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sexta-feira, 1 de julho de 2011

Café sobe com clima na ICE e tecnicamente tem correção

Café sobe com clima na ICE e tecnicamente tem correção
Os contratos futuros de café arábica negociados na ICE Futures US encerraram esta quinta-feira com altas, em uma sessão caracterizada por compras especulativas e de fundos. O temor com a chegada de uma nova massa de ar polar ao Brasil e também a passagem de um furacão por regiões cafeeiras do México estimulou os participantes a realizar novas aquisições, mesmo em um dia em que o mercado externo não se mostrou tão positivo. Na próxima segunda-feira a bolsa nova-iorquina não opera, devido ao feriado da Independência norte-americana, e assim, vários players se mostram temerosos em ficar "descobertos" num final de semana prolongado, já que há, evidentemente, um risco climático. No after-hours, o mercado desacelerou e o fechamento se deu com um ganho notadamente menor. O índice CRB encerrou a quinta com queda, influenciado, em grande parte, pelo ouro. Já o dólar voltou a recuar em relação a uma cesta de moedas internacionais, mas não contribuiu para ganhos em segmentos com o softs e grãos, já que várias dessas matérias-primas tiveram um dia de pressão. No encerramento do dia, o setembro em Nova Iorque teve alta de 490 pontos com 265,60 centavos, sendo a máxima em 266,80 e a mínima em 261,25 centavos por libra, com o setembro registrando oscilação positiva de 495 pontos, com a libra a 269,00 centavos, sendo a máxima em 270,15 e a mínima em 264,70 centavos por libra. Na Euronext/Liffe, em Londres, a posição julho registrou alta de 14 dólares, com 2.453 dólares por tonelada, com o setembro tendo valorização de 26 dólares, com 2.498 dólares por tonelada. Segundo analistas internacionais, os bulls (altistas) impulsionaram as cotações para as máximas de duas semanas e meia nesta terça em Nova Iorque. O mercado conseguiu testar um "bottom" menor no gráfico diário, num ponto de estagnação em relação às oito semanas recentes de venda. Por hora, os analistas creditam as altas mais como um aspecto corretivo do que uma retomada da tendência de ganhos que era verificada até maio. Olhando o comportamento anterior do mercado, um rally em 3 de maio fez com que a posição de maior liquidez atingissem 311,40 centavos por libra, a máxima em 14 anos. Na sequência, uma reação de baixa foi sentida, com vendas mais significativas, interrompendo, assim, a linha de tendência gráfica altista, o que fez que uma ação de retração fosse sentida. As vendas continuaram, no entanto, no dia 23 de junho essa tendência foi interrompida. Analistas sustentaram que os contratos atingiram uma nova mínima e, assim, uma reversão, desta feita para cima, começou a ser desenhada no gráfico diário. Assim, o mercado voltou a ter um viés bull (altista) e novos ganhos vêm sendo amealhados. Além disso, uma divergência bullish foi notada no Índice de Força Relativa de nove dias, que é uma ferramenta dinâmica e que conta com considerável acompanhamento do mercado. Tal indicador continua a demonstrar uma tendência de alta. Dave Toth, diretor de pesquisa técnica da R.J. O'Brien, indicou que "nós tivemos um comportamento bastante favorável no decorrer desta semana, sendo que conseguimos efetuar correções interessantes em relação às baixas de maio e junho", disse. No entanto, Toth sustenta que, no geral, o mercado ainda sustenta uma característica baixista e que os rallies recentes podem, a qualquer momento, falhar. "As perdas de maio e de junho foram apenas o início de uma outra correção, essa de larga escala, para baixo do mercado", observou. Olhando o potencial de alta, Toth sublinhou que "temos níveis de resistência em 270,00 e 272,00 centavos e depois num nível de 280,00 centavos. Se a tendência de correção prevalecer, o mercado deve testar tais resistências, sendo que, na sequência, teríamos a oportunidade de contar com novas vendas", complementou. Segundo o Instituto Nacional de Meteorologia, uma nova frente traz chuvas para o Paraná e parte do Sudeste no final de semana, o que deverá fazer com que as temperaturas caiam consideravelmente. A tempestade tropical Arlene, que chegou ao leste do México sem se transformar em furacão, mantém dezessete dos trinta e dosi Estados do país em diferentes níveis de alerta, e no nível "vermelho" (perigo máximo) em Tamaulipas e Veracruz, informou o Sistema Nacional de Defesa Civil. Veracruz é o segundo maior produtor mexicano de café e não são descartados danos nas lavouras do grão devido ao fenômeno climático, que traz muitas chuvas e ventos de cerca de 75 quilômetros por hora. A produção de café do Vietnã pode ascender 2,9% no ano safra 2011/2012, o que faria com que um montante de 18 milhões de sacas fosse alcançado, indicou a Associação de Café e Cacau do Vietnã. O número é inferior ao especulado pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos, que trabalha com uma projeção de 20,6 milhões de sacas. Caso o número da entidade local seja cumprido, o mercado poderia ter, inclusive, déficit de oferta e manter os fortes preços do grão atualmente registrados em bolsa. As exportações de café do Brasil em junho, até o dia 29, somaram 1.601.486 sacas, contra 1.674.891 sacas registradas no mesmo período de maio, informou o Cecafé (Conselho dos Exportadores de Café do Brasil). Os estoques certificados de café na bolsa de Nova Iorque tiveram queda de 2.221 sacas indo para 1.620.078 sacas. O volume negociado no dia na ICE Futures US foi estimado em 16.062 lotes, com as opções tendo 3.222 calls e 2.303 puts. Tecnicamente, o setembro na ICE Futures US tem uma resistência em 266,80, 267,00, 267,50, 268,00, 268,50, 269,00, 269,50, 269,90-270,00, 270,50 e 271,00 centavos de dólar por libra peso, com o suporte em 261,25, 261,00, 260,50, 260,10-260,00, 259,50, 259,00, 258,50, 258,00, 257,50, 257,00, 256,50, 256,00 e 255,50 centavos por libra.

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