caso estejam experimentando a valorização
indesejada de suas moedas em função do fluxo extraordinário de capital externo.
Por pressão da comitiva brasileira, o documento final da cúpula de Seul incluiu
em um de seus 74 pontos o sinal verde para o controle de capitais, com a bênção
do Fundo Monetário Internacional (FMI).
A recomendação consta do ponto seis do documento de 17 páginas divulgado pela
cúpula, em que o G-20 trata de políticas monetárias e cambiais. O G-20
recomenda aos países adotar taxas de câmbio flexíveis, que reflitam os
fundamentos econômicos, e a evitar a desvalorização competitiva das moedas.
O ponto seis também autoriza países emergentes com reservas adequadas e câmbio
flexível, mas crescentemente apreciado, a recorrer a medidas macroprudenciais -
codinome para controles de capital - para se protegerem da volatilidade
excessiva do mercado causada pelos fluxos de recursos. Oficialmente, o governo
brasileiro afirma não ter nenhuma carta na manga para arrefecer o forte fluxo
de capital que vem recebendo, especialmente neste ano, e explica a apreciação
do real, com redução de competitividade das exportações e aumento das pressões
internas por medidas para evitar a desindustrialização do país. Mas,
seguramente, não se deve descartar novas medidas, principalmente levando-se em
conta a posição combativa que a comitiva brasileira assumiu em Seul.
Há cerca de um ano, em outubro de 2009, o Ministério da Fazenda reintroduziu o
Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) nos investimentos estrangeiros em
renda fixa, com a alíquota de 2%, e, um mês depois, sobre as ações brasileiras
negociadas no exterior, a 1,5%. Neste ano, o IOF sobre renda fixa foi dobrado
para 4% e, pouco depois, passou a 6%. Além disso, o Banco Central (BC) vem
comprando todo o dólar excedente que entra no país.
Os dados indicam que o capital externo não se retraiu significativamente com as
medidas. O balanço do fluxo cambial de outubro mostra a entrada no país de US$
6,91 bilhões, dos quais US$ 5,14 bilhões referentes a operações financeiras - o
segundo maior volume do ano, somente superado pela marca recorde de US$ 13,7
bilhões de setembro, atingida em função dos investimentos estrangeiros atraídos
pela operação de venda de ações da Petrobras.
O arsenal de medidas que o governo brasileiro pode adotar ainda nem foi tocado
e pode incluir o aumento do IOF também para os investimentos em ações, a
ampliação das compras de dólares pelo BC, a cobrança de Imposto de Renda sobre
os rendimentos obtidos pelos investidores estrangeiros e a atuação da
autoridade monetária no mercado futuro de moedas.
O capital externo é atraído para o Brasil por causa das taxas de juros, uma das
mais elevadas do mundo, e também pelos bons resultados do país ao superar a
crise internacional. Mas também influi nesse fluxo anormal de recursos o
excesso de liquidez global, causado pelas políticas monetárias expansionistas
utilizadas pelos governos dos mercados mais desenvolvidos para tentar superar a
crise. O exemplo mais acabado dessa estratégia são os Estados Unidos, que já
injetaram US$ 1,75 trilhão com a compra de títulos em poder dos bancos e agora
preparam-se para despejar mais US$ 900 bilhões nesse tipo de operação. Parte
desses recursos buscam retorno melhor nos mercados emergentes.
Não só o Brasil mas também outros mercados emergentes tomaram medidas de
controle de capital. Depois da crise, aumentaram as medidas de controle do
capital externo, segundo o FMI. No ano passado foram tomadas pouco mais de 100
medidas de controle em comparação com 60 em 2007.
O investimento estrangeiro é normalmente positivo na medida em que complementa
a poupança doméstica e ajuda a financiar o crescimento econômico, dilui as
fontes de capital e contribui para o desenvolvimento do mercado de capitais.
Mas esse fluxo acaba tendo impacto negativo se for tão intenso a ponto de não
ser digerido adequadamente, e causa bolhas de ativos além de depreciar
artificialmente a taxa de câmbio, prejudicando a competitividade do país.
U.S. GREEN COFFEE ASSOCIATION - WAREHOUSE STOCKS
November 15, 2010
The Membership
Green Coffee Association, Inc.
WAREHOUSE COFFEE STOCKS
Each month the Association will distribute a port-by-port recapitulation of coffee in warehouses in all ports of
the United States.
The following is a list by port compiled by the Green Coffee Association, Inc. The data furnished is derived
by the local warehouseman in the listed port areas. The compilation has been made by the Green Coffee
Association, Inc. which has no reason to believe the data is not reasonably accurate, but no assurance is
given or representation made as to the accuracy of all or any of the material.
EXCHANGE & NON
EXCHANGE
EXCHANGE & NON
EXCHANGE
PORT 10/31/2010 9/30/2010 DIFFERENCE
NEW YORK 1,107,298 1,188,845 (81,547)
NEW ORLEANS 1,140,719 1,117,703 23,016
JACKSONVILLE 163,000 257,602 (94,602)
MIAMI 199,266 202,921 (3,655)
HOUSTON 571,466 677,621 (106,155)
LAREDO 51,115 70,615 (19,500)
SAN FRANCISCO 368,978 372,936 (3,958)
NORFOLK 127,102 154,455 (27,353)
PHILADELPHIA 3,535 3,020 515
SEATTLE/TACOMA 103,265 96,931 6,334
LOS ANGELES/LONG BEACH 82,411 92,821 (10,410)
BALTIMORE 7,071 9,379 (2,308)
SOUTH CAROLINA* 5,095 4,777 318
TOTAL USA: 3,930,321 4,249,626 (319,305)
It is our hope that this information will be of interest to the membership.
The Membership
Green Coffee Association, Inc.
WAREHOUSE COFFEE STOCKS
Each month the Association will distribute a port-by-port recapitulation of coffee in warehouses in all ports of
the United States.
The following is a list by port compiled by the Green Coffee Association, Inc. The data furnished is derived
by the local warehouseman in the listed port areas. The compilation has been made by the Green Coffee
Association, Inc. which has no reason to believe the data is not reasonably accurate, but no assurance is
given or representation made as to the accuracy of all or any of the material.
EXCHANGE & NON
EXCHANGE
EXCHANGE & NON
EXCHANGE
PORT 10/31/2010 9/30/2010 DIFFERENCE
NEW YORK 1,107,298 1,188,845 (81,547)
NEW ORLEANS 1,140,719 1,117,703 23,016
JACKSONVILLE 163,000 257,602 (94,602)
MIAMI 199,266 202,921 (3,655)
HOUSTON 571,466 677,621 (106,155)
LAREDO 51,115 70,615 (19,500)
SAN FRANCISCO 368,978 372,936 (3,958)
NORFOLK 127,102 154,455 (27,353)
PHILADELPHIA 3,535 3,020 515
SEATTLE/TACOMA 103,265 96,931 6,334
LOS ANGELES/LONG BEACH 82,411 92,821 (10,410)
BALTIMORE 7,071 9,379 (2,308)
SOUTH CAROLINA* 5,095 4,777 318
TOTAL USA: 3,930,321 4,249,626 (319,305)
It is our hope that this information will be of interest to the membership.
Starbucks produzirá café na China para atender demanda
A Starbucks Corp. está implantando uma estrutura de produção de café na China, envolvendo cafezais, processadora e centro de pesquisas. A meta é assegurar oferta para abastecer a demanda crescente pela bebida no país e também obter grão de qualidade, escasso atualmente.
A rede norte-americana de cafeterias começará a cultivar grão arábica no primeiro trimestre de 2011 na província de Yuannan, sul do país. A primeira colheita ocorrerá em 2014. Segundo o executivo-chefe da companhia, Howard Schultz, uma torrefadora e um centro de desenvolvimento de pesquisas em café serão instalados junto à fazenda. \"O investimento nessa região demonstra nosso compromisso em tornar a China nosso segundo maior mercado fora dos Estados Unidos.\"
Schultz disse que a ideia é que a qualidade e a quantidade de café produzida ali seja suficiente para abastecer as lojas chinesas, e também outras cafeterias da rede no mundo. Em parceria com o governo local serão investidos cerca de 3 bilhões de yuans (US$ 453 milhões) na produção de 200 mil toneladas (3,33 milhões de sacas de 60 quilos) do grão até 2020. Hoje, a província colhe cerca de 38 mil toneladas.
A demanda por café na China cresce a cada ano. As vendas do setor aumentaram 9% em 2009, para 4,6 bilhões de yuans, cerca de US$ 700 milhões, de acordo com a Euromonitor International. A Starbucks opera 400 lojas no país e quer abrir mais mil espaços nos próximos anos. Hoje, o quinto maior mercado para a empresa, a China tomará o segundo lugar do Canadá nos próximos anos.
A receita da Starbucks no ano fiscal 2010 aumentou 9,5% para US$ 10,7 bilhões ante 2009. As vendas fora dos EUA subiram 6%. A companhia não forneceu dados sobre as vendas na China.
Os preços globais do café saltaram 50% neste ano, alcançando máximas de 13 anos em junho por causa do clima adverso em várias regiões do globo e de safras menores na Colômbia e América Central. Para absorver o aumento dos custos, a Starbucks elevou, em setembro, os preços de alguns de seus produtos, mas apenas nos EUA.
A companhia está em seu segundo ano de recuperação depois de uma reestruturação bem sucedida, que reduziu custos de US$ 600 milhões em sua estrutura operacional. Com a recessão nos Estados Unidos, a rede procura novos caminhos para crescer. Alguns analistas disseram que a recente decisão de descontinuar seu contrato de distribuição com a Kraft Foods Inc. sinaliza que a empresa lançará novos produtos, entre eles uma máquina individual de café expresso, nos moldes da Nespresso, da Nestlé
A rede norte-americana de cafeterias começará a cultivar grão arábica no primeiro trimestre de 2011 na província de Yuannan, sul do país. A primeira colheita ocorrerá em 2014. Segundo o executivo-chefe da companhia, Howard Schultz, uma torrefadora e um centro de desenvolvimento de pesquisas em café serão instalados junto à fazenda. \"O investimento nessa região demonstra nosso compromisso em tornar a China nosso segundo maior mercado fora dos Estados Unidos.\"
Schultz disse que a ideia é que a qualidade e a quantidade de café produzida ali seja suficiente para abastecer as lojas chinesas, e também outras cafeterias da rede no mundo. Em parceria com o governo local serão investidos cerca de 3 bilhões de yuans (US$ 453 milhões) na produção de 200 mil toneladas (3,33 milhões de sacas de 60 quilos) do grão até 2020. Hoje, a província colhe cerca de 38 mil toneladas.
A demanda por café na China cresce a cada ano. As vendas do setor aumentaram 9% em 2009, para 4,6 bilhões de yuans, cerca de US$ 700 milhões, de acordo com a Euromonitor International. A Starbucks opera 400 lojas no país e quer abrir mais mil espaços nos próximos anos. Hoje, o quinto maior mercado para a empresa, a China tomará o segundo lugar do Canadá nos próximos anos.
A receita da Starbucks no ano fiscal 2010 aumentou 9,5% para US$ 10,7 bilhões ante 2009. As vendas fora dos EUA subiram 6%. A companhia não forneceu dados sobre as vendas na China.
Os preços globais do café saltaram 50% neste ano, alcançando máximas de 13 anos em junho por causa do clima adverso em várias regiões do globo e de safras menores na Colômbia e América Central. Para absorver o aumento dos custos, a Starbucks elevou, em setembro, os preços de alguns de seus produtos, mas apenas nos EUA.
A companhia está em seu segundo ano de recuperação depois de uma reestruturação bem sucedida, que reduziu custos de US$ 600 milhões em sua estrutura operacional. Com a recessão nos Estados Unidos, a rede procura novos caminhos para crescer. Alguns analistas disseram que a recente decisão de descontinuar seu contrato de distribuição com a Kraft Foods Inc. sinaliza que a empresa lançará novos produtos, entre eles uma máquina individual de café expresso, nos moldes da Nespresso, da Nestlé
Assinar:
Postagens (Atom)