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sábado, 29 de maio de 2010

Uma semana de BLA, BLA, BLAS...

Uma semana de BLA, BLA, BLAS...

A semana foi recheada de bla, bla, blas e nos que não somos de ferro vamos a eles.
No seminário de café realizado na semana passada acontecido em Guarujá, onde se reuniu os maiorais do agronegócio do café, alguns comentários devem ser exaltados.
Em uma palestra ministrada no seminário, um destes maiorais, disse algumas coisas importantes e vamos a elas.
1-O consumidor norte americano 60% deles acreditam que tomam café Gourmet (café extremamente fino) e pagam por isso e os outros 40% que não sabem nem quando esta com fome também o mesmo preço. PONTO pra industria americana e seu marketing.
2-O universo de 100% do agronegócio café contendo toda a cadeia produtiva 5% fica com o produtor e os outros 95% com o mercado, dizendo com isso que a culpa do café esta neste preço é do produtor que não sabe vender seu produto. Mais uma vez ponto pro mercado e já estamos perdendo por 2X0.
O ministro da agricultura, até que enfim alguém sensato nesta cadeira, deve ser por que tem o mesmo nome que eu, Sr.Wagner Rossi, foi contra o Drawback em uma votação aberta esta semana expondo seus motivos, que são óbvios, principalmente na questão fitossanitária tentando reverter este placar já começamos perdendo nos trazendo a um 2x1 com ajuda do juiz.
A nova norma para comercialização do café onde não poderá se comercializar café, nem industrializar café, com impureza acima de 1%, nada mais sensato e uma lei antiga, novamente com a ajuda do juiz empatamos o jogo. Gol de mao aos 45 minutos do segundo tempo.
A meu ver este negocio da impureza foi mais estratégia de jogada pra torcida, pois a lei já existe, o negocio é simplesmente fiscalizar, talvez é esta fiscalização que estaria faltando para acabar de vez com a polemica dos estoques no Brasil porque duas entidades como a Conab e agora também o IBGE errarem nos números de produção contra exportação, industria e consumo e sobra de estoque remanescentes, pois errar um ano por dois anos ou até por um mandato de governo é digamos aceitável, mas errar por décadas fica algo difícil de engolir, e submete a desconfianças a todos os setores, exportação, indústria e produção, ficamos acreditando que o mercado esta certo que somos mais eficientes que o governo, que nossa produção é superior, mas será que somos mesmos. O IBGE e a Conab não estariam certos e o Drawback não seria pano de fundo.Neste momento começamos o jogo de volta e já estamos perdendo de 4X2.
A sociedade como um todo, não só no Brasil, mas, em todo mundo veio do campo para a cidade todos temos laços com o campo, mas para quem ficou no campo nos sobrou o papel de alimentar os que foram para a cidade, mas sempre somos menosprezados em nossa inteligência e sempre que podem ficam a nos ridicularizar, fico puto da vida quando vejo a propaganda da Skol litrao menosprezando o produtor que apararece com uma baita mandioca ou da Elma Chips com aquele produtor de inhame dizendo é o inhame mais bonito que já colhi, com aquela cara de coitado idiota.
No Brasil existe um velho ditado onde quem manda diz
Para os amigos tudo aos inimigos a Lei

Tudo o que o produtor brasileiro quer é que a lei seja cumprida já que somos tão cobrados em relação à lei ambiental ou trabalhista, vamos à lei só isso.
Pelo estatuto da terra todo produtor tem o direito de ter 30% de lucro de tudo o que produz é a lei,e uma lei de novinha em folha de 1.965, se ganharmos 30% de lucro livre em nosso café estaríamos felizes, que o preço mínimo seja “o preço mínimo”o mínimo que iríamos receber e não vender café 30% abaixo.
Bom já ai o chocolate já esta dado e na segunda partida o negocio ficou feio e estamos perdendo agora por 5X2.
O produtor tem que entender que o preço não é feito simplesmente pela quantidade ou a qualidade de que se produz, mas sim como a política do café é administrada e o mercado sabe que estamos perdendo feio, é goleada, não sabemos vender, não sabemos escolher nossos representantes ,não sabemos fazer levantamentos precisos do que colhemos ,comercializamos, consumimos, não sabemos fazer marketing pessoal onde somos ridicularizados por aqueles urbanos,onde acreditam que só sabemos fazer é produzir, e dizer é o inhame mais bonito que já colhi.

Wagner Pimentel
www.cafezinhocomamigos.blogspot.com

terça-feira, 25 de maio de 2010

Seminário do Guarujá – maio de 2010

Seminário do Guarujá – maio de 2010

Realizado nos dias 18 e 19 de maio, no Guarujá/SP, o Seminário Internacional de Café de Santos reuniu especialistas e líderes do setor para retomar conceitos e propor novas estratégias e caminhos para aprimorar técnicas de produção sustentável e de comercialização de café; avaliar as mudanças no comportamento do mercado consumidor, nas mais diferentes regiões do mundo, na expectativa permanente de ampliar as exportações do café brasileiro.

Michael Timm abriu o evento e fez questão de esclarecer que o agronegócio se tornou mais eficiente nos últimos anos. De 2000 até hoje o Produto Interno Bruto (PIB) aumentou de US$ 645 bilhões para US$ 1,57 trilhão em 2009 - um aumento de 143%. A produção de café aumentou menos de 25%, frente a 51% do total da agricultura.

Para que o Brasil possa continuar competindo e crescendo, ainda tem alguns obstáculos que precisam ser superados, tais como: investimentos em infraestrutura - "sem boas estradas, ferrovias aeroportos e portos não vamos conseguir manter a competitividade dos produtos brasileiros; reforma tributária - temos um sistema tributário muito complexo, com mais de 30 impostos e taxas, e que tributa o consumo de maneira exagerada; educação e saúde - setores em que os indicadores ainda deixam muito a desejar", comentou Timm.

Manoel Bertone afirmou que o Brasil encontra-se naturalmente sustentável em relação aos demais países produtores de café. "Sustentável porque o Brasil tem a melhor legislação trabalhista e a mais severa legislação ambiental do mundo. Apesar de todas as dificuldades as safras estão crescendo". Bertone acrescentou que os médios produtores são os que estão sentindo mais dificuldade para se manter no mercado. "Os pequenos e grandes recebem amparo financeiro". No Brasil, 80% dos produtores são considerados pequenos.

O Brasil tem grandes oportunidades. Cada vez mais se buscam cafés brasileiros e os demais países dependem desse café. Bertone pede aos vendedores que se esforcem em vender os cafés brasileiros, pois o mundo quer o Brasil.

O Brasil é o maior produtor e exportador de café do mundo. Estimativas apontam uma produção de 47 a 55 milhões de sacas de 60 quilos de café beneficiado, para 2010/11. Guilherme Braga (diretor geral do Cecafé), Celso Luis Vegro (Eng. Agrônomo e pesquisador do IEA) e Sylvia Saes (professora da FEA/USP), discutiram a produção brasileira da safra 2010/11.

Guilherme Braga comentou que o volume de produção é essencial para tomada de decisão dos agentes do setor, porém "as previsões de safras são consideradas carentes e com viés corporativo". Ele afirma que as divergências de opiniões em relação aos números das safras brasileiras não são recentes.

Hoje, os estados de São Paulo e Paraná utilizam métodos objetivos para levantamentos e previsões de safras, ou seja, realizam visitas em propriedades do estado e as monitoram. Já nos demais estados, as previsões utilizam metodologias subjetivas por meio de entrevistas com diversos órgãos dos estados, construindo-se assim um resultado que pode não ser real.

Dados do IBGE demostram que de 1996 a 2006 houve redução de 6,9% na área colhida e crescimento de produção de 26%, o que demonstra o aumento da produtividades dos cafezais brasileiros, motivado principalmente pelos investimentos em tecnologia.

Sylvia Saes comentou que mais da metade dos entrevistados no levantamento do IBGE trabalham com apenas um comprador, sendo que 11% do total afirmaram que já têm relacionamento com o comprador há mais de 30 anos. Sylvia explica que quanto maior o tempo de relacionamento entre comprador e vendedor, menor é o requisito preço pois o que passa a valer mais é a confiança.

Em relação as divergências entre as fontes que realizam os levantamentos estatísticos brasileiros, alguns dados como área plantada e colhida colhida coincidem entre as fontes Conab e IBGE, porém os números de produtividade não. IBGE aponta produtividade de 20 sacas/ha enquanto Conab aponta 22,14 sacas/ha.

Braga comentou que a cafeicultura brasileira tem que ser avaliada dentro das características comuns entre as diferentes regiões. Diante disso, a cafeicultura de montanha representa 29% do total, tendo uma característica de produção familiar que pode ser vocacionada para cafés especiais. Já o cerrado mineiro representa 33% do total, sendo o "filé mignon" da cafeicultura, com áreas maiores de produção, mecanizadas e com tendência de aumentar a produção de café via úmida. A região nordeste do Brasil também tem possibilidade de aumento de produção de cafés despolpados, além de contar com a vantagem de possuir mão-de-obra mais barata.

Celso diz que a mão-de-obra tem baixa participação (6%) no custo de produção em sistemas altamente mecanizáveis. Sendo assim, "a produção nas áreas que se paga mais por mão-de-obra passa a ser insustentável", comenta.

Para o conilon, Guilherme Braga relatou que há grande capacidade de crescimento na produção, uma vez que a produção não atende a demanda.

Em relação a custo de produção, Celso Vegro afirmou que o custo de produção mensura o talento empresarial e permite determinar a proporção de produto a ser produzido. "O custo de produção não é formador de preço, ele é a soma de despesas + depreciações + seguro + outros custos que o produtor não vê sair do bolso".

Ele afirma que devido a fatores isolados que devem ser levados em conta para os cálculos de custo, os números divulgados são estimativas de custo. Nem sempre se sabe o real valor dos materiais, serviços e depreciações.

Em 2010/11 os custos deverão se manter elevados, uma vez que a colheita exigirá maior parcelamento na colheita divido à desuniformidade de maturação. "Muitos produtores serão pegos desprevenidos. Se as cotações não reagirem, ficamos receosos de que o Brasil não responda pela demanda mundial por café", finaliza Vegro.

José Roberto Correia Serra, diretor presidente da Companhia Docas do Estado de São Paulo - CODESP, abordou a questão dos desafios de transporte e logística no Brasil.

O porto de Santos é o maior exportador de café não torrado em grãos, torrado e solúvel. O café representa 8% das importações/exportações do total movimentado no porto. "O porto de Santos tem que aumentar sua estrutura para atender a demanda. Para os próximos 15 anos temos projetos que irão identificar áreas prioritárias para melhorar o processo logístico. Vamos prover infraestrutura para suprir a demanda", comentou Correia.

Para responder a pergunta: "Ouro Negro" compete com "Ouro Verde"?, José Luiz Marcusso, gerente geral da Petrobrás apresentou os investimentos e crescimentos da produção de petróleo no Brasil, concluindo que esse produto não deve competir com o café, uma vez que no Brasil há demanda e oportunidades para as duas commodities.

Fernando Honorato Barbosa, coordenador do Departamento Econômico do Bradesco, concorda que não existe competição entre petróleo e outras commodities no Brasil.

Fernando Barbosa apresentou a situação do crescimento mundial e as perspectivas para os próximos anos em relação ao mercado de café, se mostrando otimista. Ele acredita que os países emergentes tem grande capacidade de crescimento e irão puxar a economia mundial.

"Os países emergentes estão aumentando seu market-share e o Brasil tem vantagens em relação aos produtos que serão demandados como açúcar, café, leite e carne."

Barbosa afirma que o Brasil não tem problema de demanda mas precisa investir no mercado doméstico. "O grande desafio do próximo presidente é tentar lidar com a reforma tributária, diminuindo o tamanho de gastos correntes. O Brasil está fardado a crescer, na década, mas dependendo do ritmo dos gastos públicos essa alta pode ser prejudicada", analisa ele.

Neil Rosser, diretor geral da NKG Statistical Unit Ltda., apresentou dados sobre o consumo e demanda mundial de café e apontou também a questão dos baixos estoques de café no mundo. Ele analisa que a velocidade de queda nos estoques parece estar acelerando e apesar disso os preços não estão bons.

Rosser explica que a Colômbia está um desastre pois tiveram quebras de safra e não estão conseguindo recuperação, o que não deve melhorar até 2011. Ele comenta também as dificuldades e quedas de exportações de países da América Central e Peru. De forma contrária, a Indonésia tem trabalhado com aumento de produção e aumento de consumo, porém tem problema com produtividade baixa.

Como outros especialistas já apontaram, o consumo mundial está crescendo e a longo prazo vai precisar de mais café. Diante disso, Rosser destaca que o Brasil é um fornecedor que responde a demanda mundial de café e o mundo está desesperado para que continue fazendo isso.

No segundo dia de evento, Luiz Cláudio Caffagni, gerente de serviços em commodities da BM&FBovespa, falou sobre o mercado futuro e de opções de café, destacando que a participação das opções vem crescendo muito na BM&FBovespa. "Os contratos de opções são muito eficientes para o produtor rural".

As negociações de café na BM&FBovespa são realizadas por pessoas jurídicas (exportadoras, indústria, etc.) na proporção de 57%, sendo que apenas 7,3% é representada por pessoas físicas, mas com capacidade de aumentar essa participação.

Luiz Cláudio destaca que nos últimos anos a volatilidade do diferencial de preços do café brasileiro está descolando dos preços de NY. Ele analisa que quanto maior a volatilidade do diferencial, mais os exportadores precisam se proteger contra essas variações e para isso devem utilizar o mercado futuro.

A entrega de cafés brasileiros na Bolsa de NY vem sendo muito comentada e discutida nos últimos dias e o evento não deixou de discutir isso. Rodrigo Corrêa da Costa, vice-presidente de vendas institucionais da Newedge USA, relatou a situação dos estoques de cafés certificados em NY, apontando seu baixo nível e a grande quantidade de produto com idade média não desejável e de origem não desejável. "Cafés do contrato C não são cafés que todos querem e precisam", afirma ele.

Em Nova York, o café velho que não consegue comprador pode ser retirado da bolsa e enviado novamente para análise. Quando o café é aprovado recebe nova data, deixando de passar por café velho. Rodrigo comenta que a bolsa de NY utiliza algumas penalidade para evitar a reentrega de café.

O vice-presidente da Newedge USA afirma que a entrega de cafés brasileiros na bolsa de NY não vai interferir nas negociações da BM&FBovespa, uma vez que outro tipo de café será negociado. "Não devemos ter medo", finaliza ele.

REGULAMENTO TÉCNICO PARA O CAFÉ TORRADO EM GRÃO E PARA O CAFÉ TORRADO E MOÍDO

ANEXO I

REGULAMENTO TÉCNICO PARA O CAFÉ TORRADO EM GRÃO E PARA O CAFÉ TORRADO E MOÍDO

CAPÍTULO I
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 1º O presente Regulamento Técnico tem por objetivo definir o padrão oficial de classificação do Café Torrado em Grão e do Café Torrado e Moído, considerando os requisitos de identidade e qualidade, a amostragem, o modo de apresentação e a marcação ou rotulagem, nos aspectos referentes à classificação do produto.

Art. 2º Para efeito deste Regulamento Técnico, considera-se:

I - bebida: o líquido obtido por infusão, percolação, decantação ou outro processo de preparo a partir do café torrado e moído, assim discriminado:

a) bebida Estritamente Mole: aquela que apresenta, em conjunto, todos os requisitos de aroma e sabor “mole” mais acentuado;

b) bebida Mole: aquela que apresenta aroma e sabor, agradável, brando e adocicado;

c) bebida Apenas Mole: aquela que apresenta sabor levemente doce e suave, mas sem adstringência ou aspereza de paladar;

d) bebida Duro: aquela que apresenta sabor acre, adstringente e áspero, porém não apresenta paladares estranhos;

e) bebida Riado: aquela que apresenta leve sabor típico de iodofórmio;

f) bebida Rio: aquela que apresenta sabor típico e acentuado de iodofórmio; e

g) bebida Rio Zona: aquela que apresenta aroma e sabor muito acentuado, assemelhado ao iodofórmio ou ao ácido fênico;

II – blend: expressão que identifica um produto resultante da composição de grãos de diferentes espécies do gênero Coffea;

III - café: o grão e a cereja do cafeeiro seja em pergaminho, grão cru ou torrado, das espécies do gênero Coffea;

IV - café em grão cru: o café que foi submetido ao processo de descascamento antes de ser torrado;

V - café torrado em grão: o café em grão cru beneficiado que foi submetido a tratamento térmico adequado até atingir o ponto de torra desejado;

VI - café torrado e moído: o café torrado em grão que foi submetido a processo de moagem;

VII - características sensoriais: as características do produto e da bebida conforme avaliadas pelos sentidos do olfato e paladar, sendo elas acidez, adstringência, amargor, aroma da bebida, corpo, fragrância do pó, influência dos grãos defeituosos, sabor e sabor residual, conforme a seguir:

a) acidez: a percepção causada por substâncias como ácido clorogênico, cítrico, málico e tártarico que produzem gosto ácido;

b) adstringência: a sensação de secura na boca deixada após a ingestão da bebida;

c) amargor: a percepção de gosto causada por substâncias como cafeína, trigonelina, ácidos cafêico e quínico e outros compostos fenólicos que produzem o gosto amargo;

d) aroma da bebida: a percepção olfativa causada pelos gases liberados do café torrado e moído, após preparação da bebida, conforme os compostos aromáticos que são inalados pelo nariz;

e) corpo: a percepção táctil de oleosidade e viscosidade na boca;

f) fragrância do pó: a percepção olfativa causada pelos gases liberados do café torrado e moído, conforme os compostos aromáticos são inalados pelo nariz;

g) influência dos grãos defeituosos: as sensações percebidas na degustação da bebida produzidas pela presença de impurezas e grãos defeituosos do café;

h) sabor: a sensação causada pelos compostos químicos da bebida quando introduzida na boca; e

i) sabor residual: a persistência da sensação de sabor após a ingestão da bebida de café;

VIII - impurezas: casca, pau e outros detritos provenientes do próprio cafeeiro;

IX - liga: a expressão que identifica um produto resultante da composição de grãos de uma mesma espécie do gênero Coffea;

X - lote: a quantidade de produto com especificações de identidade, qualidade e apresentação devidamente definidas, homogêneo, segundo os critérios do fabricante;

XI - matérias estranhas: detritos vegetais não oriundos do cafeeiro, grãos ou sementes de outras espécies, corantes, açúcar e borra de café solúvel ou de infusão;

XII - película prateada: a porção externa da semente também chamada espermoderma, ou seja, a película que reveste o grão de café;

XIII - qualidade global da bebida: a percepção conjunta de todas características sensoriais do café percebida durante a avaliação do produto permitindo a sua classificação;

XIV - sedimentos: as partículas metálicas decorrentes do processamento, pedras, torrões e areia;

XV - substâncias nocivas à saúde: as substâncias ou agentes estranhos de origem biológica, química ou física que sejam nocivos à saúde, previstos em legislação específica, não sendo assim consideradas aquelas cujo valor se verifica dentro dos limites máximos previstos; e

XVI - umidade: o percentual de água encontrado na amostra do produto, determinado por um método oficialmente reconhecido ou por aparelho que dê resultado equivalente.

CAPÍTULO II
DA CLASSIFICAÇÃO E TOLERÂNCIAS

Art. 3º A classificação do Café Torrado em Grão e do Café Torrado e Moído é estabelecida em função dos seus requisitos de identidade e qualidade.

§ 1º Os requisitos de identidade do Café Torrado em Grão e do Café Torrado e Moído são definidos pelo gênero Coffea e pela forma de apresentação.

§ 2º Os requisitos de qualidade do Café Torrado em Grão e do Café Torrado e Moído são definidos em função das características sensoriais e pela Qualidade Global da Bebida, conforme estabelecido no ANEXO II desta Instrução Normativa.

Art. 4º O Café Torrado em Grão e o Café Torrado e Moído será classificado em GRUPO e TIPO, podendo ainda serem enquadrados como Fora de Tipo.

§ 1º De acordo com a forma de apresentação o Café Torrado em Grão e o Café Torrado e Moído serão classificados em dois grupos, conforme disposto a seguir:

I - grupo I: Café Torrado em Grão; e

II - grupo II: Café Torrado e Moído.

§ 2º De acordo com a Qualidade Global da Bebida prevista no ANEXO II, desta Instrução Normativa, o Café Torrado em Grão e o Café Torrado e Moído serão classificados em PADRÃO ÚNICO.

§ 3º O Café Torrado em Grão e o Café Torrado e Moído serão enquadrados como FORA DE TIPO e proibida a sua comercialização e entrada no país até que seja reprocessado para enquadramento em tipo, quando apresentar uma ou ambas das situações a seguir:

I - Qualidade Global da Bebida menor que 4,0 (quatro) pontos conforme previsto no ANEXO II desta Instrução Normativa;

II - umidade superior ao limite estabelecido no art. 8º deste Anexo;

III – percentual de impurezas, sedimentos e matérias estranhas superior ao limite estabelecido no art. 9º deste Anexo.

Art. 5º Será desclassificado, e proibida a sua comercialização, o Café Torrado em Grão e o Café Torrado e Moído que apresentar uma ou mais das situações indicadas a seguir:

I - mau estado de conservação;

II – percentual de impurezas, sedimentos e matérias estranhas igual ou superior a 1,3% (um virgula três por cento); e

III - odor e aparência estranhos de qualquer natureza, impróprio ao produto que inviabilize a sua utilização para o uso proposto.

Parágrafo único. Fica igualmente vedada a importação de Café Torrado em Grão e Café Torrado e Moído desclassificados.

Art. 6º O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) poderá efetuar análise de micotoxinas e outras substâncias nocivas à saúde, matérias macroscópicas, microscópicas e microbiológicas relacionadas ao risco à saúde humana, de acordo com legislação específica, independentemente do resultado da classificação do produto.

Parágrafo único. O produto será desclassificado quando se constatar a presença das substâncias de que trata o caput deste artigo em limites superiores ao máximo estabelecido na legislação específica, ou, ainda, quando se constatar a presença de substâncias não autorizadas para o produto.

Art. 7º No caso de desclassificação do produto por entidade credenciada para execução da classificação, a mesma deverá emitir o correspondente Documento de Classificação, bem como comunicar essa constatação à Superintendência Federal de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (SFA) da Unidade da Federação onde o produto se encontra estocado.

§ 1º Caberá à SFA da Unidade da Federação adotar as providências pertinentes quanto à destinação do produto desclassificado, podendo para isso articular-se, no que couber, com outros órgãos públicos.

§ 2º No caso específico da utilização do produto desclassificado para outros fins que não seja o uso proposto, a SFA da Unidade da Federação deverá estabelecer todos os procedimentos necessários ao acompanhamento do produto até a sua completa descaracterização ou destruição, cabendo ao proprietário do produto ou ao seu preposto, além de arcar com os custos pertinentes à operação, ser o seu depositário.

CAPÍTULO III
DOS REQUISITOS E PROCEDIMENTOS GERAIS

Art. 8º O percentual máximo de umidade permitido no Café Torrado em Grão e no Café Torrado e Moído será de 5,0% (cinco por cento).

Art. 9º O percentual máximo em conjunto de impurezas, sedimentos e matérias estranhas permitido no Café Torrado em Grão e no Café Torrado e Moído será de 1,0% (um por cento).

§ 1º Isoladamente, o percentual máximo de matérias estranhas permitido no Café Torrado em Grão e no Café Torrado e Moído será de 0,1% (zero vírgula um por cento).

§ 2º A película prateada desprendida durante a torra do café em grão não é considerada impureza.

CAPÍTULO IV
DA AMOSTRAGEM

Art. 10. A amostragem do Café Torrado em Grão e no Café Torrado e Moído deverá observar o que segue:

I - as amostras coletadas, que servirão de base para a realização da classificação, deverão conter os dados necessários à identificação do interessado na classificação do produto, bem como a informação relativa à identificação do lote ou volume do produto do qual se originaram;

II - caberá ao proprietário, possuidor, detentor ou transportador propiciar a identificação e a movimentação do produto, independentemente da forma em que se encontrem, possibilitando a sua adequada amostragem;

III - na classificação do Café Torrado em Grão e do Café Torrado e Moído importados e na classificação de fiscalização, o detentor da mercadoria fiscalizada, seu representante legal, seu transportador ou seu armazenador devem propiciar as condições necessárias aos trabalhos de amostragem exigidas pela autoridade fiscalizadora;

IV - responderá pela representatividade da amostra, em relação ao lote ou volume do qual se originou, a pessoa física ou jurídica que a coletou, mediante a apresentação do documento comprobatório correspondente; e

V - quando a amostra for coletada e enviada pelo interessado, deverão ser observados os mesmos critérios e procedimentos de amostragem previstos neste Regulamento Técnico.

Art. 11. A amostragem deverá ser realizada coletando-se o Café Torrado em Grão ou o Café Torrado e Moído, ao acaso, em sua embalagem original e inviolada, a fim de garantir a preservação da sua qualidade e a confiabilidade dos resultados da classificação e da análise, conforme os procedimentos abaixo:

I - coleta-se ao acaso um número de embalagens suficiente para perfazer amostras de no mínimo 250 g (duzentos e cinquenta gramas) cada;

II – para a classificação, as amostras extraídas conforme o procedimento descrito no Inciso I, deste artigo, deverão ser devidamente acondicionadas, lacradas, identificadas e autenticadas e terão a seguinte destinação:

a) uma amostra de trabalho para a realização da classificação;

b) duas amostras que serão colocadas à disposição do interessado;

c) duas amostras para análise de matérias estranhas, impurezas e sedimentos, quando solicitado pelo interessado; e

d) uma amostra para atender um eventual pedido de arbitragem da classificação;

III - na classificação de fiscalização, as amostras extraídas conforme o procedimento descrito no inciso I deste artigo deverão ser devidamente acondicionadas, lacradas, identificadas e autenticadas, e terão a seguinte destinação:

a) uma amostra de trabalho para a realização da classificação de fiscalização;

b) duas amostras que serão colocadas à disposição do interessado;

c) duas amostras para análise de matérias estranhas, impurezas e sedimentos;

d) uma amostra para atender eventual pedido de perícia da classificação; e

e) uma amostra de segurança, caso uma das vias anteriores seja inutilizada ou haja necessidade de análises complementares.

Art. 12. O classificador, a empresa ou entidade credenciada ou o órgão de fiscalização não serão obrigados a recompor ou ressarcir o produto amostrado, que porventura foi danificado ou que teve sua quantidade diminuída, em função da realização da amostragem e da classificação.

Parágrafo único. Atendidas as exigências legais relacionadas aos prazos, a quantidade remanescente do processo de amostragem, homogeneização e quarteamento será recolocada no lote ou devolvida ao interessado no produto da classificação e da análise de matérias estranhas, impurezas e sedimentos.

CAPÍTULO V
DO ROTEIRO PARA A CLASSIFICAÇÃO E PROCEDIMENTOS OPERACIONAIS

Art. 13. Para a classificação do Café Torrado em Grão e do Café Torrado e Moído, deverá ser observado o procedimento descrito neste capítulo.

§ 1º Previamente à classificação, deve ser verificado cuidadosamente se a amostra apresenta qualquer das situações desclassificantes descritas no art. 5º deste Regulamento Técnico, ou outros fatores que dificultem ou impeçam a classificação; caso haja na amostra fatores que dificultem ou impeçam a classificação, deve-se emitir o Laudo de Classificação, podendo-se recomendar, previamente à classificação, o reprocessamento do produto.

§ 2º Estando o produto em condições de ser classificado, deve-se primeiramente determinar a umidade e anotar o resultado no Laudo de Classificação.

§ 3º Para a classificação será utilizado o teste da prova de xícara que deverá ser realizada, observando-se o que segue:

I – a prova de xícara consiste em avaliar cada uma das características sensoriais segundo o nível de qualidade sensorial estabelecido no Anexo II desta Instrução Normativa;

II - a prova de xícara deve ser conduzida em uma sala de teste, onde haverá uma mesa, ao redor da qual o classificador irá avaliar as características sensoriais, sendo também aceitável o uso de cabine para a sua realização;

III – preparar a bandeja para apresentação das bebidas ao classificador, contendo copo com água mineral natural, ou purificada, para enxaguar a boca e guardanapo;

IV – para a avaliação da fragrância, colocar uma colher de sopa (rasa) de pó da amostra na xícara, identificada aleatoriamente por no mínimo três dígitos e em seguida cobri-la com folha de alumínio; e

V – para o preparo da bebida será utilizado o processo de percolação, pesando-se 100g (cem gramas) de pó da amostra, com tolerância de 2g (dois gramas) para mais ou para menos, disposto em filtro de papel no suporte de filtro, utilizando 1,0l (um litro) de água mineral natural ou purificada em béquer, aquecida entre 92ºC (noventa e dois graus Celsius) e 96°C (noventa e seis graus Celsius), conforme a seguir:

a) nivelar o pó no filtro de papel através de pequenas batidas;

b) colocar o suporte contendo o filtro e o pó em uma garrafa térmica previamente codificada;

c) usar a água aquecida para umedecer todo o pó e em seguida, despejar lentamente (em fio), bem no centro do filtro de papel e sem mexer;

d) a bebida de café deverá ser servida para o classificador logo após o preparo e em xícaras, o qual deve aspirar e degustar a bebida; e

e) entre cada prova de xícara, enxaguar a boca com quantidade suficiente de água para não prejudicar a percepção sensorial;

VI - para cada característica sensorial avaliada e de acordo com a intensidade percebida na sua avaliação, o classificador deve assinalar um traço vertical nas escalas apresentadas constante no Anexo III desta Instrução Normativa;

VII - a determinação da nota da Qualidade Global da Bebida na escala de 0 (zero) a 10 (dez) pontos, prevista na ficha de avaliação, será em função do resultado obtido pela percepção do conjunto das características sensoriais; havendo dúvida quanto à nota atribuída a alguma das características sensoriais, deve-se repetir a análise até obtenção de resultados consistentes;

VIII - no caso do produto comercializado pronto para extração em maquina de café da própria torrefadora e para o "café expresso", o preparo da bebida para a prova de xícara deve ser realizado segundo a recomendação do torrefador; e

IX - para o Café Torrado em Grão, a realização da prova de xícara deve utilizar o padrão de moagem de média a fina ou segundo a recomendação do torrefador.

Art. 14. Para análise de matérias estranhas, impurezas e sedimentos no Café Torrado em Grão e Café Torrado e Moído, deverá ser adotado o seguinte procedimento:

I - para o Café Torrado em Grão, homogeneizar e quartear a amostra destinada à classificação até obter a amostra de trabalho de 100 gramas e proceder à análise da mesma, anotando o resultado no Laudo de Classificação; e

II – para o Café Torrado e Moído, as amostras coletadas deverão ser encaminhadas ao laboratório oficial ou credenciado pelo MAPA.

CAPÍTULO VI
DO MODO DE APRESENTAÇÃO

Art. 15. No acondicionamento e no modo de apresentação do produto, deve ser observado o que segue:

I – as embalagens utilizadas no acondicionamento do Café Torrado em Grão e do Café Torrado e Moído deverão ser de materiais apropriados, associadas ou não a métodos de conservação, desde que adequadas às condições necessárias à preservação da sua qualidade; e

II - as especificações quanto ao material, à confecção e à capacidade das embalagens utilizadas no acondicionamento do Café Torrado em Grão e do Café Torrado e Moído devem estar de acordo com legislação específica.

Art. 16. Será permitida a comercialização do Café Torrado em Grão embalado para a venda a granel, observando-se o que segue:

I - deverá ser encaminhado ao ponto de venda acondicionado em embalagens originais e invioladas; e

II - deverá ser comercializado dentro do prazo que garanta a preservação da Qualidade Global da Bebida, podendo também ser transformado em Café Torrado e Moído, e neste caso a moagem do grão deverá ocorrer no ato da comercialização ao consumidor final.

CAPÍTULO VII
DA MARCAÇÃO OU ROTULAGEM

Art. 17. Na marcação ou rotulagem do Café Torrado em Grão e do Café Torrado e Moído, deverá ser atendida a legislação específica e conter ainda as seguintes informações:

I - relativas à classificação do produto: grupo, com denominação de venda do produto, que deverá conter a expressão “Café Torrado em Grão” ou “Café Torrado e Moído”, conforme o grupo a que pertença;

II - relativas ao produto e ao seu responsável:

a) identificação do lote e do prazo de validade, que serão de responsabilidade do embalador; e

b) nome empresarial, registro no Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica - CNPJ, endereço do torrefador, embalador ou do responsável pelo produto.

Art. 18. No caso dos produtos importados, além das exigências previstas nos incisos I e II do art. 17 deste Regulamento Técnico, deverão constar ainda as seguintes informações:

I - país de origem; e

II – nome empresarial, CNPJ e endereço do importador.

Art. 19. A marcação ou rotulagem deve ser de fácil visualização e difícil remoção, assegurando informações corretas, claras, precisas, ostensivas e em língua portuguesa, cumprindo as exigências previstas em legislação específica.

Parágrafo único. As especificações de qualidade do Café Torrado em Grão e do Café Torrado e Moído referente à marcação ou rotulagem devem estar em consonância com o respectivo documento de Classificação.

Art. 20. A indicação da classificação referente ao grupo deve ser grafada por extenso.

CAPÍTULO VIII
DAS DISPOSIÇÕES FINAIS

Art. 21. As dúvidas surgidas na aplicação deste Regulamento Técnico serão resolvidas pela área técnica competente do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA).



ANEXO II

Qualidade Global da Bebida em função das características sensoriais
Características SensoriaisNível de qualidade sensorial

Fragrância do póFraca a Excelente
Indesejada
Aroma da bebidaFraco a excelente
Indesejado
AcidezBaixa a alta
Excessiva
AmargorFraco a intenso
Excessivo a desagradável
AdstringênciaNenhuma a forteExcessiva
SaborRegular a excelente
Indesejado
Sabor ResidualRegular a excelente
Indesejado
Influência dos Grãos DefeituososNenhuma a média interferênciaForte interferência
CorpoPouco encorpado a encorpadoMuito fraco
Qualidade da Bebida Rio Zona a Estritamente MoleNão aplicável
Qualidade Global da BebidaRegular a excelente
Péssimo a ruim
Nota da Qualidade Global da BebidaIgual ou maior de 4,0 pontosMenor de 4,0 pontos
TipoPADRÃO ÚNICOFORA DE TIPO

*Observação: A Qualidade Global da Bebida deverá ser a qualidade resultante da percepção conjunta das características sensoriais do produto, podendo haver desvio em características individuais, porém sem obrigatoriamente comprometer a Qualidade Global da Bebida.

Cafezinho de qualidade

Cafezinho de qualidade
Governo vai testar qualidade do produto vendido no mercado interno

O Brasil começa a levar a sério um dos seus mais tradicionais produtos de exportação e de largo consumo interno. O governo decidiu, afinal, assumir o papel que realmente lhe cabe como autoridade acima dos interesses econômicos, mas não contra eles: vai passar a testar e a classificar o café que é oferecido ao consumidor no mercado interno. Atualmente, há um controle feito pela associação que reúne e representa os industriais da torrefação e moagem, limitada aos filiados da entidade. O Ministério da Agricultura anunciou que já está treinando provadores e fiscais da qualidade do produto posto nas prateleiras dos supermercados de todo o país e já definiu parâmetros de exigências que passam a valer a partir de fevereiro do ano que vem.


Não será mais admitida a venda de café torrado e moído com mais de 1% de impureza. É um indicador de qualidade, que pode fazer muita diferença em relação à boa parte das marcas comercializadas hoje no país. Sabe-se que o controle feito pela Associação Brasileira da Indústria de Café (Abic) já encontrou e desclassificou produtos com graus de impureza de 5% a 25%. Os testes do governo vão medir também a presença de umidade no produto, que não poderá passar de 5%. Os fiscais vão pegar aleatoriamente os saquinhos postos no comércio e vão contar ou tirar pontos o estado de conservação do produto, aparência e odor, além da qualidade das informações da rotulagem, como a identificação do fabricante e prazo de validade. Essas exigências vão valer também para os cafés eventualmente importados. Os provadores vão considerar o aroma, a acidez e a finalização para apontar o gosto predominante da bebida. Os cafés vão receber pontos de zero a 10. A partir de quatro pontos, o produto será classificado como tradicional, superior e gourmet. Os que não acumularem no mínimo quatro pontos serão retirados do mercado, seus fabricantes serão notificados e, no caso de reincidência, poderão ter as indústrias fechadas pelo governo.


Maior produtor e exportador de café do mundo, o Brasil se prepara para colher uma das grandes safras da história da cafeicultura, até agora estimada em 47 milhões de sacas. Cerca de 75% da produção será de café arábica, de maior valor agregado por sua qualidade e aceitação no mercado mundial da commodity, o que deverá contribuir para consolidar a posição do Brasil no mercado do café comercializado em grão. Mas é para o consumidor brasileiro que as exigências de qualidade e a gradação definida por critérios técnicos respaldados pela autoridade governamental são mais urgentes. Basta lembrar que o brasileiro é o segundo maior consumidor mundial da bebida, depois apenas dos Estados Unidos. Este ano, o mercado interno vai movimentar R$ 7 bilhões para beber nada menos do que 19,5 milhões de sacas, um crescimento de 5% sobre o consumo do ano passado e de 47,7% em comparação com o de 2000. Mais do que justifica, portanto, a ação oficial de garantir ao consumidor da terra do café o elementar direito de saber o que está bebendo. E já vem com atraso a opção de pelo menos três níveis de qualidade, com alguma certeza de que se está pagando pelo conteúdo descrito na embalagem.

segunda-feira, 24 de maio de 2010

Ruralistas pressionam financiadores de ONGs

Ruralistas pressionam financiadores de ONGs
24/05/2010

Fustigados pela campanha de ONGs ambientalistas contra o processo de reforma do Código Florestal Brasileiro, parlamentares da bancada ruralista passaram a adotar a mesma estratégia dessas organizações de questionar financiadores do setor agropecuário no país.

Os ruralistas resolveram usar a tática de constranger empresas com relações próximas a ONGs ambientalistas. O contra-ataque incluiu um pedido, na semana passada, para a suspensão de um protocolo firmado pelo Banco do Brasil com o WWF-Brasil no fim de março. Também foi aprovado relatório parcial de uma "mini CPI" da Comissão de Agricultura para investigar as relações do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama) e o Greenpeace durante uma operação contra pecuaristas e frigoríficos no sul do Pará.

Antes, os ruralistas já tinham aprovado convites aos financiadores da ONG Fundação SOS Mata Atlântica para pressionar os ambientalistas a recuar em sua campanha "Exterminadores do Futuro", criada para brecar reformas no Código Florestal, em vigor desde 1965. Na lista, estão Bradesco, Volkswagen, Coca-Cola, Colgate-Palmolive e American Express. "Estamos tranquilos. Nossos programas estão mantidos e as empresas sabem o que nossa marca significa", diz o diretor da SOS, Mário Mantovani.

A ofensiva sobre o WWF-Brasil começou com a reunião de um grupo de deputados com dois diretores do BB para protestar contra os critérios que levaram à assinatura do compromisso com "uma ONG estrangeira" em detrimento de instituições públicas nacionais, como a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa). "Queríamos saber o porquê de contratar ONGs estrangeiras para fazer um serviço que empresas nacionais como a Embrapa poderiam fornecer. Qual é o diferencial deles?", diz o presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária, deputado Valdir Colatto (PMDB-SC). A ONG desenvolverá, em parceria com a Fundação Banco do Brasil e a Agência Nacional de Águas (ANA), programas de preservação de mananciais na agricultura e de reciclagem de lixo nas cidades.

Os ruralistas estiveram com os vice-presidentes de Agronegócio, Luís Carlos Guedes Pinto, e de Gestão de Pessoas e Desenvolvimento Sustentável, Robson Rocha. Deles, ouviram que foi assinado apenas um protocolo de intenções, e não um contrato. Além disso, o BB informou que o WWF-Brasil, cujo quadro tem "gestores renomados, sérios e brasileiros", foi recomendado pelo Ministério do Meio Ambiente e pela ANA.

A situação é considerada delicada no banco porque os ruralistas têm força, coesão e são parte da bancada governista. A solução encontrada pelo banco foi abrir o convênio a outros parceiros, locais e nacionais, inclusive a Embrapa, nas cinco regiões do país. Consultado pela reportagem, o WWF-Brasil afirmou não ter sido informado pelo BB sobre o caso, preferindo não dar declarações.

Na "mini CPI" instalada na Câmara, os ruralistas miram o Greenpeace. Querem saber se o Ibama e a ONG agiram para quebrar o sigilo de pecuaristas e do frigorífico Bertin, acusado de comprar gado de áreas desmatadas. Um relatório do Greenpeace, batizado "A farra do boi na Amazônia", teria servido de base para a atuação do Ibama no sul do Pará, apontam os ruralistas.

Em seguida, o Ministério Público Federal acusou pecuaristas e frigoríficos de desmatar 157 mil hectares de floresta, o que teria gerado R$ 2 bilhões em prejuízos ambientais. "O produtor rural foi satanizado no Pará. A Comissão de Agricultura utilizará os mecanismos legais e regimentais para defender o setor rural brasileiro", afirmou o presidente da comissão, deputado Abelardo Lupion (DEM-PR).

Em defesa do setor, os ruralistas afirmam que as ONGs, sobretudo aquelas com matriz no exterior, têm usado a estratégia de questionar empréstimos de bancos internacionais e agências de fomento com o objetivo de bloquear a expansão do agronegócio no país. Listam como exemplo a oposição de ONGs à concessão de crédito do IFC, braço de financiamento ao setor privado do Banco Mundial, a empreendimentos agrícolas e pecuários na Amazônia. "Se eles podem fazer isso, nós também podemos", afirmou o deputado Moacir Micheletto (PMDB-PR), presidente da Comissão Especial da reforma do Código Florestal. Em 2004, as ONGs bloquearam um empréstimo de US$ 30 milhões ao Grupo André Maggi em razão da pressão liderada por WWF, Amigos da Terra e The Nature Conservancy (TNC).

Os ruralistas também reclamam de uma "pressão indevida" das ONGs para influenciar critérios de financiamento do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) a indústrias frigoríficas e usinas de etanol na Amazônia Legal. Em 2007, as ONGs fizeram forte pressão contra a participação acionária de R$ 1,46 bilhão da BNDESPar no grupo JBS, à época chamado Friboi.

sábado, 22 de maio de 2010

Mercado da semana 22/05/2010

Mercado da semana 22/05/2010

Em mais uma semana de turbulência nos mercados por causa da crise que se inicia na Europa onde os ativos despencaram e tivemos dia da semana que nem o ouro a mercadoria mais segura pra se aplicar nos últimos 3.000 anos se sustentou, nosso café teve mais uma semana de baixa fechando a semana a 132.40 com desvalorização de 1.01%, uma desvalorização até modesta de ante a tanta turbulência.
A resistência do café diante a tanta noticia ruim se deve simplesmente pela falta de mercadoria de qualidade em oferta, alguns pessimista acreditam que o café ainda esta super valorizado e que deveria estar abaixo de 120.00 cents de dólar por libra peso, esta semana ouvi comentários de alguns participantes do mercado, que o mercado deveria estar em patamares mais baixos podendo testar um fundo de abaixo de 1.00 dólar por libra peso.
As crises vêm e vão e o homem do campo apaixonado por sua atividade resiste heroicamente, muitas vezes com grandes prejuízos, a todas as especulações e continua colocando dinheiro e café novo no mercado alimentando o ciclo.
A safra nova que se inicia no Brasil maior produtor de café do mundo, não traz boa noticias.
Na Zona da Mata mineira região maior produtora de café descascado do Brasil, sofreu uma seca violenta entre os meses de janeiro a março, época de granação do fruto. Esta seca esta trazendo grandes prejuízos para os produtores que começaram suas colheitas , pois a incidência de grãos chochos e mal granadas é tão absurda que a quebra deste tipo de café descascado fará falta no futuro próximo onde com certeza quem conseguir fazer este tipo de café receberá um belo ágio por este tipo de café.
No sul de minas e região da mogiana paulista o problema foi o excesso de chuvas que trouxe com ela seis floradas o que na hora da colheita traz uma dificuldade a mais e também trará ou melhor continuara o aperto na oferta de café de qualidade, ou seja a safra mal começa e já sabemos que não teremos café de qualidade.Felizes os produtores que conseguirem faze-lo pior pra quem apostou na queda do mercado ou tem compra deste café na carteira pra receber.
O custo do café este ano ficara muito alto por causa da ma qualidade que poderá vir com a safra que se inicia piorando a situação financeira do cafeicultor que há uma década não vê um balanço decentemente no azul.
Tecnicamente o mercado respeitou suporte na casa de 132.00 e uma LTB secundaria.
Segundo suporte na casa 130.70,130. 00 o rompimento com confirmação da casa do 130.00 vai buscar alvos bem abaixo testando 125.00 e 120.00.
A consolidação do cenário de 82 pregões da bolsa de Nova Iorque entre 130 e 140.00 nos mostra que o teste de fundo na casa 130.00 sem rompimento nos dará a oportunidade de compra pra teste do topo anterior na casa de 138.70 ,dando um belo trade de compra contra a tendência.
O dólar como ativo mais procurado nestes períodos de crise mostra uma tendência de alta onde o rompimento da casa R$1,90 com confirmação pode startar uma bela onda 3 de Elliot pra cima buscando o topo anterior na casa de R$2,40 onde poderia alavancar uma alta do café no mercado físico, lógico se ela não vier com uma queda nas cotações na bolsa de Nova Iorque, que tiraria nossa alegria.
A volatilidade continua e para vendedores de café físico aproveitem as altas da bolsa para fazer suas vendas, ou seja, café acima de 135.00 perto de 138.00 seria um bom momento para fazê-lo aproveitando da valorização do dólar.
Uma boa semana de negócios a todos que Deus os abençoe.
Wagner Pimentel

sexta-feira, 21 de maio de 2010

Safra global de café deverá atingir 147,9 milhões - 21/05/2010

Safra global de café deverá atingir 147,9 milhões - 21/05/2010





Oferta de café
A safra global de café deverá atingir 147,9 milhões de sacas em 2010/11, ante 124,2 milhões na temporada anterior, mas a oferta de cafés suaves colombianos seguirá escassa, disse o diretor de estatísticas da Neumann Kaffee Gruppe (NKG), Neil Rosser, à Reuters. Segundo ele, os países produtores estão com safras bem encaminhadas, que ajudarão a repor os estoques. A estimativa do executivo para consumo mundial de café é de 131 milhões de sacas no ano.

Resultado da illy
A italiana illycaffè anunciou em assembleia de acionistas, em Trieste, que seu faturamento cresceu 1,2% em 2009, para € 283,4 milhões. O lucro líquido no período foi de € 5,2 milhões e o lucro antes dos juros, impostos, depreciação e amortização (lajida) de € 39,624 milhões, alta de 3,6%. A empresa considerou os resultados positivos já que o cenário econômico global foi "crítico" em 2009, principalmente no primeiro semestre.

Etanol espanhol
A espanhola Abengoa estima que suas vendas de etanol este ano atinjam 2,85 bilhões de litros, ante 1,6 bilhão em 2009, uma vez que novas usinas entraram em funcionamento. A informação é de Javier Salgado, diretor-executivo da empresa, à agência Reuters.

Parceria Dow e Bayer
A Dow AgroSciences e a Bayer CropScience fecharam acordo para o licenciamento mútuo de tecnologias para o algodão. A Dow receberá da Bayer licença para comercializar a tecnologia GlyTolTM de tolerância ao glifosato nas variedades PhytoGen® de sementes de algodão vendidas nos EUA. A Bayer, para vender a tecnologia de proteção contra insetos WideStrike® da Dow na América Latina.

Oferta de milho
O Conselho Internacional de Grãos (IGC) elevou sua estimativa para a safra global 2010/11 de milho em 13 milhões de toneladas, para o recorde de 822 milhões de toneladas, mas ainda prevê queda nos estoques. A revisão reflete o aumento na estimativa para a a safra dos EUA, que agora é de um recorde de 340 milhões de toneladas, alta de 8 milhões ante a projeção anterior, segundo a Reuters.

quinta-feira, 20 de maio de 2010

20/05 06:32 Crise europeia "sangra", aos poucos, os preços das commodities agrícolas

20/05 06:32 Crise europeia "sangra", aos poucos, os preços das commodities agrícolas

Embora ainda não tenha motivado erosões consideráveis nas cotações
internacionais das principais commodities agrícolas negociadas pelo Brasil no
exterior, o recrudescimento da crise financeira europeia nas últimas semanas
tornou-se um fator de pressão baixista permanente sobre os mercados.
De oito produtos negociados nas bolsas de Nova York (açúcar, café, café, suco
de laranja e algodão) e Chicago (soja, milho e trigo), apenas os futuros
(segunda posição de entrega) de açúcar e suco de laranja, que registraram forte
queda em abril, aparecem com variações positivas em maio - 1,25% e 6,57%,
respectivamente. Há baixas para café (1,11%), cacau (1,82%), algodão (6,98%),
soja (6,86%), milho (1,93%) e trigo (3,23%), segundo o Valor Data.
Entre outras consequências, os movimentos financeiros derivados dos tremores
europeus estão provocando a queda do euro e a valorização do dólar.
Referenciadas nas bolsas dos EUA, as commodities agrícolas costumam reagir
negativamente ao fortalecimento da moeda americana, até porque as pujantes
exportações agrícolas do país perdem competitividade. Para os preços agrícolas,
o balanço das moedas também não é bom pelo lado dos europeus, que tem de gastar
mais em suas compras - e a situação não permite excessos.
Na mesma linha de raciocínio, só que na frente dos fundamentos de oferta e
demanda, o prolongamento da crise europeia tende a reprimir as compras no Velho
Continente, importante destino das exportações mundiais de commodities. A União
Europeia tradicionalmente é o principal destinos das exportações brasileiras do
agronegócio, posto que passou a ser ameaçado - e usurpado em alguns períodos -
pela Ásia, sempre puxada pelo apetite da China.
É verdade que a crise na Europa motivou o aumento da demanda por ouro, que tem
peso importante nas carteiras de commodities de grandes fundos de investimentos
e até agora ajudou a segurar as cotações de outros produtos presentes nos
mesmos cardápios, como notou recentemente o analista Vinícius Ito, da Newedge,
em Nova York. Mas, em geral, a fase é de pessimismo e de previsões de queda das
commodities nos próximos meses, exceto em casos de problemas na oferta. Em
tempo: ontem o as cotações do ouro recuaram.

illycaffè fecha 2009 volume de negócios consolidado de 283,4 milhões de euros e investirá na América do Sul

illycaffè fecha 2009 volume de negócios consolidado de 283,4 milhões de euros e investirá na América do Sul

Durante a assembléia geral de acionistas, em Trieste (Itália), a illycaffè anunciou os resultados do balanço financeiro de 2009. Em um cenário econômico global crítico, principalmente no primeiro semestre do ano passado, a companhia terminou 2009 com resultados positivos e um volume de negócios consolidado de 283,4 milhões de euros (+1,2% em relação a 2008). O EBITDA representou 39,624 milhões de euros, isto é, 3,6% mais do que o ano retrasado. Já o lucro líquido foi de 5,2 milhões de euros(lucro de 8 milhões de euros em 2008). O total de vendas, fora da Itália, representou 55%.

O encontro geral de acionistas renovou a liderança da illycaffè, com a confirmação do corpo diretivo, dos auditores e com a nomeação do engenheiro Giancarlo Michellone, presidente do Parque Tecnológico em Trieste e diretor do Centro de Pesquisa da Fiat, como novo membro do conselho da empresa.

Em 2010, a illycaffè vai expandir suas atividades no mercado internacional. Em junho, abre uma nova subsidiária no Brasil, em São Paulo: a illycaffè Sud America fortalecerá a presença da companhia no Brasil e, posteriormente, nos países sul americanos onde já atua.

\"Em um ano complexo, a illycaffè manteve sua posição no mercado e foi bem sucedida ao preservar os projetos estratégicos iniciados no começo da crise\", declarou Andrea Illy, presidente e CEO da companhia.

Em 2009, a illycaffè confirmou o compromisso com projetos estratégicos iniciados no passado, tais como:

- Desenvolvimento da estratégia para a espressamente illy, sua cadeia franqueada de cafeterias ao estilo italiano, com o objetivo de promover a cultura da illycaffè e os produtos da marca. Atualmente, existem 230 lojas espressamente illy ao redor do mundo e os planos envolvem a abertura de outras 120 lojas nos próximos três anos;

- O projeto Artisti del Gusto, uma rede internacional de clientes de qualidade que a illycaffè apóia e promove. Hoje, já existem mais de 1000 cafeterias Artisti del Gusto em todo o mundo, com mais de 300 outras unidades previstas até o final do ano;

- Continuidade dos investimentos relacionados ao revolucionário Método iperEspresso, o sistema de cápsulas da illycaffè, de altíssima qualidade, desenvolvido para uso doméstico. Com a expansão global da marca, está previsto um novo formato de comunicação e vendas online para o sistema lançado em 2007;

- illy issimo, um café \"ready-to-drink\" feito pela Ilko Coffee International (uma joint venture da illycaffè e a The Coca Cola Company), tem visto o crescimento das vendas e uma ampla distribuição em países estratégicos como Itália, Estados Unidos e Japão;

- Mitaca, uma joint venture com a participação da illycaffè, abriu recentemente uma nova unidade para o setor de escritórios e apresenta uma nova linha de máquinas para cápsulas, disponíveis na Itália e em mais de 30 novos países.

Sobre a illycaffè
Sediada em Trieste, na Itália, a torrefadora italiana illycaffè produz e comercializa um único blend de café espresso sob uma única marca, líder em qualidade. Presente em mais de 140 países, o espresso illy está disponível em mais de 50 mil dos melhores restaurantes e bares ao redor do mundo, onde, diariamente, são vendidas mais de 6 milhões de xícaras.

A espressamente illy, sua cadeia de franquia de cafeterias no estilo italiano, está presente em mais de 30 países com 230 lojas e espera em três anos abrir mais 120. Com o objetivo de espalhar a cultura do café, a illycaffè fundou a Universidade do café, um centro de excelência, com quatorze unidades, que oferece treinamento prático e teórico sobre todos os aspectos do café para produtores, baristas e entusiastas. No Brasil, desde sua criação, em 2000, foram treinadas mais de 7 mil pessoas.

Mundialmente conta com aproximadamente 800 colaboradores e um faturamento consolidado de mais de € 283,4 milhões em 2009. Seu lucro líquido representou € 5,2 milhões e as exportações responderam por mais de 55% do total das vendas.

A illycaffè compra café verde arábica da melhor qualidade diretamente dos cafeicultores, por meio de parcerias que se baseiam na sustentabilidade e reciprocidade. A empresa estimula esta cooperação a longo prazo – com os melhores produtores de café do Brasil, América Central, Índia e África – fornecendo know-how e tecnologia, além de preços acima da média do mercado.

Sobre a illycaffè Sud America
Em busca do desenvolvimento de seus negócios no Brasil, a illycaffè vai estruturar uma nova subsidiária a partir de junho deste ano. A illycaffè Sud America, como será chamada, é parte do novo plano de ações da empresa para fortalecer sua presença no país que deverá tornar-se o maior consumidor de café do mundo.

Posteriormente ao desenvolvimento e ao estabelecimento de sua rede de vendas no Brasil, a illycaffè Sud America tem planos para expandir sua atuação aos demais mercados sul americanos, onde a empresa já atua. No caso do Brasil, ao longo de 20 anos de estreito relacionamento estabelecido com seus fornecedores de café, a illycaffè pôde acompanhar o desenvolvimento desse mercado. Desse sólido relacionamento, surge a percepção do crescimento do mercado consumidor de café e, tendo em vista essa demanda, a illycaffè Sud America vai investir para atender, cada vez melhor, seus clientes e consumidores.

O projeto que visa estruturar a rede de vendas da illycaffè no Brasil envolve a centralização da distribuição de toda a sua linha de produtos em uma filial comercial, localizada em São Paulo (SP). A illycaffè Sud America vai focar os canais HoReCa (hotéis, restaurantes, cafeterias), o comércio eletrônico, além do consumo em residências e escritórios para estar cada vez mais presente com a introdução da linha de produtos ligada ao revolucionário Método iperEspresso.

A illycaffè Sud America cobrirá, totalmente, o fornecimento de produtos da illycaffè, o que significa a distribuição do café (pó, grão, sachê e cápsulas), das máquinas de café espresso, da coleção de xícaras illy Art Collection, e de outros produtos do Grupo illy; tais como os chocolates de alta qualidade da fabricante Domori; os chás da casa francesa Dammann Frères; os vinhos da vinícola Mastrojanni; e os produtos de alta pastelaria, entre os quais marron glacê e marmeladas, da empresa Agrimontana. Além dos produtos, a subsidiária cuidará da cadeia de lojas franqueadas espressamente.

Estoques estão baixos e cenário de preço é otimista

Estoques estão baixos e cenário de preço é otimista


O secretário de Produção e Agroenergia, Manoel Bertone, do Ministério da Agricultura, afirmou ontem (19) que o cenário para o café é otimista. Segundo ele, os estoques estão caindo no mundo. Ele disse ainda que o Brasil nunca teve estoques tão baixos. O governo teria em mãos cerca de 1,7 milhão de sacas de café, referentes ao exercício dos contratos de opção, lançados no ano passado, e mais cerca de 400 mil sacas de grãos de safras velhas. Já o estoque da iniciativa privada é uma incógnita, que precisa ser desvendada, mas também está em baixa.

Ele acrescentou que países concorrentes do Brasil enfrentam problemas na produção, principalmente de natureza climática. "A Colômbia, por exemplo, perdeu a posição de segundo maior produtor mundial, para agora ficar atrás de Brasil, Vietnã e Indonésia".

Bertone disse que há espaço para otimismo, mas os preços do café não vão 'explodir'. De acordo com ele, o governo estuda como financiar a safra deste ano, que promete ser volumosa. "O governo vê com bons olhos a reivindicação dos produtores", disse ele. Os cafeicultores pedem crédito para financiar 20 milhões de sacas, mas cujo volume solicitado, "talvez, represente exagero de preocupação", comentou.

O secretário, que participou do 18º Seminário Internacional de Café de Santos, em Guarujá/SP, nos dias 18 e 19, informou que seriam necessários entre R$ 500 milhões e R$ 600 milhões para financiar a pré-comercialização com menor risco, "liberando o maior volume de recurso por saca, em relação ao preço de garantia". Além disso, Bertone acrescentou que também está em estudo a realização de leilões de contratos de opção de venda ao governo, como forma de sustentar os preços do produto.

O presidente da Cooperativa Regional de Cafeicultores em Guaxupé (Cooxupé), Carlos Alberto Paulino da Costa, disse que a oferta de café no Brasil pode ficar crítica em 2011 e 2012. Ele concorda que os estoques estão praticamente no fim, e o país colherá em 2011 uma safra menor do que a deste ano por causa da bienalidade da cultura.

Estimativas que circulam no mercado preveem a safra deste ano de 55 milhões até 60 milhões de sacas. Considerando que o Brasil consome 50 milhões de sacas (31 milhões de sacas em exportação e 19 milhões de sacas para consumo interno), "haveria excedente mínimo para 2011, quando o país colherá uma safra pequena, podendo faltar determinadas qualidades de café", comentou Paulino da Costa, que também participou do 18º Seminário Internacional de Café de Santos.

Nesse sentido, Paulino da Costa ressalta que o Brasil deve administrar bem a comercialização da volumosa safra deste ano. "O produtor não deve vender a qualquer preço, pois a tendência é que as cotações melhorem mais para o fim do ano".

Paulino da Costa explica que o setor produtivo, liderado pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), reivindica do governo mecanismos de financiamento da produção. Os produtores querem crédito para 20 milhões de sacas pelo preço mínimo de R$ 261,69. "Quem conseguir segurar a produção vai poder vender melhor mais à frente", informou.

Hoje (20), o Comitê de Planejamento do Conselho Deliberativo de Política Cafeeira (CDPC) vai se reunir em Brasília, a partir das 10 horas, para tentar avançar nas propostas de financiamento da safra deste ano.

quarta-feira, 19 de maio de 2010

Fiscais encontram irregularidades em fazendas de café em MG

Fiscais encontram irregularidades em fazendas de café em MG
Ministério do Trabalho intensificou vistorias nesta semana.
Proprietários têm 2 dias para apresentar solução para os problemas.


O Ministério do Trabalho intensificou a fiscalização nas lavouras de café, em Minas Gerais. Foram encontradas irregularidades em propriedades que ficam em São Gonçalo do Sapucaí.

Em uma fazenda, nem todos os trabalhadores rurais que capinavam as ruas do cafezal usavam botina, um dos equipamentos obrigatórios de proteção individual. Nos banheiros, não havia lavatórios para as mãos e produtos de higiene pessoal, como sabonete e papel higiênico.

As máquinas de beneficiamento de café também foram vistoriadas. O encarregado da fazenda disse que o secador está em manutenção. "A gente fornece os equipamentos. Mas, como eles têm um prazo muito curto, não foi possível substituí-lo. Mas está sendo providenciado”, comentou.

Em outra propriedade, os apanhadores trabalham com óculos, boné e botina, mas sem luvas. No alojamento para seis pessoas, não há geladeira e espaço para as refeições. Na lavoura, os sanitários estão em uma estrutura de lona, o que não é permitido pela lei. “O sanitário tem de ser de alvenaria, madeira ou metálico. Tem que ter uma porta para privacidade”, avisou o auditor Mauro Valadares.

A fiscalização do Ministério do Trabalho começou nesta semana. Os auditores vão visitar fazendas de café no sul de Minas até outubro, quando termina a colheita.

As fazendas notificadas têm dois dias para apresentar a documentação trabalhista e dar uma solução para os problemas.

segunda-feira, 17 de maio de 2010

Café consome 4% da demanda nacional por agroquímicos

Café consome 4% da demanda nacional por agroquímicos

Diante do potencial de crescimento da produção agrícola nacional e das áreas ainda a serem exploradas, o Brasil é visto pelas empresas de defensivos agrícolas como uma das últimas fronteiras para o setor e com maior capacidade de expansão dos negócios. No ano passado, o mercado de defensivos no país movimentou US$ 6,6 bilhões, mas irá superar os US$ 10 bilhões na próxima década, quando a área plantada com grãos no Brasil se aproximar do patamar de 70 milhões de hectares, ante os atuais 60 milhões.

Estimativas do Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para Defesa Agrícola (Sindag) mostram que o Brasil usa cerca de quatro quilos de princípio ativo de defensivos por hectare. Em outros países produtores, como França e Japão o uso médio é de 10 quilos por hectare. "Só o cultivo de batata na Holanda usa em média 15 quilos de defensivo por hectare, levando em conta apenas o princípio ativo, sem fixadores e outros componentes que formam o produto comercial", diz Ivan Sampaio, gerente de informações do Sindag.

Além de ainda haver espaço para ampliar o uso de tecnologia e se obter um aumento na produtividade, o potencial que o Brasil tem para atender a demanda externa por commodities é apontado como um fator estratégico para o setor. Apenas cinco culturas são responsáveis por quase 80% das vendas de defensivos no país. A soja, sozinha, representa 47% da demanda nacional por agroquímicos, seguida pelo milho e pela cana-de-açúcar, com fatia de 11% e 8%, respectivamente, em 2009. O algodão com 7% do mercado e o café com 4% foram as cinco culturas que mais consumiram defensivos no ano passado.

sábado, 15 de maio de 2010

O mercado e suas divergências

O mercado e suas divergências

O café esta semana reagiu bem no começo da semana ao anunciado de ajuda de custo a Grécia como todas as bolsas do mundo reagiram também.
No meio da semana já se cogitava se a crise teria se alastrado aos vizinhos em situações ainda pior que a Grécia, se pode haver isto, a Itália, Espanha e os patrícios portugueses.
O café em Nova Iorque subiu no começo da semana e fechou a semana na sexta feria em baixa. tecnicamente abriu porta para fazer teste de fundo na casa de 130.00 dólares por libra peso e assim mantendo o grande trade range que já dura 74 pregoes entre 130.00 e 140.00 dólares por libra peso.
A divergência vem do lado fundamental onde estoques se esvaziam no Brasil, maior produtor e exportador (neste quesito perdemos para Alemanha, mas vamos deixar isto de lado e ser nacionalista), de café no mundo, e nos paises consumidores também, vivesse em um momento da mão pra boca se segurando em contratos futuros, o que algum problema climático de secas chuvas a mais que o normal uma coisa freqüente hoje ao redor do mundo ou frio acentuado neste inverno, sugere um caos para os mercados, mas um verdadeiro deleite para os produtores, não teríamos como honrar alguns contratos que ficariam em aberto, trazendo um novo cenário para o mercado, que perde sua analise fundamentalista ou a deixa de lado, e vive pendurado em contratos, que alavanca o mercado, dizem que estes contratos é que sustentam o mercado, como se o mercado pudesse cair mais, num cenário de baixos estoques, e que a produção deixa prejuízos aos produtores, agora imaginem se os estoques estão abaixando com o Brasil fazendo safra media de 50 milhões, o que acontecera se uma geada vier?
O consumo sobe ano a ano como analisar um mercado futuro?
As economias do mundo perderam sua definição de riqueza, onde riqueza seria andar de carro bonito um celular moderno no ouvido, cartões de créditos, ou seja, riqueza não é mais acumular patrimônio é gastar e seguir o modismo e isto vale para governo e sociedade o que importa é o hoje e o agora, mas esta formula esta deixando rombos nas economias, e nas populações, desemprego, e fome na globalização da economia.
Voltando para o café o mercado físico se segura pela falta de mercadoria principalmente café de qualidade e fica embalado em suas cotações.
Uma variante favorável seria a alta do dólar o que seria muito saudável para o mercado.
A safra da zona da mata mineira já esta em pleno vapor, sofreu esta semana com chuvas pegando os primeiros café no terreiro, e as primeiras amostras que chegam para nos analisarmos já mostra o efeito da seca em seus grãos, trazendo uma boa parte de grãos com defeitos de ma formação, mal granados.
Nas outras regiões a safra ainda esta mais lenta e não deve trazer este problema de má formação nos grãos, pois não sofreram a mesma seca que nos.
Os trade da CRP Corretora foram vitoriosos na semana trazendo lucro, continuamos ainda com dois contratos em aberto na posição vendida e veremos o desenrolar da semana como ficara, ainda espero o teste de fundo na casa de 130.00 podendo o mercado cair mais um pouco.
Tenham uma boa semana de negócios

Wagner Pimentel

Condições climáticas afetam safra mundial de café

Condições climáticas afetam safra mundial de café
Países produtores tem revisado para baixo as suas estimativas





13/05/2010

A Organização Internacional do Café (OIC) divulgou seu relatório mensal sobre o mercado cafeeiro, referente a abril, no qual apontou a safra mundial 2009/10 em 121,951 milhões de sacas de 60 kg, volume 4,79% inferior às 128,088 milhões de sacas produzidas no ciclo cafeeiro 2008/09.

Segundo Néstor Osorio, diretor-executivo da entidade, as condições climáticas adversas continuam afetando a safra atual e, como reflexo, muitos países produtores tem revisado para baixo as suas estimativas, particularmente o Vietnã. “Fontes privadas também forneceram estimativas para a produção global no ano safra 2009/10. Mantenho a minha estimativa total para o ciclo, mas, devido ao desenvolvimento atípico da produção, continuarei a acompanhar a evolução pelos próximos seis meses”, indicou, fazendo menção a uma possível revisão dos números.

No que se refere à safra colombiana 2009/10, Osorio relatou que informações recebidas recentemente apontam para certa recuperação em abril. A produção total nos primeiros sete meses (outubro de 2009 a abril 2010) já atingiu 4,6 milhões de sacas, inferior às 5,8 milhões de sacas do mesmo período de 2008/09. “O nível da recuperação dependerá do desempenho dos cinco meses restantes da safra 2009/10”, anotou.

O diretor-executivo da OIC anotou que a temporada 2010/11 já começou em vários países, incluindo Brasil, Indonésia, Papua Nova Guiné e Peru. No caso do Brasil, este ano safra corresponde ao ano de alta produtividade para os cafés arábicas, de acordo com seu ciclo de produção bienal. “Conforme estimativas revisadas recentemente pelas autoridades brasileiras, a produção total será de 47 milhões de sacas, incluindo 35,3 milhões de arábica e 11,7 milhões de robusta. Isso representa um aumento de 22,3% na produção de arábica e 10,7% na de robusta”, considerou.

Osorio recordou, no entanto, que deve se considerar que os produtores brasileiros estão seriamente preocupados com o rápido desenvolvimento do fenômeno La Niña, que geralmente é a causa da seca na América do Sul. “Há um crescente risco de que o resfriamento anormal causado pelo La Niña possa provocar geadas”, explicou.

Por fim, o diretor-executivo da Organização fez menção ao programa de Opções Públicas de Venda de Café realizado pelo Brasil. “O governo brasileiro informou que o volume total de café adquirido ao abrigo do programa de Opções foi de 1,8 milhão de sacas”.

Ministro da Agricultura afirma disposição de intervir no mercado para garantir preços remuneradores aos produtores de café

Ministro da Agricultura afirma disposição de intervir no mercado para garantir preços remuneradores aos produtores de café





O Ministro da Agricultura, Dr. Wagner Rossi reuniu-se na tarde desta última quinta feira 13/05/2010 com representantes da cadeia café. Conforme anteriormente anunciado em nosso informativo, o Ministro apresentou o novo Diretor do Departamento do Café – Dr. Robério Silva (ex-secretário geral da extinta Associação dos Países Produtores de Café - APPC). Wagner Rossi anunciou também a imediata liberação dos recursos para colheita de café, no montante de R$522 milhões do Funcafé. O Ministro solicitou ao Secretário de Produção e Agroenergia Dr.Manoel Bertone que durante a reunião fosse feita uma Agenda do Café, para que as demandas fossem transformadas em providências. Neste sentido o Senhor Ministro pediu que o s etor preparasse suas propostas em um prazo de 10 dias para que sejam avaliadas.

Entre os representantes dos produtores, Breno Mesquita da CNA, Maurício Miarelli e Francisco Miranda do CNC, Francisco Sérgio de Assis da Associação dos Produtores do Cerrado e Lúcio Araújo Dias da Cooxupé, priorizaram medidas que possibilitem maior acesso ao crédito para os produtores através de mecanismos de redução de riscos, a fim de promover a sustentação de preços para a comercialização da safra que se inicia, no que foram apoiados pelo Deputado Silas Brasileiro. “Tem uma carreta com 50 milhões de sacas vindo morro abaixo. A prioridade agora é a liberação de recursos para sustentar os preços para vendermos bem a safra e termos recursos para cumprirmos com nossos compromissos” afirmou Francisco Sérgi o de Assis. Já para o presidente do CNC Gìlson Ximenes, a prioridade deve ser a revisão do endividamento com conversão das dívidas financeiras em mercantis.

Estiveram também presentes na reunião, personalidades de destaque nos diferentes setores, que deram importantes contribuições.

Carlos Brando da P&A Internacional propôs a reativação do programa de marketing. De acordo com o consultor, dentre os países produtores, o Brasil é aquele que tem leis mais rígidas em relação a meio ambiente e direitos sociais para os trabalhadores. Portanto, o Brasil é o país que produz o café mais sustentável do mundo. Quem sabe disso? questionou Brando. O Brasil pode explorar sua imagem no exterior com reflexos positivos nos preços.

Roberto Ticoulat, proprietário da indústria 3 Marias de café solúvel solicitou medidas compensatórias em favor da competitividade do café solúvel e a revisão tributária com foco nas distorções que são causadas pelo PIS/COFINS. Falando como produtor e vice presidente da Sociedade Rural Brasileira, pediu ainda que o Governo estude mecanismos para que os produtores que não consigam se manter na atividade possam deixá-la.

Em relação a perspectiva de mercado, todos os participantes foram unânimes em afirmar que o momento é muito bom em relação a preços, pois apesar da aproximação de uma safra brasileira maior, o mercado consumidor necessita deste volume de café, pois outros concorrentes estão com quedas em suas produções, com perspectivas de redução nos próximos anos, ao mesmo tempo em que os estoques internacionais estão baixos.

Os exportadores presentes se mostraram preocupados com a remuneração dos produtores. Michael Timm, da exportadora Stockler, afirmou que o produtor terá que ganhar dinheiro para suprir a demanda crescente do mercado. Na mesma linha Jair Coser da Unicafé acrescentou que o consumo mundial crescerá em 25 milhões de sacas nos próximos 10 anos e que este espaço terá que ser ocupado pelo Brasil, mas que para isso a cafeicultura precisa ser uma atividade rentável.

Para o Deputado Silas Brasileiro o Ministro Rossi deu o tom que irá nortear o seu trabalho, priorizando medidas que tragam resultados rápidos aos cafeicultores para que possam vender bem a safra que se aproxima. “Foi uma mensagem de um homem público que mostra ter responsabilidade com o setor e sabe que não adianta focar propostas de difícil execução que prejudiquem as necessidades urgentes dos cafeicultores” disse Silas Brasileiro.

Rússia defende trocar dólar pelo real e pelo rublo

Rússia defende trocar dólar pelo real e pelo rublo

Moscou - Destacando o bom relacionamento entre seu país e o Brasil, o presidente da Rússia, Dmitry Medvedev, disse que os governos concordaram em promover comércio em moedas locais, rublo e dólar, respectivamente. Há muito tempo o Kremlin procura reduzir a presença do dólar na economia mundial. O objetivo é reduzir a exposição dos dois países à fragilidade da moeda norte-americana, principalmente, depois da crise que estourou em setembro de 2008.

"Nós fizemos um acordo (com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva) para criarmos um grupo de trabalho que vai promover a questão das transações em moedas locais", disse Medvedev.

"É de extrema importância, tanto para estabilizar o desenvolvimento econômico para os nossos países, quanto para um melhor equilíbrio do sistema financeiro internacional", acrescentou.

O Kremlin, que considera as economias nacionais muito dependentes das moedas de reservas globais, principalmente o dólar, tem afirmado que a Rússia e os seus aliados deveriam considerar o uso de moedas locais no comércio bilateral.

Medvedev disse que ele e Lula concordaram que seus países vão expandir a cooperação em energia nuclear, petróleo e gás, projetos de defesa e aeroespaciais. Os dois líderes assinaram um acordo de parceria estratégica que vai permitir que os dois países formem o que o Kremlin chamou de "uma aliança tecnológica entre a Rússia e o Brasil".

Já Lula comemorou o salto de quatro vezes no comércio entre os dois países entre 2003 e 2008, para US$ 8 bilhões. Ele disse que, apesar da redução de 46% no comércio em 2009, por causa da crise, ainda aposta em alcançar a meta de US$ 10 bilhões em 2010.

Novos benefícios úmidos de café têm economia de 90%

Novos benefícios úmidos de café têm economia de 90%

Na origem do cultivo de café na Colômbia, a verificação de grandes plantações a abundância de água em algumas regiões favoreceram o método de beneficiamento úmido, além dos entraves montanhosos do terreno dificultarem o transporte dos cerejas recém colhidos, situação que obriga os cafeicultores a ter seus próprios benefícios. Don Manuel Aguilar, em 1845, introduziu o método de beneficiamento úmido e os irmãos Du Teil o recomendaram em suas instruções, em 1869, já que propiciariam um café de maior qualidade que aquele obtido através da via seca. Os benefícios úmidos de café se estabeleceram próximos de fontes de água, rios, arroios e nascentes, já que seu funcionamento se baseava totalmente no uso de água: recepção e classificação do fruto, condução à máquina de separação de polpa, que também era evacuada com água, transporte dos grãos até a pilha de fermentação, seguido da lavagem do café em grandes canais. Tudo isso requeria entre 2 e 3 mil litros de água para processar um quintal (saca de 46 quilos) de café, nesse que se denomina como processo convencional ou tradicional. As melhorias tecnológicas dos benefícios úmidos permitem reduzir o uso de água, introduzindo mudanças nos sistemas de recebimento de café, transporte e processo, sendo a recirculação de água o coração do sistema, que utiliza entre 150 e 200 litros de água para o processo do mesmo quintal de café, uma redução de 90% da água utilizada no processo tradicional. Apesar da redução do uso da água, ainda existem as águas residuais mais carregadas de matérias orgânicas, que devem ser manejadas em áreas de tratamento denominadas Ptar, ação que deve ser acompanhada por uma disposição e utilização dos subprodutos como adubo orgânico, convertendo um problema em algo útil.

quinta-feira, 13 de maio de 2010

RECONHECIDO PELO SEU MÉRITO(1)

RECONHECIDO PELO SEU MÉRITO(1)



A imprensa especializada em café noticiou o interesse dos administradores da Bolsa de Nova Iorque em aceitar a origem brasileira para as entregas dos Contratos C negociados por aquela praça. Como já é de amplo conhecimento, saudei essa notícia como a mais relevante para a corrente safra brasileira. Ademais, procurei suscitar as lideranças do agronegócio café em se empenhar por constituir imediatamente lobby, para junto à bolsa, fornecer as informações e estudos necessários e, paralelamente, se interpor a qualquer espécie de oposição que a iniciativa possa reunir (ao menos vigiar os passos dos “hermanos” colombianos).

Há cerca de sete anos, por iniciativa dos exportadores brasileiros, houve grande esforço articulado visando o aceite do registro de café lavado brasileiro nas entregas nova-iorquinas. Apesar do sério e competente trabalho desenvolvido, não se obteve o esperado êxito, pois os lobbies colombianos e centro-americanos pressionaram a estrutura legislativa estadunidense que, por sua vez, atuou junto aos administradores da bolsa de Nova Iorque no sentido de descartar essa possibilidade. O mais desalentador foi serem ouvidos comentários oficiosos de que houve pressão contrária partindo inclusive de interesses brasileiros, temerosos da perda de liquidez para as transações lastreadas no contrato futuro de natural.

Então, como explicar que transcorrido todo esse tempo o embaraçoso assunto volte à cena, mais ainda, liderado pelas autoridades da bolsa estadunidense. Para entender esse fato se faz necessário elencar outras dinâmicas que influenciaram e continuam influenciando essa abertura ao produto brasileiro. São quatro os principais fenômenos que agora legitimam e concedem suporte para a iniciativa estadunidense: 1) início e consolidação dos concursos de qualidade da illycafè; b) desenvolvimento tecnológico do cereja descascado(CD) por parte da Pinhalense S/A Máquinas Agrícolas (depois copiado por outras metalúrgicas); c) êxito do ingresso da Starbucks no mercado de casas de café dos grandes centros urbanos brasileiros e d) necessidade de proteção a riscos de preço daquela que é a mais volátil das commodities transacionada em bolsa de valores.

Em 1990, chega ao Brasil o saudoso Dr. Ernesto Illy para implantar uma nova idéia, criar um concurso de qualidade do café nos padrões de excelência habituais para a torrefadora triestina. Com o transcorrer dos certames a disputa ganhou notoriedade, conferindo reputação para regiões desvalorizadas pelo tradicionalíssimo comércio de café. Norte do Paraná; região de Piraju/SP; Zona da Mata mineira; planalto de Vitória da Conquista/BA, foram alguns dos cinturões produtores, que após a conquista do lugar mais elevado da premiação, lançaram-se organizadamente no esforço de maior melhoria da qualidade com vistas a consolidar a reputação de seu café que, pelo prêmio conquistado, foi imensamente alçada. Dentro de pouco tempo todos os cinturões produtores criaram seus certames regionais, estaduais e nacional, esse último encabeçado pela Associação Brasileira da Indústria do Café (ABIC). A mobilização pela qualidade mudou o padrão de bebida do café brasileiro que segue melhorando por meio da introdução de rotinas básicas como: separar os tipos em lavador, revolver mais vezes o café em terreiro mantendo camadas finas e controlar a temperatura do secador, entre outras ações de capacitação implementadas.

A melhoria da qualidade do café brasileiro é uma realidade que o mundo passou a reconhecer e mais, pretende pagar por isso! Caso vingue o aceite da origem brasileira em Nova Iorque, o incremento dos preços recebidos pelos cafeicultores pode alcançar entre R$40,00/sc a R$ 50,00/sc, para o café classificado dentro desse critério.

Quase que de forma concomitante ao surgimento do prêmio da illy, a Pinhalense lançava seu equipamento descascador. Por meio dele, se tornou possível separar cerejas dos frutos verdes e prepará-los, buscando a melhor qualidade que o tipo pode oferecer. A tecnologia de descascamento de café permitiu que os cafeicultores, mesmo situados em zonas não propícias à produção de qualidade de bebida e mantendo a colheita por derriça, pudessem produzir cafés de padrão gourmet. A penetração da tecnologia, aliada à crescente aceitação comercial dos grãos assim preparados, foi por mim, chamada da segunda maravilha do engenho brasileiro2. A progressão das vendas dos descascadores e o conseqüente aumento da oferta de CD já soma quantidade bastante expressiva, grosseiramente estimada entre 3 a 4 milhões de sacas.

A entrada da Starbucks no mercado brasileiro somente ocorre após a companhia se tornar um caso de imenso sucesso no mundo empresarial. Seu exponencial crescimento fez surgirem cenários em que, brevemente, estaria a rivalizar no ranking das marcas mais preciosas como a Microsoft ou outra firma de igual renome. Sua presença física no maior país produtor de café possibilitou que travasse contato com os padrões de qualidade de café que já se encontravam com relativa facilidade dentro das distintas regiões produtoras, especialmente, o CD. Informações extraoficiais sinalizam que o volume de CD adquirido pela companhia gira em torno das centenas de milhares de sacas. A Starbucks, recém entrante no mercado brasileiro, constitui apenas um das dezenas de exemplo de outros importadores (traders e torrefadores), que da mesma forma, descobriram a qualidade CD, que se tornou ainda mais cobiçada devido à escassez conjuntural do tipo lavado colombiano e centro americano. Ademais, não passou despercebida sua capacidade intrínseca em simplificar a formação das ligas voltadas para o espresso.

Maior quantidade de café de qualidade brasileiro negociado para além fronteiras, envolve, necessariamente, maiores riscos de preços. Sabidamente, o café é a commodity de maior volatilidade nas bolsas (embora nos últimos cinco anos tal amplitude de oscilação tenha-se arrefecido). Os importadores precisam se proteger dessas oscilações nas cotações, sendo a aquisição de posições em Nova Iorque a forma mais usual de transferir esse risco. Pois bem, sem a possibilidade de certificar café despolpado brasileiro (que junta tanto lavado como o descascado), os importadores assumem isoladamente imensos riscos durante a condução das transações. Portanto, a bolsa nova-iorquina não passará a certificar a origem brasileira por ter feito sua autocrítica e constatado um equivoco quando primeiro se tentou levar adiante o assunto. Passará a aceitar o produto brasileiro porque os importadores necessitam de hedge para cobrir suas posições no físico, garantindo a rentabilidade da operação comercial/industrial. Starbucks, traders, torrefadores e solubilizadores precisam de proteção e a bolsa precisa deles para aumentar a liquidez de seu contrato. Desse modo, a decisão não pode ser outra que não a de certificar a origem brasileira.

Como os agentes mencionados atuam no segmento, ou seja, necessitam da matéria prima para sua atividade, o contrato C sem entrega de café brasileiro não lhes confere apropriada segurança de preço. A crescente demanda pelo produto nacional se posiciona em um mercado cuja trajetória aponta para maior escassez, ou seja, nossa oferta cresce, abastece o mercado e a referência para o preço se forma sobre um produto crescentemente escasso. O aceite da origem brasileira mitigaria esse fato precificando melhor a posição comprada no físico dos importadores.

O assunto possui ainda outras nuanças como: expertise comercial do exportador brasileiro; diminuição da margem para tentativa de ganho na arbitragem NY versus SP; possibilidade da BM&F-Bovespa assumir parceria no credenciamento de produto certificado, entre outros, mas que aqui não levarei adiante. Para concluir, retomo o início do artigo quando lembramos a iniciativa do Dr. Ernesto Illy ao implementar o concurso de qualidade de café no Brasil. Não há quem deixe de perceber nesse pioneirismo a verdadeira mania que se transformou o empenho pela qualidade nos mais diferentes rincões em que se produz café nesse País. Não foram os mais de 180 anos de história comercial de café no Brasil que impuseram o assunto qualidade na pauta do negócio, mas o olhar visionário do itálico mestre. No caso em tela, se repete a mesma história, estrangeiros a oferecer soluções significantes para os constrangimentos que tolhem o desenvolvimento do agronegócio café brasileiro. Parece que padecemos todos da síndrome de vira-latas, como sagazmente definiu o caráter do povo brasileiro o insubstituível Nelson Rodrigues. Cafeicultores, o mérito é todo de vocês, saúdem-se com retumbantes vivas!!! Vira-latas; isso é para os outros, ou não é?

1 O autor agradece os comentários e sugestões efetuados pelo exportador Eduardo Carvalhaes.
2 A primeira foi o ressurgimento comercial do Bourbon Amarelo.


Celso Luis Rodrigues Vegro
Eng. Agr. M.S., Pesquisador Científico.
Instituto de Economia Agrícola/SP
celvegro@iea.sp.gov.br

Café na ICE tem dia de altas amparado por parâmetros técnicos

Café na ICE tem dia de altas amparado por parâmetros técnicos

Os contratos futuros de café arábica negociados na ICE Futures US encerraram esta quarta-feira com novas altas, após o mercado ter conseguido suplantar as resistências da semana anterior e ter, inclusive, ficado imune de realizações de lucro, sendo que a primeira posição na bolsa amealhou valorização de mais de 0,5%. No encerramento do dia, o maio teve alta de 155 pontos, com 136,80 centavos de dólar por libra peso, com a mínima em 136,80 e a máxima em 137,80 centavos por libra, com o julho tendo valorização de 70 pontos, com a libra a 136,85 centavos, sendo a máxima em 138,60 e a mínima em 135,55 centavos por libra. Na Euronext/Liffe, em Londres, a posição julho teve alta de 10 dólares, com 1.408 dólares por tonelada, ao passo que o setembro teve oscilação positiva de 10 dólares, com 1.441 dólares por tonelada.

Os futuros de café na ICE continuam presos em um range entre 130 e 140 centavos, construído nas últimas semanas, sendo que alguns traders parecem se sentir confortáveis nesse patamar, apontou Jack Scoville, analista e vice-presidente da Futures Group, em Chicago. Por outro lado, o mercado futuro de café demonstra uma preocupação adicional sobre a safra de ciclo alto que o Brasil deverá colher em breve, o que poderá pressionar tal mercado nas próximas semanas. Operadores altistas buscam fazer o mercado bater na máxima de 4 de maio, quando testou os 138,70 centavos, mas falhou em atrair novas compras, pressionado por operadores baixistas que efetuaram algumas liquidações.

A falha do julho em superar as altas técnicas de 4 ce maio foi um sinal que sugeriu que os preços poderiam testar novos patamares de baixa, segundo apontou Spencer Patton, analista chefe de investimentos da Steel Vine Investments, em Chicago. "Nós verificamos que havia muita preocupação baixista por parte dos participantes", disse o operador. Quando os preços do café conseguiram se aproximar da resistência técnica no nível entre 139,00 e 141,00 centavos, o mercado automaticamente buscou uma correção para baixo, o que demonstraria que há uma barreira considerável nesse patamar, sustentou um analista internacional. "O julho precisa encerrar num nível acima desse bloco entre 139,00 e 141,00 centavos para consolidar uma força no mercado", disse Patton. Os estoques certificados de café na bolsa de Nova Iorque tiveram queda de 6.638 sacas, indo para 2,39 milhões. "O dólar esteve em alta e o petróleo caiu num nível preocupante, no entanto, mesmo com esses indicadores negativos, verificamos que a maior parte das commodities softs estão demonstrando firmeza e o café segue essa tendência. Conseguimos romper a primeira resistência em 137,00 centavos e tínhamos a expectativa de podermos buscar, se continuarmos nesse ritmo, o nível de 140,00 centavos", disse um trader ao longo da sessão desta quarta em Nova Iorque.

As exportações de café do Brasil em maio, até o dia 11, somaram 495.885 sacas, contra 341.102 sacas do mesmo período de abril, de acordo com o Cecafé (Conselho dos Exportadores de Café do Brasil). Os contratos em aberto na bolsa nova-iorquina tiveram uma retração de 658 contratos, totalizando 136.643, ao passo que o maio, cuja expiração se dará definitivamente no dia n8, continua tendo 48 posições em aberto. O volume negociado no dia na ICE Futures US foi estimad em 17.901 lotes, com as opções tendo 2.171 calls e 1.887 puts. Tecnicamente, o maio tem uma resistência no patamar de 138,60, 139,00, 139,50, 140,00, 140,25, 140,50, 141,00 e 141,30 centavos por libra peso, com o suporte se localizando em 135,55-135,50, 135,00, 134,50, 134,00, 133,90, 133,50, 133,10-133,00 e 132,00 centavos por libra.

quarta-feira, 12 de maio de 2010

SINCAL adverte - Perigo de geadas nos nossos cafezais

SINCAL adverte - Perigo de geadas nos nossos cafezais
Quarta, 12 Maio 2010

Há diversos anos que não sofremos mais com as geadas nos nossos cafezais que foram muito intensas nas décadas de sessenta e setenta com prejuízos considerados moderados, severos e severíssimos. As duas últimas geadas com intensidade severíssimas ocorreram em 1975 e 1979 as quais praticamente dizimaram os cafeeiros do Paraná, São Paulo e boa parte do Sul de Minas. Após esses dois eventos, ocorreram outras geadas de intensidades moderadas. Lembro-me perfeitamente da geada de 1979, especificamente no dia 31 de maio. Engenheiro Agrônomo recém formado, exercia atividades profissionais na Bayer e, naquela noite extremamente fria tive a sensação que havia ocorrido uma forte geada e, logo nas primeiras horas do dia procurei, em Machado/MG, o Dr. Pinheiro do IBC, que confirmou o evento como severíssimo. À tarde viajando no sentido de Poços de Caldas já percebia o grande prejuízo em toda região e, aquela geada ocorrida tão cedo, já em maio, liquidou nossos cafezais.

Estamos acompanhando a climatologia, principalmente com os pareceres técnicos do professor Luis Carlos Baldicero Molion, do Instituto de Ciências Atmosféricas da Universidade Federal de Alagoas, doutor em metereologia pela universidade do Wiscosin dos Estados Unidos e representante da América Latina junto à Organização Metereológica Mundial. Portanto, o curriculum do Dr. Molion é realmente relevante e, suas colocações técnicas são embasadas cientificamente e julga que há uma histeria mundial em relação ao clima imposta por Al Gore para ganhar as eleições americanas na disputa com o presidente Jorge W. Bush. Al Gore contaminou o mundo com Uas Pseudos - preocupações, as quais continuam nas nossas cabeças, vendo ursos polares sobre camadas de gelos em derretimentos e, outros documentários alarmistas. Depois veio o tsunami, aí então, o mundo passou a crer que estamos totalmente desequilibrados ambientalmente.

Para nós cafeicultores, graças a Deus, tivemos uma época de calmaria da violência das geadas e, em contra partida fomos fortemente atingidos por uma servidão econômica que nos prejudica com uma injustiça nunca vista na atividade cafeeira e, muito mais triste, pois, não advém de um evento climático natural, mas sim, de uma imposição escravistas dos demais elos da cafeicultura, que vivem num conluio, em detrimentos aos cafeicultores que foram enganados por falsas lideranças e falsos políticos.

O Dr. Luis Carlos Baldicero Molion mostra que o termômetro da temperatura global é o oceano pacífico com seus 180.000.000 de quilômetros quadrados que corresponde aproximadamente a 35% da superfície terrestre que é de 510.000.000 quilômetros quadrados. De 1979 a 1998 o oceano pacífico esteve mais quente e, essa fase coincidiu com um período de temperatura mais elevadas no planeta. Mas, nesses últimos 10 anos o oceano pacífico está dando sinais de resfriamento culminando no momento com o sol que está entrando numa fase, cíclica, de menor produção de energia e perdendo atividade. Conclui-se que a partir, de agora teremos grandes riscos de ocorrência de geadas nas regiões cafeeiras com um período de resfriamento da terra e, com durabilidade para os próximos 20 anos e, logicamente nosso cinturão cafeeiro situa-se em grande parte da região sudeste com vulnerabilidade às geadas.

Além do exposto, nossos cafeicultores de modo geral, esqueceram das geadas e plantaram muitas lavouras em locais baixos e vulneráveis. Lembro perfeitamente da nossa cafeicultura dos anos setenta e oitenta e, lá não víamos lavouras nas baixadas. Existe um levantamento climatológico, do extinto IBC, feito pelo professor e pesquisador de climatologia Eng. Agrônomo Ângelo Paes de Camargo que delineava exatamente os locais susceptíveis. Ninguém segue mais esse trabalho. Na próxima geada veremos os prejuízos dos incautos.

Hoje, estamos amargando a nossa incompetência pelos preços baixos praticados no brasil. enquanto, o mundo cafeeiro do arábica, praticamente todos os países produtores vendem uma saca de café na faixa de R$ 480,00 até R$ 550,00, nós estamos vendendo de R$250,00 a R$270,00 / saca. Cafés de excelentes qualidades e, ainda por cima temos 50% de markte-share. De protagonista passamos à coadjuvante e arrastando prejuízos nunca vistos. Como fala o caboclo: “vai ser ruim pra lá”. Esses prejuízos e essa situação são de responsabilidade das nossas lideranças e dos falsos-políticos em conluio com os demais elos da cadeia e com o setor governamental que deveria acompanhar o café e, é caótico, cego e.... sem comentários. Estamos amargando os preços baixos e, nos próximos tempos, quando da ocorrência de uma geada, estaremos chorando por termos entregues nossos cafés por preços tão miseráveis. Ao Ministério da Agricultura que entregou o café à gente desqualificada e com visão curtíssima faz-se necessário uma mudança urgente nessa gestão, quem sabe voltar o café para o seu antigo gestor o Ministério da Indústria e Comércio Exterior.

A SINCAL adverte para todos esses aspectos políticos e técnicos e contatos que fizemos com o Dr. Molion, para parabenizá-lo de suas colaborações técnicas e, ele pediu que advertíssemos aos cafeicultores o risco da geada para esse ano, pois, o hemisfério norte está extremamente frio e esse é um sinal evidente do risco da geada, além de, considerar os outros fatores expostos. Isso realmente é preocupante, pois, desde a década de setenta e algo da década de oitenta não víamos as nevascas atingirem determinados locais na península ibérica como vem ocorrendo. Nos últimos dias até Roma foi acometida de nevasca que é algo raro.

Senhores cafeicultores, administrem o máximo seus estoques de café, parem com essas trocas físicas que só beneficiam as multinacionais, exportadores e importadores. Prudência e precaução nunca são demais e fiquem preparados, a partir de maio, com medidas para amenizar os efeitos práticos das geadas. O Engenheiro Agrônomo sabe como amenizá-las.


Armando Matielli - Eng. Agrônomo

Cafeicultor em Guapé/MG

Presidente Executivo da SINCAL