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quarta-feira, 29 de junho de 2011

Setor de fertilizantes marcha para o recorde de vendas

Setor de fertilizantes marcha para o recorde de vendas

As dificuldades resultantes da crise econômica mundial parecem ter ficado para trás - pelo menos para o setor de fertilizantes. A demanda está aquecida e as entregas apontam para novo recorde do consumo anual em 2011: 26 milhões de toneladas, de acordo com previsão da RC Consultores. Caso esse volume se confirme, representará aumento de 6% sobre os 24,52 milhões de toneladas registrados no ano passado. De acordo com David Roquetti Filho, diretor executivo da Associação Nacional para a Difusão de Adubos (Anda), as entregas de fertilizantes ao consumidor final em maio deste ano registraram aumento de 63,3% em comparação com maio de 2010, passando de 1,34 milhão de toneladas para 2,19 milhões de toneladas. "Se analisarmos as entregas relativas ao acumulado de janeiro a maio de 2011, verificamos que as mesmas representaram 23,8% a mais quando comparadas ao mesmo período de 2010, ou seja: 1,65 milhão de toneladas a mais".Roquetti Filho salienta que 2008 vinha se consolidando como um ano de recorde de entregas de fertilizantes ao consumidor final, mas a crise financeira internacional fez com que o segundo semestre daquele ano apresentasse recuo a patamares de oito anos atrás. Como resultado, as entregas de janeiro a dezembro no período ficaram "abaixo dos anos de 2003 e 2004", diz. A recuperação do setor, porém, não demorou, e as entregas em 2010 voltaram ao mesmo patamar de 2007, segundo a Anda. "O setor, em termos de volumes de entregas ao consumidor final, recuperou-se da crise financeira internacional", afirma o executivo.Um dos motivos do bom desempenho é a antecipação da comercialização. "As vendas este ano foram muito antecipadas em relação a anos anteriores", afirma Javier Britez, diretor da Plataforma de Fertilizantes da Louis Dreyfus Commodities (LDC). Ele observa que, de janeiro a maio, as entregas foram 22% superiores ao mesmo período de 2010, o que mostra a boa correlação de preços dos fertilizantes e as principais commodities. "O setor ainda leva as marcas de 2008, mas, em geral, está recuperado e 2011 promete ser um bom ano", diz. Essa antecipação também foi notada por Marcos Stelzer, gerente de Marketing e Vendas da Anglo American - Copebrás. "As entregas de fertilizantes aos agricultores em 2011 estão em ritmo mais forte do que no ano passado, cerca de 20% acima, considerando o período de janeiro a maio". Stelzer afirma que esse comportamento é resultado de fundamentos positivos do agronegócio brasileiro, "que levaram os fazendeiros a aumentar o uso de fertilizantes na safrinha de milho e também a antecipar as entregas para a safra de verão". Outro aspecto ressaltado pelo executivo da Copebrás é que, ao se comparar o desempenho atual dos fertilizantes fosfatados com 2008, "os excelentes preços e a supervalorização do real ajudam o setor a reduzir suas dívidas". De modo geral, a demanda por fertilizantes tem sido maior para todas as lavouras em 2011. Segundo Britez, da LDC, o consumo relativo aumentou puxado pelos bons preços das commodities, o que incentiva investimentos. Ele destaca as culturas de algodão, cana-de-açúcar, soja e milho, que também foram beneficiadas pelo aumento da área plantada. Stelzer observa que esses produtos também foram favorecidos pelo maior uso de tecnologia. Um dos aspectos resultantes desse momento favorável da agricultura é o aumento das importações de fertilizantes. Segundo a Anda, em maio passado as compras externas somaram 1,73 milhão de toneladas, o que corresponde a crescimento de 60% sobre 1,08 milhão de toneladas registrados no mesmo período do ano passado. Já Britez, da LDC, ressalta que de janeiro a maio de 2011 as importações aumentaram 49% em relação a igual período do ano passado - cenário em que a valorização do real teve impacto limitado.

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