Osorio (OIC) fala sobre preços e estoques de café
A Organização Internacional de Café (OIC) espera que os preços internacionais do café arábica sigam em níveis semelhantes aos atuais, afirmou ontem (25) o diretor executivo da instituição, Néstor Osorio. Em conferência na Guatemala, ele declarou que a oferta global de grãos de alta qualidade continua "muito apertada" e está sustentando os preços.
Osorio afirmou, ainda, que o fornecimento global continuará sendo afetado por problemas relacionados ao fenômeno climático El Niño, que tem atingido a produção com intensidade, especialmente na América Central e na Colômbia. Em 2009, a Colômbia produziu uma de suas menores safras em 30 anos.
O diretor disse que, com base em informações oficiais do país, a OIC mantém sua estimativa preliminar para a safra 2009/10 da Colômbia em 9 milhões de sacas. Mas ele acredita que as condições de plantio atuais podem fazer com que a colheita colombiana tenha tamanho semelhante ao do ano passado, 30% menor, com 8,67 milhões de sacas. Se o clima adverso permanecer, a estimativa para a safra da Colômbia "muito provavelmente" será revisada para 8,5 milhões de sacas.
Estoques
Segundo Osorio, os estoques de café mantidos pelos países produtores "quase se esgotaram" depois de três anos de pressão sobre a oferta. Ele disse ainda que o contínuo crescimento do consumo global não se sustentará durante muito mais tempo por meio da utilização dos estoques. Acrescentou que as lavouras de café da África, do Sudeste da Ásia e da América Latina precisam de renovação.
"Tivemos cinco ano de certo equilíbrio porque, mesmo com o consumo superando a produção, o déficit vem sendo compensado pelos estoques. Mas agora não há mais estoque", explicou ele.
O balanço global entre oferta e demanda resultou em déficit por três anos consecutivos, de acordo com dados da OIC. A produção do ciclo 2009/10 é estimada em 123,6 milhões de sacas, ante demanda de 134 milhões de sacas. Em 2008/09, a produção global alcançou 128,2 milhões de sacas, ante 123 milhões de sacas consumidas. Já em 2007/08, foram 119,4 milhões de sacas produzidas, frente a uma demanda de 130 milhões de sacas.
"A produção média dos últimos cinco anos foi de 122 milhões de sacas por ano e o consumo cresceu de apenas 104 milhões de sacas em 2000 para 132 milhões de sacas em 2009. Portanto, os estoques que estão nas mãos dos produtores quase se esgotaram", comentou o representante da OIC.
Osório afirmou que pedirá aos líderes internacionais, tanto dos países produtores e quanto dos consumidores, que apresentem "políticas claras" sobre como sustentar a produção. Ele também lançará uma ampla iniciativa para renovação das áreas de café mais antigas do mundo.
Para 2010, a OIC estima que o consumo cresça de 1,5% a 2,0%, para ao menos 134 milhões de sacas, apesar da fraqueza da economia global. Desde 2000, o consumo global de café já cresceu em média 2,6% ao ano, segundo a OIC.
As informações são da Dow Jones, divulgadas pela Agência Estado, resumidas e adaptadas pela equipe CaféPoint.
sábado, 27 de fevereiro de 2010
quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010
Estoques de café dos países produtores estão esgotados, afirma Nestor Osório
Estoques de café dos países produtores estão esgotados, afirma Nestor Osório
Os estoques de café mantidos pelos países produtores "quase se esgotaram" depois de três anos de pressão sobre a oferta, afirmou o diretor executivo da Organização Internacional de Café (OIC), Nestor Osório.
Em entrevista à agência Dow Jones, ele disse que o contínuo crescimento do consumo global não se sustentará durante muito mais tempo por meio da utilização dos estoques.
Acrescentou que as lavouras de café da África, do Sudeste da Ásia e da América Latina precisam de renovação. De acordo com dados da OIC, a produção global de café no atual ciclo 2009/10 somará 123,3 milhões de sacas, ante demanda de 134 milhões de sacas.
Os estoques de café mantidos pelos países produtores "quase se esgotaram" depois de três anos de pressão sobre a oferta, afirmou o diretor executivo da Organização Internacional de Café (OIC), Nestor Osório.
Em entrevista à agência Dow Jones, ele disse que o contínuo crescimento do consumo global não se sustentará durante muito mais tempo por meio da utilização dos estoques.
Acrescentou que as lavouras de café da África, do Sudeste da Ásia e da América Latina precisam de renovação. De acordo com dados da OIC, a produção global de café no atual ciclo 2009/10 somará 123,3 milhões de sacas, ante demanda de 134 milhões de sacas.
Análise diária do mercado de café do dia 24/02
Análise diária do mercado de café do dia 24/02
25/02/2010 - 08:19:25
Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F) para o café arábica fechou a sessão com preços mais altos
Agência Safras
O mercado físico brasileiro de café registrou preços de estáveis a mais altos nesta quarta-feira. A moderada valorização do café arábica na Bolsa de Nova Iorque e, especialmente, a demanda por cafés de melhor qualidade, que tem baixa disponibilidade e oferta retraída por parte dos
produtores, garantiu sustentação no mercado físico nacional e valorizações dos grãos superiores. O dia foi novamente calmo na comercialização.
No sul de Minas Gerais, o café arábica bebida boa esteve cotado em R$ 280,00 a saca, contra R$ 275,00/276,00 a saca de ontem. No cerrado mineiro, café bebida boa esteve com preço de R$ 280,00 a saca, contra R$ 275,00/276,00 a saca de ontem.
O café rio tipo 7 na Zona da Mata de Minas Gerais teve cotação de R$ 200,00 a saca, estável. Já o conillon tipo 7 em Vitória, Espírito Santo, foi cotado a R$ 168,00 por saca.
Nova Iorque
A Bolsa de Mercadorias de Nova Iorque (Ice Futures US) para o café arábica encerrou as operações da quarta-feira com preços moderadamente mais altos. A fraqueza do dólar contra algumas moedas e ganhos em índices de commodities foram importantes para a alta do arábica, que seguiu buscando uma consolidação após o tombo da segunda-feira.
Depois que NY teve perdas de quase 4% ou 500 pontos no começo da semana, o mercado busca um ajuste técnico, uma consolidação. Até agora, os ganhos da terça-feira (35 pontos no contrato maio) e da quarta-feira são incipientes frente à desvalorização de segunda.
A oferta apertada de cafés arábica lavados neste momento contribui para o suporte, além da oferta restrita do Brasil neste momento. Compras de torrefadores contribuem para a sustentação. As informações partem de agências internacionais de notícias.
Os contratos do café arábica para entrega em março fecharam negociados a 130,45 centavos de dólar por libra-peso, com alta de 0,10 centavo. A posição maio fechou a 132,85 cents, com valorização de 0,60 centavo.
BM&F
A Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F) para o café arábica fechou a sessão com preços levemente mais altos nos contratos. Foram 1.853 contratos negociados no pregão, com giro financeiro de R$ 34,52 milhões e são 19.081 contratos em aberto no momento.
Os contratos com entrega em março/10 fecharam cotados a US$ 156,60 por saca de 60 quilos, valorização de 0,38% na comparação com o pregão anterior. Os contratos com entrega em maio/10 encerraram em US$ 161,40 por saca de 60 quilos, alta de 0,31% na comparação com o fechamento anterior nos contratos. Foram 1.853 contratos negociados no pregão, com giro financeiro de R$ 34,52 milhões e são 19.081 contratos em aberto no momento.
Os contratos com entrega em março/10 fecharam cotados a US$ 156,60 por saca de 60 quilos, valorização de 0,38% na comparação com o pregão anterior. Os contratos com entrega em maio/10 encerraram em US$ 161,40 por saca de 60 quilos, alta de 0,31% na comparação com o fechamento anterior.
CÂMBIO
O dólar comercial fechou em queda de 0,05%, a R$ 1,824 para compra e R$ 1,826 para venda. Durante o dia, a moeda oscilou entre a mínima de R$ 1,820 e a máxima de R$ 1,828, para venda.
À tarde, o Banco Central realizou mais um leilão de compra de dólares, com taxa de corte de R$ 1,8195. A liquidação será feita na próxima sexta-feira (26/02). As informações partem da Agência Leia.
25/02/2010 - 08:19:25
Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F) para o café arábica fechou a sessão com preços mais altos
Agência Safras
O mercado físico brasileiro de café registrou preços de estáveis a mais altos nesta quarta-feira. A moderada valorização do café arábica na Bolsa de Nova Iorque e, especialmente, a demanda por cafés de melhor qualidade, que tem baixa disponibilidade e oferta retraída por parte dos
produtores, garantiu sustentação no mercado físico nacional e valorizações dos grãos superiores. O dia foi novamente calmo na comercialização.
No sul de Minas Gerais, o café arábica bebida boa esteve cotado em R$ 280,00 a saca, contra R$ 275,00/276,00 a saca de ontem. No cerrado mineiro, café bebida boa esteve com preço de R$ 280,00 a saca, contra R$ 275,00/276,00 a saca de ontem.
O café rio tipo 7 na Zona da Mata de Minas Gerais teve cotação de R$ 200,00 a saca, estável. Já o conillon tipo 7 em Vitória, Espírito Santo, foi cotado a R$ 168,00 por saca.
Nova Iorque
A Bolsa de Mercadorias de Nova Iorque (Ice Futures US) para o café arábica encerrou as operações da quarta-feira com preços moderadamente mais altos. A fraqueza do dólar contra algumas moedas e ganhos em índices de commodities foram importantes para a alta do arábica, que seguiu buscando uma consolidação após o tombo da segunda-feira.
Depois que NY teve perdas de quase 4% ou 500 pontos no começo da semana, o mercado busca um ajuste técnico, uma consolidação. Até agora, os ganhos da terça-feira (35 pontos no contrato maio) e da quarta-feira são incipientes frente à desvalorização de segunda.
A oferta apertada de cafés arábica lavados neste momento contribui para o suporte, além da oferta restrita do Brasil neste momento. Compras de torrefadores contribuem para a sustentação. As informações partem de agências internacionais de notícias.
Os contratos do café arábica para entrega em março fecharam negociados a 130,45 centavos de dólar por libra-peso, com alta de 0,10 centavo. A posição maio fechou a 132,85 cents, com valorização de 0,60 centavo.
BM&F
A Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F) para o café arábica fechou a sessão com preços levemente mais altos nos contratos. Foram 1.853 contratos negociados no pregão, com giro financeiro de R$ 34,52 milhões e são 19.081 contratos em aberto no momento.
Os contratos com entrega em março/10 fecharam cotados a US$ 156,60 por saca de 60 quilos, valorização de 0,38% na comparação com o pregão anterior. Os contratos com entrega em maio/10 encerraram em US$ 161,40 por saca de 60 quilos, alta de 0,31% na comparação com o fechamento anterior nos contratos. Foram 1.853 contratos negociados no pregão, com giro financeiro de R$ 34,52 milhões e são 19.081 contratos em aberto no momento.
Os contratos com entrega em março/10 fecharam cotados a US$ 156,60 por saca de 60 quilos, valorização de 0,38% na comparação com o pregão anterior. Os contratos com entrega em maio/10 encerraram em US$ 161,40 por saca de 60 quilos, alta de 0,31% na comparação com o fechamento anterior.
CÂMBIO
O dólar comercial fechou em queda de 0,05%, a R$ 1,824 para compra e R$ 1,826 para venda. Durante o dia, a moeda oscilou entre a mínima de R$ 1,820 e a máxima de R$ 1,828, para venda.
À tarde, o Banco Central realizou mais um leilão de compra de dólares, com taxa de corte de R$ 1,8195. A liquidação será feita na próxima sexta-feira (26/02). As informações partem da Agência Leia.
Qual a cor do problema?
Qual a cor do problema?
Maria Sylvia Macchione Saes
Professora do Departamento de Administração da USP e pesquisadora do PENSA
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Bruno Varella Miranda
Bacharel em Relações Internacionais pela USP e Pesquisador do PENSA
Como era de se esperar, dada a importância do tema, nosso último artigo, intitulado "Nem preto nem branco: cinza", motivou a participação de diversos leitores do CaféPoint. Juntamente com os comentários feitos ao texto original de Luiz Hafers e Marcelo Vieira, as contribuições recebidas nessas duas semanas demonstram o tamanho do desafio a ser enfrentado. O melhor de tudo, sem dúvida, é a predisposição ao debate, requisito para a resolução dos problemas que atingem a cafeicultura.
Em meio a tantos tópicos de interesse, utilizaremos a resposta dada por Hafers e Vieira a nosso texto a fim de aprofundar um pouco mais a discussão. Afinal, essa espelha, de maneira geral, as inquietações de outros participantes do debate, ainda que as conclusões não coincidam. A opção por seguir a estrutura da resposta, assim, busca principalmente estruturar as discussões.
Precisamos de regras ou de decisões?
A impressão deixada por "Café: fim de um ciclo", ao menos em nossa leitura, foi a de que o custo da mão-de-obra era a principal variável associada às dificuldades dos cafeicultores. Se não é o caso, melhor, já que podemos discutir as limitações inerentes a qualquer política que proponha um "começar de novo". Em outras palavras, gostaríamos de enfatizar a diferença entre a intervenção e a regulação, já afirmando, de antemão, que a proposta de Hafers e Vieira se enquadra na primeira categoria, por seu foco no curto prazo.
Não há dúvidas de que os custos para os produtores rurais são crescentes, e que as legislações ambiental e trabalhista impõem uma pesada carga ao setor. É evidente, da mesma forma, o efeito perverso de determinadas deficiências estruturais - como a inadequação de nossa infra-estrutura em boa parte do país e a falta de confiabilidade das instituições brasileiras -, prejudiciais à atividade econômica como um todo. A dúvida é: qual a melhor forma de conviver com esse panorama?
Ao reconhecer que as transformações sofridas pelo Brasil nos últimos anos são positivas, Hafers e Vieira chamam a atenção para um fato importante: teremos que lidar com diversos desses custos no futuro. Daí decorre o imperativo do aprendizado, por um lado, e da militância política, de outro. O que temos visto, nos últimos tempos, são queixas generalizadas e a instituição de uma agenda voltada para o passado nessas questões. Definitivamente, este não é o melhor caminho. É impossível imaginar qualquer solução que envolva a sociedade - e a faça arcar com os custos correspondentes -, enquanto parte das lideranças ligadas à agricultura sigam optando pelo discurso fácil da "agricultura X resto do Brasil".
O confronto dá a sensação de proteção e pode até render alguns votos. Desvia as atenções de todos, no entanto, daquele que deveria ser o foco do debate. O artigo de Hafers e Vieira possibilita a reflexão acerca de algo que vai além dessas transformações importantes no país: qual a melhor forma de regular as relações econômicas no Brasil? Quais as responsabilidades e direitos dos agentes atingidos por essas regras? Mais especificamente, o momento exige regras respeitadas por todos, em primeiro lugar, e que permitam a consecução de determinados objetivos - econômicos, ambientais ou sociais - sem que, para isso, uma parcela da população seja penalizada.
É sempre bom lembrar que nem sempre mais regras levam a uma situação melhor. Garantir informação aos agentes para que tomem as decisões que considerem pertinentes parece ser a melhor solução para qualquer setor econômico. A proposta de redução da dívida falha em oferecer ambos os resultados. Não discute tópicos estruturais, como as regras por trás da relação agricultura/sociedade, tampouco questiona a ausência de dados que nos permitam dimensionar o real estado da cafeicultura.
Cafés especiais e gestão: duas faces da mesma moeda
Concordamos que a comercialização de cafés especiais não representa uma solução para o conjunto da cafeicultura na atualidade. Inclusive, foi o que dissemos no artigo anterior. Isso não significa que essa alternativa deva ser esquecida, afinal, ainda que limitada, poderá trazer melhores condições a centenas, talvez milhares de cafeicultores. Seria um erro assumirmos uma visão estática do mercado, como se todas as oportunidades já estivessem esgotadas. Se os atributos éticos têm valorização crescente no mercado internacional - ainda que esse filão seja reduzido -, por que não explorarmos mais nossas potencialidades?
Da mesma maneira, reconhecermos a competência de nossos cafeicultores na administração de seu patrimônio não exclui o desejo de produtores mais conscientes de sua atividade. Hafers e Vieira, ao compararem a atividade agrícola com a dos antepassados, subestimam as mudanças ocorridas no mundo ao longo das últimas décadas e romantizam a atuação dos pioneiros do setor. A história do café no Brasil, em grande medida, é escrita por produtores com considerável consciência de seus interesses, o que os levou à militância política, e plena noção da estrutura do mercado internacional. O ideal seria que nossos milhares de cafeicultores tenham, da mesma forma como os barões do passado, acesso a informações e a oportunidade de participar ativamente da vida política do país.
Considerações finais
Em resumo, não acreditamos que a redução das dívidas trará benefícios de longo prazo à cafeicultura brasileira. Trará certamente alívio no curto prazo e a sensação de dever cumprido. Não que discutir a questão da dívida seja uma heresia. Podemos aproveitar, porém, a vontade de encontrar soluções para discutir outros temas, ainda que mais complexos. A experiência nos mostra que a resolução desses problemas exige uma resposta que vá além da conjuntura. A proposta original de Hafers e Vieira acerta ao identificar gargalos na cafeicultura brasileira, mas desliza ao acreditar que "começar do zero" eliminará boa parte das mazelas.
Nem mesmo há certeza quanto aos efeitos dessa iniciativa sobre a produção nacional. Uma dúvida pertinente diz respeito ao tamanho da produção dita ineficiente no Brasil. Seria a erradição dos cafezais via equacionamento do problema das dívidas uma ação que resultaria em uma diminuição consistente da produção? No momento é difícil apontar qualquer resposta, dado que não estão claros os incentivos de uma "regra de saída" sobre os cafeicultores, mas, de qualquer forma, essa é uma questão que merece tratamento aprofundado no futuro.
Ademais, se por um lado é certo que a situação de muitos cafeicultores está "preta", por outro cabe sublinharmos a necessidade de soluções para o setor que se encaixem no contexto do país. Daí a importância de uma análise que, na medida do possível, não se limite aos problemas imediatos de alguns de seus agentes. Ninguém sabe, na verdade, qual é a melhor cor para definir a cafeicultura; o que, sim, sabemos, é que descrições do mundo que exageram uma tonalidade ou outra tendem a refletir apenas um lado da história. Para acadêmicos, tantas vezes criticados pelo apego à teoria e ao distanciamento do mundo real, a defesa de análises "cinzas" constitui uma obrigação.
Vimos com grande interesse o comentário de Sylvia Saes e Bruno Miranda a nosso artigo "Café o Fim de um Ciclo". Com vários questionamentos pertinentes, nos sentimos motivados a estender a discussão.
Primeiramente a questão: a culpa é só da mão de obra? Concordamos que não é, e talvez num artigo curto pudéssemos ter passado a impressão que fosse essa nossa opinião, mas concordamos que muitos outros fatores contribuem para a perda de competitividade de nossa cafeicultura.
O crescente custo Brasil, imposto por uma legislação com o espírito correto, nos levando a uma crescente modernização das relações de trabalho e da adequação ambiental, mas com custo maior do que deveria ser fosse nossa legislação mais racional e nos trazendo obrigações que nem de longe são pensadas nos demais países produtores de café. Como vai um produtor brasileiro, obrigado a uma crescente carga de direitos trabalhistas que dobram como custo o valor recebido pelo trabalhador, em função de direitos como férias de 30 dias com adicional de 33%, pagamento de horas in itinere, etc., competir com o produtor da América Central, onde a mera reclamação ou ameaça de organização para exigir direitos pode levar a um risco de vida para o trabalhador?
Quanto à legislação ambiental, nos é imposto um crescente custo de licenciamento, talvez maior que o da adequação, pois exige a contratação de consultorias e avaliações cada vez mais detalhadas do impacto ambiental da produção, levando nosso campo a uma eliminação de impactos que nem de longe é exigida de nossas cidades. Temos um custo financeiro mais elevado que qualquer outro país de agricultura competitiva, e agora sofremos uma apreciação cambial que faz com que preços internacionais excelentes para o café, fazendo a alegria de todos nossos competidores, não dão nenhum fôlego adicional a nosso cafeicultor.
Sylvia e Bruno também lembram a possibilidade de busca de melhor resultado através da diferenciação da qualidade, buscando mercados como o de cafés especiais. Disto Marcelo tem alguma experiência, por seu trabalho de muitos anos à frente da Associação Brasileira de Cafés Especiais - BSCA. Realmente esta opção pode trazer bons resultados a quem a ela se dedica, mas pelo pequeno volume negociado nestes nichos de mercado é uma opção real para algumas centenas de nossos 200.000 cafeicultores, ou seja, tem um impacto bem limitado em termos de criação de um futuro melhor para a grande maioria dos cafeicultores brasileiros.
Eles abordam ainda a questão crítica da capacitação de nossos agricultores (não achamos que cafeicultores sejam menos capacitados que nossos demais agricultores ou outros gestores de outros tipos de pequenos negócios) para a condução dos seus negócios. Mas na prática vemos que o que falta de conhecimento técnico em avaliação de custos a nossos agricultores com menor educação formal talvez lhes sobre em foco no resultado de uma maneira simples, mas eficaz, "apertando o cinto". Não vemos nos produtores mais sofisticados, com equipes administrativas monitorando custos e planejando as operações de uma maneira eficiente, maior resultado no negócio que aqueles que fazem como nossos antepassados, contando os tostões e brigando para não despendê-los. Como competir com um produtor africano, que apesar da absurda ineficiência de seu mercado com um grande número de intermediários lhe permitir receber menos de metade do preço final do produtor, tem no café a única alternativa de uma renda marginal que lhe permita algo acima da simples subsistência?
Quanto à criação de uma regra de saída, realmente é uma solução de difícil implementação e que precisa ser muito bem administrada para evitar distorções. Mas no mundo real onde outras soluções melhores ainda não foram encontradas, pode ser uma alternativa melhor que a repetida rolagem de dívidas impagáveis, que dificilmente retornarão um dia ao Funcafé, e que só crescem, pois a cada rolagem são somados custos financeiros enormes e são também disponibilizados novos recursos que aumentam o problema ao invés de resolvê-lo.
Em resumo, nem preto nem branco para quem analisa com distanciamento, mas para quem está imerso na produção sem perspectiva de sucesso o negócio está preto mesmo!
Marcelo Vieira e Luiz Hafers
Nem preto nem branco: cinza
Maria Sylvia Macchione Saes
Professora do Departamento de Administração da USP e pesquisadora do PENSA
Bruno Varella Miranda
Bacharel em Relações Internacionais pela USP e Pesquisador do PENSA
Em artigo publicado recentemente na Folha de São Paulo, Marcelo Vieira e Luiz Suplicy Hafers argumentam que estamos assistindo ao fim de um ciclo. Mais especificamente, ponderam os autores que a cafeicultura, o principal motor da economia brasileira durante décadas, vem sucumbindo frente a mudanças estruturais aqui ocorridas, que encarecem a mão-de-obra e tornam difícil a competição no mercado internacional. O resultado: endividamento crescente do setor.
Em meio a esse quadro, afirmam os autores, é necessário encontrar, primeiramente, uma regra de saída que permita a redução dos cafezais no Brasil. Com isso, a parcela ineficiente de nossa produção seria erradicada, garantindo o fim das pressões sobre a oferta. Na sequência, Vieira e Hafers apontam a possibilidade de o Governo aliar tal processo com uma reforma agrária pacífica e viável, e que leve em conta o potencial da agricultura familiar na produção de café. Finalmente, o tema da dívida do setor é abordado, com a defesa de sua redução como requisito para um planejamento de longo prazo da cafeicultura.
A partir da exposição de Vieira e Hafers, são diversas as opções para um debate. Indo além, um único artigo certamente será insuficiente para expor, com a precisão requerida, todas as ideias originadas da leitura desse texto. Por isso, apresentaremos alguns tópicos que consideramos fundamentais para uma reflexão acerca da situação real da cafeicultura brasileira.
Custos X Benefícios
Ninguém nega que os custos com mão-de-obra constituem um dos principais gargalos para os chamados "médios produtores". Nas regiões de montanha, tal quadro é especialmente sentido. Some-se a esse quadro a concorrência do café Robusta - citada por Vieira e Hafers -, cuja produção é mais barata. Haveria alguma alternativa para um quadro tão desalentador?
Deixando de lado a questão da mão-de-obra por um instante, não há como deixar de reconhecer que há mais elementos que contribuem para a delicada situação de parte da cafeicultura brasileira. Na atualidade, produzimos nas regiões de montanha grãos capazes de atingir niveis de qualidade invejáveis. No mercado, porém, a reputação do café brasileiro está longe de corresponder ao nosso potencial, algo que fatalmente se reflete nos preços.
Evidentemente, a melhoria da qualidade - e da reputação - não constituiria uma solução para o conjunto dos cafeicultores nas condições descritas por Vieira e Hafers. Faria parte de uma virada, entretanto, a conscientização de que por trás de tantos gastos com mão-de-obra há um produto com qualidade diferenciada. Nunca é demais lembrar também que o café brasileiro "contém" políticas ambientais e trabalhistas muito mais rigorosas que as dos concorrentes.
Por isso, com a busca de uma devida valorização dessas peculiaridades, uma quantidade considerável de cafeicultores poderia fugir das armadilhas da "impessoalidade" de parte do mercado internacional, que tende a privilegiar somente quem tem o custo menor. E disso depende fortemente a ação coordenada dos agentes ligados ao setor.
A culpa é só da mão-de-obra?
Acima demos um exemplo prático, cuja reflexão faz-se necessária: provavelmente não estejamos recebendo a recompensa adequada pelo potencial de nossa cafeicultura. A partir dessa hipótese, gostariamos de estender o questionamento acerca da parcela de culpa da mão-de-obra na crise da cafeicultura.
Comecemos por um assunto delicado. Número considerável de agricultores segue mantendo um controle precário de seus custos, além de ignorar ferramentas básicas de gestão. Aos que fazem a lição de casa, tal afirmação deve ser ignorada; aos que não o fazem, porém, já passou da hora de buscar uma adequação do negócio aos desafios impostos pelo atual quadro.
Da mesma maneira, cabe enfatizar que nosso sistema financeiro talvez não esteja preparado para amparar um relacionamento sustentável com a agricultura. Em parte, esse quadro se deve a uma realidade que está relacionada à gestão da atividade rural no Brasil: a falta de dados. Sem condições de especificar qual o risco de sua atuação no setor, bancos acabam penalizando quem tem tudo pra dar certo. Por sua vez, o governo também sofre com a ausência de informações, desperdiçando inclusive medidas com a melhor das intenções.
No entanto, tal constatação é insuficiente para explicar a situação atual. Que os bancos no Brasil ganham demais, isso não é novidade para ninguém. Igualmente, falta ao governo a capacidade de dar respostas que façam algo mais que apagar o incêndio nos momentos críticos, ou seja, políticas públicas mais consistentes e estáveis. Por sinal, isso só será possível quando houver um engajamento pleno dos setores com problemas, pautado pela determinação de direitos e, principalmente, responsabilidades.
Existe uma regra de saída?
A ideia de uma regra de saída, já tentada anteriormente com resultados medíocres, deve ser vista com bastante ceticismo. Primeiramente, o controle sobre tal iniciativa é necessariamente precário, e a volta dos produtores no momento em que preços melhores sejam observados é a tendência natural.
Outra questão, relacionada ao fator "mão-de-obra", merece a reflexão de todos, qual seja: o aumento dos salários, da mesma forma que afeta a cafeicultura, prejudica também outras atividades agrícolas. Dessa maneira, a migração desses produtores em direção a culturas diferentes não resolveria o problema dos próprios produtores!
Uma opção seria a de pagar para que esses produtores deixassem de produzir. Cabe nos perguntarmos, entretanto, quais os efeitos dessa política. Logo de cara, elimina-se a possibilidade de uma reforma agrária pacífica e viável - afinal, quem venderia suas terras caso tivesse a garantia de recebimento de um pagamento mensal como incentivo para o abandono da cafeicultura? Indo além, quem pagaria essa conta?
Em resumo...
Este artigo não esgota a considerável quantidade de assuntos originada a partir do texto de Vieira e Hafers. Podemos citar a questão da reforma agrária como um dos possíveis pontos a serem explorados no futuro. Não queremos, porém, alongar muito a discussão, a fim de evitar que a quantidade de temas prejudique a reflexão e um eventual debate.
Cabe ressaltarmos, como conclusão, que o estabelecimento de uma relação tão estrita entre o custo da mão-de-obra e o problema da dívida na cafeicultura não parece ser o melhor caminho para um planejamento de longo prazo. Qualquer ação tomada com base nesse raciocínio dificilmente beneficiaria todos os que mais sofrem com o custo da mão-de-obra na atualidade. Pior, certamente seria comemorada pelos "irresponsáveis" - retomando uma expressão usada por Vieira e Hafers -, ainda mais quando se tem em conta a fragilidade de acordos envolvendo o abandono de determinada atividade econômica.
Por isso, qualquer planejamento de longo prazo da cafeicultura deve anteceder o equacionamento do problema das dívidas, ou ao menos considerá-lo, de forma transparente, como parte do processo. Condicionar o reposicionamento do setor à redução da dívida do setor provavelmente contribuirá para a repetição de velhos erros do passado, consequência direta de diagnósticos parciais e conclusões apressadas. Daí a importância de um debate de alto nível, algo, que por sinal, o texto de Vieira e Hafers possibilita.
Café, o fim de um ciclo
Marcelo Vieira
Produtor de café, diretor da Adecoagro e membro do Departamento do Café da Sociedade Rural Brasileira
Luiz Marcos Suplicy Hafers
Produtor de café e membro do Departamento do Café da Sociedade Rural Brasileira.
Nossa cafeicultura passa hoje pelo mesmo desafio pelo qual passaram indústrias que migraram de países ricos para o 3º Mundo.
Um grupo de cafeicultores e pessoas interessadas em nossa produção de café vem discutindo na Sociedade Rural Brasileira o tema "Caminhos para o café". As discussões formais e informais nos levaram a conclusões surpreendentes.
Estamos assistindo ao fim de um ciclo, durante o qual um único produto foi o principal em nossa pauta de exportações e financiou parte importante da industrialização do país. Em décadas recentes, o café foi perdendo sua importância relativa, graças à progressiva diversificação de nossa economia e à perda de competitividade do produtor brasileiro de café.
O Brasil ainda é o maior produtor de café, o maior exportador, mas, mesmo numa fase de preços internacionais relativamente favoráveis, nosso produtor não tem obtido retorno adequado. Somos os produtores mais eficientes, temos uma estrutura de comercialização muito competitiva e com baixos custos e temos o segundo maior mercado consumidor.
Mas, ao mesmo tempo, o progressivo desenvolvimento de nossa economia leva ao encarecimento da mão de obra. O principal impacto na cafeicultura dessa mudança altamente benéfica para o país é a perda de competitividade do produtor tradicional em regiões de montanha, que tem uso intensivo da mão de obra.
Num negócio em que a mão de obra representa mais de 50% do custo da produção, um produtor que paga a um colhedor US$ 500 mensais não tem como competir com produtores da América Latina, da África e da Ásia, que buscam esse valor como renda anual. Como todos os demais países produtores são menos desenvolvidos que o Brasil e não têm alternativas de diversificação da agricultura, o aumento de custos para o produtor brasileiro não se reflete num aumento de preços no mercado internacional.
Nossa cafeicultura passa hoje pelo mesmo desafio pelo qual passaram indústrias intensivas em mão de obra que, aos poucos, migraram de países ricos para o Terceiro Mundo. Além disso, durante esse mesmo período, a indústria do café passou por uma progressiva substituição do café arábica, de mais alto custo e com maior potencial de qualidade, pelo café robusta, produzido em regiões de menor altitude, com menor custo.
O produtor de robusta, que abastecia 25% do consumo mundial há 30 anos, hoje tem uma participação de 40% no mercado mundial de café.
Nosso produtor tradicional se vê em situação similar à da indústria automobilística americana, que sempre esteve na vanguarda do negócio, mas agora vem sendo substituída por produtores mais competitivos.
Tudo isso levou a um recorrente endividamento de um grande número de cafeicultores, que não têm nenhuma perspectiva de gerar resultado na produção para abater a dívida, enquanto continuam contribuindo para uma oferta excedente do produto, o que pressiona contra eventuais ganhos de preço que recuperem a competitividade da cafeicultura.
Precisamos buscar uma regra de saída para esses produtores que lhes reduza a dívida com o compromisso de erradicação da parte ineficiente do parque produtivo. Isso levaria à redução da área e ao aumento da produtividade, com consequente redução das exportações, provocando um aumento das cotações internacionais sem impacto negativo na receita exterior.
Ajudar a saída de agricultores menos competitivos pode também dar impulso a uma reforma agrária pacífica e viável. A expansão da cafeicultura tem vindo da produção familiar: o café é, possivelmente, a cultura mais adequada a uma propriedade familiar, por ser uma produção intensiva no uso da terra e da mão de obra.
Ela é mais viável na propriedade familiar, que não é sujeita ao nosso pesado custo Brasil de altos encargos sociais, juros altos, altos impostos sobre a produção e custos crescentes de licenciamento e adequação ambiental.
Defender a redução da dívida de agricultores é tabu no Brasil, onde os bancos têm conseguido sempre renegociações que resolvem os seus problemas, mas não necessariamente os dos produtores. Mas problemas graves exigem soluções drásticas, e o fundo que financia a cafeicultura foi criado com recursos provenientes dela com o objetivo de viabilizá-la.
Essa dívida impagável deprime mercados, leva a uma crescente desilusão e angústia os produtores responsáveis que buscam solver seus compromissos e serve de desculpa para os irresponsáveis. E perpetua uma discussão das entidades representativas em torno de periódicas renegociações e alongamentos, quando deveriam estar desenvolvendo estratégias de longo prazo para a recuperação da competitividade, sem as quais nossa cafeicultura permanecerá nesse impasse dos últimos anos.
Maria Sylvia Macchione Saes
Professora do Departamento de Administração da USP e pesquisadora do PENSA
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Bruno Varella Miranda
Bacharel em Relações Internacionais pela USP e Pesquisador do PENSA
Como era de se esperar, dada a importância do tema, nosso último artigo, intitulado "Nem preto nem branco: cinza", motivou a participação de diversos leitores do CaféPoint. Juntamente com os comentários feitos ao texto original de Luiz Hafers e Marcelo Vieira, as contribuições recebidas nessas duas semanas demonstram o tamanho do desafio a ser enfrentado. O melhor de tudo, sem dúvida, é a predisposição ao debate, requisito para a resolução dos problemas que atingem a cafeicultura.
Em meio a tantos tópicos de interesse, utilizaremos a resposta dada por Hafers e Vieira a nosso texto a fim de aprofundar um pouco mais a discussão. Afinal, essa espelha, de maneira geral, as inquietações de outros participantes do debate, ainda que as conclusões não coincidam. A opção por seguir a estrutura da resposta, assim, busca principalmente estruturar as discussões.
Precisamos de regras ou de decisões?
A impressão deixada por "Café: fim de um ciclo", ao menos em nossa leitura, foi a de que o custo da mão-de-obra era a principal variável associada às dificuldades dos cafeicultores. Se não é o caso, melhor, já que podemos discutir as limitações inerentes a qualquer política que proponha um "começar de novo". Em outras palavras, gostaríamos de enfatizar a diferença entre a intervenção e a regulação, já afirmando, de antemão, que a proposta de Hafers e Vieira se enquadra na primeira categoria, por seu foco no curto prazo.
Não há dúvidas de que os custos para os produtores rurais são crescentes, e que as legislações ambiental e trabalhista impõem uma pesada carga ao setor. É evidente, da mesma forma, o efeito perverso de determinadas deficiências estruturais - como a inadequação de nossa infra-estrutura em boa parte do país e a falta de confiabilidade das instituições brasileiras -, prejudiciais à atividade econômica como um todo. A dúvida é: qual a melhor forma de conviver com esse panorama?
Ao reconhecer que as transformações sofridas pelo Brasil nos últimos anos são positivas, Hafers e Vieira chamam a atenção para um fato importante: teremos que lidar com diversos desses custos no futuro. Daí decorre o imperativo do aprendizado, por um lado, e da militância política, de outro. O que temos visto, nos últimos tempos, são queixas generalizadas e a instituição de uma agenda voltada para o passado nessas questões. Definitivamente, este não é o melhor caminho. É impossível imaginar qualquer solução que envolva a sociedade - e a faça arcar com os custos correspondentes -, enquanto parte das lideranças ligadas à agricultura sigam optando pelo discurso fácil da "agricultura X resto do Brasil".
O confronto dá a sensação de proteção e pode até render alguns votos. Desvia as atenções de todos, no entanto, daquele que deveria ser o foco do debate. O artigo de Hafers e Vieira possibilita a reflexão acerca de algo que vai além dessas transformações importantes no país: qual a melhor forma de regular as relações econômicas no Brasil? Quais as responsabilidades e direitos dos agentes atingidos por essas regras? Mais especificamente, o momento exige regras respeitadas por todos, em primeiro lugar, e que permitam a consecução de determinados objetivos - econômicos, ambientais ou sociais - sem que, para isso, uma parcela da população seja penalizada.
É sempre bom lembrar que nem sempre mais regras levam a uma situação melhor. Garantir informação aos agentes para que tomem as decisões que considerem pertinentes parece ser a melhor solução para qualquer setor econômico. A proposta de redução da dívida falha em oferecer ambos os resultados. Não discute tópicos estruturais, como as regras por trás da relação agricultura/sociedade, tampouco questiona a ausência de dados que nos permitam dimensionar o real estado da cafeicultura.
Cafés especiais e gestão: duas faces da mesma moeda
Concordamos que a comercialização de cafés especiais não representa uma solução para o conjunto da cafeicultura na atualidade. Inclusive, foi o que dissemos no artigo anterior. Isso não significa que essa alternativa deva ser esquecida, afinal, ainda que limitada, poderá trazer melhores condições a centenas, talvez milhares de cafeicultores. Seria um erro assumirmos uma visão estática do mercado, como se todas as oportunidades já estivessem esgotadas. Se os atributos éticos têm valorização crescente no mercado internacional - ainda que esse filão seja reduzido -, por que não explorarmos mais nossas potencialidades?
Da mesma maneira, reconhecermos a competência de nossos cafeicultores na administração de seu patrimônio não exclui o desejo de produtores mais conscientes de sua atividade. Hafers e Vieira, ao compararem a atividade agrícola com a dos antepassados, subestimam as mudanças ocorridas no mundo ao longo das últimas décadas e romantizam a atuação dos pioneiros do setor. A história do café no Brasil, em grande medida, é escrita por produtores com considerável consciência de seus interesses, o que os levou à militância política, e plena noção da estrutura do mercado internacional. O ideal seria que nossos milhares de cafeicultores tenham, da mesma forma como os barões do passado, acesso a informações e a oportunidade de participar ativamente da vida política do país.
Considerações finais
Em resumo, não acreditamos que a redução das dívidas trará benefícios de longo prazo à cafeicultura brasileira. Trará certamente alívio no curto prazo e a sensação de dever cumprido. Não que discutir a questão da dívida seja uma heresia. Podemos aproveitar, porém, a vontade de encontrar soluções para discutir outros temas, ainda que mais complexos. A experiência nos mostra que a resolução desses problemas exige uma resposta que vá além da conjuntura. A proposta original de Hafers e Vieira acerta ao identificar gargalos na cafeicultura brasileira, mas desliza ao acreditar que "começar do zero" eliminará boa parte das mazelas.
Nem mesmo há certeza quanto aos efeitos dessa iniciativa sobre a produção nacional. Uma dúvida pertinente diz respeito ao tamanho da produção dita ineficiente no Brasil. Seria a erradição dos cafezais via equacionamento do problema das dívidas uma ação que resultaria em uma diminuição consistente da produção? No momento é difícil apontar qualquer resposta, dado que não estão claros os incentivos de uma "regra de saída" sobre os cafeicultores, mas, de qualquer forma, essa é uma questão que merece tratamento aprofundado no futuro.
Ademais, se por um lado é certo que a situação de muitos cafeicultores está "preta", por outro cabe sublinharmos a necessidade de soluções para o setor que se encaixem no contexto do país. Daí a importância de uma análise que, na medida do possível, não se limite aos problemas imediatos de alguns de seus agentes. Ninguém sabe, na verdade, qual é a melhor cor para definir a cafeicultura; o que, sim, sabemos, é que descrições do mundo que exageram uma tonalidade ou outra tendem a refletir apenas um lado da história. Para acadêmicos, tantas vezes criticados pelo apego à teoria e ao distanciamento do mundo real, a defesa de análises "cinzas" constitui uma obrigação.
Vimos com grande interesse o comentário de Sylvia Saes e Bruno Miranda a nosso artigo "Café o Fim de um Ciclo". Com vários questionamentos pertinentes, nos sentimos motivados a estender a discussão.
Primeiramente a questão: a culpa é só da mão de obra? Concordamos que não é, e talvez num artigo curto pudéssemos ter passado a impressão que fosse essa nossa opinião, mas concordamos que muitos outros fatores contribuem para a perda de competitividade de nossa cafeicultura.
O crescente custo Brasil, imposto por uma legislação com o espírito correto, nos levando a uma crescente modernização das relações de trabalho e da adequação ambiental, mas com custo maior do que deveria ser fosse nossa legislação mais racional e nos trazendo obrigações que nem de longe são pensadas nos demais países produtores de café. Como vai um produtor brasileiro, obrigado a uma crescente carga de direitos trabalhistas que dobram como custo o valor recebido pelo trabalhador, em função de direitos como férias de 30 dias com adicional de 33%, pagamento de horas in itinere, etc., competir com o produtor da América Central, onde a mera reclamação ou ameaça de organização para exigir direitos pode levar a um risco de vida para o trabalhador?
Quanto à legislação ambiental, nos é imposto um crescente custo de licenciamento, talvez maior que o da adequação, pois exige a contratação de consultorias e avaliações cada vez mais detalhadas do impacto ambiental da produção, levando nosso campo a uma eliminação de impactos que nem de longe é exigida de nossas cidades. Temos um custo financeiro mais elevado que qualquer outro país de agricultura competitiva, e agora sofremos uma apreciação cambial que faz com que preços internacionais excelentes para o café, fazendo a alegria de todos nossos competidores, não dão nenhum fôlego adicional a nosso cafeicultor.
Sylvia e Bruno também lembram a possibilidade de busca de melhor resultado através da diferenciação da qualidade, buscando mercados como o de cafés especiais. Disto Marcelo tem alguma experiência, por seu trabalho de muitos anos à frente da Associação Brasileira de Cafés Especiais - BSCA. Realmente esta opção pode trazer bons resultados a quem a ela se dedica, mas pelo pequeno volume negociado nestes nichos de mercado é uma opção real para algumas centenas de nossos 200.000 cafeicultores, ou seja, tem um impacto bem limitado em termos de criação de um futuro melhor para a grande maioria dos cafeicultores brasileiros.
Eles abordam ainda a questão crítica da capacitação de nossos agricultores (não achamos que cafeicultores sejam menos capacitados que nossos demais agricultores ou outros gestores de outros tipos de pequenos negócios) para a condução dos seus negócios. Mas na prática vemos que o que falta de conhecimento técnico em avaliação de custos a nossos agricultores com menor educação formal talvez lhes sobre em foco no resultado de uma maneira simples, mas eficaz, "apertando o cinto". Não vemos nos produtores mais sofisticados, com equipes administrativas monitorando custos e planejando as operações de uma maneira eficiente, maior resultado no negócio que aqueles que fazem como nossos antepassados, contando os tostões e brigando para não despendê-los. Como competir com um produtor africano, que apesar da absurda ineficiência de seu mercado com um grande número de intermediários lhe permitir receber menos de metade do preço final do produtor, tem no café a única alternativa de uma renda marginal que lhe permita algo acima da simples subsistência?
Quanto à criação de uma regra de saída, realmente é uma solução de difícil implementação e que precisa ser muito bem administrada para evitar distorções. Mas no mundo real onde outras soluções melhores ainda não foram encontradas, pode ser uma alternativa melhor que a repetida rolagem de dívidas impagáveis, que dificilmente retornarão um dia ao Funcafé, e que só crescem, pois a cada rolagem são somados custos financeiros enormes e são também disponibilizados novos recursos que aumentam o problema ao invés de resolvê-lo.
Em resumo, nem preto nem branco para quem analisa com distanciamento, mas para quem está imerso na produção sem perspectiva de sucesso o negócio está preto mesmo!
Marcelo Vieira e Luiz Hafers
Nem preto nem branco: cinza
Maria Sylvia Macchione Saes
Professora do Departamento de Administração da USP e pesquisadora do PENSA
Bruno Varella Miranda
Bacharel em Relações Internacionais pela USP e Pesquisador do PENSA
Em artigo publicado recentemente na Folha de São Paulo, Marcelo Vieira e Luiz Suplicy Hafers argumentam que estamos assistindo ao fim de um ciclo. Mais especificamente, ponderam os autores que a cafeicultura, o principal motor da economia brasileira durante décadas, vem sucumbindo frente a mudanças estruturais aqui ocorridas, que encarecem a mão-de-obra e tornam difícil a competição no mercado internacional. O resultado: endividamento crescente do setor.
Em meio a esse quadro, afirmam os autores, é necessário encontrar, primeiramente, uma regra de saída que permita a redução dos cafezais no Brasil. Com isso, a parcela ineficiente de nossa produção seria erradicada, garantindo o fim das pressões sobre a oferta. Na sequência, Vieira e Hafers apontam a possibilidade de o Governo aliar tal processo com uma reforma agrária pacífica e viável, e que leve em conta o potencial da agricultura familiar na produção de café. Finalmente, o tema da dívida do setor é abordado, com a defesa de sua redução como requisito para um planejamento de longo prazo da cafeicultura.
A partir da exposição de Vieira e Hafers, são diversas as opções para um debate. Indo além, um único artigo certamente será insuficiente para expor, com a precisão requerida, todas as ideias originadas da leitura desse texto. Por isso, apresentaremos alguns tópicos que consideramos fundamentais para uma reflexão acerca da situação real da cafeicultura brasileira.
Custos X Benefícios
Ninguém nega que os custos com mão-de-obra constituem um dos principais gargalos para os chamados "médios produtores". Nas regiões de montanha, tal quadro é especialmente sentido. Some-se a esse quadro a concorrência do café Robusta - citada por Vieira e Hafers -, cuja produção é mais barata. Haveria alguma alternativa para um quadro tão desalentador?
Deixando de lado a questão da mão-de-obra por um instante, não há como deixar de reconhecer que há mais elementos que contribuem para a delicada situação de parte da cafeicultura brasileira. Na atualidade, produzimos nas regiões de montanha grãos capazes de atingir niveis de qualidade invejáveis. No mercado, porém, a reputação do café brasileiro está longe de corresponder ao nosso potencial, algo que fatalmente se reflete nos preços.
Evidentemente, a melhoria da qualidade - e da reputação - não constituiria uma solução para o conjunto dos cafeicultores nas condições descritas por Vieira e Hafers. Faria parte de uma virada, entretanto, a conscientização de que por trás de tantos gastos com mão-de-obra há um produto com qualidade diferenciada. Nunca é demais lembrar também que o café brasileiro "contém" políticas ambientais e trabalhistas muito mais rigorosas que as dos concorrentes.
Por isso, com a busca de uma devida valorização dessas peculiaridades, uma quantidade considerável de cafeicultores poderia fugir das armadilhas da "impessoalidade" de parte do mercado internacional, que tende a privilegiar somente quem tem o custo menor. E disso depende fortemente a ação coordenada dos agentes ligados ao setor.
A culpa é só da mão-de-obra?
Acima demos um exemplo prático, cuja reflexão faz-se necessária: provavelmente não estejamos recebendo a recompensa adequada pelo potencial de nossa cafeicultura. A partir dessa hipótese, gostariamos de estender o questionamento acerca da parcela de culpa da mão-de-obra na crise da cafeicultura.
Comecemos por um assunto delicado. Número considerável de agricultores segue mantendo um controle precário de seus custos, além de ignorar ferramentas básicas de gestão. Aos que fazem a lição de casa, tal afirmação deve ser ignorada; aos que não o fazem, porém, já passou da hora de buscar uma adequação do negócio aos desafios impostos pelo atual quadro.
Da mesma maneira, cabe enfatizar que nosso sistema financeiro talvez não esteja preparado para amparar um relacionamento sustentável com a agricultura. Em parte, esse quadro se deve a uma realidade que está relacionada à gestão da atividade rural no Brasil: a falta de dados. Sem condições de especificar qual o risco de sua atuação no setor, bancos acabam penalizando quem tem tudo pra dar certo. Por sua vez, o governo também sofre com a ausência de informações, desperdiçando inclusive medidas com a melhor das intenções.
No entanto, tal constatação é insuficiente para explicar a situação atual. Que os bancos no Brasil ganham demais, isso não é novidade para ninguém. Igualmente, falta ao governo a capacidade de dar respostas que façam algo mais que apagar o incêndio nos momentos críticos, ou seja, políticas públicas mais consistentes e estáveis. Por sinal, isso só será possível quando houver um engajamento pleno dos setores com problemas, pautado pela determinação de direitos e, principalmente, responsabilidades.
Existe uma regra de saída?
A ideia de uma regra de saída, já tentada anteriormente com resultados medíocres, deve ser vista com bastante ceticismo. Primeiramente, o controle sobre tal iniciativa é necessariamente precário, e a volta dos produtores no momento em que preços melhores sejam observados é a tendência natural.
Outra questão, relacionada ao fator "mão-de-obra", merece a reflexão de todos, qual seja: o aumento dos salários, da mesma forma que afeta a cafeicultura, prejudica também outras atividades agrícolas. Dessa maneira, a migração desses produtores em direção a culturas diferentes não resolveria o problema dos próprios produtores!
Uma opção seria a de pagar para que esses produtores deixassem de produzir. Cabe nos perguntarmos, entretanto, quais os efeitos dessa política. Logo de cara, elimina-se a possibilidade de uma reforma agrária pacífica e viável - afinal, quem venderia suas terras caso tivesse a garantia de recebimento de um pagamento mensal como incentivo para o abandono da cafeicultura? Indo além, quem pagaria essa conta?
Em resumo...
Este artigo não esgota a considerável quantidade de assuntos originada a partir do texto de Vieira e Hafers. Podemos citar a questão da reforma agrária como um dos possíveis pontos a serem explorados no futuro. Não queremos, porém, alongar muito a discussão, a fim de evitar que a quantidade de temas prejudique a reflexão e um eventual debate.
Cabe ressaltarmos, como conclusão, que o estabelecimento de uma relação tão estrita entre o custo da mão-de-obra e o problema da dívida na cafeicultura não parece ser o melhor caminho para um planejamento de longo prazo. Qualquer ação tomada com base nesse raciocínio dificilmente beneficiaria todos os que mais sofrem com o custo da mão-de-obra na atualidade. Pior, certamente seria comemorada pelos "irresponsáveis" - retomando uma expressão usada por Vieira e Hafers -, ainda mais quando se tem em conta a fragilidade de acordos envolvendo o abandono de determinada atividade econômica.
Por isso, qualquer planejamento de longo prazo da cafeicultura deve anteceder o equacionamento do problema das dívidas, ou ao menos considerá-lo, de forma transparente, como parte do processo. Condicionar o reposicionamento do setor à redução da dívida do setor provavelmente contribuirá para a repetição de velhos erros do passado, consequência direta de diagnósticos parciais e conclusões apressadas. Daí a importância de um debate de alto nível, algo, que por sinal, o texto de Vieira e Hafers possibilita.
Café, o fim de um ciclo
Marcelo Vieira
Produtor de café, diretor da Adecoagro e membro do Departamento do Café da Sociedade Rural Brasileira
Luiz Marcos Suplicy Hafers
Produtor de café e membro do Departamento do Café da Sociedade Rural Brasileira.
Nossa cafeicultura passa hoje pelo mesmo desafio pelo qual passaram indústrias que migraram de países ricos para o 3º Mundo.
Um grupo de cafeicultores e pessoas interessadas em nossa produção de café vem discutindo na Sociedade Rural Brasileira o tema "Caminhos para o café". As discussões formais e informais nos levaram a conclusões surpreendentes.
Estamos assistindo ao fim de um ciclo, durante o qual um único produto foi o principal em nossa pauta de exportações e financiou parte importante da industrialização do país. Em décadas recentes, o café foi perdendo sua importância relativa, graças à progressiva diversificação de nossa economia e à perda de competitividade do produtor brasileiro de café.
O Brasil ainda é o maior produtor de café, o maior exportador, mas, mesmo numa fase de preços internacionais relativamente favoráveis, nosso produtor não tem obtido retorno adequado. Somos os produtores mais eficientes, temos uma estrutura de comercialização muito competitiva e com baixos custos e temos o segundo maior mercado consumidor.
Mas, ao mesmo tempo, o progressivo desenvolvimento de nossa economia leva ao encarecimento da mão de obra. O principal impacto na cafeicultura dessa mudança altamente benéfica para o país é a perda de competitividade do produtor tradicional em regiões de montanha, que tem uso intensivo da mão de obra.
Num negócio em que a mão de obra representa mais de 50% do custo da produção, um produtor que paga a um colhedor US$ 500 mensais não tem como competir com produtores da América Latina, da África e da Ásia, que buscam esse valor como renda anual. Como todos os demais países produtores são menos desenvolvidos que o Brasil e não têm alternativas de diversificação da agricultura, o aumento de custos para o produtor brasileiro não se reflete num aumento de preços no mercado internacional.
Nossa cafeicultura passa hoje pelo mesmo desafio pelo qual passaram indústrias intensivas em mão de obra que, aos poucos, migraram de países ricos para o Terceiro Mundo. Além disso, durante esse mesmo período, a indústria do café passou por uma progressiva substituição do café arábica, de mais alto custo e com maior potencial de qualidade, pelo café robusta, produzido em regiões de menor altitude, com menor custo.
O produtor de robusta, que abastecia 25% do consumo mundial há 30 anos, hoje tem uma participação de 40% no mercado mundial de café.
Nosso produtor tradicional se vê em situação similar à da indústria automobilística americana, que sempre esteve na vanguarda do negócio, mas agora vem sendo substituída por produtores mais competitivos.
Tudo isso levou a um recorrente endividamento de um grande número de cafeicultores, que não têm nenhuma perspectiva de gerar resultado na produção para abater a dívida, enquanto continuam contribuindo para uma oferta excedente do produto, o que pressiona contra eventuais ganhos de preço que recuperem a competitividade da cafeicultura.
Precisamos buscar uma regra de saída para esses produtores que lhes reduza a dívida com o compromisso de erradicação da parte ineficiente do parque produtivo. Isso levaria à redução da área e ao aumento da produtividade, com consequente redução das exportações, provocando um aumento das cotações internacionais sem impacto negativo na receita exterior.
Ajudar a saída de agricultores menos competitivos pode também dar impulso a uma reforma agrária pacífica e viável. A expansão da cafeicultura tem vindo da produção familiar: o café é, possivelmente, a cultura mais adequada a uma propriedade familiar, por ser uma produção intensiva no uso da terra e da mão de obra.
Ela é mais viável na propriedade familiar, que não é sujeita ao nosso pesado custo Brasil de altos encargos sociais, juros altos, altos impostos sobre a produção e custos crescentes de licenciamento e adequação ambiental.
Defender a redução da dívida de agricultores é tabu no Brasil, onde os bancos têm conseguido sempre renegociações que resolvem os seus problemas, mas não necessariamente os dos produtores. Mas problemas graves exigem soluções drásticas, e o fundo que financia a cafeicultura foi criado com recursos provenientes dela com o objetivo de viabilizá-la.
Essa dívida impagável deprime mercados, leva a uma crescente desilusão e angústia os produtores responsáveis que buscam solver seus compromissos e serve de desculpa para os irresponsáveis. E perpetua uma discussão das entidades representativas em torno de periódicas renegociações e alongamentos, quando deveriam estar desenvolvendo estratégias de longo prazo para a recuperação da competitividade, sem as quais nossa cafeicultura permanecerá nesse impasse dos últimos anos.
terça-feira, 23 de fevereiro de 2010
Gosto de cabo de guarda-chuva
Gosto de cabo de guarda-chuva
Gosto de cabo de guarda-chuva foi o que deixou em nossa boca ontem após o fechamento da bolsa de café ICE em New York ontem à tarde, se quiserem mais adjetivos podemos dizer corrimão de escada ou cordinha de banheiro.
Por motivos que digamos técnicos a bolsa ontem mostrou seus dentes e desabou em nossas cabeças com -535 pontos sim menos quinhentos e trinta e cinco pontos, segundos operadores por o mercado não ter força de romper a barreira de 137.35 dólares por libra peso teria dado start de venda e o mercado não se sustentou e caiu.
Fora negociado 16.322 contratos no mês de maio e 20.322 se contarmos todo o pregão em todos os meses, traduzindo venderam ontem em uma tarde 5.930.000 milhões de sacas, ou seja, 12% da safra brasileira se considerar o numero oficial da Conab.
Com a incerteza sobre a economia na zona do Euro outro motivo relatado para a queda, o café caiu seguido apenas pelo açúcar que também desabou ontem, mas esta incerteza na economia não fez cair nem a soja nem algodão nem o trigo, nem o petróleo e o dólar index que seria uma cesta de moedas que mede a valorização do dólar no mundo ficando praticamente estável em seu fechamento também não seria motivo para queda.
Ficamos nos perguntando o porquê desta sangria e não encontramos respostas, para o açúcar que a safra esta mais próxima do que a do café e que esta acima do preço histórico podemos entender, mas e o café.
Seria alguma forma de retaliação, pois o Brasil apresentara uma lista de retaliação a produtos importados dos EUA por causa do subsidio ao algodão produzido lá.
Então como o motivo seria digamos técnico, como analisar a área fundamental.
A safra da Colômbia quebra em quantidade e qualidade.
Falta de chuvas em algumas zonas produtoras no Brasil, outras com excesso.
Estoques baixos e crescimento de consumo no mundo e aqui no Brasil.
Alto custo de produção com prejuízos amargos.
A força deste mercado que numa tarde vende 12% de tudo àquilo que gastamos pra produzir em um ano mostra uma realidade cruel.
Sem uma ajuda do governo não sairemos mais do ciclo vicioso, sem preço não pagamos as contas, se não pagamos as contas vende se café de qualquer jeito, novamente sem preço.
Fico me perguntando se acabar a paixão dos produtores de café por suas lavouras acabar como se sustentara este mercado.
Este é o mercado do café, se não tivermos ajuda do estado de alguma forma como tem os produtores de paises da Europa e dos EUA estamos fadados a importar café para suprirmos nosso habito de tomar café.
Wagner Pimentel
www.cafezinhocomamigos.blogspot.com
Manhuaçu MG 23/2/2010
Gosto de cabo de guarda-chuva foi o que deixou em nossa boca ontem após o fechamento da bolsa de café ICE em New York ontem à tarde, se quiserem mais adjetivos podemos dizer corrimão de escada ou cordinha de banheiro.
Por motivos que digamos técnicos a bolsa ontem mostrou seus dentes e desabou em nossas cabeças com -535 pontos sim menos quinhentos e trinta e cinco pontos, segundos operadores por o mercado não ter força de romper a barreira de 137.35 dólares por libra peso teria dado start de venda e o mercado não se sustentou e caiu.
Fora negociado 16.322 contratos no mês de maio e 20.322 se contarmos todo o pregão em todos os meses, traduzindo venderam ontem em uma tarde 5.930.000 milhões de sacas, ou seja, 12% da safra brasileira se considerar o numero oficial da Conab.
Com a incerteza sobre a economia na zona do Euro outro motivo relatado para a queda, o café caiu seguido apenas pelo açúcar que também desabou ontem, mas esta incerteza na economia não fez cair nem a soja nem algodão nem o trigo, nem o petróleo e o dólar index que seria uma cesta de moedas que mede a valorização do dólar no mundo ficando praticamente estável em seu fechamento também não seria motivo para queda.
Ficamos nos perguntando o porquê desta sangria e não encontramos respostas, para o açúcar que a safra esta mais próxima do que a do café e que esta acima do preço histórico podemos entender, mas e o café.
Seria alguma forma de retaliação, pois o Brasil apresentara uma lista de retaliação a produtos importados dos EUA por causa do subsidio ao algodão produzido lá.
Então como o motivo seria digamos técnico, como analisar a área fundamental.
A safra da Colômbia quebra em quantidade e qualidade.
Falta de chuvas em algumas zonas produtoras no Brasil, outras com excesso.
Estoques baixos e crescimento de consumo no mundo e aqui no Brasil.
Alto custo de produção com prejuízos amargos.
A força deste mercado que numa tarde vende 12% de tudo àquilo que gastamos pra produzir em um ano mostra uma realidade cruel.
Sem uma ajuda do governo não sairemos mais do ciclo vicioso, sem preço não pagamos as contas, se não pagamos as contas vende se café de qualquer jeito, novamente sem preço.
Fico me perguntando se acabar a paixão dos produtores de café por suas lavouras acabar como se sustentara este mercado.
Este é o mercado do café, se não tivermos ajuda do estado de alguma forma como tem os produtores de paises da Europa e dos EUA estamos fadados a importar café para suprirmos nosso habito de tomar café.
Wagner Pimentel
www.cafezinhocomamigos.blogspot.com
Manhuaçu MG 23/2/2010
Diretor da illycaffè crê em safra do Brasil de 55 milhões de sacas
Brazil Coffee Crop in ’Great Shape,’ May Hit Record, Illy Says
Brazil, the world’s biggest coffee producer and exporter, may harvest a record crop of about 55 million bags this year after above-average rain and heat left beans in “great shape,” Illycaffe Spa’s Nelson Carvalhaes said. The quality of the coffee allays concerns that excess showers last year could have caused trees to flower early, hindering the development of beans, said Carvalhaes, purchasing director at the Brazilian unit of Italy’s second-largest coffee maker. He assessed the beans in a three-day tour of crops in Minas Gerais state, Brazil’s largest producer of arabica coffee. “Beans are in a great shape, much better than I would have expected,” Carvalhaes said in an interview at his office in the southeastern coffee port city of Santos on Feb. 18. The El Nino weather pattern caused above-average rainfall in Brazil’s major coffee-producing areas from August through December, raising concern beans wouldn’t develop properly. Conab, as Brazil´s crop forecasting agency in known, estimated output between 45.9 million and 48.7 million bags. A bag of coffee weighs 60 kilograms, or 132 pounds. Illycaffe uses over 50 percent of arabica from Brazil in its coffee blend.
Diretor da illycaffè crê em safra do Brasil de 55 milhões de sacas
O Brasil, maior produtor e exportador mundial de café, poderá ter uma safra recorde de cerca de 55 milhões de sacas neste ano, após uma temporada de chuvas acima da média e de calor que deixou os grãos em "grande forma", segundo apontou Nelson Carvalhaes, diretor da illycaffè Spa. A qualidade dos grãos poderia ter sido afetada por conta do volume excessivo verificado no final do ano passado, o que fez com que algumas florações irregulares fossem verificadas, apontou o diretor que atua junto ao setor de compras da empresa italiana no Brasil. Carvalhaes apontou que fez um tour de três dias por regiões produtoras de Minas Gerais, Estado maior produtor do país. "Os grão estão bem formados, muitos melhor do que esperávamos", ressaltou o especialista em seu escritório na cidade de Santos. O fenômeno climático "El Niño" causou chuvas acima do normal nas zonas produtoras de café do Brasil, entre os meses de agosto e dezembro do ano passado, o que fez com que os produtores estivessem mais preocupados com o desenvolvimento dos grãos. O governo brasileiro, através da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento), estimou a safra deste ano entre 45,9 e 48,7 milhões de sacas. Em seu blend, a illycaffè utiliza 50% do café de origem brasileira.
Brazil, the world’s biggest coffee producer and exporter, may harvest a record crop of about 55 million bags this year after above-average rain and heat left beans in “great shape,” Illycaffe Spa’s Nelson Carvalhaes said. The quality of the coffee allays concerns that excess showers last year could have caused trees to flower early, hindering the development of beans, said Carvalhaes, purchasing director at the Brazilian unit of Italy’s second-largest coffee maker. He assessed the beans in a three-day tour of crops in Minas Gerais state, Brazil’s largest producer of arabica coffee. “Beans are in a great shape, much better than I would have expected,” Carvalhaes said in an interview at his office in the southeastern coffee port city of Santos on Feb. 18. The El Nino weather pattern caused above-average rainfall in Brazil’s major coffee-producing areas from August through December, raising concern beans wouldn’t develop properly. Conab, as Brazil´s crop forecasting agency in known, estimated output between 45.9 million and 48.7 million bags. A bag of coffee weighs 60 kilograms, or 132 pounds. Illycaffe uses over 50 percent of arabica from Brazil in its coffee blend.
Diretor da illycaffè crê em safra do Brasil de 55 milhões de sacas
O Brasil, maior produtor e exportador mundial de café, poderá ter uma safra recorde de cerca de 55 milhões de sacas neste ano, após uma temporada de chuvas acima da média e de calor que deixou os grãos em "grande forma", segundo apontou Nelson Carvalhaes, diretor da illycaffè Spa. A qualidade dos grãos poderia ter sido afetada por conta do volume excessivo verificado no final do ano passado, o que fez com que algumas florações irregulares fossem verificadas, apontou o diretor que atua junto ao setor de compras da empresa italiana no Brasil. Carvalhaes apontou que fez um tour de três dias por regiões produtoras de Minas Gerais, Estado maior produtor do país. "Os grão estão bem formados, muitos melhor do que esperávamos", ressaltou o especialista em seu escritório na cidade de Santos. O fenômeno climático "El Niño" causou chuvas acima do normal nas zonas produtoras de café do Brasil, entre os meses de agosto e dezembro do ano passado, o que fez com que os produtores estivessem mais preocupados com o desenvolvimento dos grãos. O governo brasileiro, através da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento), estimou a safra deste ano entre 45,9 e 48,7 milhões de sacas. Em seu blend, a illycaffè utiliza 50% do café de origem brasileira.
domingo, 21 de fevereiro de 2010
COMERCIALIZAÇÃO DA SAFRA DE CAFÉ 2009/10 NO BRASIL ATINGE 76%
ANALISE SAFRAS - COMERCIALIZAÇÃO DA SAFRA DE CAFÉ 2009/10 NO BRASIL ATINGE 76%
A comercialização da safra de café do Brasil 2009/10 (julho/junho) está em 76% do total. O dado faz parte de levantamento de SAFRAS & Mercado, com base em informações colhidas até 31 de janeiro. O ritmo dos negócios é o mesmo de igual período de 2008, quando janeiro também fechou marcando 76%. As vendas evoluíram cinco pontos percentuais na comparação com dezembro, quando 71% da safra estava negociada.
Com isso, já foram comercializadas pelos produtores brasileiros 32,47 milhões de sacas de 60 quilos de café, tomando-se por base a projeção de SAFRAS & Mercado, de uma safra 2009/10 de café brasileira de 42,45 milhões de sacas.
Segundo o analista de SAFRAS & Mercado, Gil Barabach, o fluxo comercial seguiu compassado, contrariando as expectativas de um avanço no ritmo dos negócios. A justificativa é o preço abaixo do esperado e a dificuldade com qualidade. A qualidade segue valorizada. Se comparado a dezembro, o fluxo de negócios seguiu praticamente estável, o que soa frustrante, haja vista que o final do ano normalmente é um período onde o produtor é mais resistente à venda, deixando latente um grande potencial de movimentação para o primeiro mês do ano, observa Barabach.
O analista indica que o preço de exercício de opção de venda ao governo segue como referência para os vendedores, especialmente para a venda de bebida dura, cujo preço alvo continua acima de R$ 300 a saca. Mas como a janela comercial está diminuindo e o mercado teima em não reagir é natural esperar um pouco mais de interesse de venda nesse restante de fevereiro e, principalmente, ao longo de março, aponta Barabach.
Também deve crescer o interesse por posições antecipadas com safra nova, especialmente via CPR, aponta o analista de café de SAFRAS. A fixação para setembro na BM&F estava na última quinta-feira acima de US$ 160 a saca, o que considerando um dólar em R$ 1,82 representaria preço de R$ 291 a saca. Valor aquém do que o produtor almeja, comenta Barabach. "Mas não dá para esquecer que se trata de um ano de safra grande, o que deve resultar em larga pressão vendedora, particularmente nos primeiros meses do novo ciclo comercial", analisa. "Por isso, é perigoso ao produtor ficar vulnerável à necessidade de venda na entrada de safra, período de maior concentração de venda. Assim, capitalizar-se antecipadamente tende a ser uma boa estratégia, não só para segurar preço co mo também para garantir caixa para o início da próxima temporada", conclui Barabach
A comercialização da safra de café do Brasil 2009/10 (julho/junho) está em 76% do total. O dado faz parte de levantamento de SAFRAS & Mercado, com base em informações colhidas até 31 de janeiro. O ritmo dos negócios é o mesmo de igual período de 2008, quando janeiro também fechou marcando 76%. As vendas evoluíram cinco pontos percentuais na comparação com dezembro, quando 71% da safra estava negociada.
Com isso, já foram comercializadas pelos produtores brasileiros 32,47 milhões de sacas de 60 quilos de café, tomando-se por base a projeção de SAFRAS & Mercado, de uma safra 2009/10 de café brasileira de 42,45 milhões de sacas.
Segundo o analista de SAFRAS & Mercado, Gil Barabach, o fluxo comercial seguiu compassado, contrariando as expectativas de um avanço no ritmo dos negócios. A justificativa é o preço abaixo do esperado e a dificuldade com qualidade. A qualidade segue valorizada. Se comparado a dezembro, o fluxo de negócios seguiu praticamente estável, o que soa frustrante, haja vista que o final do ano normalmente é um período onde o produtor é mais resistente à venda, deixando latente um grande potencial de movimentação para o primeiro mês do ano, observa Barabach.
O analista indica que o preço de exercício de opção de venda ao governo segue como referência para os vendedores, especialmente para a venda de bebida dura, cujo preço alvo continua acima de R$ 300 a saca. Mas como a janela comercial está diminuindo e o mercado teima em não reagir é natural esperar um pouco mais de interesse de venda nesse restante de fevereiro e, principalmente, ao longo de março, aponta Barabach.
Também deve crescer o interesse por posições antecipadas com safra nova, especialmente via CPR, aponta o analista de café de SAFRAS. A fixação para setembro na BM&F estava na última quinta-feira acima de US$ 160 a saca, o que considerando um dólar em R$ 1,82 representaria preço de R$ 291 a saca. Valor aquém do que o produtor almeja, comenta Barabach. "Mas não dá para esquecer que se trata de um ano de safra grande, o que deve resultar em larga pressão vendedora, particularmente nos primeiros meses do novo ciclo comercial", analisa. "Por isso, é perigoso ao produtor ficar vulnerável à necessidade de venda na entrada de safra, período de maior concentração de venda. Assim, capitalizar-se antecipadamente tende a ser uma boa estratégia, não só para segurar preço co mo também para garantir caixa para o início da próxima temporada", conclui Barabach
फेचामेंतो डा semana
Com boas noticias da economia americana anunciadas semana que se passou os mercados reagiram bem , e os investidores que fizeram a corrida para o dolar com medo de um start em uma nova crise , começaram a colocar os lucros do bolso e correr para ativos de maiores riscos mas tambem de maiores lucratividades, com isso subiram as comodities e algumas bolsas em torno do mundo ,ja que a economia globalizada funciona assim, uma tempestade na china ou na russia derruba as econmias do resto do mundo.
Nosso trade continua fluindo conforme o esperado e rompimento da max da semana daria start de compra no set up da media movel exponencial de nove periodos do grafico semanal mas continuaremos mantendo a posiçao de 3 contratos e manteremos ainda alvo e stop ja postados anteriomente.
O mercado fisico com poucos participantes em uma semana curta devido o feriado de carnaval nao trouxe grandes variaçoes.
Como o mercado ainda nos mostra curto nao tendo grandes noticias fundamentais que possa mudar o cenario que estamos vivendo , é possivel que encontremos esta semana um ponto de equilibrio pra quem esteja precisando vender alguma coisa no mercado fisico e tirar as contas do vermelho.
Vamos aguardar e se tiver a oportunidade amigos produtores nao a percam porque passa rapido.
boa semana a todos .
wagner pimentel
Nosso trade continua fluindo conforme o esperado e rompimento da max da semana daria start de compra no set up da media movel exponencial de nove periodos do grafico semanal mas continuaremos mantendo a posiçao de 3 contratos e manteremos ainda alvo e stop ja postados anteriomente.
O mercado fisico com poucos participantes em uma semana curta devido o feriado de carnaval nao trouxe grandes variaçoes.
Como o mercado ainda nos mostra curto nao tendo grandes noticias fundamentais que possa mudar o cenario que estamos vivendo , é possivel que encontremos esta semana um ponto de equilibrio pra quem esteja precisando vender alguma coisa no mercado fisico e tirar as contas do vermelho.
Vamos aguardar e se tiver a oportunidade amigos produtores nao a percam porque passa rapido.
boa semana a todos .
wagner pimentel
sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010
Aumento do consumo de café não sustenta empregos
Aumento do consumo de café não sustenta empregos
O consumo quase recorde de café em 2009 no Brasil não salvou empregos nas lavouras, mantendo uma sequência elevada de corte de postos de trabalho de anos anteriores. Segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), no ano passado foram eliminados 5.550 empregos do mercado de trabalho formal, na diferença entre admissões e demissões feitas no período, em empresas dedicadas ao cultivo de café.
Já o emprego nas indústrias de torrefação e moagem de café ficou praticamente estagnado, com só 89 vagas geradas em 2009. Só que, nesse período, a venda de café no mercado brasileiro atingiu um dos maiores patamares da história, com 4,65 kg, ou 78 litros, de café consumidos em média por habitante, segundo relatório da Associação Brasileira da Indústria de Café (Abic). O recorde histórico de consumo de café foi atingido em 1965, com 4,72 kg do produto consumidos por pessoa. O volume de vendas aumentou 4,15%, entre novembro de 2008 e outubro de 2009, acima da previsão da entidade: de 3% de crescimento.
O principal motivo para o crescimento da venda de café no mercado brasileiro foi a melhoria da qualidade do café brasileiro que popularizou o consumo de formas mais elaborados do produto, como o expresso e o cappuccino, segundo o relatório. Só a Sara Lee, maior indústria de torrefação em atividade no país, que detém a marca de café "Pilão", cresceu 14% em volume de vendas no varejo, de acordo com Ricardo Souza, diretor de marketing da empresa. Ele credita a impulsão do consumo à fidelidade da classe C.
Porém, essa melhora no consumo interno não se refletiu em preços mais vantajosos nas vendas, o que resultou em um empobrecimento dos produtores, segundo os empresários. "O produtor continua vendendo abaixo do custo de produção. O reflexo disso é desemprego. Aquele produtor que tinha 10 funcionários fixos na fazenda, hoje tem 7", diz Breno Mesquita, presidente da Comissão Nacional de Café da Confederação Nacional da Agricultura (CNA).
"Tem produtores que estão derrubando plantio de café e plantando outras culturas", acrescenta o diretor-executivo da Abic, Nathan Herszkowicz. Empresários da indústria se encontraram com representantes do Ministério da Agricultura para pedir leilões de estoques de café da Companhia Nacional de Abastecimento (CONAB) e linhas de crédito do Banco do Brasil.
Em carta de reivindicações, a Abic alega que há uma redução de margens de lucro por conta do crescimento da concentração do setor e da dificuldade crescente de negociar preços com o setor varejista, que também passou por uma intensa consolidação no ano passado.
Diante desse quadro negativo, mesmo com o crescimento da produção de café previsto para 2010, chegando a 46,8 milhões de sacas produzidas (821 toneladas), devem ocorrer mais demissões do que admissões no campo."Se continuar assim, com certeza vai ter demissão", diz Mesquita.
Souza, da Sara Lee, avalia que há uma tendência de consolidação no setor cafeeiro, que deve tirar empresas de menor porte do mercado: "Vão sobrar pequenos que focam em custo ou grandes empresas que oferecem cafés de qualidade".
A reportagem é do jornal Brasil Econômico, resumida e adaptada pela equipe CaféPoint.
O consumo quase recorde de café em 2009 no Brasil não salvou empregos nas lavouras, mantendo uma sequência elevada de corte de postos de trabalho de anos anteriores. Segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), no ano passado foram eliminados 5.550 empregos do mercado de trabalho formal, na diferença entre admissões e demissões feitas no período, em empresas dedicadas ao cultivo de café.
Já o emprego nas indústrias de torrefação e moagem de café ficou praticamente estagnado, com só 89 vagas geradas em 2009. Só que, nesse período, a venda de café no mercado brasileiro atingiu um dos maiores patamares da história, com 4,65 kg, ou 78 litros, de café consumidos em média por habitante, segundo relatório da Associação Brasileira da Indústria de Café (Abic). O recorde histórico de consumo de café foi atingido em 1965, com 4,72 kg do produto consumidos por pessoa. O volume de vendas aumentou 4,15%, entre novembro de 2008 e outubro de 2009, acima da previsão da entidade: de 3% de crescimento.
O principal motivo para o crescimento da venda de café no mercado brasileiro foi a melhoria da qualidade do café brasileiro que popularizou o consumo de formas mais elaborados do produto, como o expresso e o cappuccino, segundo o relatório. Só a Sara Lee, maior indústria de torrefação em atividade no país, que detém a marca de café "Pilão", cresceu 14% em volume de vendas no varejo, de acordo com Ricardo Souza, diretor de marketing da empresa. Ele credita a impulsão do consumo à fidelidade da classe C.
Porém, essa melhora no consumo interno não se refletiu em preços mais vantajosos nas vendas, o que resultou em um empobrecimento dos produtores, segundo os empresários. "O produtor continua vendendo abaixo do custo de produção. O reflexo disso é desemprego. Aquele produtor que tinha 10 funcionários fixos na fazenda, hoje tem 7", diz Breno Mesquita, presidente da Comissão Nacional de Café da Confederação Nacional da Agricultura (CNA).
"Tem produtores que estão derrubando plantio de café e plantando outras culturas", acrescenta o diretor-executivo da Abic, Nathan Herszkowicz. Empresários da indústria se encontraram com representantes do Ministério da Agricultura para pedir leilões de estoques de café da Companhia Nacional de Abastecimento (CONAB) e linhas de crédito do Banco do Brasil.
Em carta de reivindicações, a Abic alega que há uma redução de margens de lucro por conta do crescimento da concentração do setor e da dificuldade crescente de negociar preços com o setor varejista, que também passou por uma intensa consolidação no ano passado.
Diante desse quadro negativo, mesmo com o crescimento da produção de café previsto para 2010, chegando a 46,8 milhões de sacas produzidas (821 toneladas), devem ocorrer mais demissões do que admissões no campo."Se continuar assim, com certeza vai ter demissão", diz Mesquita.
Souza, da Sara Lee, avalia que há uma tendência de consolidação no setor cafeeiro, que deve tirar empresas de menor porte do mercado: "Vão sobrar pequenos que focam em custo ou grandes empresas que oferecem cafés de qualidade".
A reportagem é do jornal Brasil Econômico, resumida e adaptada pela equipe CaféPoint.
Dólar revoga lei da oferta e da procura
19/02 06:01 Dólar revoga lei da oferta e da procura
Dólar segue, em fevereiro, tendência internacional independentemente da
direção indicada pelo fluxo cambial
A oscilação do dólar não obedece mais a lei da oferta e da procura. A moeda
segue aqui a tendência internacional, independentemente de estar sobrando ou
faltando dólar na praça. Dados sobre o fluxo cambial de fevereiro divulgados
ontem pelo Banco Central mostram que na primeira semana do mês a reação da
moeda a um superávit (sobra de dólares no interbancário) de US$ 1,92 bilhão foi
de alta. Na semana seguinte, quando houve um déficit de U$ 1,39 bilhão, o
preço da moeda recuou 1,69%. A falta de lógica não é privilégio das mesas de
operações de câmbio dos bancos. O BC agiu em fevereiro também no sentido oposto
ao normal. Na primeira semana, quando sobrou muita moeda, comprou apenas US$ 54
milhões. Na segunda, quando faltou, adquiriu US$ 203 milhões. No acumulado do
mês, para um saldo positivo de US$ 526 milhões, o BC comprou US$ 257 milhões.
Como o excedente de moeda não vem sendo o responsável por um movimento de
apreciação do real - condenável por outros setores do governo - o BC se sente
confortável em reduzir suas intervenções. Em janeiro, a média diária de
aquisições foi de US$ 89,9 milhões. Em fevereiro, não chega a US$ 26 milhões. A
estratégia é deliberada. A redução ocorre porque já comprou muito (US$ 29,44
bilhões) desde que retornou a essa ponta do mercado, em 8 de maio do ano
passado. E o enxugamento tem um custo fiscal pesado. E também porque induz os
bancos privados a ampliarem suas posições compradas à vista. Estas passaram de
US$ 2,66 bilhões no final de janeiro para US$ 2,93 bilhões no dia 12.
Ao trazer as instituições privadas para o seu lado - transformando-as em
aliadas na tarefa de evitar quedas muito acentuadas do dólar -, o BC tira
pressão da venda. A contraparte futura, a ausência de operações oficiais nos
pregões de derivativos cambiais da BM&F, completa a asfixia das posições
especulativas tradicionais, as que são fechadas visando a obtenção da Selic. O
câmbio fica livre para flutuar primeiro ao sabor do vaivém da aversão global a
risco. E, em segundo, em função de aspectos domésticos, como a possibilidade,
em 2011, de o déficit em transações correntes não ser inteiramente coberto pelo
investimento externo direto. E, do lado positivo, da atração de capitais de
investimentos interessados em um emergente que não tem problemas de dívida como
alguns países europeus. A ausência de sobressaltos especulativos faz com que o
dólar oscile entre R$ 1,80 e R$ 1,85, favorecendo o planejamento dos
exportadores.
O dólar caiu ontem 0,27%, cotado a R$ 1,8230, refletindo não só a distensão
externa como também relatórios de instituições globais elogiosos ao Brasil. O
risco-país, medido pelo JP Morgan, cedeu 2,38%, para 205 pontos-base. Vários
indicadores americanos positivos ampliaram o apetite por ativos de risco,
ações, commodities e petróleo.
O comportamento paradoxal não é exclusividade do mercado de câmbio. O pregão de
juros futuros da BM&F também surta às vezes. Ontem, em reação a um Caged
inesperadamente positivo - a criação em janeiro de 181,4 mil empregos formais,
recorde histórico, para uma expectativa consensual do mercado de 115 mil -, uma
clara indicação de que a economia pode estar crescendo acima das previsões
oficiais, a curva não exibiu um comportamento uniforme. As taxas curtas
subiram, e muito pouco, e as longas caíram. A taxa para a virada do ano subiu
ligeiramente de 10,24% para 10,25% e o juro do swap de 360 dias avançou de
10,47% para 10,48%. Enquanto isso, as taxas com vencimento mais distante caíram
em bloco. Para janeiro de 2013, o CDI cedeu de 11,99% para 11,92%. E não se
pode atribuir a falta de consenso da curva à inflexão experimentada pelos
índices de inflação. A desaceleração tanto do IPC FIPE quando do IPC-S já era
esperada. A segunda quadrissemana do indicador da FIPE acusou alta de 1,09%,
dentro da expectativa, ante 1,28% na primeira prévia. O IPC-S, também da
segunda quadrissemana do mês, avançou 1,04%, abaixo tanto do anterior (1,33%)
quanto do consenso do mercado (1,08%).
Na verdade, as instituições decidiram devolver os prêmios exagerados
incorporados à parte longa da curva depois das evidências de que o BC não irá
fazer todo o aperto monetário (equivalente a 3,5 pontos) incorporado à
estrutura a termo de juros, sobretudo se Henrique Meirelles, de olho num
terceiro mandato, permanecer na presidência.
Após decisão da Fed Dólar em máximos de nove meses
.
O dólar negoceia no nível mais elevado dos últimos nove meses face ao euro, depois da Reserva Federal norte-americana ter subido a taxa de desconto pela primeira vez em três anos.
O euro recua 0,41% para negociar nos 1,3472 dólares. A divisa da Zona Euro prolonga assim um ciclo de três sessões em queda face ao dólar.
A moeda norte-americana segue em alta depois da Reserva Federal norte-americana ter anunciado a subida da taxa de desconto cobrada aos bancos em empréstimos directos de 0,5% para 0,75%.
Esta medida visa "normalizar as condições de empréstimo da Reserva Federal" mas "não pretende dificultar as condições de crédito para as famílias e para as empresas e não assinala qualquer alteração nas perspectivas económicas", explicou a instituição monetária norte-americana.
A Fed afastou ainda a possibilidade de vir a subir a taxa de juro de referência ainda este ano. Esta garantia acabou por aliviar ligeiramente os ganhos da moeda norte-americana.
Com mais esta subida do dólar, o euro prepara-se para completar a sexta semana de quedas. A divisa da Zona Euro tem sido penalizada pela situação das contas públicas de alguns países da região, em particular, a Grécia, Espanha e Portugal.
Petróleo cai mais de 1% com subida do dólar
O preço do petróleo segue em queda pela primeira vez em três sessões devido à subida da moeda norte-americana.
O West Texas Intermediate (WTI), transaccionado em Nova Iorque, recua 1,43% para os 77,93 dólares, enquanto o barril de Brent, negociado em Londres, perde 1,41% para os 76,68 dólares.
A matéria-prima está hoje em queda devido à subida da moeda norte-americana. O dólar negoceia no nível mais elevado dos últimos nove meses depois da Reserva Federal dos Estados Unidos ter baixado a subido de desconto cobrada aos bancos em empréstimos directos de 0,5% para 0,75%.
Dólar segue, em fevereiro, tendência internacional independentemente da
direção indicada pelo fluxo cambial
A oscilação do dólar não obedece mais a lei da oferta e da procura. A moeda
segue aqui a tendência internacional, independentemente de estar sobrando ou
faltando dólar na praça. Dados sobre o fluxo cambial de fevereiro divulgados
ontem pelo Banco Central mostram que na primeira semana do mês a reação da
moeda a um superávit (sobra de dólares no interbancário) de US$ 1,92 bilhão foi
de alta. Na semana seguinte, quando houve um déficit de U$ 1,39 bilhão, o
preço da moeda recuou 1,69%. A falta de lógica não é privilégio das mesas de
operações de câmbio dos bancos. O BC agiu em fevereiro também no sentido oposto
ao normal. Na primeira semana, quando sobrou muita moeda, comprou apenas US$ 54
milhões. Na segunda, quando faltou, adquiriu US$ 203 milhões. No acumulado do
mês, para um saldo positivo de US$ 526 milhões, o BC comprou US$ 257 milhões.
Como o excedente de moeda não vem sendo o responsável por um movimento de
apreciação do real - condenável por outros setores do governo - o BC se sente
confortável em reduzir suas intervenções. Em janeiro, a média diária de
aquisições foi de US$ 89,9 milhões. Em fevereiro, não chega a US$ 26 milhões. A
estratégia é deliberada. A redução ocorre porque já comprou muito (US$ 29,44
bilhões) desde que retornou a essa ponta do mercado, em 8 de maio do ano
passado. E o enxugamento tem um custo fiscal pesado. E também porque induz os
bancos privados a ampliarem suas posições compradas à vista. Estas passaram de
US$ 2,66 bilhões no final de janeiro para US$ 2,93 bilhões no dia 12.
Ao trazer as instituições privadas para o seu lado - transformando-as em
aliadas na tarefa de evitar quedas muito acentuadas do dólar -, o BC tira
pressão da venda. A contraparte futura, a ausência de operações oficiais nos
pregões de derivativos cambiais da BM&F, completa a asfixia das posições
especulativas tradicionais, as que são fechadas visando a obtenção da Selic. O
câmbio fica livre para flutuar primeiro ao sabor do vaivém da aversão global a
risco. E, em segundo, em função de aspectos domésticos, como a possibilidade,
em 2011, de o déficit em transações correntes não ser inteiramente coberto pelo
investimento externo direto. E, do lado positivo, da atração de capitais de
investimentos interessados em um emergente que não tem problemas de dívida como
alguns países europeus. A ausência de sobressaltos especulativos faz com que o
dólar oscile entre R$ 1,80 e R$ 1,85, favorecendo o planejamento dos
exportadores.
O dólar caiu ontem 0,27%, cotado a R$ 1,8230, refletindo não só a distensão
externa como também relatórios de instituições globais elogiosos ao Brasil. O
risco-país, medido pelo JP Morgan, cedeu 2,38%, para 205 pontos-base. Vários
indicadores americanos positivos ampliaram o apetite por ativos de risco,
ações, commodities e petróleo.
O comportamento paradoxal não é exclusividade do mercado de câmbio. O pregão de
juros futuros da BM&F também surta às vezes. Ontem, em reação a um Caged
inesperadamente positivo - a criação em janeiro de 181,4 mil empregos formais,
recorde histórico, para uma expectativa consensual do mercado de 115 mil -, uma
clara indicação de que a economia pode estar crescendo acima das previsões
oficiais, a curva não exibiu um comportamento uniforme. As taxas curtas
subiram, e muito pouco, e as longas caíram. A taxa para a virada do ano subiu
ligeiramente de 10,24% para 10,25% e o juro do swap de 360 dias avançou de
10,47% para 10,48%. Enquanto isso, as taxas com vencimento mais distante caíram
em bloco. Para janeiro de 2013, o CDI cedeu de 11,99% para 11,92%. E não se
pode atribuir a falta de consenso da curva à inflexão experimentada pelos
índices de inflação. A desaceleração tanto do IPC FIPE quando do IPC-S já era
esperada. A segunda quadrissemana do indicador da FIPE acusou alta de 1,09%,
dentro da expectativa, ante 1,28% na primeira prévia. O IPC-S, também da
segunda quadrissemana do mês, avançou 1,04%, abaixo tanto do anterior (1,33%)
quanto do consenso do mercado (1,08%).
Na verdade, as instituições decidiram devolver os prêmios exagerados
incorporados à parte longa da curva depois das evidências de que o BC não irá
fazer todo o aperto monetário (equivalente a 3,5 pontos) incorporado à
estrutura a termo de juros, sobretudo se Henrique Meirelles, de olho num
terceiro mandato, permanecer na presidência.
Após decisão da Fed Dólar em máximos de nove meses
.
O dólar negoceia no nível mais elevado dos últimos nove meses face ao euro, depois da Reserva Federal norte-americana ter subido a taxa de desconto pela primeira vez em três anos.
O euro recua 0,41% para negociar nos 1,3472 dólares. A divisa da Zona Euro prolonga assim um ciclo de três sessões em queda face ao dólar.
A moeda norte-americana segue em alta depois da Reserva Federal norte-americana ter anunciado a subida da taxa de desconto cobrada aos bancos em empréstimos directos de 0,5% para 0,75%.
Esta medida visa "normalizar as condições de empréstimo da Reserva Federal" mas "não pretende dificultar as condições de crédito para as famílias e para as empresas e não assinala qualquer alteração nas perspectivas económicas", explicou a instituição monetária norte-americana.
A Fed afastou ainda a possibilidade de vir a subir a taxa de juro de referência ainda este ano. Esta garantia acabou por aliviar ligeiramente os ganhos da moeda norte-americana.
Com mais esta subida do dólar, o euro prepara-se para completar a sexta semana de quedas. A divisa da Zona Euro tem sido penalizada pela situação das contas públicas de alguns países da região, em particular, a Grécia, Espanha e Portugal.
Petróleo cai mais de 1% com subida do dólar
O preço do petróleo segue em queda pela primeira vez em três sessões devido à subida da moeda norte-americana.
O West Texas Intermediate (WTI), transaccionado em Nova Iorque, recua 1,43% para os 77,93 dólares, enquanto o barril de Brent, negociado em Londres, perde 1,41% para os 76,68 dólares.
A matéria-prima está hoje em queda devido à subida da moeda norte-americana. O dólar negoceia no nível mais elevado dos últimos nove meses depois da Reserva Federal dos Estados Unidos ter baixado a subido de desconto cobrada aos bancos em empréstimos directos de 0,5% para 0,75%.
quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010
Carnaval vermelho de Rainha atinge 70 fazendas
Carnaval vermelho de Rainha atinge 70 fazendas
Até essa terça, 70 propriedades foram ocupadas no oeste paulista
Agência EstadoSubiu para 70, nessa terça, dia 16, o número de fazendas atingidas pelo chamado "carnaval vermelho" do líder dissidente do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) José Rainha Júnior, no oeste paulista. Novos acampamentos foram montados em fazendas da região de Araçatuba, noroeste do Estado, e da Alta Paulista.
– Atingimos a nossa meta de apontar as áreas que devem ser destinadas à reforma agrária – afirmou Rainha.
– A palavra agora está com o Incra.
Grupos ligados a Rainha acamparam nos limites de mais quatro fazendas da região de Araçatuba. Outros acampamentos foram montados na Alta Paulista e um deles no Pontal do Paranapanema. Hoje, com a volta do expediente nos fóruns da região após o carnaval, a expectativa é de que muitos fazendeiros recorram à Justiça para evitar que suas terras sejam invadidas.
Até ontem, apenas uma liminar de interdito proibitório - proibição da invasão - tinha sido concedida em favor de uma propriedade de Salmourão, na região de Araçatuba. Um fazendeiro de Teodoro Sampaio, no Pontal do Paranapanema, também obteve uma liminar de reintegração de posse.
De acordo com o líder José Rainha, 60% das fazendas marcadas pelos sem-terra foram consideradas improdutivas pelo Incra. O líder contou que propriedades do governo estadual também foram ocupadas, como protesto contra o governo José Serra
Até essa terça, 70 propriedades foram ocupadas no oeste paulista
Agência EstadoSubiu para 70, nessa terça, dia 16, o número de fazendas atingidas pelo chamado "carnaval vermelho" do líder dissidente do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) José Rainha Júnior, no oeste paulista. Novos acampamentos foram montados em fazendas da região de Araçatuba, noroeste do Estado, e da Alta Paulista.
– Atingimos a nossa meta de apontar as áreas que devem ser destinadas à reforma agrária – afirmou Rainha.
– A palavra agora está com o Incra.
Grupos ligados a Rainha acamparam nos limites de mais quatro fazendas da região de Araçatuba. Outros acampamentos foram montados na Alta Paulista e um deles no Pontal do Paranapanema. Hoje, com a volta do expediente nos fóruns da região após o carnaval, a expectativa é de que muitos fazendeiros recorram à Justiça para evitar que suas terras sejam invadidas.
Até ontem, apenas uma liminar de interdito proibitório - proibição da invasão - tinha sido concedida em favor de uma propriedade de Salmourão, na região de Araçatuba. Um fazendeiro de Teodoro Sampaio, no Pontal do Paranapanema, também obteve uma liminar de reintegração de posse.
De acordo com o líder José Rainha, 60% das fazendas marcadas pelos sem-terra foram consideradas improdutivas pelo Incra. O líder contou que propriedades do governo estadual também foram ocupadas, como protesto contra o governo José Serra
terça-feira, 16 de fevereiro de 2010
Celso Vegro defende a política de opções do governo
Celso Vegro defende a política de opções do governo
Celso Luis Vegro, mestre em desenvolvimento, agricultura e sociedade, e pesquisador do IEA, concedeu entrevista ontem (11) ao programa Mercado & Cia do Canal Rural, para abordar a questão da politica de mercado imposta pelo Governo: o leilão de opções públicas de café.
Confira alguns trechos da entrevista:
"Defendemos que a política das opções, se não é a mais elegante das políticas públicas, é uma delas. É uma política redonda, perfeita para o governo intervir no mercado."
"Essa política de mercado gera um aprendizado para o produtor passar a trabalhar com títulos financeiros, que é imprescindível para quem quer ser cafeicultor hoje. Não é mais possível ser cafeicultor sem fazer uma CPR, uma futuro na BM&F, uma opção pública ou privada."
"O governo deve continuar com essa política."
"O aprendizado dessa política usado em anos anteriores deveriam ter sido resgatados para o atual. Gastou-se muito com anúncio dessa política para o mercado e pouco de como ele seria operacionalizado na prática, especialmente de onde viriam os recursos financeiros para quitar os compromissos."
"O ideal seria que os riscos das negociações das opções fosse totalmente privado, ou seja, torrefadores e solubilizadores atuassem nesse mercado fazendo opções privadas junto aos produtores."
"Não podemos descartar completamente a participação do Governo nesse mercado pois sabemos que a existência de estoques públicos é decisiva quando se tem metas de inflação super ajustada. Não possuir estoques estratégicos é um equívoco."
"Esse café das opções é totalmente destinado ao mercado interno, então não há tanta necessidade de exigência de qualidade, uma vez que se tem pleno conhecimento que 70% do café comercializado no Brasil não alcança padrão 4 na escala de medida do ITAL."
Celso Luis Vegro, mestre em desenvolvimento, agricultura e sociedade, e pesquisador do IEA, concedeu entrevista ontem (11) ao programa Mercado & Cia do Canal Rural, para abordar a questão da politica de mercado imposta pelo Governo: o leilão de opções públicas de café.
Confira alguns trechos da entrevista:
"Defendemos que a política das opções, se não é a mais elegante das políticas públicas, é uma delas. É uma política redonda, perfeita para o governo intervir no mercado."
"Essa política de mercado gera um aprendizado para o produtor passar a trabalhar com títulos financeiros, que é imprescindível para quem quer ser cafeicultor hoje. Não é mais possível ser cafeicultor sem fazer uma CPR, uma futuro na BM&F, uma opção pública ou privada."
"O governo deve continuar com essa política."
"O aprendizado dessa política usado em anos anteriores deveriam ter sido resgatados para o atual. Gastou-se muito com anúncio dessa política para o mercado e pouco de como ele seria operacionalizado na prática, especialmente de onde viriam os recursos financeiros para quitar os compromissos."
"O ideal seria que os riscos das negociações das opções fosse totalmente privado, ou seja, torrefadores e solubilizadores atuassem nesse mercado fazendo opções privadas junto aos produtores."
"Não podemos descartar completamente a participação do Governo nesse mercado pois sabemos que a existência de estoques públicos é decisiva quando se tem metas de inflação super ajustada. Não possuir estoques estratégicos é um equívoco."
"Esse café das opções é totalmente destinado ao mercado interno, então não há tanta necessidade de exigência de qualidade, uma vez que se tem pleno conhecimento que 70% do café comercializado no Brasil não alcança padrão 4 na escala de medida do ITAL."
quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010
3D da cafeicultura na visão de Carlos Brando
Carlos Henrique Jorge Brando, sócio da P & A Marketing Internacional, empresa de consultoria e marketing na área de agronegócio, apontou a competitividade, sustentabilidade e marketing como os três principais desafios para a cadeia produtiva do café em 2010.
Competitividade para defender e quiçá ampliar a atual participação do café brasileiro no mercado mundial. A obtenção de tal competitividade exigirá uma revolução tecnológica, principalmente na cafeicultura de montanha, com mecanização da colheita, irrigação, etc. Como já existe tecnologia disponível, o grande desafio é a difusão e implementação das técnicas existentes, amparadas por suporte financeiro e pacotes de crédito específicos para a modernização, com parâmetros associados a metas de produtividade e eficiência.
Sustentabilidade em suas três dimensões, mas principalmente econômica para garantir a renda de toda a cadeia produtiva. Competitividade sem renda compromete o principal pilar da sustentabilidade, o econômico. Como a sustentabilidade social e ambiental é uma consequência direta da aplicação da legislação brasileira correspondente - uma das mais rigorosas do mundo - o foco principal das ações deve ser a rentabilidade do agronegócio através de instrumentos financeiros que suportem o mercado, corrijam suas imperfeições, sejam dirigidos aos agentes eficientes e privilegiem a produtividade e a qualidade. Os recursos do Funcafé devem ser utilizados para catalisar a revolução tecnológica do item anterior que, por si só, garantirá a sustentabilidade econômica do agronegócio. Tais recursos devem também possibilitar a diversificação, a saída e a mudança de atividade dos cafeicultores ineficientes e desmotivados.
Marketing é necessário para que o Brasil seja líder de mercado não apenas em volume mas também em preço e lucratividade. Se a competitividade deve ser obtida por meio da eficiência da cadeia produtiva, o valor agregado deve resultar de atividades de marketing que posicionem o produto como aspiracional, com a qualidade que o consumidor busca e o apelo psicológico (por exemplo, sustentabilidade) e emocional que motiva a decisão de compra. O meio mais eficiente para influenciar o mercado e sustentar preços é sem dúvida o marketing, embora seus resultados venham a médio prazo em resposta a ações constantes e permanentes.
É evidente que os desafios para 2010 listados acima não serão resolvidos neste próprio ano em virtude de sua magnitude e alcance. Entretanto é urgente iniciar a renovação do modelo de produção, financiamento e promoção dos Cafés do Brasil que, apesar de nos ter colocado na liderança mundial, mostra sinais de exaustão
Carlos Henrique Jorge Brando, sócio da P & A Marketing Internacional, empresa de consultoria e marketing na área de agronegócio, apontou a competitividade, sustentabilidade e marketing como os três principais desafios para a cadeia produtiva do café em 2010.
Competitividade para defender e quiçá ampliar a atual participação do café brasileiro no mercado mundial. A obtenção de tal competitividade exigirá uma revolução tecnológica, principalmente na cafeicultura de montanha, com mecanização da colheita, irrigação, etc. Como já existe tecnologia disponível, o grande desafio é a difusão e implementação das técnicas existentes, amparadas por suporte financeiro e pacotes de crédito específicos para a modernização, com parâmetros associados a metas de produtividade e eficiência.
Sustentabilidade em suas três dimensões, mas principalmente econômica para garantir a renda de toda a cadeia produtiva. Competitividade sem renda compromete o principal pilar da sustentabilidade, o econômico. Como a sustentabilidade social e ambiental é uma consequência direta da aplicação da legislação brasileira correspondente - uma das mais rigorosas do mundo - o foco principal das ações deve ser a rentabilidade do agronegócio através de instrumentos financeiros que suportem o mercado, corrijam suas imperfeições, sejam dirigidos aos agentes eficientes e privilegiem a produtividade e a qualidade. Os recursos do Funcafé devem ser utilizados para catalisar a revolução tecnológica do item anterior que, por si só, garantirá a sustentabilidade econômica do agronegócio. Tais recursos devem também possibilitar a diversificação, a saída e a mudança de atividade dos cafeicultores ineficientes e desmotivados.
Marketing é necessário para que o Brasil seja líder de mercado não apenas em volume mas também em preço e lucratividade. Se a competitividade deve ser obtida por meio da eficiência da cadeia produtiva, o valor agregado deve resultar de atividades de marketing que posicionem o produto como aspiracional, com a qualidade que o consumidor busca e o apelo psicológico (por exemplo, sustentabilidade) e emocional que motiva a decisão de compra. O meio mais eficiente para influenciar o mercado e sustentar preços é sem dúvida o marketing, embora seus resultados venham a médio prazo em resposta a ações constantes e permanentes.
É evidente que os desafios para 2010 listados acima não serão resolvidos neste próprio ano em virtude de sua magnitude e alcance. Entretanto é urgente iniciar a renovação do modelo de produção, financiamento e promoção dos Cafés do Brasil que, apesar de nos ter colocado na liderança mundial, mostra sinais de exaustão
quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010
PORQUE SERÁ QUE AS COOPERATIVAS NÃO CORREM E ENTREGAM O CAFÉ NA CONAB?
PORQUE SERÁ QUE AS COOPERATIVAS NÃO CORREM E ENTREGAM O CAFÉ NA CONAB?
Quarta, 10 Fevereiro 2010
Quando a SINCAL cobra maior eficiência, das Cooperativas, do Ministério da Agricultura, da Conab, do setor Exportador e mostra os erros dos Torrefadores enfim de toda cadeia do café é por que realmente não há gestão e muito menos planejamento para que o produtor que é o principal ator tenha renda e consiga pagar dignamente as suas contas, ou seja, sem precisar se humilhar perante os Bancos, Cooperativas e Fornecedores.
Para comprovar esta conclusão temos alguns pontos interessantes a dizer ao nosso amigo e companheiro produtor que recebem hoje apenas 0,00463% do valor apurado no faturamento do café no mundo ou seja um saco de café que é vendido a R$250,00 gera um faturamento final de R$ 54.000,00. Nem COCAINA deve gerar tanto dinheiro.
1 – A não conferência do ESTOQUE NA ENTRESSAFRA (fev/março) nas COOPERATIVAS
ARMAZÉNS GERAIS, e PARTICULARES por “EMPRESA IDONEA” (Control Union, SGS, dentre outras) e a falta de uma previsão de Safra que nos de segurança, pois nos últimos anos, não conseguimos fechar a conta da somatória de nossa exportação, consumo interno e o saldo, que acaba sendo negativo? Não sabemos! É um desastre sobre a atividade que vive de remendos e de soluções esporádicas e não definitivas, e ainda EXPLORADAS por políticos envaidecidos ao dizer que estão fazendo algo pelo CAFECULTOR.
2 - O produtor ao depositar o café na COOPERATIVA, o está fazendo na maioria das vezes para acertar compra de insumos, ou pagar empréstimos já efetuados, porém aquele café que sobra, quando sobra e que deveria ser vendido por um preço melhor acaba caindo na vala comum, na maioria das vezes sem remunerar o produtor, seja pelo excesso de descontos na hora de vender o café, seja pelos juros abusivos cobrado, tem Cooperativa querendo descontar o preço da sacaria do produtor quando é sabido que a Conab paga a sacaria, ou ainda pela falta total de política de aumento da renda.
3 - Para agravar esta situação como o produtor deveria pegar o RECIBO DE DEPÓSITO e o WARRANT, que é o comprovante de que o café está lá no ARMAZÉM, e estes documentos dão segurança ao produtor, e não deixa a mercadoria ser vendida sob pena de prisão do fiel depositário, ocorre o contrário, ele não pega os documentos e às vezes dá liberdade para a Cooperativa vender o café.
4 - Com isto não há interesse das cooperativas, dos políticos, dos torrefadores e dos exportadores, que esta situação seja alterada, pois fica fácil tirar o café do produtor que tem uma dívida crescente a cada ano e repassá-lo aos torrefadores para que agreguem valor e tenham lucros cada vez maiores. Portanto não são os produtores que vendem são os compradores que compram das COOPERATIVAS e dos PRODUTORES na necessidade dele tentar acertar as suas contas.
5 - Finalmente meus amigos e companheiros, como a maioria das opções de venda do café para a CONAB estão nas mãos das COOPERATIVAS não é difícil concluir que:
A - Porque não ajudar o produtor a entregar o café a R$303,00 (Nov/dez); R$309,00(jan/fev) R$314,00 agora em fev/março e 319,00 para abril/maio? É uma vergonha, pois fazem ao CONTRÁRIO, abastecem os EXPORTADORES (que revende aos Importadores / Torrefadores) abaixo destes preços ou elas mesmas, EXPORTANDO perdendo a grande oportunidade de enxugar o mercado comprando do produtor e tirando estes cafés de circulação (entregando na Conab) contribuindo assim para que os preços em reais melhorassem substancialmente.
B – Não há INTERESSE! Ou porque estes cafés já não estão nos Armazéns, já foram vendidos, ou por que os preços não podem subir, pois é preciso comprar o máximo pelo menor preço para acertarem suas posições de estoque.
RECOMENDAÇÃO: Companheiros. Quem ainda tem café em COOPERATIVAS vejam se elas podem entregar o café na CONAB (safra colhida em 2009), pois se a sua bebida for dura para melhor é fácil de prepará-lo e ao entregá-lo você vai receber bem mais que se vender na praça. A CONAB paga para entrega de fevereiro na primeira quinzena de março R$314,00. MAIS importante do que o preço é TIRÁ-LO de circulação ou receba da COOPERATIVA o preço equivalente.
Fernando de Souza Barros
Diretor Executivo de
Assuntos Econômicos da SINCAL
Quarta, 10 Fevereiro 2010
Quando a SINCAL cobra maior eficiência, das Cooperativas, do Ministério da Agricultura, da Conab, do setor Exportador e mostra os erros dos Torrefadores enfim de toda cadeia do café é por que realmente não há gestão e muito menos planejamento para que o produtor que é o principal ator tenha renda e consiga pagar dignamente as suas contas, ou seja, sem precisar se humilhar perante os Bancos, Cooperativas e Fornecedores.
Para comprovar esta conclusão temos alguns pontos interessantes a dizer ao nosso amigo e companheiro produtor que recebem hoje apenas 0,00463% do valor apurado no faturamento do café no mundo ou seja um saco de café que é vendido a R$250,00 gera um faturamento final de R$ 54.000,00. Nem COCAINA deve gerar tanto dinheiro.
1 – A não conferência do ESTOQUE NA ENTRESSAFRA (fev/março) nas COOPERATIVAS
ARMAZÉNS GERAIS, e PARTICULARES por “EMPRESA IDONEA” (Control Union, SGS, dentre outras) e a falta de uma previsão de Safra que nos de segurança, pois nos últimos anos, não conseguimos fechar a conta da somatória de nossa exportação, consumo interno e o saldo, que acaba sendo negativo? Não sabemos! É um desastre sobre a atividade que vive de remendos e de soluções esporádicas e não definitivas, e ainda EXPLORADAS por políticos envaidecidos ao dizer que estão fazendo algo pelo CAFECULTOR.
2 - O produtor ao depositar o café na COOPERATIVA, o está fazendo na maioria das vezes para acertar compra de insumos, ou pagar empréstimos já efetuados, porém aquele café que sobra, quando sobra e que deveria ser vendido por um preço melhor acaba caindo na vala comum, na maioria das vezes sem remunerar o produtor, seja pelo excesso de descontos na hora de vender o café, seja pelos juros abusivos cobrado, tem Cooperativa querendo descontar o preço da sacaria do produtor quando é sabido que a Conab paga a sacaria, ou ainda pela falta total de política de aumento da renda.
3 - Para agravar esta situação como o produtor deveria pegar o RECIBO DE DEPÓSITO e o WARRANT, que é o comprovante de que o café está lá no ARMAZÉM, e estes documentos dão segurança ao produtor, e não deixa a mercadoria ser vendida sob pena de prisão do fiel depositário, ocorre o contrário, ele não pega os documentos e às vezes dá liberdade para a Cooperativa vender o café.
4 - Com isto não há interesse das cooperativas, dos políticos, dos torrefadores e dos exportadores, que esta situação seja alterada, pois fica fácil tirar o café do produtor que tem uma dívida crescente a cada ano e repassá-lo aos torrefadores para que agreguem valor e tenham lucros cada vez maiores. Portanto não são os produtores que vendem são os compradores que compram das COOPERATIVAS e dos PRODUTORES na necessidade dele tentar acertar as suas contas.
5 - Finalmente meus amigos e companheiros, como a maioria das opções de venda do café para a CONAB estão nas mãos das COOPERATIVAS não é difícil concluir que:
A - Porque não ajudar o produtor a entregar o café a R$303,00 (Nov/dez); R$309,00(jan/fev) R$314,00 agora em fev/março e 319,00 para abril/maio? É uma vergonha, pois fazem ao CONTRÁRIO, abastecem os EXPORTADORES (que revende aos Importadores / Torrefadores) abaixo destes preços ou elas mesmas, EXPORTANDO perdendo a grande oportunidade de enxugar o mercado comprando do produtor e tirando estes cafés de circulação (entregando na Conab) contribuindo assim para que os preços em reais melhorassem substancialmente.
B – Não há INTERESSE! Ou porque estes cafés já não estão nos Armazéns, já foram vendidos, ou por que os preços não podem subir, pois é preciso comprar o máximo pelo menor preço para acertarem suas posições de estoque.
RECOMENDAÇÃO: Companheiros. Quem ainda tem café em COOPERATIVAS vejam se elas podem entregar o café na CONAB (safra colhida em 2009), pois se a sua bebida for dura para melhor é fácil de prepará-lo e ao entregá-lo você vai receber bem mais que se vender na praça. A CONAB paga para entrega de fevereiro na primeira quinzena de março R$314,00. MAIS importante do que o preço é TIRÁ-LO de circulação ou receba da COOPERATIVA o preço equivalente.
Fernando de Souza Barros
Diretor Executivo de
Assuntos Econômicos da SINCAL
segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010
Números do prejuízo
Números do prejuízo
Esta semana vimos através de noticias postadas na internet que uma auditoria na Conab mostra irregularidades, uma noticia para nos cafeicultores que não tem nada de novidade, pois sabemos que os números divulgados pela Conab no setor cafeeiro nada tem haver com nossa realidade, realidade nossa que é dura obtendo nosso sustento debaixo de sol e chuva.
Como já disse outras vezes é impossível manter um setor produtivo sem bases concretas de informação, pelos dados de produção da Conab aponta para uma falta de café que na realidade nunca aparece.
Este número manipulado por lobistas que defendem a indústria e a exportação põe em cheque a produção, pois se produz mais do que consome e vendem a ilusão para o produtor que falta café e desta forma podem manipular o mercado ao seu bel prazer.
A Conab é controlada pelo PMDB de São Paulo, mas também conta com diretores do PT gaúcho em sua cúpula. A Companhia operou um orçamento de R$ 2,3 bilhões para a aquisição de produtos agropecuários em 2009.
Com uma parcela desse orçamento que deveria ser co-administrada pelos produtores rurais, que são os maiores prejudicados, com esse dinheiro com certeza levantaríamos o estoque à área produtiva e a produtividade sem chutes.
Matemática é uma ciência exata e para nos produtores essa exatidão nos falta para administrar nosso parque cafeeiro.
A OIC também divulga dados que me parece incorretos, pois se levarmos em consideração o consumo por ela divulgado o café faltaria e com certeza não estaríamos trabalhando com preços tão ruins.
Segundo a Cecafe entidade que gere os dados das exportações de café do Brasil,
No acumulado dos últimos 12 meses, o Brasil embarcou 30,442 milhões de sacas, para uma receita de US$ 4,322 bilhões, então matemáticos simples uma media 2.5 milhões de sacas o que provocara um rombo nos estoques se admitirmos os números oficias.
O consumo de café no Brasil em 2009 aumentou 740 mil sacas e saltou de 17,65 milhões, em 2008, para 18,39 milhões de sacas. Esse crescimento de 4,15% superou até mesmo as expectativas iniciais da ABIC – Associação Brasileira da Indústria de Café, que eram de uma elevação de 3%. Esses resultados partem do estudo “Indicadores da Indústria de Café no Brasil/2009 – Desempenho da Produção e Consumo Interno”, elaborado pela Área de Pesquisas da entidade e que analisa os dados do período compreendido entre Novembro/2008 e Outubro/2009 estes são números divulgados pela Abic em estudo feito em conjunto com o Banco Bradesco, se remetermos novamente aos números representa 1.5 milhões de sacas de café consumidos por mês no Brasil.
Em uma tabela abaixo, anexada, baixada da internet, nos mostra a realidade dos números, que pelos dados da Conab e do IBGE e teríamos em 30/06/2010 uma falta Recorde de mercadoria de 4.5 milhões de sacas segundo o IBGE e um numero ainda maior de 5.5 milhões de sacas segundo a Conab.
Portanto companheiros produtores se mandarmos esse numero pra 10 anos passados chegaremos a um numero absurdo de 50 milhões de sacas de café faltando no mercado fazendo uma media entre os números as duas entidades.
Com relação aos números apresentado pelo mercado nos remete a uma realidade que está nela mesmo sendo enganados pelo mercado, pois segundo dado do mercado também retirado desta tabela nos mostra uma sobra de café de praticamente 6 milhões de sacas de café.
Quando vamos tomar consciência de nosso potencial, nossa estrutura nossa importância social?
Ate quando iremos gerir nossas propriedades com números falsos.
Nossos prejuízos são verdadeiros e nos tira o direito de crescer e sonhar.
Acordem produtores!!!!!!!!
Wagner Pimentel
www.cafezinhocomamigos.blogspot.com
Esta semana vimos através de noticias postadas na internet que uma auditoria na Conab mostra irregularidades, uma noticia para nos cafeicultores que não tem nada de novidade, pois sabemos que os números divulgados pela Conab no setor cafeeiro nada tem haver com nossa realidade, realidade nossa que é dura obtendo nosso sustento debaixo de sol e chuva.
Como já disse outras vezes é impossível manter um setor produtivo sem bases concretas de informação, pelos dados de produção da Conab aponta para uma falta de café que na realidade nunca aparece.
Este número manipulado por lobistas que defendem a indústria e a exportação põe em cheque a produção, pois se produz mais do que consome e vendem a ilusão para o produtor que falta café e desta forma podem manipular o mercado ao seu bel prazer.
A Conab é controlada pelo PMDB de São Paulo, mas também conta com diretores do PT gaúcho em sua cúpula. A Companhia operou um orçamento de R$ 2,3 bilhões para a aquisição de produtos agropecuários em 2009.
Com uma parcela desse orçamento que deveria ser co-administrada pelos produtores rurais, que são os maiores prejudicados, com esse dinheiro com certeza levantaríamos o estoque à área produtiva e a produtividade sem chutes.
Matemática é uma ciência exata e para nos produtores essa exatidão nos falta para administrar nosso parque cafeeiro.
A OIC também divulga dados que me parece incorretos, pois se levarmos em consideração o consumo por ela divulgado o café faltaria e com certeza não estaríamos trabalhando com preços tão ruins.
Segundo a Cecafe entidade que gere os dados das exportações de café do Brasil,
No acumulado dos últimos 12 meses, o Brasil embarcou 30,442 milhões de sacas, para uma receita de US$ 4,322 bilhões, então matemáticos simples uma media 2.5 milhões de sacas o que provocara um rombo nos estoques se admitirmos os números oficias.
O consumo de café no Brasil em 2009 aumentou 740 mil sacas e saltou de 17,65 milhões, em 2008, para 18,39 milhões de sacas. Esse crescimento de 4,15% superou até mesmo as expectativas iniciais da ABIC – Associação Brasileira da Indústria de Café, que eram de uma elevação de 3%. Esses resultados partem do estudo “Indicadores da Indústria de Café no Brasil/2009 – Desempenho da Produção e Consumo Interno”, elaborado pela Área de Pesquisas da entidade e que analisa os dados do período compreendido entre Novembro/2008 e Outubro/2009 estes são números divulgados pela Abic em estudo feito em conjunto com o Banco Bradesco, se remetermos novamente aos números representa 1.5 milhões de sacas de café consumidos por mês no Brasil.
Em uma tabela abaixo, anexada, baixada da internet, nos mostra a realidade dos números, que pelos dados da Conab e do IBGE e teríamos em 30/06/2010 uma falta Recorde de mercadoria de 4.5 milhões de sacas segundo o IBGE e um numero ainda maior de 5.5 milhões de sacas segundo a Conab.
Portanto companheiros produtores se mandarmos esse numero pra 10 anos passados chegaremos a um numero absurdo de 50 milhões de sacas de café faltando no mercado fazendo uma media entre os números as duas entidades.
Com relação aos números apresentado pelo mercado nos remete a uma realidade que está nela mesmo sendo enganados pelo mercado, pois segundo dado do mercado também retirado desta tabela nos mostra uma sobra de café de praticamente 6 milhões de sacas de café.
Quando vamos tomar consciência de nosso potencial, nossa estrutura nossa importância social?
Ate quando iremos gerir nossas propriedades com números falsos.
Nossos prejuízos são verdadeiros e nos tira o direito de crescer e sonhar.
Acordem produtores!!!!!!!!
Wagner Pimentel
www.cafezinhocomamigos.blogspot.com
TCU aponta irregularidades operacionais na Conab
TCU aponta irregularidades operacionais na Conab
Auditoria operacional realizada pelo Tribunal de Contas da União (TCU) na Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) mostra uma estrutura sucateada, falta de gestão e controle sobre os ativos armazenados e diferenças "graves" nos volumes contabilizados pela matriz da estatal e suas superintendências regionais nos Estados.
As visitas dos auditores do TCU às unidades da estatal também revelaram a contratação irregular de empresas de armazenamento inscritas no cadastro de inadimplentes da União, além de "prejuízos aos cofres públicos" causados pela perda do prazo de recursos em processos de desvios de estoques públicos. O TCU estimou um "risco de desperdício" do dinheiro de R$ 1,12 bilhão apenas em ações não cobradas na Justiça por prescrição de prazo.
Em julho de 2009, a capacidade estática ociosa da Conab, seria suficiente para acomodar 43,5% dos estoques armazenados em estruturas privadas. À época, a Conab pagou R$ 1,9 milhão quinzenais para estocar 1,3 milhão de toneladas de grãos que poderiam estar em armazéns da estatal, aponta o relatório. A auditoria detectou que 48 armazéns privados estavam em situação fiscal irregular. Juntas, essas empresas detinham R$ 117,6 milhões em ativos públicos sob sua guarda.
Os prejuízos com aluguel desnecessário de áreas privadas foram estimados em R$ 45 milhões anuais, apontou o relatório. A auditoria apurou que 85% dos estoques públicos - 2,6 milhões de toneladas - estavam armazenados em silos privados. Em razão do sucateamento das unidades da Conab, apenas 1,6% da produção total da safra 2008/09 poderia ser acondicionada nos armazéns estatais, segundo a auditoria.
A auditoria do TCU na Conab avaliou os processos de armazenamento e fiscalização de estoques públicos, a qualidade dos sistemas informatizados de controle de estoques, a logística de armazenamento público e o processo de recuperação de débitos causados por desvios e perdas de produtos. Foi a primeira vez que o TCU fiscalizou a estatal.
A Conab é controlada pelo PMDB de São Paulo, mas também conta com diretores do PT gaúcho em sua cúpula. A Companhia operou um orçamento de R$ 2,3 bilhões para a aquisição de produtos agropecuários em 2009.
Há dois anos e meio no comando da Conab, Wagner Rossi admite todos os problemas apontados pelo TCU. E afirma que tem trabalhado em "estreita colaboração" com os órgãos de controle para melhorar a situação. "É verdade o que o TCU levantou. Mas estamos em um processo de recomposição da empresa. Temos imperfeições e vamos corrigi-las", afirmou ele.
"Há dificuldades, especialmente em tecnologia da informação. Mas estamos colocando as coisas em ordem". Rossi afirmou ter adquirido um novo programa para organizar as ações judiciais, além de realizado um amplo levantamento do patrimônio da estatal.
O relatório dos auditores do TCU determinou à Conab alguns procedimentos imediatos. Entre eles, está exigir garantia de depósito em todos os contratos com armazéns privados e a melhora dos controles internos dos estoques para corrigir as diferenças de volume entre matriz e superintendências. Além disso, o TCU determinou alteração nas fiscalizações de estoques para evitar a repetição nos mesmos estados em meses iguais e auditorias não-programadas constantes.
A Conab também deveria vetar a participação de gerentes ou encarregados de operações em fiscalizações em seus Estados, além de revisar os processos de recuperação de débitos causados por perdas ou desvios de estoques públicos em até 90 dias. Os auditores determinaram a revisão da situação das empresas armazenadoras com débitos não quitados e, em caso de irregularidade comprovada, providências para a remoção dos produtos públicos, além de apurar falhas de controle interno que originaram esses problemas.
Auditoria operacional realizada pelo Tribunal de Contas da União (TCU) na Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) mostra uma estrutura sucateada, falta de gestão e controle sobre os ativos armazenados e diferenças "graves" nos volumes contabilizados pela matriz da estatal e suas superintendências regionais nos Estados.
As visitas dos auditores do TCU às unidades da estatal também revelaram a contratação irregular de empresas de armazenamento inscritas no cadastro de inadimplentes da União, além de "prejuízos aos cofres públicos" causados pela perda do prazo de recursos em processos de desvios de estoques públicos. O TCU estimou um "risco de desperdício" do dinheiro de R$ 1,12 bilhão apenas em ações não cobradas na Justiça por prescrição de prazo.
Em julho de 2009, a capacidade estática ociosa da Conab, seria suficiente para acomodar 43,5% dos estoques armazenados em estruturas privadas. À época, a Conab pagou R$ 1,9 milhão quinzenais para estocar 1,3 milhão de toneladas de grãos que poderiam estar em armazéns da estatal, aponta o relatório. A auditoria detectou que 48 armazéns privados estavam em situação fiscal irregular. Juntas, essas empresas detinham R$ 117,6 milhões em ativos públicos sob sua guarda.
Os prejuízos com aluguel desnecessário de áreas privadas foram estimados em R$ 45 milhões anuais, apontou o relatório. A auditoria apurou que 85% dos estoques públicos - 2,6 milhões de toneladas - estavam armazenados em silos privados. Em razão do sucateamento das unidades da Conab, apenas 1,6% da produção total da safra 2008/09 poderia ser acondicionada nos armazéns estatais, segundo a auditoria.
A auditoria do TCU na Conab avaliou os processos de armazenamento e fiscalização de estoques públicos, a qualidade dos sistemas informatizados de controle de estoques, a logística de armazenamento público e o processo de recuperação de débitos causados por desvios e perdas de produtos. Foi a primeira vez que o TCU fiscalizou a estatal.
A Conab é controlada pelo PMDB de São Paulo, mas também conta com diretores do PT gaúcho em sua cúpula. A Companhia operou um orçamento de R$ 2,3 bilhões para a aquisição de produtos agropecuários em 2009.
Há dois anos e meio no comando da Conab, Wagner Rossi admite todos os problemas apontados pelo TCU. E afirma que tem trabalhado em "estreita colaboração" com os órgãos de controle para melhorar a situação. "É verdade o que o TCU levantou. Mas estamos em um processo de recomposição da empresa. Temos imperfeições e vamos corrigi-las", afirmou ele.
"Há dificuldades, especialmente em tecnologia da informação. Mas estamos colocando as coisas em ordem". Rossi afirmou ter adquirido um novo programa para organizar as ações judiciais, além de realizado um amplo levantamento do patrimônio da estatal.
O relatório dos auditores do TCU determinou à Conab alguns procedimentos imediatos. Entre eles, está exigir garantia de depósito em todos os contratos com armazéns privados e a melhora dos controles internos dos estoques para corrigir as diferenças de volume entre matriz e superintendências. Além disso, o TCU determinou alteração nas fiscalizações de estoques para evitar a repetição nos mesmos estados em meses iguais e auditorias não-programadas constantes.
A Conab também deveria vetar a participação de gerentes ou encarregados de operações em fiscalizações em seus Estados, além de revisar os processos de recuperação de débitos causados por perdas ou desvios de estoques públicos em até 90 dias. Os auditores determinaram a revisão da situação das empresas armazenadoras com débitos não quitados e, em caso de irregularidade comprovada, providências para a remoção dos produtos públicos, além de apurar falhas de controle interno que originaram esses problemas.
CeCafé:exportação de café do Brasil cresce em janeiro
CeCafé:exportação de café do Brasil cresce em janeiro
O volume de café verde exportado pelo Brasil em janeiro apresentou elevação de 4,8%, em relação ao mesmo mês de 2009. Foram embarcadas 2,21 milhões de sacas de 60 quilos, ante 2,109 milhões de sacas em janeiro de 2009, conforme levantamento divulgado na sexta-feira, dia 5, pelo Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (CeCafé).
Considerando o volume solúvel embarcado, o total de café exportado pelo Brasil em janeiro alcança 2,436 milhões de sacas, representando aumento de 4,9% ante mesmo mês de 2009 (2,323 milhões de sacas).
O Cecafé informa, ainda, que a receita cambial com o produto teve elevação de 16,7% em janeiro passado em relação ao mesmo mês de 2009. Os exportadores faturaram US$ 377,070 milhões, em comparação com US$ 323,241 milhões em janeiro de 2009.
No acumulado dos últimos 12 meses, o Brasil embarcou 30,442 milhões de sacas, para uma receita de US$ 4,322 bilhões. No mês de janeiro, o número sobre a participação porcentual por qualidade nas exportações mostra que o arábica respondeu por 89% das vendas, o solúvel por 9% e o robusta por 2%.
Com relação às exportações de café robusta, assim com as do arábica, devem aumentar no segundo semestre, quando o Brasil terá disponível a safra nova. "A oferta de robusta deve melhorar no segundo semestre, e os preços brasileiros não estão fora de mercado", disse Guilherme Braga, diretor-executivo do Cecafé.
Em janeiro, os maiores compradores do café nacional foram: Alemanha (521.083 sacas), Estados Unidos (384.492 sacas), e Itália (254.794 sacas).
O Cecafé destaca, ainda, que as vendas para a Rússia tiveram bom desempenho em janeiro. Tradicional consumidor de café solúvel, a Rússia importou em janeiro 81 mil sacas, das quais 44 mil sacas de café verde. Em 2009, aquele país adquiriu 12 mil sacas, das quais sete mil de café solúvel. O aumento no volume adquirido fez a Rússia saltar do 23º lugar em janeiro de 2009 para o sexto lugar em janeiro de 2010, entre os principais compradores de café brasileiro.
Os principais portos de embarque foram: Santos, com uma participação de 77,8% no volume embarcado, Vitória, com 11,4%, e o Rio de Janeiro, com 9,4%.
O volume de café verde exportado pelo Brasil em janeiro apresentou elevação de 4,8%, em relação ao mesmo mês de 2009. Foram embarcadas 2,21 milhões de sacas de 60 quilos, ante 2,109 milhões de sacas em janeiro de 2009, conforme levantamento divulgado na sexta-feira, dia 5, pelo Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (CeCafé).
Considerando o volume solúvel embarcado, o total de café exportado pelo Brasil em janeiro alcança 2,436 milhões de sacas, representando aumento de 4,9% ante mesmo mês de 2009 (2,323 milhões de sacas).
O Cecafé informa, ainda, que a receita cambial com o produto teve elevação de 16,7% em janeiro passado em relação ao mesmo mês de 2009. Os exportadores faturaram US$ 377,070 milhões, em comparação com US$ 323,241 milhões em janeiro de 2009.
No acumulado dos últimos 12 meses, o Brasil embarcou 30,442 milhões de sacas, para uma receita de US$ 4,322 bilhões. No mês de janeiro, o número sobre a participação porcentual por qualidade nas exportações mostra que o arábica respondeu por 89% das vendas, o solúvel por 9% e o robusta por 2%.
Com relação às exportações de café robusta, assim com as do arábica, devem aumentar no segundo semestre, quando o Brasil terá disponível a safra nova. "A oferta de robusta deve melhorar no segundo semestre, e os preços brasileiros não estão fora de mercado", disse Guilherme Braga, diretor-executivo do Cecafé.
Em janeiro, os maiores compradores do café nacional foram: Alemanha (521.083 sacas), Estados Unidos (384.492 sacas), e Itália (254.794 sacas).
O Cecafé destaca, ainda, que as vendas para a Rússia tiveram bom desempenho em janeiro. Tradicional consumidor de café solúvel, a Rússia importou em janeiro 81 mil sacas, das quais 44 mil sacas de café verde. Em 2009, aquele país adquiriu 12 mil sacas, das quais sete mil de café solúvel. O aumento no volume adquirido fez a Rússia saltar do 23º lugar em janeiro de 2009 para o sexto lugar em janeiro de 2010, entre os principais compradores de café brasileiro.
Os principais portos de embarque foram: Santos, com uma participação de 77,8% no volume embarcado, Vitória, com 11,4%, e o Rio de Janeiro, com 9,4%.
domingo, 7 de fevereiro de 2010
EXCLUSIVO NEWS CAFEICULTURA - Falta de chuva no Espírito Santo deve causar quebra da safra de café em 30%
EXCLUSIVO NEWS CAFEICULTURA - Falta de chuva no Espírito Santo deve causar quebra da safra de café em 30%
NEWSCAFEICULTURA - A estiagem que vem castigando o estado do Espírito Santo, desde novembro de 2009 até agora, onde choveu menos da metade do que era esperado para o período, em praticamente todas as regiões do estado. Na região Serrana capixaba, onde está o café arábica, a seca é um pouco menos intensa. Choveu no período entre 20 e 30% abaixo do esperado.
As lavouras de café já sofrem os efeitos da alta temperatura, nem a irrigação está conseguindo evitar o problema. A falta de chuvas neste período, associada a temperaturas elevadas (há casos de 3 a 6º acima da média), provocam prejuízos para toda a agricultura capixaba.
A safra de café do Espírito Santo, que segundo a Conab, com estimativa de boa produção na safra/2010, está comprometida pela seca, segundo apurou a redação do News Cafeicultura, algumas fontes consultadas, apontam, para o Conilon uma queda de safra entre 20 e 25%, para o café arábica uma quebra de cerca de 15% para o café irrigado e 30% para o não irrigado.
Segundo o Secretario Estadual de Agricultura do Espírito Santo, Enio Bergoli, “os técnicos do Instituto Capixaba de Pesquisa e Assistência - Incaper, finalizarão a estimativa de perdas na próxima semana”, Bergoli, antecipa que os efeitos são mais graves para o café Conilon.
NEWSCAFEICULTURA - A estiagem que vem castigando o estado do Espírito Santo, desde novembro de 2009 até agora, onde choveu menos da metade do que era esperado para o período, em praticamente todas as regiões do estado. Na região Serrana capixaba, onde está o café arábica, a seca é um pouco menos intensa. Choveu no período entre 20 e 30% abaixo do esperado.
As lavouras de café já sofrem os efeitos da alta temperatura, nem a irrigação está conseguindo evitar o problema. A falta de chuvas neste período, associada a temperaturas elevadas (há casos de 3 a 6º acima da média), provocam prejuízos para toda a agricultura capixaba.
A safra de café do Espírito Santo, que segundo a Conab, com estimativa de boa produção na safra/2010, está comprometida pela seca, segundo apurou a redação do News Cafeicultura, algumas fontes consultadas, apontam, para o Conilon uma queda de safra entre 20 e 25%, para o café arábica uma quebra de cerca de 15% para o café irrigado e 30% para o não irrigado.
Segundo o Secretario Estadual de Agricultura do Espírito Santo, Enio Bergoli, “os técnicos do Instituto Capixaba de Pesquisa e Assistência - Incaper, finalizarão a estimativa de perdas na próxima semana”, Bergoli, antecipa que os efeitos são mais graves para o café Conilon.
sábado, 6 de fevereiro de 2010
Aécio diz que falta maior compreensão do governo federal sobre valor econômico e social do café
Aécio diz que falta maior compreensão do governo federal sobre valor econômico e social do café
O governador Aécio Neves (PSDB) esteve em Guaxupé, Sudoeste de Minas, na quinta-feira (04) para a inauguração do novo aeroporto do município, mas na sua coletiva à imprensa falou de grandes temas nacionais, como a crise que assola os produtores de café. Recepcionado por 28 prefeitos, o governador chegou ao município acompanhado pelo vice-governador Antonio Augusto Anastasia (PSDB) e por políticos, entre os quais o presidente da Frente Parlamentar do Café, deputado federal Carlos Melles (DEM-MG).
“Falta por parte do Governo Federal uma compreensão maior da importância da cafeicultura, seja do ponto de vista econômico, mas mais importante até do que o ponto de vista econômico, o ponto de vista social”, disse o governador, enfatizando que “a cafeicultura é o segmento que mais emprega no Estado de Minas Gerais, por exemplo. Temos cerca de 400 municípios que têm na cafeicultura sua principal atividade econômica”.
Embora seu governo seja cobrado por alguns setores da produção cafeeira por uma ação mais consistente junto ao governo federal, o governador destacou que o problema é de decisão do governo. “Tive várias reuniões com o presidente Lula sobre esse assunto. Tive inúmeras reuniões com o ministro da Fazenda. Muitas das nossas demandas não foram ainda atendidas. É preciso que haja garantia de preço, é preciso que haja garantia de estoque regulador, é preciso que haja uma renegociação correta das dívidas dos nossos produtores.
E, infelizmente, não tivemos ainda, por parte do Governo Federal, essa visão estratégica do que é a cafeicultura”, frisou Aécio Neves, para em seguida alfinetar, dizendo que “o que posso garantir é que, no momento em que estivermos no governo, vai haver uma relação diferente com a cafeicultura. A cafeicultura, repito, para Minas Gerais é a mais importante atividade econômica e a mais importante atividade social”. Fonte: Coffee Break
O governador Aécio Neves (PSDB) esteve em Guaxupé, Sudoeste de Minas, na quinta-feira (04) para a inauguração do novo aeroporto do município, mas na sua coletiva à imprensa falou de grandes temas nacionais, como a crise que assola os produtores de café. Recepcionado por 28 prefeitos, o governador chegou ao município acompanhado pelo vice-governador Antonio Augusto Anastasia (PSDB) e por políticos, entre os quais o presidente da Frente Parlamentar do Café, deputado federal Carlos Melles (DEM-MG).
“Falta por parte do Governo Federal uma compreensão maior da importância da cafeicultura, seja do ponto de vista econômico, mas mais importante até do que o ponto de vista econômico, o ponto de vista social”, disse o governador, enfatizando que “a cafeicultura é o segmento que mais emprega no Estado de Minas Gerais, por exemplo. Temos cerca de 400 municípios que têm na cafeicultura sua principal atividade econômica”.
Embora seu governo seja cobrado por alguns setores da produção cafeeira por uma ação mais consistente junto ao governo federal, o governador destacou que o problema é de decisão do governo. “Tive várias reuniões com o presidente Lula sobre esse assunto. Tive inúmeras reuniões com o ministro da Fazenda. Muitas das nossas demandas não foram ainda atendidas. É preciso que haja garantia de preço, é preciso que haja garantia de estoque regulador, é preciso que haja uma renegociação correta das dívidas dos nossos produtores.
E, infelizmente, não tivemos ainda, por parte do Governo Federal, essa visão estratégica do que é a cafeicultura”, frisou Aécio Neves, para em seguida alfinetar, dizendo que “o que posso garantir é que, no momento em que estivermos no governo, vai haver uma relação diferente com a cafeicultura. A cafeicultura, repito, para Minas Gerais é a mais importante atividade econômica e a mais importante atividade social”. Fonte: Coffee Break
CAFÉ, CHOCOLATE E SEXO
CAFÉ, CHOCOLATE E SEXO
A fórmula química que estimula o cérebro!
Esqueça as palavras cruzadas, o Sudoku ou os jogos de computador. Se quer estimular o cérebro, beba café, coma chocolate preto e faça bastante sexo. Também é melhor que não passe muito tempo com quem só sabe reclamar da vida, não veja telenovelas e não consuma muito álcool e carnes vermelhas. Será na conjugação destes elementos que surgirá a fórmula química para treinar e impulsionar a capacidade cerebral. A tese é defendida no livro “Teaching Yourself: Training Your Brain” (Ensine a você mesmo: treine o seu cérebro), que foi publicado em Janeiro na Grã-Bretanha e que posteriormente será lançado noutros países.
Na obra, os autores Terry Horne e Simon Wootin analisam como a dieta, o ambiente e o stress afectam a capacidade mental das pessoas. Grande parte das sugestões feitas no livro baseiam-se no efeito provocado por certas substâncias químicas, quando são libertadas no organismo a partir de determinadas actividades, tais como comer chocolate, beber café ou fazer sexo.
E você, de que está à espera? Já tomou o seu café hoje?
Quanto ao resto, siga os seus impulsos...
A fórmula química que estimula o cérebro!
Esqueça as palavras cruzadas, o Sudoku ou os jogos de computador. Se quer estimular o cérebro, beba café, coma chocolate preto e faça bastante sexo. Também é melhor que não passe muito tempo com quem só sabe reclamar da vida, não veja telenovelas e não consuma muito álcool e carnes vermelhas. Será na conjugação destes elementos que surgirá a fórmula química para treinar e impulsionar a capacidade cerebral. A tese é defendida no livro “Teaching Yourself: Training Your Brain” (Ensine a você mesmo: treine o seu cérebro), que foi publicado em Janeiro na Grã-Bretanha e que posteriormente será lançado noutros países.
Na obra, os autores Terry Horne e Simon Wootin analisam como a dieta, o ambiente e o stress afectam a capacidade mental das pessoas. Grande parte das sugestões feitas no livro baseiam-se no efeito provocado por certas substâncias químicas, quando são libertadas no organismo a partir de determinadas actividades, tais como comer chocolate, beber café ou fazer sexo.
E você, de que está à espera? Já tomou o seu café hoje?
Quanto ao resto, siga os seus impulsos...
sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010
Sara Lee: Cafitesse é solução para produção de café fresco em larga escala
Sara Lee: Cafitesse é solução para produção de café fresco em larga escala
Estreante na Equipotel - a maior e melhor feira de hotelaria e gastronomia da América Latina - em 2009, a Sara Lee afirma que pretende reforçar ainda mais a visibilidade do Cafitesse junto aos empreendimentos hoteleiros e hospitalares com a participação na feira deste ano.
"Nosso foco será mostrar o Cafitesse como grande solução para produção de café fresco em larga escala, seja em doses ou litros. Trouxemos o que há de mais moderno em máquinas com capacidade para grande produção. São produtos de primeira linha a nível mundial", diz o diretor de Out of Home da Sara Lee, Pedro Costa Leite.
O sistema é composto por máquinas abastecidas por refis que contêm extrato de café, acondicionados em bag-in-box herméticos. O concentrado é obtido com o preparo tradicional do café, coado, sem conservantes e preservando o sabor do cafezinho tradicional.
A máquina funciona semelhante ao sistema post-mix de refrigerantes, que dispensa o produto pronto. Cada bag contendo dois litros de extrato pode produzir de 40 a 80 litros de bebida pronta para o consumo. Para se ter ideia, uma xícara de café é retirada em dois segundos e um litro e meio, em até 20 segundos.
No mercado brasileiro desde 1998, a Sara Lee é detentora das marcas Café do Ponto, Seleto, Pilão, União, Caboclo, Moka e Jaraguá. A planta industrial de Jundiaí, que foi inaugurada em 2006, conta com 35 mil metros quadrados de área construída, num total de 226.596 metros quadrados e é a maior e mais moderna fábrica de torra e moagem de café da América Latina.
Estreante na Equipotel - a maior e melhor feira de hotelaria e gastronomia da América Latina - em 2009, a Sara Lee afirma que pretende reforçar ainda mais a visibilidade do Cafitesse junto aos empreendimentos hoteleiros e hospitalares com a participação na feira deste ano.
"Nosso foco será mostrar o Cafitesse como grande solução para produção de café fresco em larga escala, seja em doses ou litros. Trouxemos o que há de mais moderno em máquinas com capacidade para grande produção. São produtos de primeira linha a nível mundial", diz o diretor de Out of Home da Sara Lee, Pedro Costa Leite.
O sistema é composto por máquinas abastecidas por refis que contêm extrato de café, acondicionados em bag-in-box herméticos. O concentrado é obtido com o preparo tradicional do café, coado, sem conservantes e preservando o sabor do cafezinho tradicional.
A máquina funciona semelhante ao sistema post-mix de refrigerantes, que dispensa o produto pronto. Cada bag contendo dois litros de extrato pode produzir de 40 a 80 litros de bebida pronta para o consumo. Para se ter ideia, uma xícara de café é retirada em dois segundos e um litro e meio, em até 20 segundos.
No mercado brasileiro desde 1998, a Sara Lee é detentora das marcas Café do Ponto, Seleto, Pilão, União, Caboclo, Moka e Jaraguá. A planta industrial de Jundiaí, que foi inaugurada em 2006, conta com 35 mil metros quadrados de área construída, num total de 226.596 metros quadrados e é a maior e mais moderna fábrica de torra e moagem de café da América Latina.
quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010
Setor deve atentar a mudança do preço mínimo do café em abril, alerta Silas Brasileiro
Setor deve atentar a mudança do preço mínimo do café em abril, alerta Silas Brasileiro
O Deputado federal Silas Brasileiro alerta e diz que o setor tem que estar atento a mudança do preço mínimo do café prevista para o próximo mês de abril.
Silas Brasileiro
Deputado Federal
Os preços mínimos dos produtos agrícolas terão revisão no próximo mês de abril. No caso do café, o preço mínimo atual está fixado em R$261,69 para os cafés arábicas de bebida dura para melhor com tipo 6. Sabidamente, este nível de preço não cobre os custos de produção. Em 2009, quando foi feita a revisão dos preços, os técnicos das principais cooperativas de café apresentaram planilhas de custo que demonstravam a necessidade de que o preço mínimo tivesse seu valor estipulado acima de R$320,00.
A razão que leva o Governo a fixar o preço mínimo em valores inferiores ao custo é o temor que em níveis mais altos os produtores venham a exercer o direito de venda nos preços mínimos fixados, o que poderia gerar um desembolso não previsto nas contas públicas. O que o setor privado através de suas lideranças e técnicos necessita para tentar convencer o poder executivo a colocar o preço mínimo do café em linha com o custo de produção é demonstrar que isto não irá gerar um movimento de venda dos produtores ao Governo, e por uma razão muito simples, o mercado não irá permitir que isto ocorra.
A explicação desta nossa afirmação vem do fato de nossos principais concorrentes estarem vendendo seus cafés em níveis muito acima dos nossos. O motivo que leva os cafés brasileiros a terem fortes descontos em relação aos nossos principais concorrentes não é sua qualidade. Os cafés brasileiros não são piores que os colombianos ou os produzidos na América Central. São sim diferentes. E são principalmente mais abundantes, somos os maiores produtores e exportadores. Vendemos no ano passado mais de 30 milhões de sacas para o exterior. A Colômbia vendeu menos de 10 milhões.
Na prática, o que ocorreria hoje se o preço mínimo do café fosse reajustado, por exemplo, para níveis de R$320,00, seria uma valorização do café brasileiro no mercado externo, com redução dos deságios praticados contra os nossos cafés (diferenciais). Quem iria reduzir isto? O mercado.
Mesmo com a valorização que seria provocada nos nossos cafés, eles ainda estariam muito abaixo dos preços de nossos concorrentes. Quem ganha com isso? Todos os agentes da cadeia café: trabalhadores recebem melhores salários, tem mais emprego no campo, produtores melhor remunerados têm recursos para pagar suas dívidas e investir na atividade, exportadores podem aumentar suas margens, indústrias têm seu abastecimento garantido no longo prazo pela possibilidade de aumento de produção compatível com o consumo, consumidores têm garantia de abastecimento sem aumentos repentinos nos preços. E o Governo além de exercer seu papel de desenvolver um setor vital para a Economia do país, garante a manutenção e até aumento de postos de trabalho, aumenta suas receitas cambiais, aumenta a sua arrecadação de impostos.
Parece tão óbvio, porque não conseguimos ainda convencer o Governo disso? Na nossa visão, por falta de foco. O endividamento tem ofuscado aquilo que a nosso ver deveria ser a principal política que deveria estar sendo prioritariamente defendida, que é a geração de renda. Não somos contrários a revisão e transformação das dívidas defendidas pelas lideranças da cafeicultura, mas entendemos que se não atacarmos a questão da renda, o problema do endividamento nunca terá fim.
Entendemos que a principal ferramenta disponível e factível de ser utilizada hoje para promover a renda do café brasileiro é o preço mínimo de garantia. Queremos dar início a uma ampla discussão com o Governo para tentarmos o convencimento da fixação dos preços mínimos em níveis condizentes com os custos e que sejam estratégicos para a manutenção da primazia da cafeicultura brasileira no mercado internacional. Queremos contar com o apoio das lideranças neste trabalho, de forma madura, serena, responsável, juntamente com os demais colegas parlamentares que estejam dispostos a defender o setor, colocando os interesses da cafeicultura em primeiro lugar.
O Deputado federal Silas Brasileiro alerta e diz que o setor tem que estar atento a mudança do preço mínimo do café prevista para o próximo mês de abril.
Silas Brasileiro
Deputado Federal
Os preços mínimos dos produtos agrícolas terão revisão no próximo mês de abril. No caso do café, o preço mínimo atual está fixado em R$261,69 para os cafés arábicas de bebida dura para melhor com tipo 6. Sabidamente, este nível de preço não cobre os custos de produção. Em 2009, quando foi feita a revisão dos preços, os técnicos das principais cooperativas de café apresentaram planilhas de custo que demonstravam a necessidade de que o preço mínimo tivesse seu valor estipulado acima de R$320,00.
A razão que leva o Governo a fixar o preço mínimo em valores inferiores ao custo é o temor que em níveis mais altos os produtores venham a exercer o direito de venda nos preços mínimos fixados, o que poderia gerar um desembolso não previsto nas contas públicas. O que o setor privado através de suas lideranças e técnicos necessita para tentar convencer o poder executivo a colocar o preço mínimo do café em linha com o custo de produção é demonstrar que isto não irá gerar um movimento de venda dos produtores ao Governo, e por uma razão muito simples, o mercado não irá permitir que isto ocorra.
A explicação desta nossa afirmação vem do fato de nossos principais concorrentes estarem vendendo seus cafés em níveis muito acima dos nossos. O motivo que leva os cafés brasileiros a terem fortes descontos em relação aos nossos principais concorrentes não é sua qualidade. Os cafés brasileiros não são piores que os colombianos ou os produzidos na América Central. São sim diferentes. E são principalmente mais abundantes, somos os maiores produtores e exportadores. Vendemos no ano passado mais de 30 milhões de sacas para o exterior. A Colômbia vendeu menos de 10 milhões.
Na prática, o que ocorreria hoje se o preço mínimo do café fosse reajustado, por exemplo, para níveis de R$320,00, seria uma valorização do café brasileiro no mercado externo, com redução dos deságios praticados contra os nossos cafés (diferenciais). Quem iria reduzir isto? O mercado.
Mesmo com a valorização que seria provocada nos nossos cafés, eles ainda estariam muito abaixo dos preços de nossos concorrentes. Quem ganha com isso? Todos os agentes da cadeia café: trabalhadores recebem melhores salários, tem mais emprego no campo, produtores melhor remunerados têm recursos para pagar suas dívidas e investir na atividade, exportadores podem aumentar suas margens, indústrias têm seu abastecimento garantido no longo prazo pela possibilidade de aumento de produção compatível com o consumo, consumidores têm garantia de abastecimento sem aumentos repentinos nos preços. E o Governo além de exercer seu papel de desenvolver um setor vital para a Economia do país, garante a manutenção e até aumento de postos de trabalho, aumenta suas receitas cambiais, aumenta a sua arrecadação de impostos.
Parece tão óbvio, porque não conseguimos ainda convencer o Governo disso? Na nossa visão, por falta de foco. O endividamento tem ofuscado aquilo que a nosso ver deveria ser a principal política que deveria estar sendo prioritariamente defendida, que é a geração de renda. Não somos contrários a revisão e transformação das dívidas defendidas pelas lideranças da cafeicultura, mas entendemos que se não atacarmos a questão da renda, o problema do endividamento nunca terá fim.
Entendemos que a principal ferramenta disponível e factível de ser utilizada hoje para promover a renda do café brasileiro é o preço mínimo de garantia. Queremos dar início a uma ampla discussão com o Governo para tentarmos o convencimento da fixação dos preços mínimos em níveis condizentes com os custos e que sejam estratégicos para a manutenção da primazia da cafeicultura brasileira no mercado internacional. Queremos contar com o apoio das lideranças neste trabalho, de forma madura, serena, responsável, juntamente com os demais colegas parlamentares que estejam dispostos a defender o setor, colocando os interesses da cafeicultura em primeiro lugar.
quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010
Safra de café pode ser revisada para baixo
Safra de café pode ser revisada para baixo
DCI
AGRONEGÓCIOS
02/02/2010
Agência Estado
BRASÍLIA SÃO PAULO - As estimativas da produção mundial de café em 2009/2010 podem ser revisadas para baixo em razão de problemas climáticos e da menor aplicação de fertilizantes, informou nesta segunda o Fortis Bank Nederland. As previsões da produção de grãos robusta e arábica, variedades mais conhecidas no mundo, podem ser reduzidas, já que os principais países produtores enfrentam vários desafios.
"Os problemas relacionados ao clima no México, o desempenho relativamente fraco da Colômbia, e volumes maiores que o normal de grãos de baixa qualidade colhidos no Brasil devem significar um aperto na disponibilidade de arábica de qualidade para exportação até meados de 2010", afirmou o banco em um relatório. O Vietnã, maior produtor mundial do tipo robusta, também pode sofrer um corte na produção em 2009/2010 devido à aplicação reduzida de fertilizantes, segundo o relatório.
O Fortis estima a produção global de café em 2009/2010 em 143,2 milhões de sacas, contra 133,9 milhões em 2008/2009. O aumento deve significar que a produção mundial em 2009/2010 excederá o consumo em 14,66 milhões de sacas, principalmente devido à provável safra de arábica maior do Brasil.
Exportação
A partir de agora, os embarques de café verde brasileiro para o Japão ficam mais simples. O governo japonês suspendeu a obrigatoriedade de análise para detectar a possível presença de resíduo do agrotóxico diclorvos no produto que importa do Brasil.
DCI
AGRONEGÓCIOS
02/02/2010
Agência Estado
BRASÍLIA SÃO PAULO - As estimativas da produção mundial de café em 2009/2010 podem ser revisadas para baixo em razão de problemas climáticos e da menor aplicação de fertilizantes, informou nesta segunda o Fortis Bank Nederland. As previsões da produção de grãos robusta e arábica, variedades mais conhecidas no mundo, podem ser reduzidas, já que os principais países produtores enfrentam vários desafios.
"Os problemas relacionados ao clima no México, o desempenho relativamente fraco da Colômbia, e volumes maiores que o normal de grãos de baixa qualidade colhidos no Brasil devem significar um aperto na disponibilidade de arábica de qualidade para exportação até meados de 2010", afirmou o banco em um relatório. O Vietnã, maior produtor mundial do tipo robusta, também pode sofrer um corte na produção em 2009/2010 devido à aplicação reduzida de fertilizantes, segundo o relatório.
O Fortis estima a produção global de café em 2009/2010 em 143,2 milhões de sacas, contra 133,9 milhões em 2008/2009. O aumento deve significar que a produção mundial em 2009/2010 excederá o consumo em 14,66 milhões de sacas, principalmente devido à provável safra de arábica maior do Brasil.
Exportação
A partir de agora, os embarques de café verde brasileiro para o Japão ficam mais simples. O governo japonês suspendeu a obrigatoriedade de análise para detectar a possível presença de resíduo do agrotóxico diclorvos no produto que importa do Brasil.
terça-feira, 2 de fevereiro de 2010
MERCADO INTERNO BOLSAS N.Y. E B.M.F.
Infocafé de 01/02/10.
MERCADO INTERNO BOLSAS N.Y. E B.M.F.
Sul de Minas R$ 275,00 R$ 265,00 Contrato N.Y. Fechamento Variação
Mogiano R$ 275,00 R$ 265,00 Março/2010 132,55 +0,85
Alta Paulista/Paranaense R$ 270,00 R$ 260,00 Maio/2010 134,45 +0,85
Cerrado R$ 278,00 R$ 268,00 Setembro/2010 137,40 +0,75
Bahiano R$ 270,00 R$ 260,00
* Cafés de aspecto bom, com catação de 10% a 20%. Contrato BMF Fechamento Variação
Cons Inter.600def. Duro R$ 228,00 R$ 224,00 Março/2010 162,00 +1,10
Cons Inter. 8cob. Duro R$ 237,00 R$ 234,00 Setembro/2010 158,55 +1,30
Dólar Comercial: R$ 1,8590 Dezembro/2010 161,15 +1,45
As operações em N.Y. nesta segunda-feira finalizaram o dia com leve alta, a posição março variou entre a mínima de - 0,50 pontos e máxima de + 1,50 fechando com + 0,85 pts. A desvalorização do dólar e ganhos na maioria dos mercados de commodities deram sustentação para as cotações. No interno o recuo na cotação do dólar aliado a retração vendedora limitaram as negociações.
Os fundos e pequenos especuladores reduziram seu saldo líquido de compra em futuros de café da bolsa de Nova York (ICE Futures US), na semana encerrada no último dia 26. De acordo com o relatório semanal da Comissão de Comércio de Commodities e Futuros (CFTC), a posição dos fundos caiu de 31.926 para 27.877 lotes, enquanto a dos pequenos especuladores caiu de 3.384 para 3.291 lotes. Juntos, fundos e especuladores passaram a deter um saldo de compra de 31.168 lotes, ante 35.310 na semana anterior.
O dólar iniciou o mês de fevereiro devolvendo parte dos ganhos acumulados em janeiro, quando subiu em 17 dos 20 pregões, amparado hoje pelo acirramento da aversão ao risco. Neste primeiro dia do mês, entretanto, a moeda caiu ante o real diante de um cenário mais animador nos mercados internacionais. O dólar comercial fechou em baixa de 1,38% a cotado à R$ 1,8590. O índice dos gerentes de compra (PMI) sobre a atividade industrial norte-americana em dezembro acima do previsto impulsionou a alta das bolsas em Nova York, assim como o dado de dezembro sobre a renda pessoal dos norte-americanos. Sinais dados por autoridades brasileiras no encontro do Fórum Econômico Mundial em Davos (Suíça), na semana passada, passaram a impressão aos operadores de que o governo não tomará medidas para o câmbio e pode até deixar a moeda americana se valorizar mais. Além disso, o Banco Central determinou a obrigatoriedade de registro das operações de proteção (hedge) realizadas no mercado interno e no mercado externo, respectivamente, com instituições financeiras e bolsas, em uma tentativa de coibir especulações e exposições inadequadas ao risco. Ainda não se sabe, entretanto, se haverá mudança efetiva nas práticas de compra de moeda no mercado à vista para reforçar as reservas internacionais brasileiras. Hoje, a autoridade monetária adquiriu moeda no mercado à vista em leilão encerrado às 15h02, fixando a taxa de corte das propostas em R$ 1,86520.
O governo japonês suspendeu a obrigatoriedade de análise para detectar a possível presença de resíduo do agrotóxico diclorvos no café que importa do Brasil, informou a assessoria do Ministério da Agricultura. A decisão é resultado de pesquisa, realizada durante seis anos, por laboratório credenciado pelo ministério, em todas as remessas do produto com destino àquele país. No período, as 6.188 amostras analisadas, uma de cada contêiner embarcado, estavam dentro do padrão exigido. Por não apresentar nenhuma inconformidade, o governo brasileiro solicitou a suspensão da exigência, o que foi aceito pelas autoridades japonesas. Atualmente, todos os lotes exportados para o Japão são identificados, o que permite verificar a origem e a movimentação do produto, de acordo com o processo de rastrea bilidade.
O ministério calcula que a suspensão do exame residual do café brasileiro pode representar economia para o setor de US$ 1 milhão por ano. De acordo com o diretor do Departamento de Fiscalização de Insumos Agrícolas, Girabis Evangelista Ramos, do Ministério da Agricultura, o resultado positivo do trabalho demonstra a eficiência do serviço sanitário brasileiro e é uma resposta às crescentes exigências do mercado internacional, especialmente o japonês. O Japão é o terceiro maior importador mundial de café e foi, em 2009, o quarto maior comprador do produto brasileiro. No ano passado, comprou cerca de 2 milhões de sacas de 60 kg do café nacional, totalizando US$ 343 milhões. Desse montante, 1,8 milhão de sacas foram de café verde, 90% do volume exportado. Em todo o período de obrigatoriedade das anál ises, o Brasil exportou 12,5 milhões de sacas de café verde para o Japão. As informações são do portal do Ministério da Agricultura.
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Infocafé é um informativo diário, da Mellão Martini
MERCADO INTERNO BOLSAS N.Y. E B.M.F.
Sul de Minas R$ 275,00 R$ 265,00 Contrato N.Y. Fechamento Variação
Mogiano R$ 275,00 R$ 265,00 Março/2010 132,55 +0,85
Alta Paulista/Paranaense R$ 270,00 R$ 260,00 Maio/2010 134,45 +0,85
Cerrado R$ 278,00 R$ 268,00 Setembro/2010 137,40 +0,75
Bahiano R$ 270,00 R$ 260,00
* Cafés de aspecto bom, com catação de 10% a 20%. Contrato BMF Fechamento Variação
Cons Inter.600def. Duro R$ 228,00 R$ 224,00 Março/2010 162,00 +1,10
Cons Inter. 8cob. Duro R$ 237,00 R$ 234,00 Setembro/2010 158,55 +1,30
Dólar Comercial: R$ 1,8590 Dezembro/2010 161,15 +1,45
As operações em N.Y. nesta segunda-feira finalizaram o dia com leve alta, a posição março variou entre a mínima de - 0,50 pontos e máxima de + 1,50 fechando com + 0,85 pts. A desvalorização do dólar e ganhos na maioria dos mercados de commodities deram sustentação para as cotações. No interno o recuo na cotação do dólar aliado a retração vendedora limitaram as negociações.
Os fundos e pequenos especuladores reduziram seu saldo líquido de compra em futuros de café da bolsa de Nova York (ICE Futures US), na semana encerrada no último dia 26. De acordo com o relatório semanal da Comissão de Comércio de Commodities e Futuros (CFTC), a posição dos fundos caiu de 31.926 para 27.877 lotes, enquanto a dos pequenos especuladores caiu de 3.384 para 3.291 lotes. Juntos, fundos e especuladores passaram a deter um saldo de compra de 31.168 lotes, ante 35.310 na semana anterior.
O dólar iniciou o mês de fevereiro devolvendo parte dos ganhos acumulados em janeiro, quando subiu em 17 dos 20 pregões, amparado hoje pelo acirramento da aversão ao risco. Neste primeiro dia do mês, entretanto, a moeda caiu ante o real diante de um cenário mais animador nos mercados internacionais. O dólar comercial fechou em baixa de 1,38% a cotado à R$ 1,8590. O índice dos gerentes de compra (PMI) sobre a atividade industrial norte-americana em dezembro acima do previsto impulsionou a alta das bolsas em Nova York, assim como o dado de dezembro sobre a renda pessoal dos norte-americanos. Sinais dados por autoridades brasileiras no encontro do Fórum Econômico Mundial em Davos (Suíça), na semana passada, passaram a impressão aos operadores de que o governo não tomará medidas para o câmbio e pode até deixar a moeda americana se valorizar mais. Além disso, o Banco Central determinou a obrigatoriedade de registro das operações de proteção (hedge) realizadas no mercado interno e no mercado externo, respectivamente, com instituições financeiras e bolsas, em uma tentativa de coibir especulações e exposições inadequadas ao risco. Ainda não se sabe, entretanto, se haverá mudança efetiva nas práticas de compra de moeda no mercado à vista para reforçar as reservas internacionais brasileiras. Hoje, a autoridade monetária adquiriu moeda no mercado à vista em leilão encerrado às 15h02, fixando a taxa de corte das propostas em R$ 1,86520.
O governo japonês suspendeu a obrigatoriedade de análise para detectar a possível presença de resíduo do agrotóxico diclorvos no café que importa do Brasil, informou a assessoria do Ministério da Agricultura. A decisão é resultado de pesquisa, realizada durante seis anos, por laboratório credenciado pelo ministério, em todas as remessas do produto com destino àquele país. No período, as 6.188 amostras analisadas, uma de cada contêiner embarcado, estavam dentro do padrão exigido. Por não apresentar nenhuma inconformidade, o governo brasileiro solicitou a suspensão da exigência, o que foi aceito pelas autoridades japonesas. Atualmente, todos os lotes exportados para o Japão são identificados, o que permite verificar a origem e a movimentação do produto, de acordo com o processo de rastrea bilidade.
O ministério calcula que a suspensão do exame residual do café brasileiro pode representar economia para o setor de US$ 1 milhão por ano. De acordo com o diretor do Departamento de Fiscalização de Insumos Agrícolas, Girabis Evangelista Ramos, do Ministério da Agricultura, o resultado positivo do trabalho demonstra a eficiência do serviço sanitário brasileiro e é uma resposta às crescentes exigências do mercado internacional, especialmente o japonês. O Japão é o terceiro maior importador mundial de café e foi, em 2009, o quarto maior comprador do produto brasileiro. No ano passado, comprou cerca de 2 milhões de sacas de 60 kg do café nacional, totalizando US$ 343 milhões. Desse montante, 1,8 milhão de sacas foram de café verde, 90% do volume exportado. Em todo o período de obrigatoriedade das anál ises, o Brasil exportou 12,5 milhões de sacas de café verde para o Japão. As informações são do portal do Ministério da Agricultura.
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Infocafé é um informativo diário, da Mellão Martini
3D da cafeicultura na visão de Sérgio Parreiras
3D da cafeicultura na visão de Sérgio Parreiras
Sérgio Parreiras, Engenheiro Agrônomo, Pesquisador Científico do Instituto Agronômico - IAC, Mestre e Doutorando pela Universidade Federal do Lavras - UFLA. Mediador da Comunidade Manejo da Lavoura Cafeeira do Peabirus, colocou a comunicação, o alinhamento e a transição organizacional como os 3 desafios para cafeicultura em 2010. Confira!
Desafio 01: Dar voz aos atores sociais
A Internet e seus ferramentais vêm possibilitando a comunicação, desobstruindo seus canais e criando ambiente de interação e de compartilhamento. Caminhamos hoje para a construção comunitária do pensamento, onde se somam o conhecimento acadêmico à sabedoria popular. Se no passado recente éramos o quanto de informações fossemos capazes de deter e utilizar ao nosso favor, hoje somos o aquilo que compartilhamos.
A mídia em massa oferece o conteúdo em sentido unilateral, a inteligência coletiva cria e debate esse novo conteúdo. Hoje, a edição e publicação de uma informação é papel de todos e pode ser enriquecida por meio de comentários, ou personalização. Destaque deve ser dado aos Blog's, Twitter, Facebook, Peabirus...
O desafio é incentivar o acesso à informação democratizada e sua constante atualização, gerando capital intelectual. Para isso, a interconexão generalizada entre as pessoas deve ser estimulada e incorporada pelo sistema agroindustrial do café.
Desafio 02: Aproximar academia e setor produtivo
Nos estudos de prospecção de demandas e nos "bate-papos" pelas andanças cafeeiras, torna-se notório algo inusitado: a maioria das tecnologias, técnicas ou serviços demandados pelo setor produtivo já foram pesquisados e estes conhecimentos não chegam ao produtor.
Culpa da extensão? Não. O que vale no meio científico é onde será publicado o novo artigo, e qual o fator de impacto dessa revista. Falta incentivo, além do ideológico, para que a academia esteja alinhada com a extensão, estabelecendo uma comunicação dialógica, permitindo que o conhecimento gerado chegue ao setor produtivo.
Culpa do pesquisador? Não. O sistema valoriza quem tem um belo "Currículo Lattes" e não quem faz ciência efetivamente aplicada. E na aprovação do próximo projeto ou na análise daquele sonhado concurso, o que vale são as publicações e os títulos.
Neste desafio, a sociedade necessita rever seus conceitos no que tange à pesquisa agropecuária e seus objetivos.
Desafio 03: Ampliar o desempenho organizacional da cafeicultura, sobretudo a de base familiar.
A cafeicultura experimenta um tempo em que somente a gestão impecável aliada à economia de escala com responsabilidade sócio-ambiental parece ser a solução.
Essa responsabilidade deixa de ser um diferencial, e se torna condição básica daqueles que pretendem permanecer com sucesso no negócio, uma vez que a legislação passa a ser fiscalizada a campo. A gestão refere-se à melhoria de desempenho da unidade produtiva por meio de processos e procedimentos, com aplicação de ferramentas e tecnologias de informação e comunicação. Não é mais tolerado o desperdício de bens e serviço, o amadorismo, o descuido comercial.
A busca de soluções compartilhadas a problemas comuns tende a ser mais eficiente, uma vez que o grupo pode gerar conteúdos melhores do que os individuais. Nesse ponto a obtenção de escala de produção e de comercialização remete ao associativismo, ao cooperativismo.
Desta forma o desafio 3 seria a transformação organizacional da unidade e do próprio setor produtivo. Buscam-se a solução desse problema de forma integrada com os desafios 1 e 2, ampliando a comunicação entre os pares, os setores, as entidades e organizações. Um cafeicultor melhor informado e inserido em uma comunidade, seja presencial ou digital, tende a melhorar o desempenho organizacional. O setor acadêmico e de extensão efetivamente conectados a esses produtores, pode gerar "capital social".
Sérgio Parreiras, Engenheiro Agrônomo, Pesquisador Científico do Instituto Agronômico - IAC, Mestre e Doutorando pela Universidade Federal do Lavras - UFLA. Mediador da Comunidade Manejo da Lavoura Cafeeira do Peabirus, colocou a comunicação, o alinhamento e a transição organizacional como os 3 desafios para cafeicultura em 2010. Confira!
Desafio 01: Dar voz aos atores sociais
A Internet e seus ferramentais vêm possibilitando a comunicação, desobstruindo seus canais e criando ambiente de interação e de compartilhamento. Caminhamos hoje para a construção comunitária do pensamento, onde se somam o conhecimento acadêmico à sabedoria popular. Se no passado recente éramos o quanto de informações fossemos capazes de deter e utilizar ao nosso favor, hoje somos o aquilo que compartilhamos.
A mídia em massa oferece o conteúdo em sentido unilateral, a inteligência coletiva cria e debate esse novo conteúdo. Hoje, a edição e publicação de uma informação é papel de todos e pode ser enriquecida por meio de comentários, ou personalização. Destaque deve ser dado aos Blog's, Twitter, Facebook, Peabirus...
O desafio é incentivar o acesso à informação democratizada e sua constante atualização, gerando capital intelectual. Para isso, a interconexão generalizada entre as pessoas deve ser estimulada e incorporada pelo sistema agroindustrial do café.
Desafio 02: Aproximar academia e setor produtivo
Nos estudos de prospecção de demandas e nos "bate-papos" pelas andanças cafeeiras, torna-se notório algo inusitado: a maioria das tecnologias, técnicas ou serviços demandados pelo setor produtivo já foram pesquisados e estes conhecimentos não chegam ao produtor.
Culpa da extensão? Não. O que vale no meio científico é onde será publicado o novo artigo, e qual o fator de impacto dessa revista. Falta incentivo, além do ideológico, para que a academia esteja alinhada com a extensão, estabelecendo uma comunicação dialógica, permitindo que o conhecimento gerado chegue ao setor produtivo.
Culpa do pesquisador? Não. O sistema valoriza quem tem um belo "Currículo Lattes" e não quem faz ciência efetivamente aplicada. E na aprovação do próximo projeto ou na análise daquele sonhado concurso, o que vale são as publicações e os títulos.
Neste desafio, a sociedade necessita rever seus conceitos no que tange à pesquisa agropecuária e seus objetivos.
Desafio 03: Ampliar o desempenho organizacional da cafeicultura, sobretudo a de base familiar.
A cafeicultura experimenta um tempo em que somente a gestão impecável aliada à economia de escala com responsabilidade sócio-ambiental parece ser a solução.
Essa responsabilidade deixa de ser um diferencial, e se torna condição básica daqueles que pretendem permanecer com sucesso no negócio, uma vez que a legislação passa a ser fiscalizada a campo. A gestão refere-se à melhoria de desempenho da unidade produtiva por meio de processos e procedimentos, com aplicação de ferramentas e tecnologias de informação e comunicação. Não é mais tolerado o desperdício de bens e serviço, o amadorismo, o descuido comercial.
A busca de soluções compartilhadas a problemas comuns tende a ser mais eficiente, uma vez que o grupo pode gerar conteúdos melhores do que os individuais. Nesse ponto a obtenção de escala de produção e de comercialização remete ao associativismo, ao cooperativismo.
Desta forma o desafio 3 seria a transformação organizacional da unidade e do próprio setor produtivo. Buscam-se a solução desse problema de forma integrada com os desafios 1 e 2, ampliando a comunicação entre os pares, os setores, as entidades e organizações. Um cafeicultor melhor informado e inserido em uma comunidade, seja presencial ou digital, tende a melhorar o desempenho organizacional. O setor acadêmico e de extensão efetivamente conectados a esses produtores, pode gerar "capital social".
segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010
Nestlé vai investir US$ 400 milhões em 3 anos no México
Nestlé vai investir US$ 400 milhões em 3 anos no México
AE-AP - Agencia Estado
DAVOS, SUÍÇA - O conglomerado suíço Nestlé, líder mundial no setor alimentício, anunciou hoje em Davos, na Suíça, um investimento de US$ 400 milhões no México nos próximos três anos. Os recursos serão aplicados, principalmente, na criação da maior fábrica processadora de café solúvel do mundo.
"Estamos aqui para anunciar investimentos, mostrando o retorno do nosso compromisso com o México. Nos próximos três anos, vamos investir mais de 5 bilhões de pesos mexicanos", disse o presidente da Nestlé, Paul Bulcke, em entrevista coletiva concedida ao lado do presidente do México, Felipe Calderón, nos bastidores do Fórum Econômico de Davos.
A maior parte do valor irá para a fábrica de processamento de café solúvel Nescafé de Toluca, para ampliar a capacidade produtiva da unidade e transformá-la na maior do mundo. Com o anúncio, a Nestlé elevou para US$ 2 bilhões seus investimentos no México entre 2008 e 2012.
AE-AP - Agencia Estado
DAVOS, SUÍÇA - O conglomerado suíço Nestlé, líder mundial no setor alimentício, anunciou hoje em Davos, na Suíça, um investimento de US$ 400 milhões no México nos próximos três anos. Os recursos serão aplicados, principalmente, na criação da maior fábrica processadora de café solúvel do mundo.
"Estamos aqui para anunciar investimentos, mostrando o retorno do nosso compromisso com o México. Nos próximos três anos, vamos investir mais de 5 bilhões de pesos mexicanos", disse o presidente da Nestlé, Paul Bulcke, em entrevista coletiva concedida ao lado do presidente do México, Felipe Calderón, nos bastidores do Fórum Econômico de Davos.
A maior parte do valor irá para a fábrica de processamento de café solúvel Nescafé de Toluca, para ampliar a capacidade produtiva da unidade e transformá-la na maior do mundo. Com o anúncio, a Nestlé elevou para US$ 2 bilhões seus investimentos no México entre 2008 e 2012.
O futuro da nação (Artigo) Por MANGABEIRA UNGER
O futuro da nação (Artigo) Por MANGABEIRA UNGER
FOLHA DE S. PAULO - SP
31/01/2010
O futuro da nação (Artigo)
O ex-ministro e professor de direito em Harvard defende 8 pontos essenciais para criar um novo modelo de desenvolvimen- to para o Brasil
ROBERTO MANGABEIRA UNGER
ESPECIAL PARA A FOLHA
Oito séries de opções definem o modelo de desenvolvimento que convém ao Brasil.
Modelo que transforma a ampliação de oportunidades econômicas e educativas no motor do crescimento. E que afirma a primazia dos interesses do trabalho e da produção sobre os interesses do rentismo.
1. Reposicionamento na divisão internacional do trabalho
O país deve optar contra um caminho, como o da Nova Zelândia ou o do Chile, que combine produção e exportação de produtos primários com tentativa de formar uma elite internacionalizada de serviços.
O Brasil é grande demais para abandonar sua vocação industrial. Ao manter-se fiel a ela, precisa também optar contra estratégias como a que a China seguiu: apostar, por muito tempo, em trabalho barato e desqualificado. Não prosperaremos como uma China com menos gente.
2. Financiar internamente
nosso desenvolvimento Dividir ao meio a pseudo-ortodoxia econômica que os governos brasileiros abraçaram em décadas recentes. Reafirmar a parte útil -o realismo e a responsabilidade fiscais-, mesmo à custa de renunciar, por algum tempo, a instrumentos de uma política contracíclica.
Repudiar a parte nociva -a tolerância de nível baixo de poupança pública e privada e a consequente dependência do capital estrangeiro para financiar nosso desenvolvimento. Em tese, o nível de poupança é mais efeito do que causa do crescimento.
A mobilização inicial dos recursos nacionais representa, entretanto, condição para afirmar uma estratégia rebelde e inovadora de desenvolvimento. A elevação da poupança pública requer disciplina fiscal. Já para elevar a poupança privada, temos de construir mecanismos que organizem e aproveitem a poupança previdenciária. O aumento da poupança privada e pública será, porém, indiferente ou nocivo sem canais que encaminhem a poupança de longo prazo para o investimento de longo prazo. E que evitem que o potencial produtivo se desperdice num cassino financeiro. Investimento e inovação: esse é o binômio crucial.
3. Redefinir a política
agrícola Agropecuária, ainda a principal atividade econômica do Brasil, tem tudo para exemplificar o vínculo entre diversificação da produção e democratização das oportunidades.
Para isso, precisa pautar-se por três objetivos entrelaçados. Fazer da agricultura familiar agricultura empresarial. Agregar valor aos produtos agropecuários no campo. Construir classe média rural forte como vanguarda de uma massa de trabalhadores agrícolas mais pobres que avançará atrás dela.
Esse projeto vingará no contexto da solução do maior problema físico de nossa agricultura: a recuperação de pastagens degradadas que hoje formam grande parte do território nacional. (No Brasil, em cada hectare sob lavoura há quatro entregues à pecuária extensiva.) Se recuperarmos parte desse espaço, dobraremos a área cultivada e triplicaremos nosso produto agrícola sem tocar em uma única árvore.
4. Reorientar a política industrial
Se abrirmos para as pequenas e médias empresas o acesso ao crédito, à tecnologia, ao conhecimento, aos mercados globais, criaremos um dínamo de crescimento includente. São elas a parte mais importante de nossa economia; é ali que se gera a maior parte do produto e é ali que está a vasta maioria dos empregos.
Organizar fora dos centros industriais uma travessia direta do pré-fordismo industrial para o pós-fordismo industrial. E isso sem que todo o país tenha de penar no purgatório de um paradigma de produção -produção em grande escala de bens e serviços padronizados, por meio de mão de obra semiqualificada e processos produtivos rígidos e hierárquicos- que já se vai tornando superado no mundo e que inibe nossa ascensão na escalada da produtividade.
O Brasil todo não deve ter de virar a São Paulo de meados do século passado para depois tornar-se outra realidade.
5. Reorganizar as relações
entre trabalho e capital Não se inova nisto desde Vargas. A maior parte do povo brasileiro está fora do regime legal.
Quase metade da população economicamente ativa continua na informalidade. Parte crescente dos empregados na economia formal se encontra em situações precarizadas, de trabalho temporário, terceirizado ou autônomo. Construir, ao lado do regime estabelecido de leis trabalhistas, um segundo corpo de regras, destinado a proteger, a organizar e a representar os trabalhadores inseguros das economias informal e formal.
6. Capacitar o povo
brasileiro A primeira prioridade é reconciliar a gestão local das escolas pelos Estados e municípios com padrões nacionais de investimento e de qualidade: federalizar -na prática, não apenas na lei- os padrões. Para reconciliar gestão local e padrões nacionais, é preciso criar um instrumento para consertar redes de escolas locais que caiam repetidamente abaixo do patamar mínimo aceitável de qualidade.
O meio é associar os três níveis da federação em órgãos conjuntos que possam vir em socorro dessas escolas, assumi-las temporariamente, confiá-las a gestores profissionais independentes e devolvê-las consertadas. A segunda prioridade é mudar a maneira de aprender e de ensinar no Brasil. Substituir decoreba -o enciclopedismo informativo superficial- por ensino analítico e capacitador, com foco no básico: análise verbal e análise numérica.
O lugar para iniciar esta obra é o elo fraco: a escola média. E o instrumento mais promissor é a educação secundária com fronteira aberta entre o ensino geral e o ensino técnico. Ensino geral que subordine memorização a análise. Ensino técnico que priorize o domínio de capacitações práticas flexíveis e genéricas, ao invés de priorizar a aprendizagem de ofícios rígidos.
7. Reconstruir o Estado
Não existe ainda no Brasil o Estado capaz de executar o programa que aqui se esboça. Nosso Estado continua a ser balofo e incapaz. Há três agendas de gestão pública a executar simultaneamente. A primeira agenda, a do profissionalismo burocrático, é a obra incompleta do século 19 em matéria de administração pública. Temos ilhas de profissionalismo no Estado. Continuam a flutuar em um oceano de discricionariedade política.
A segunda agenda, a da eficiência administrativa, está associada ao século 20. Reinventar para o setor público práticas de gestão empregadas no setor privado: padrões de desempenho, garantias de transparência, mecanismos, dentro e fora do Estado, para avaliar, incentivar e cobrar resultados. Transformar o direito e o processo administrativos. Metade do que temos é camisa de força, baseada em desconfiança. A outra metade é o oposto: a delegação de poderes discricionários a potentados administrativos. Ambas as metades precisam ser substituídas por regras e procedimentos que permitam reconciliar fidelidade aos objetivos com flexibilidade na execução.
A terceira agenda, a ser característica do século 21, é a do experimentalismo na maneira de prover os serviços públicos, inclusive de educação e saúde. Não precisamos escolher entre a provisão burocrática de serviços padronizados de baixa qualidade e a privatização desses serviços em favor de empresas em busca de lucro. O Estado pode ajudar a organizar e a financiar a sociedade civil independente para que ela participe da provisão competitiva e experimental dos serviços prestados pelo Estado ao cidadão. É a melhor maneira de qualificá-los.
8. Institucionalizar
a cultura republicana O primeiro ponto de partida é substituir o federalismo de repartição rígida, de competências entre os três níveis do federalismo, por um federalismo cooperativo que os associe em ações conjuntas e em experimentos compartilhados.
O segundo ponto de partida é adotar medidas que comecem a tirar a política da sombra corruptora do dinheiro. Financiar publicamente as campanhas eleitorais para diminuir a influência do dinheiro privado.
Rever o processo orçamentário para que o orçamento deixe de ser palco pantanoso da negociação entre os interesses poderosos. Substituir a maior parte dos cargos de indicação política por carreiras de Estado. Utopia? Tudo isso é factível com instrumentos que já temos à mão. O objetivo é dar braços, asas e olhos à vitalidade brasileira.
ROBERTO MANGABEIRA UNGER é professor titular de direito na Universidade Harvard (EUA), ex-ministro extraordinário de Assuntos Estratégicos (2007-09) e ex-colunista da Folha.
FOLHA DE S. PAULO - SP
31/01/2010
O futuro da nação (Artigo)
O ex-ministro e professor de direito em Harvard defende 8 pontos essenciais para criar um novo modelo de desenvolvimen- to para o Brasil
ROBERTO MANGABEIRA UNGER
ESPECIAL PARA A FOLHA
Oito séries de opções definem o modelo de desenvolvimento que convém ao Brasil.
Modelo que transforma a ampliação de oportunidades econômicas e educativas no motor do crescimento. E que afirma a primazia dos interesses do trabalho e da produção sobre os interesses do rentismo.
1. Reposicionamento na divisão internacional do trabalho
O país deve optar contra um caminho, como o da Nova Zelândia ou o do Chile, que combine produção e exportação de produtos primários com tentativa de formar uma elite internacionalizada de serviços.
O Brasil é grande demais para abandonar sua vocação industrial. Ao manter-se fiel a ela, precisa também optar contra estratégias como a que a China seguiu: apostar, por muito tempo, em trabalho barato e desqualificado. Não prosperaremos como uma China com menos gente.
2. Financiar internamente
nosso desenvolvimento Dividir ao meio a pseudo-ortodoxia econômica que os governos brasileiros abraçaram em décadas recentes. Reafirmar a parte útil -o realismo e a responsabilidade fiscais-, mesmo à custa de renunciar, por algum tempo, a instrumentos de uma política contracíclica.
Repudiar a parte nociva -a tolerância de nível baixo de poupança pública e privada e a consequente dependência do capital estrangeiro para financiar nosso desenvolvimento. Em tese, o nível de poupança é mais efeito do que causa do crescimento.
A mobilização inicial dos recursos nacionais representa, entretanto, condição para afirmar uma estratégia rebelde e inovadora de desenvolvimento. A elevação da poupança pública requer disciplina fiscal. Já para elevar a poupança privada, temos de construir mecanismos que organizem e aproveitem a poupança previdenciária. O aumento da poupança privada e pública será, porém, indiferente ou nocivo sem canais que encaminhem a poupança de longo prazo para o investimento de longo prazo. E que evitem que o potencial produtivo se desperdice num cassino financeiro. Investimento e inovação: esse é o binômio crucial.
3. Redefinir a política
agrícola Agropecuária, ainda a principal atividade econômica do Brasil, tem tudo para exemplificar o vínculo entre diversificação da produção e democratização das oportunidades.
Para isso, precisa pautar-se por três objetivos entrelaçados. Fazer da agricultura familiar agricultura empresarial. Agregar valor aos produtos agropecuários no campo. Construir classe média rural forte como vanguarda de uma massa de trabalhadores agrícolas mais pobres que avançará atrás dela.
Esse projeto vingará no contexto da solução do maior problema físico de nossa agricultura: a recuperação de pastagens degradadas que hoje formam grande parte do território nacional. (No Brasil, em cada hectare sob lavoura há quatro entregues à pecuária extensiva.) Se recuperarmos parte desse espaço, dobraremos a área cultivada e triplicaremos nosso produto agrícola sem tocar em uma única árvore.
4. Reorientar a política industrial
Se abrirmos para as pequenas e médias empresas o acesso ao crédito, à tecnologia, ao conhecimento, aos mercados globais, criaremos um dínamo de crescimento includente. São elas a parte mais importante de nossa economia; é ali que se gera a maior parte do produto e é ali que está a vasta maioria dos empregos.
Organizar fora dos centros industriais uma travessia direta do pré-fordismo industrial para o pós-fordismo industrial. E isso sem que todo o país tenha de penar no purgatório de um paradigma de produção -produção em grande escala de bens e serviços padronizados, por meio de mão de obra semiqualificada e processos produtivos rígidos e hierárquicos- que já se vai tornando superado no mundo e que inibe nossa ascensão na escalada da produtividade.
O Brasil todo não deve ter de virar a São Paulo de meados do século passado para depois tornar-se outra realidade.
5. Reorganizar as relações
entre trabalho e capital Não se inova nisto desde Vargas. A maior parte do povo brasileiro está fora do regime legal.
Quase metade da população economicamente ativa continua na informalidade. Parte crescente dos empregados na economia formal se encontra em situações precarizadas, de trabalho temporário, terceirizado ou autônomo. Construir, ao lado do regime estabelecido de leis trabalhistas, um segundo corpo de regras, destinado a proteger, a organizar e a representar os trabalhadores inseguros das economias informal e formal.
6. Capacitar o povo
brasileiro A primeira prioridade é reconciliar a gestão local das escolas pelos Estados e municípios com padrões nacionais de investimento e de qualidade: federalizar -na prática, não apenas na lei- os padrões. Para reconciliar gestão local e padrões nacionais, é preciso criar um instrumento para consertar redes de escolas locais que caiam repetidamente abaixo do patamar mínimo aceitável de qualidade.
O meio é associar os três níveis da federação em órgãos conjuntos que possam vir em socorro dessas escolas, assumi-las temporariamente, confiá-las a gestores profissionais independentes e devolvê-las consertadas. A segunda prioridade é mudar a maneira de aprender e de ensinar no Brasil. Substituir decoreba -o enciclopedismo informativo superficial- por ensino analítico e capacitador, com foco no básico: análise verbal e análise numérica.
O lugar para iniciar esta obra é o elo fraco: a escola média. E o instrumento mais promissor é a educação secundária com fronteira aberta entre o ensino geral e o ensino técnico. Ensino geral que subordine memorização a análise. Ensino técnico que priorize o domínio de capacitações práticas flexíveis e genéricas, ao invés de priorizar a aprendizagem de ofícios rígidos.
7. Reconstruir o Estado
Não existe ainda no Brasil o Estado capaz de executar o programa que aqui se esboça. Nosso Estado continua a ser balofo e incapaz. Há três agendas de gestão pública a executar simultaneamente. A primeira agenda, a do profissionalismo burocrático, é a obra incompleta do século 19 em matéria de administração pública. Temos ilhas de profissionalismo no Estado. Continuam a flutuar em um oceano de discricionariedade política.
A segunda agenda, a da eficiência administrativa, está associada ao século 20. Reinventar para o setor público práticas de gestão empregadas no setor privado: padrões de desempenho, garantias de transparência, mecanismos, dentro e fora do Estado, para avaliar, incentivar e cobrar resultados. Transformar o direito e o processo administrativos. Metade do que temos é camisa de força, baseada em desconfiança. A outra metade é o oposto: a delegação de poderes discricionários a potentados administrativos. Ambas as metades precisam ser substituídas por regras e procedimentos que permitam reconciliar fidelidade aos objetivos com flexibilidade na execução.
A terceira agenda, a ser característica do século 21, é a do experimentalismo na maneira de prover os serviços públicos, inclusive de educação e saúde. Não precisamos escolher entre a provisão burocrática de serviços padronizados de baixa qualidade e a privatização desses serviços em favor de empresas em busca de lucro. O Estado pode ajudar a organizar e a financiar a sociedade civil independente para que ela participe da provisão competitiva e experimental dos serviços prestados pelo Estado ao cidadão. É a melhor maneira de qualificá-los.
8. Institucionalizar
a cultura republicana O primeiro ponto de partida é substituir o federalismo de repartição rígida, de competências entre os três níveis do federalismo, por um federalismo cooperativo que os associe em ações conjuntas e em experimentos compartilhados.
O segundo ponto de partida é adotar medidas que comecem a tirar a política da sombra corruptora do dinheiro. Financiar publicamente as campanhas eleitorais para diminuir a influência do dinheiro privado.
Rever o processo orçamentário para que o orçamento deixe de ser palco pantanoso da negociação entre os interesses poderosos. Substituir a maior parte dos cargos de indicação política por carreiras de Estado. Utopia? Tudo isso é factível com instrumentos que já temos à mão. O objetivo é dar braços, asas e olhos à vitalidade brasileira.
ROBERTO MANGABEIRA UNGER é professor titular de direito na Universidade Harvard (EUA), ex-ministro extraordinário de Assuntos Estratégicos (2007-09) e ex-colunista da Folha.
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