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quarta-feira, 20 de julho de 2011

Café volta a ser pressionado e tem mais um dia negativo na ICE

Café volta a ser pressionado e tem mais um dia negativo na ICE
Os contratos futuros de café arábica negociados na ICE Futures US encerraram esta terça-feira com perdas, consolidando o cenário negativo formado ao longo das últimas sessões. O setembro bateu no seu menor nível desde 23 de junho, com uma nova combinação de vendas de fundos e de especuladores. Além das pressões relacionadas à economia internacional, o dia também foi marcado pelo contágio do negativismo do segmento de robusta, em Londres, que atingiu o menor nível de preços em seis meses, com liquidações generalizadas. O café praticamente foi uma exceção no mercado nesta terça. Bolsas de valores subiram consideravelmente, ao passo que as commodities também tiveram ganhos generalizados — além do café, apenas a soja experimentou algumas perdas. Mesmo com um cenário mais próximo da recuperação, o que se verificou foi volatilidade inicial e, na sequência, novas vendas. O dia chegou a dar sinais de que poderia ser de recuperação, com o setembro chegando a flutuar acima dos 250,00 centavos. No entanto, algumas ações de fundos bearishs (baixistas) foram ágeis em permitir que as perdas passassem a se processar e o encerramento do dia, desse modo, se deu próximo das mínimas. Um trader indicou que, possivelmente, o foco desta quarta-feira será o nível de 241,45 centavos que, se rompido, poderá abrir espaço para mais liquidações. No encerramento do dia, o setembro em Nova Iorque teve perda de 435 pontos com 243,85 centavos, sendo a máxima em 252,90 e a mínima em 243,05 centavos por libra, com o dezembro registrando oscilação negativa de 440 pontos, com a libra a 247,70 centavos, sendo a máxima em 256,50 e a mínima em 247,00 centavos por libra. Na Euronext/Liffe, em Londres, a posição setembro registrou queda de 93 dólares, com 2.157 dólares por tonelada, com o setembro tendo desvalorização de 91 dólares, com 2.192 dólares por tonelada. De acordo com analistas internacionais, o mercado de café sofre com a temor externo sobre a economia dos Estados Unidos e Europa, no entanto, alguns players também executam liquidações adicionais. São participantes que, por exemplo, buscaram proteção diante do viés climático da cultura e, diante das altas temperaturas observadas no centro-sul do Brasil, promovem liquidações mais efetivas. A empresa privada Somar acredita que as temperaturas nas áreas cafeeiras do país devem se manter altas até o final de julho, sendo que as chances de geadas vão diminuindo consideravelmente. "Os modelos climáticos de longo prazo demonstram que as temperaturas deste final de mês no Brasil deverão ser maiores que as habituais", indicou a consultoria alemã F.O. Licht. Um operador sustentou que o mercado vem demonstrando um desaquecimento contínuo. "Há um desinteresse comprador e isso pressiona as cotações. Talvez só o frio abra espaço para a retomada das altas", disse Jack Sckoville, vice-presidente do Price Futures Group. O ABN Amro Bank indicou nesta terça-feira que os preços do café deverão continuar em alta neste terceiro semestre de 2011, por conta da curta disponibilidade no mercado global. A instituição prevê a produção de 2011/2012 no mundo de 130 milhões de sacas, 2,5% a menos que no ano anterior, o que deverá contribuir para uma queda ainda mais substancial dos estoques. "Esse aperto do mercado deve manter os preços do café altos", indicou o ABN em nota técnica. As exportações de café do Brasil em julho, até o dia 18, somaram 977.954 sacas, contra 528.990 sacas registradas no mesmo período de junho, informou o Cecafé (Conselho dos Exportadores de Café do Brasil). Os estoques certificados de café na bolsa de Nova Iorque tiveram queda de 21.596 sacas indo para 1.560.092 sacas. O volume negociado no dia na ICE Futures US foi estimado em 17.674 lotes, com as opções tendo 8.112 calls e 5.499 puts. Tecnicamente, o setembro na ICE Futures US tem uma resistência em 252,90-253,00, 253,25, 253,50, 254,00, 254,50, 254,90-255,00, 255,50, 256,00, 256,50, 257,00 e 257,50 centavos de dólar por libra peso, com o suporte em 243,05-243,00, 242,50, 242,00, 241,50, 241,00, 240,50-241,45, 240,10-240,00, 239,50, 239,00, 238,50 e 238,00 centavos por libra.

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