Seguindo novamente cenário externo, café tem queda na ICE
Os contratos futuros de café arábica negociados na ICE Futures US encerraram esta quinta-feira com novas perdas, com o intervalo de 260,00 centavos de dólar novamente sendo rompido. Mais uma vez, a influência externa deu as cartas para nortear o comportamento da maior parte das commodities. Com uma abertura de dia em níveis próximos do fechamento da sessão anterior, o mercado passou a registrar uma maior pressão, acompanhando o mau humor de segmentos macroeconômicos, que refletiram os temores sobre a situação das dívidas na União Européia, assim como os reflexos da previsão do Federal Reserve (equivalente ao Banco Central) dos Estados Unidos de que a recuperação do país ainda vai demandar muitos esforços. Diante de um quadro externo complexo, com quedas para a maior parte das commodities e para as bolsas de valores internacionais, o café não ficou imune e refletiu tal quadro nas cotações. No entanto, apesar das baixas consistentes, o setembro conseguiu preservar a mínima de terça-feira, em 254,55 centavos. Tecnicamente, o mercado seguia uma linha de recuperação, de acordo com formações gráficas candlestick, entretanto, a pressão externa demonstrou uma modificação de quadro, ainda que operadores sustentem a importância da manutenção do suporte, como um fator potencial para a retomada da recuperação. Fundamentalmente, o mercado carece de novidades. Apesar de ser um período denominado como "climático", tal fator não vem, nos últimos dias, mudando os humores da bolsa. O Brasil registra um mês de julho relativamente quente em várias áreas produtoras e, ao menos no curto prazo, qualquer ocorrência de geadas está devidamente descartada. O mercado se mostra atento aos atrasos em alguns embarques do Vietnã, no entanto, esse fator estaria assimilado e precificado. No encerramento do dia, o setembro em Nova Iorque teve perda de 560 pontos com 258,35 centavos, sendo a máxima em 265,65 e a mínima em 256,60 centavos por libra, com o dezembro registrando oscilação negativa de 550 pontos, com a libra a 262,10 centavos, sendo a máxima em 269,30 e a mínima em 260,40 centavos por libra. Na Euronext/Liffe, em Londres, a posição setembro registrou queda de 25 dólares, com 2.306 dólares por tonelada, com o novembro tendo retração de 23 dólares, com 2.337 dólares por tonelada. De acordo com analistas internacionais, o dia foi iniciado com estabilidade, sendo que uma alta foi, inclusive, ensaiada, com o setembro chegando a romper os 265,00 centavos. Entretanto, com a influência externa, que derrubou também mercados como soja, trigo e milho, a tendência de muitos players foi de retomar as liquidações, sendo que as perdas vieram rapidamente e até se acentuaram ligeiramente no after-hours. "Se tecnicamente o mercado conseguiu ter um respiro na quarta-feira, nesta quinta voltamos a sofrer com o cenário externo. Há muitos operadores temerosos em se manter em negócios de maior risco, sendo que eles preferem portos mais tranqüilos neste momento", disse um trader. A Itália aprovou um plano de austeridade para tentar conter o contágio da crise das dívidas européias. O plano de ajuste deverá permitir ao país alcançar o déficit zero em 2014 e será de 47 bilhões de euros, em vez dos 40 bilhões inicialmente previstos. O pacote antecipará para 2013 um programa de privatização de empresas estatais e municipais, introduzirá o pagamento, pela população, de uma parte das consultas médicas, congelando a remuneração do funcionalismo público e cortando os recursos destinados a entidades locais. O pacote também traz também aperto no que se refere à seguridade social. Mesmo depois da aprovação, o mercado continuou receoso, com as bolsas de valores na Europa e nos Estados Unidos fechando o dia com retração. A produção de café da Colômbia em junho teve queda de 40%, indo para 471 mil sacas, contra 780 mil sacas do mesmo mês do ano anterior, indicou a Federacafe (Federação Nacional dos Cafeicultores da Colômbia). A baixa foi refletida nas exportações, que no mês caíram 12%, indo para 572 mil sacas, ante 648 mil sacas de junho de 2010. Na primeira metade do ano safra, o país sul-americano registra alta de 18% em seus embarques cafeeiros para todos os destinos, com 4,16 milhões de sacas. As exportações de café do Brasil em julho, até o dia 13, somaram 611.671 sacas, contra 423.118 sacas registradas no mesmo período de junho, informou o Cecafé (Conselho dos Exportadores de Café do Brasil). Os estoques certificados de café na bolsa de Nova Iorque tiveram queda de 215 sacas indo para 1.591.761 sacas. O volume negociado no dia na ICE Futures US foi estimado em 13.347 lotes, com as opções tendo 4.817 calls e 2.235 puts. Tecnicamente, o setembro na ICE Futures US tem uma resistência em 265,65, 266,00, 266,20, 266,50, 267,00, 267,50, 268,00, 268,50, 269,00, 269,50, 269,90-270,00, 270,50, 271,00 e 271,50 centavos de dólar por libra peso, com o suporte em 256-60256,50, 256,00, 255,50, 255,10-255,00, 254,55-254,50, 254,00, 253,50, 253,00, 252,50 e 252,00 centavos por libra.
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