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quinta-feira, 14 de julho de 2011

QE3 - Bernanke reacende apetite por risco Ben Bernanke,

QE3 - Bernanke reacende apetite por risco Ben Bernanke,
o presidente do Federal Reserve (Fed), ajudou ontem a alimentar um rali dos ativos de risco, depois de ter aventado a possibilidade de novos estímulos à economia dos Estados Unidos, desviando as atenções do mercado dos temores persistentes com a crise da dívida soberana da Europa.Os mais otimistas também foram encorajados por dados maiores que os esperados sobre o crescimento da China, que segundo analistas diminuíram os temores de uma "aterrissagem violenta" da economia do país.No entanto, as preocupações com a dívida da zona do euro não desapareceram, uma vez que os preços dos bônus do governo irlandês caíram - elevando os rendimentos para níveis recordes -, depois da decisão tomada pela agência Moody's Investors Service na terça-feira de rebaixar a nota do país para o nível "junk".Mas os mercados se mostraram mais do que satisfeitos em se concentrar nas notícias positivas sobre a recuperação econômica. Bernanke, num pronunciamento preparado ao Congresso, disse que o Fed está pronto para adotar novas medidas que estimulem o crescimento- incluindo novas compras de títulos do governo, ou afrouxamento quantitativo -, se a fraqueza econômica se mostrar mais persistente que o esperado."Três meses atrás todas as atenções estavam sobre o fim das políticas heterodoxas; agora Bernanke menciona a possibilidade de um terceiro afrouxamento quantitativo", disse Paul Meggyesi, estrategista de câmbio do J.P. Morgan.Analistas notaram que os mercados preferiram em grande parte ignorar o comentário posterior de Bernanke de que é também possível que a economia americana evolua de uma maneira que garanta a adoção de uma política menos acomodatícia.Dan Greenhaus, principal estrategista global da BTIC, disse: "Na verdade, tudo que o Fed tem feito, ou está fazendo, é dizer que 'se as coisas derem errado, isso é o que poderemos fazer. Mas se as coisas melhorarem, isso é o que poderemos fazer'. Poderíamos afirmar que Bernanke está apenas oferecendo uma avaliação equilibrada sobre a situação, apontando para as opções do Fed em cada um dos cenários".A avaliação otimista sobre o pronunciamento de Bernanke reforçou o apetite pelo risco, que havia sido estimulado pelos dados sobre a economia da China. O crescimento real do PIB do país no segundo trimestre diminuiu para 9,5%, em comparação ao mesmo período do ano passado, sendo que o crescimento no primeiro trimestre do ano foi de 9,7%. O número do segundo trimestre foi melhor que o esperado pela maioria dos economistas.Jian Chang do Barclays Capital disse que o dado deu suporte à visão de que a economia continua a caminho de um crescimento de 9% em 2011, embora as incertezas quanto a demanda externa representem alguns riscos."A política [monetária] continuará pendendo ao aperto por algum tempo - dados os riscos persistentes de inflação -, mas acreditamos que a probabilidade de um aperto excessivo é pequena porque o governo está ciente desses riscos e provavelmente vai tolerar uma inflação um pouco maior em 2011."Ontem, os mercados de ações dos Estados Unidos e da Europa reagiram, após três dias de quedas. Por volta do meio-dia em Nova York o índice Standard & Poor's subia 1,2%, enquanto o FTSE Eurofirst 300 avançava 0,7%. O índice Vix, visto como um indicador da aversão ao risco, caiu quase 8%.No mercado de câmbio, o euro foi cotado acima de US$ 1,41, com a moeda americana sofrendo uma queda ampla, principalmente contra as moedas mais arriscadas, que dependem muito das commodities, como o dólar australiano.Nos mercados de commodities, a fraqueza do dólar, a possibilidade da política monetária dos EUA permanecer acomodativa e a persistência dos temores com a dívida da zona do euro ajudaram a levar o preço do ouro a um novo patamar recorde de mais de US$ 1.585 a onça.A prata subiu quase 6%, enquanto o petróleo do tipo Brent avançou US$ 1,75 para US$ 119,50, beneficiado ainda mais por um relatório que mostrou uma queda nos estoques de petróleo bruto dos EUA na semana passada.Os bônus referenciais dos EUA e da Alemanha caíram, com o rendimento dos Treasuries de 10 anos subindo 6 pontos-base para 2,94%, e o dos Bunds avançando 4 pontos-base para 2,75%. O rendimento do título de 10 anos do governo irlandês subiu 80 pontos-base para 14,29%, mas os títulos de dívida da Itália e da Espanha passaram por uma trégua, depois da onda recente de vendas. A agência Fitch disse que a Itália poderá continuar mantendo sua nota de crédito se cumprir suas metas fiscais.

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