Santos, sexta-feira, 26 de novembro de 2010
Escritório Carvalhaes
O mercado de café não se alterou esta semana. As bolsas de futuro continuaram apresentando fortes oscilações, sendo que a ICE Futures US, não trabalhou ontem, quinta-feira, devido ao dia de Ação de Graças nos EUA, operando hoje com poucos negócios.
No físico brasileiro continuou intensa a procura por lotes de café arábica de boa qualidade e finos, enquanto que os de qualidade média a fraca só encontram interessados com grande deságio em relação aos primeiros.
Como exemplo, hoje duas grandes empresas compradoras estavam no mercado com ofertas ao redor dos duzentos e trinta reais por saca para lotes de café arábica, da safra corrente, com bebida rio (mesma base praticada desde março de 2007). Os lotes de cereja descascada de melhor qualidade são comercializados entre quatrocentos e quatrocentos e vinte reais por saca, portanto com o ágio chegando a 83% (para comparação, em março de 2007 os cereja descascada valiam entre 270 e 275 reais).
Esse diferencial, aliado às análises de muitos operadores que consideram um pico de mercado os preços praticados para os melhores cafés, explica porque não existe uma corrida para aumentar a área plantada com café e um grande número de produtores não mostra entusiasmo com o atual momento da cafeicultura. As oportunidades que estão surgindo no campo da agro energia, madeira, grãos, laranja e algodão, parecem chamar mais a atenção dos agricultores.
Compradores do exterior, analistas e observadores do mercado de café costumam visitar cafezais de ponta de regiões produtoras de cafés finos, como o cerrado mineiro (responsável por menos de 10% da safra brasileira), e acabam tendo uma visão distorcida da produção brasileira como um todo. Essas regiões realmente entusiasmam e estão investindo bastante, mas não são representativas de boa parte da produção brasileira de café. O que temos de nos perguntar é se o aumento de produção com os bons tratos culturais e renovação dos cafezais dessas regiões de cafés finos não será neutralizado pelo desânimo e desestímulo à produção de café em muitas outras regiões que estão assistindo a alta de binóculo.
Até o dia 25, os embarques de novembro estavam em 2.000.207 sacas de arábica e 61.472 sacas de conillon, somando 2.061.679 sacas de café verde, mais 137.947 sacas de solúvel, contra 2.228.313 sacas no mesmo dia do mês anterior. Até o dia 25, os pedidos de emissão de certificados de origem para embarque em novembro totalizavam 2.766.108 sacas, contra 2.815.450 sacas no mesmo dia do mês anterior.
A bolsa de Nova Iorque – ICE, do fechamento do dia 19, sexta-feira, até o fechamento de hoje, sexta-feira, dia 26, caiu nos contratos para entrega em março próximo, 855 pontos ou US$ 11,30 (R$ 19,53) por saca. Em reais por saca, as cotações para entrega em março próximo na ICE fecharam no dia 12, a R$ 480,08/saca e hoje, dia 26, a R$ 463,33/saca. Hoje, sexta-feira, nos contratos para entrega em março, a bolsa de Nova Iorque fechou com baixa de 475 pontos.
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