Em ritmo lento, café se recupera e volta aos 115,00 cents na ICE
Os contratos futuros de café arábica negociados na ICE Futures US encerraram esta sexta-feira com altas, em um dia marcado por uma volatilidade mais curta e pela predominância dos compradores, que conseguiram devolver boa parte das perdas registradas ao longo do último pregão. Diversos players já se encontram fora do mercado, alguns já no merecido descanso e outros finalizando seus livros relativos ao exercício de 2013. E isso se reflete na lentidão do mercado, que não apresentou nenhuma novidade significativa nesta sexta-feira, refletindo boa parte do ano, que se mostrou letárgico para o café. A commodity é reconhecida por ser uma das mais dinâmicas do mercado futuro, entretanto, nesta temporada oscilou quedas com vários pregões pouco atrativos, com preços muito presos a referenciais psicológicos.
Na próxima semana, segundo escala divulgada pela ICE Futures US, a bolsa norte-americana funcionará normalmente na segunda-feira, ao passo que na terça-feira o encerramento das ações será às 13 horas (hora de Nova Iorque), com os terminais ficando fechados na quarta-feira, feriado.
O café continua a operar com um viés técnico, sendo que nas análises fundamentais continua a existir a percepção de que há uma disponibilidade significativa do grão, por conta de safras bastante expressivas de players como Brasil, Vietnã e Colômbia. Mais cedo ou mais tarde, o escoamento dessa produção poderá pressionar as cotações, ainda que a demanda pelo grão, na avaliação da Organização Internacional do Café, esteja próxima do recorde histórico.
No encerramento do dia em Nova Iorque, a posição março teve ganho de 155 pontos, com 115,30 centavos de dólar por libra peso, com a máxima em 118,80 centavos e a mínima de 115,75 centavos, com o maio registrando avanço de 150 pontos, com 117,50 centavos por libra, com a máxima em 118,80 centavos e a mínima em 115,75 centavos. Na Euronext/Liffe, em Londres, a posição janeiro teve alta de 14 dólares, com 1.704 dólares por tonelada, com o março tendo valorização de 22 dólares, para o nível de 1.706 dólares por tonelada.
De acordo com analistas internacionais, o mercado dentro de uma avaliação gráfica Bollinger encontra uma importante resistência em 116,93 centavos de dólar por libra peso, ao passo que o suporte mais efetivo neste momento seja o de 104,20 centavos. A média móvel, numa escala de 90 dias, é de 110,57 centavos, portanto, o atual comportamento do março, em busca de se manter próximo dos 115,00 centavos, demonstra uma pequena solidez, produto ainda de algumas recompras estimuladas, principalmente, pelas arbitragens.
No segmento externo, o dia foi positivo para vários indicadores. O S&P 500, Dow e Nasdaq conseguiram fechar no lado positivo, ao passo que o dólar recuou em relação a várias moedas internacionais. As commodities softs também tiveram comportamento positivo, com exceção do suco de laranja.
"A maior parte dos players está mais preocupada com a compra de presentes de Natal do que com as variações gráficas dos terminais e, assim, continuamos a ter poucas oscilações e preços dentro de um patamar que já era previsto. A sessão desta sexta não trouxe emoções e apenas corrigiu algumas perdas do dia anterior. Desse modo, as coisas caminham para que finalizemos o ano dentro de um intervalo próximo dos 115,00 centavos, o que, diante de tantas pressões vendedoras, pode ser considerado até como menos catastrófico que aquele cenário que vinha sendo desenhado por muitos participantes", disse um trader.
A quarta estimativa de safra de Café, divulgada pela Conab (Companhia Nacional de Abastecimento), confirma que, este ano, o Brasil deverá colher 49,15 milhões de sacas. O resultado representa uma redução de 3,3% (1,67 milhão de sacas), se comparado aos 50,83 milhões do período anterior, de alta. A maior redução foi observada no café robusta, que teve queda de 12,95%, seguida pelo arábica, com 0,15%. De acordo com a Conab, uma fator que interferiu na queda foi a continuação do regime de chuvas bastante irregular e a manutenção das altas temperaturas na maioria dos Estados produtores, além de geadas no Paraná. Estimada em 38,29 milhões de sacas, a produção de café arábica corresponde a 77,9% do volume de café produzido no país, e tem como maior produtor o estado de Minas Gerais, com 27,38 milhões.
As exportações brasileiras no mês de dezembro, até o dia 17, totalizaram 1.067.828 sacas de café, alta de 43,96% em relação às 741.749 sacas embarcadas no mesmo período do mês anterior, de acordo com informações do Cecafé (Conselho dos Exportadores de Café do Brasil).
Os estoques certificados de café na bolsa de Nova Iorque tiveram alta de 14.745 sacas, indo para 2.690.351 sacas. Tecnicamente, o março na ICE Futures US tem resistência 116,70, 117,00, 117,25, 117,50, 118,00, 118,50, 119,00, 119,50, 119,90-120,00, 120,50, 121,00, 121,50 e 122,00 centavos de dólar, com o suporte em 113,55-113,50, 113,10-113,00, 112,50, 112,00, 111,75, 111,50, 111,00, 110,50, 110,10-110,00, 109,80, 109,50, 109,35, 109,00, 108,50, 108,00, 107,50, 107,00 e 106,50 centavos.
Londres se recupera e março volta a ficar acima de 1.700 dólares
Depois de várias quedas sucessivas, finalmente os contratos de café negociados na Euronext/Liffe conseguiram ter uma sessão positiva. Nesta sexta-feira, em um pregão com ritmo lento, a posição março conseguiu avançar e voltou a se posicionar acima do nível psicológico de 1.700 dólares, na esteira de recompras especulativas.
De acordo com analistas internacionais, o dia foi caracterizado pelas aquisições especulativas, ainda que de forma pontual. As vendas mais incisivas de origens, notadamente o Vietnã, vinham fazendo com que boa parte dos ganhos recentemente construídos se esvaíssem. Diante desse cenário, o dia foi de recomposição meramente técnica, algo que já vinha sendo esperado pelos players.
"Estamos vivendo sessões técnicas e sem grandes novidades. Alguns operadores acreditavam que o março poderia avançar, em direção ao nível de 1.600 dólares, mas encontramos uma posição compradora interessante no patamar de 1.668 dólares, o que permitiu uma reversão do quadro e a finalização do pregão no lado positivo da escala", disse um trader.
O janeiro teve uma movimentação ao longo do dia de 5,50 mil contratos, contra 8,33 mil do março. O spread entre as posições janeiro e março ficou em 2 dólares. No encerramento do dia, o janeiro teve alta de 14 dólares, com 1.704 dólares por tonelada, com o março tendo valorização de 22 dólares, para o nível de 1.706 dólares por tonelada.