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quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Boa safra deve esfriar cotação do café

A Colômbia e outros grandes produtores de café de alta qualidade esperam a maior safra de grãos em três anos, uma mudança que poderia amenizar a valorização recente dos preços.A menos que o clima prejudique a colheita, a Colômbia, o México, o Peru e todos os países da América Central, exceto El Salvador, estão esperando safras maiores, segundo uma pesquisa com as organizações de café nacionais. Combinada, a produção desses países é estimada em 26,35 milhões de sacas de 60 quilos, uma alta de pelo menos 2% na safra que começa em 1 de outubro.A área que vai da região central do México até o sul do Peru concentra a maior produção do café arábica, de acidez moderada e com grãos lavados, que há muito tempo é negociado a uma cotação maior que a de outros tipos de grãos devido ao sabor apreciado e ao intenso processo de lavagem.O clima ruim e cafezais velhos e com baixa produtividade têm causado uma escassez de grãos desde 2008.A falta do produto no mercado puxou a valorização de 95% do contrato futuro de café na IntercontinentalExchange nos últimos três anos. Em 2011, o mercado futuro ultrapassou US$ 3 dólares por libra, a maior alta em 14 anos."Se a produção de café arábica puder se recuperar um pouco, especialmente na Colômbia, isso definitivamente colocará pressão sobre as negociações em Nova York", disse o analista de commodities Keith Flury, do Rabobank Group.O contrato para entrega em setembro começou o dia em queda de 0,25%, depois de fechar na sexta-feira na maior cotação em cinco semanas. Os operadores dizem que os fundos de investimentos estavam comprando contratos futuros para cobrir posições vendidas, ou apostas de que os preços vão cair. A Colômbia deve recuperar parte da produção na safra que começa em 1 de outubro, e a estimativa dos operadores é a de que o total some nove milhões de sacas.Em quatro anos, a produção provavelmente retornará à média anterior à 2008, de 11 milhões a 12 milhões de sacas, de acordo com a Federação de Café da Colômbia, a Fedecafé.O diretor de comunicação da Fedecafé, Marth Sanchez, disse que a Colômbia está elevando o cultivo de mudas resistentes à ferrugem, uma praga que tem afetado a produção nos últimos anos. O país também planeja aumentar a densidade das plantações.O maior produtor de café depois da Colômbia, Honduras, espera um crescimento de 10% da produção na comparação anual, para 4,75 milhões de sacas.O aumento seria seguido do salto de 22% na safra atual, segundo funcionários do Instituto Hondurenho de Café, o Ihcafé.Especialistas do setor atribuem o crescimento à maior produtividade devido aos programas coordenados e à forte queda no contrabando de grãos para a Guatemala."Estamos ajudando nossos vizinhos a elevar a produtividade", disse Mario Ordoñez, gerente técnico do Ihcafé.Conseguir aumentar a produtividade tem sido um problema para as plantações de café na região, porque muitos produtores abandonaram seus cafezais quando os preços caíram e agora precisam substituir ou podar as mudas.No México, onde as plantações velhas e sem produtividade estão sendo substituídas nacionalmente, melhores práticas de plantio devem elevar a produção para mais de 4,1 milhões de sacas na atual safra, segundo a Associação Mexicana para Produção de Café, a Amecafé.El Salvador é o único país com expectativa de queda na produção.A safra atual tem sido particularmente robusta, por isso os pés de café não vão produzir na mesma quantidade na próxima colheita. O Conselho Salvadorenho de Café informou que a produção deve cair 15%, para 1,53 milhão de sacas.

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