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terça-feira, 19 de julho de 2011

Europa e EUA derrubam índice abaixo dos 59 mil

Europa e EUA derrubam índice abaixo dos 59 mil
Num momento marcado por fortes incertezas, os investidores buscam alternativas menos arriscadas para suas aplicações. E ontem não foi diferente. O Indice Bovespa encerrou o dia em queda de 1,08%, aos 58.837 pontos, menor nível desde 20 de maio, quando encerrou a 58.192 pontos. No ano, a queda acumulada soma 15,10%.Os investidores estão em compasso de espera sobre o novo pacote de resgate para a Grécia, assunto que será tema de reunião dos líderes europeus na quinta-feira. Temem também que a crise da dívida de alguns países europeus, como a Itália, se espalhe. Ontem, o mercado resolveu por em dúvida os resultados dos testes de estresse dos bancos europeus divulgados na sexta-feira, após o fechamento das bolsas da região. Os dados mostraram que, dos 90 bancos analisados, apenas oito não alcançaram o capital mínimo de referência, que mede a saúde financeira de um banco. "Os resultados se mostraram bons, mas a suspeita é se esses testes não foram brandos demais", explica Álvaro Bandeira, diretor da Ativa Corretora. Ibovespa fecha em queda de 1,08%, aos 58.837 pontosO mercado espera ainda a aprovação por parte do Congresso americano de um novo teto para a dívida do governo, hoje de US$ 14,3 trilhões. O prazo limite para o aval dos congressistas ocorre em 2 de agosto e, enquanto essa situação não se resolve, a incerteza causada pelo debate tem o poder de deixar as bolsas instáveis. "O Congresso americano tem de aprovar o inevitável; não há espaço para outra hipótese", diz Marcelo Pereira, sócio da Tag Investimentos. Sem o novo limite, o governo americano não conseguirá mais se financiar, o que pode significar um calote da maior economia do mundo.Internamente, o Banco Central (BC) anunciou mais uma medida macroprudencial: estendeu para operações de cartão de crédito consignado a regra de que as operações com parcelamento em prazos superiores a 36 meses terão uma exigência maior de capital para os bancos. Embora a decisão não traga grandes impactos ao consumo, a leitura do mercado foi a de que novas medidas poderão ser adotadas, afirma Jacob Weintraub, sócio da Oren Investimentos. Com isso, as ações de bancos e varejistas sofreram. As units (recibo de ações) do Santander caíram 2,87%, para R$ 15,25, enquanto as ações ordinárias (ON, com direito a voto) do Banco do Brasil registraram perda de 2,68%, fechando a R$ 25,08. As preferenciais (PN, sem voto) do Bradesco se desvalorizaram 2,23%, para R$ 28,10. Entre as varejistas, destaque de queda para Lojas Renner ON (-5,16%, a R$ 53,58).Para ajudar, a bolsa brasileira tem a taxa básica de juros, hoje em 12,25% ao ano, como uma concorrente de peso. E essa competição deve piorar dada a expectativa de que o Comitê de Política Monetária (Copom) elevará novamente a Selic na reunião que começa hoje. "O juro nesse nível acaba pesando contra a bolsa", lembra Carlos Carvalho, operador da Icap. O vencimento de opções (contratos que dão o direito de comprar ou vender um papel a um preço determinado numa data estabelecida) turbinou em R$ 2,38 bilhões o giro da bolsa ontem, que fechou em R$ 8,36 bilhões. Os contratos que davam o direito de comprar papéis responderam porR$ 1,77 bilhão. O maior volume foi registrado nas opções de compra das PNAs da Vale, a R$ 45,48, que movimentaram R$ 456 milhões.Luciana Monteiro - Valor

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