O bom preço do café mexe com a economia dos municípios das regiões produtoras. Nós fomos a Minas Gerais, mostrar a satisfação dos agricultores e comerciantes.
No sítio de seu Messias, em Guapé, no sul de Minas, a colheita terminou há quase um mês. Foram duas mil sacas e os pés já anunciam a próxima safra. O produtor fecha o ano com um balanço positivo. “O ano passado eu vendi o café em torno de 240 reais, agora, na semana passada eu já vendi a 340”, diz Messias Benjamim, agricultor.
No mercado internacional o preço atual do café está de cinquenta por cento acima do praticado há um ano. O presidente da Cooperativa do Cerrado mineiro, Jerry Resende, explica o que está acontecendo.
“Os estoques mundias de café estão muito baixos, os nossos concorrentes, colômbia e países da américa central tem enfrentado problemas na produção nos últimos três anos. E o consumo tanto no Brasil, como no mundo tem aumentado bastante. O brasileiro tem tomado mais café. O mundo tem tomado mais café”, avalia Jerry Magno Resende, presidente da Cooperativa do Cerrado.
O bom momento do preço do café está sendo sentido no comécio das cidades mineiras. De acordo coma Câmara Setorial do Café de Minas gerais, nos municípios da região do cerrado e do sul de Minas, o grão responde por até setenta por cento do dinheiro que gira no comércio.
Só em Guapé, cidade de quase 14 mil habitantes, a expectativa é que o café movimente 55 milhões de reais. São quase dois mil pequenos produtores que estão motivados a investir nas lavouras. Tanto movimento está gerando novas oportunidades de emprego.
Numa loja de produtos agropecuários houve contratação de mais três funcionários. “Eu estava desempregado, agora através do desenvolvimento do café apareceu esta oportunidade”, afirma Gilberto Silva, empregado da loja.
O supermercado de lucimara está sempre cheio, de uns tempos para cá. “Consome mais, paga em dia, então é algo que tem que ser olhado com muito carinho”, diz Lucimara Amaral Oliveira, comerciante.
Em Patos de Minas os comerciantes também estão felizes. Numa loja de eletrodomésticos, as vendas cresceram 15 por cento em relação ao ano passado.
“A gente tem percebido que o pessoal da zona rural tem comprado mais congeladores, geladeiras, TVs, eles tem adquirido mais bens durante este ano. E o interessante é que eles têm comprado mais à vista”, declara Lia Mundin, gerente da loja.
Dona Ilda mostra com orgulho os novos móveis que comprou. “É um bom produto e a gente estava precisando, veio na hora certa”, diz.
Seu José Astrogildo também está realizando sonhos este ano. A lavoura dele fica em Patrocínio e produziu 630 sacas, em dez hectares. Com o dinheiro que recebeu, colocou em dia a prestação do trator, comprou uma carretinha e uma roçadeira, mas não quer parar por aí. “Pretendo comprar um imóvel na cidade, um apartamento, pra se caso uma hora a gente ir pra lá, ter onde ficar, mas se isso não acontecer eu alugo, é um dinheirinho extra”, diz o produtor rural.
Enquanto não fecha o negócio do apartamento na cidade, dona Gislene, a mulher dele, revela que outro sonho vai ser realizado: uma viagem de avião, para Maceió, no estado de Alagoas. “Desta vez o sonho dele vai sair, porque as passagens estão aqui”, afirma.
Prezado Wagner,parabéns pelo Blog!!
ResponderExcluirInteresse esta matéria e também muito interessante a matéria do peabirus (Medo do sucesso).
Sou Engenheiro Agronômo e estou concluindo um mestrado de Produção Vegetal na area de cafeicultura.
E a avaliação que faço é que nos que trabalhamos no incio da cadeia produtiva, temos que fazer um serie de recomendaçoes que visam a produtividade, baseada em aspectos sustentaveis, mais na etapa da cadeia onde, se remunera o produtor que segue a recomendação, nos não temos como interferir. Gerando uma sensação de impotencia.
A duas semanas tive acesso a uma pesquisa sobre qualidade de café conilon no estado do ES (ainda não publicada) que conclui que oo café descascado e seco em secador, apresenta uma qualidade inferior ao café cereja seco em terreiro de cimento (monitoramento de 4 safras).
Veja que interessante, tudo que foi recomendado ao produtor agora deverar ser revisto, ai fica a pergunta e os produtos, especialmente os do Norte do ES, que investiram em maquinarios visando uma possivel qualidade.
Sou da região do Caparaó-ES (ibitirama) e acompanho a algum tempo o custo da saca de café na região, que tem Iuna como parametro. E notorio que a algum tempo a maioria dos produtores de café da região estão descapitalizando, visto que o valor de custo da saca é muito alta (proximo de 200 reais) e a qualidade do café da região, também em sua maioria, é baixa, forçando o produtor a vender o café no preço de bebida rio ou até mais baixo.
Na verdade nos temos Medo do Sucesso, em praticamente toda a cadeia do café. Onde os profissionais estao a deriva, o produtor também porem não sabe, e o mercado é o vento que sopra levando todos de um lado para outro.
Wagner eu também tenho um blog (clicando no meu nome, vc vai ter acesso ao mesmo) onde posto fotos de rotúlos e embalagens de café, caso tenha algumas peço sua contribuição. Peço também permissão para colocar seu blog na minha lista de blogs.
Grande abraço e parabéns pela foram lucída de escrever.