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segunda-feira, 27 de junho de 2011

Liquidez favorece títulos dos EUA

Liquidez favorece títulos dos EUA

Foi depois da Guerra da Secessão que os bancos dos Estados Unidos foram orientados pela primeira vez a aplicar seu dinheiro em títulos do governo, para ajudar a refinanciar e quitar as dívidas do período de guerra. Atualmente, os bancos voltaram a aumentar suas carteiras de papéis do Tesouro.Numa era de maior regulamentação, o governo está formulando as regras. No início deste mês, por exemplo, Daniel Tarullo, presidente do conselho diretor do Federal Reserve (Fed, o BC dos EUA), sugeriu que os níveis de capitalização dos bancos deveriam ser muito superiores que o de 7% exigido pelas normas de Basileia 3.Os órgãos reguladores determinaram, além disso, que os investimentos em títulos do governo não acarretem qualquer prejuízo em termos de capital, apesar do fato de que a dívida soberana, atualmente, envolve em alguns casos riscos tão elevados quanto emprestar a empresas com classificações de alto risco. Ao mesmo tempo, os governos estão elevando as exigências de liquidez.Essa estrutura de incentivo significa que todo aumento do nível exigido de capitalização e liquidez é bom para o mercado de bônus e evitará a alta das taxas de juros. Mas, mesmo se o jogo não tivesse sido manipulado em favor dos governos, os bancos teriam pouco mais a fazer com o dinheiro dos depositantes, já que tanto empresas quanto famílias estão sofrendo de aversão ao risco.E, só para se garantir que os bancos façam seu trabalho nacional, o Fed, a exemplo do Bank of Japan, o BC japonês, está inundando o mercado com reservas em volumes maiores que a demanda por empréstimos.Não é de se admirar que os bancos americanos se pareçam cada dia mais com seus congêneres japoneses. E não é de se admirar que os investidores não estejam otimistas quanto às perspectivas dos bancos. Mas, num mundo em que assumir riscos é algo desestimulado e em que os retornos sobre o patrimônio estão em queda, como se podem amealhar lucros? Uma das maneiras seria estimular a consolidação dos 4 mil pequenos bancos americanos com menos de US$ 1 bilhão em ativos para formar instituições de maior escala. Mas uma reformulação estrutural do panorama financeiro parece não estar em questão.Nenhum banco quer se fundir com outro ou se pôr à venda. Os US$ 25 bilhões do programa de ajuda destinado a essas instituições podem jamais ser quitados.Por outro lado, muitas empresas de "private equity" abandonaram sua tentativa de comprar bancos. Para começar, não há muitos bancos com problemas financeiros a serem comprados, em vista da antipatia dos órgãos reguladores para com as empresas de compras de participações, enquanto os bancos que não estão nas mãos dos órgãos reguladores também não são muito receptivos. De qualquer maneira, esses investidores acreditam atualmente que pode-se ganhar muito mais dinheiro fora do setor bancário oficial.Por isso as empresas de "private equity" estão mergulhando no sistema bancário alternativo. Muitos acreditam, juntamente com Wes Edens, o fundador do Fortress Investment Group, que essa é a idade do ouro das empresas financeiras não bancárias; uma série de empresas menores e de pessoas físicas precisa de crédito, mas, em vez de obtê-lo por intermédio de bancos engessados pela regulamentação, eles podem fazê-lo por meio de empresas não bancárias.O Fortress comprou a divisão de financiamento ao consumidor da AIG, rebatizou-a de Spring Leaf, e está usando os mercados de securitização para custear a operação.

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