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sexta-feira, 29 de julho de 2011

Custo de captação da Itália volta a disparar

Custo de captação da Itália volta a disparar
Os custos de captação da Itália dispararam em um leilão de bônus que concentrou todas as atenções ontem, movidos pelas preocupações dos investidores com a crise da dívida da zona do euro e pelo impasse que cerca a definição do teto de endividamento dos Estados Unidos. O leilão, de € 8 bilhões (US$ 11,4 bilhões), foi realizado em mercados voláteis agitados ainda mais por rumores, negados pelos políticos italianos, de que o ministro da Economia do país, Giulio Tremonti, se preparava para renunciar ao cargo. A pressão sobre as ações e bônus italianos refletiu tanto a preocupação com a capacidade de Roma de reduzir sua dívida soberana - que perde apenas para a da Grécia, ao representar 120% da produção anual - quanto às dúvidas em torno da possibilidade de a reunião de cúpula da semana passada dos dirigentes da zona do euro ter chegado a uma solução sustentável para a crise da dívida grega. Surgiram críticas ao mais recente plano de salvamento da zona do euro para Atenas no Fundo Monetário Internacional (FMI), bem como entre economistas e analistas dos países-membros da zona do euro, que dizem que seu poder de reduzir a dívida da Grécia, de € 340 bilhões, é muito pequenUma pesquisa da "Reuters" junto a 55 economistas mostrou que a maioria sente que, embora o pacote de salvamento seja um passo na direção certa, ele não representa um ponto de inflexão a partir do qual a crise possa se solucionar. Chipre pode ser o próximo candidato a um pacote de socorro financeiro depois que seu gabinete renunciou coletivamente ontem, na esteira da explosão, com vítimas fatais, de munição que destruiu a principal central de energia elétrica da ilha e agravou seus problemas econômicos, entre os quais a pesada exposição à dívida grega. Os retornos pagos pelos títulos italianos oferecidos no leilão saltaram para 5,77% para bônus de 10 anos, o mais elevado desde fevereiro de 2000, e para 4,80% para papéis de três anos, o mais alto desde julho de 2008. "Pode-se argumentar que eles conseguiram colocar bônus no mercado, mas a tendência dos rendimentos está começando a ficar realmente contundente", disse Alessandro Giansanti, estrategista do ING em Amsterdã. "Eles não têm condições de arcar com esse tipo de aumento todos os meses."Tremonti, há muito visto como o fiador da prudência fiscal do rebelde governo do primeiro-ministro Silvio Berlusconi, está sofrendo pressões em torno de seu uso de um apartamento, em Roma, pertencente a um auxiliar que está sendo investigado por acusações de corrupção. Umberto Bossi, diretor da Liga do Norte, parte da coalização de governo da Itália, desqualificou rumores de que Tremonti poderia perder o emprego, dizendo que o caso não era "nada de muito sério".O ministro da Economia enfrenta crescente pressão da oposição e da mídia para se explicar, e suas relações com Berlusconi são tensas há meses. Tremonti fez uma brincadeira sobre os rumores sobre sua possível saída do governo ao dizer numa entrevista à imprensa concedida ontem: "Eu renunciei... como inquilino."

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