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terça-feira, 26 de julho de 2011

Maioria ainda prefere fugir do risco

Maioria ainda prefere fugir do risco
Antigamente, a opção para o investidor brasileiro aplicar lá fora era mandar o dinheiro diretamente para o exterior, lembra Andrea Moufarrege, diretora do private banking do HSBC. Hoje, com as liberações feitas pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM), é possível aplicar em fundos que tenham parcelas lá fora. Qualquer fundo pode ter 10% no exterior, parcela que sobe para 20% nos multimercados. Há ainda fundos com 100% aplicados lá fora, mas com exigência de aplicação mínima de R$ 1 milhão. Mas apesar do aumento das facilidades para aplicar no exterior, Andrea vê maior procura por investimentos no mercado local. "Há um movimento do investidor brasileiro de concentrar as aplicações para crescimento de patrimônio no mercado local, com uma migração grande neste semestre para fundos de renda fixa ou para ativos de crédito, especialmente os isentos de imposto de renda", afirma a diretora. Mesmo olhando para a renda variável apenas, Andrea observa que os mercados americanos estão mais valorizados que o brasileiro. "Até ontem, o índice Standard & Poor's 500 sobe 6,34%, o Dow Jones, 8,77%, o Dax da Alemanha, 6,22%, enquanto o Ibovespa perde 13,47%", diz. "Neste momento, temos uma perspectiva de barganha maior local do que no mercado internacional."Ela observa também que, com o real se valorizando, quem aplicou no exterior está sofrendo com as perdas cambiais nas aplicações lá fora. No ano, o dólar comercial cai 7,38%. "E a isso é preciso acrescentar a taxa de juros da Selic", diz Andrea. Segundo ela, a aplicação pode ter feito sentido em termos de diversificação. "Mas em termos de rendimento, só compensou se a aplicação lá fora foi em papéis que tivessem um super-rendimento."Uma história diferente seria a aplicação em países fora do eixo EUA-Europa, como os asiáticos. "Na Ásia, a história é diferente, temos um potencial de alta estimado em 20%, 25%, e pode fazer sentido abrir mão do custo de oportunidade brasileiro", diz. Ela admite, porém, que mesmo que as ações brasileiras estejam mais atrativas, elas terão um prazo maior para apresentar uma melhora. "Temos muitas incertezas justamente nos EUA e na Europa e as dúvidas sobre o combate à inflação aqui."

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