Páginas

quinta-feira, 9 de junho de 2011

Sem surpresas, Copom eleva Selic para 12,25% e indica que aperto continuará

Sem surpresas, Copom eleva Selic para 12,25% e indica que aperto continuará

Em linha as expectativas do mercado, o Banco Central (BC) decidiu ontem, por
unanimidade, elevar a taxa Selic em 0,25 ponto percentual, para 12,25% ao ano.
Foi a quarta alta consecutiva realizada pelo Comitê de Política Monetária
(Copom) sob o comando do presidente do BC, Alexandre Tombini. Desde o começo do
ano, os juros subiram 1,5 ponto percentual. O texto do comunicado também foi
bastante similar ao da reunião anterior, sinalizando novas altas dos juros.
"Considerando o balanço de riscos para a inflação, o ritmo ainda incerto de
moderação da atividade doméstica, bem como a complexidade que envolve o
ambiente internacional, o Comitê entende que a implementação de ajustes das
condições monetárias por um período suficientemente prolongado continua sendo a
estratégia mais adequada para garantir a convergência da inflação para a meta
em 2012."
O movimento não surpreende. Desde o último encontro do Copom, em abril, quando
o BC afirmou que o ajuste demandaria tempo "suficientemente prolongado", o
mercado esperava por novas altas dos juros de mesma intensidade. Havia dúvida
apenas no tamanho do ciclo de alta dos juros. Ao manter a palavra "prolongado"
no comunicado, o BC sinaliza que permanece a necessidade de um aperto monetário
longo, com chance de nova alta da Selic na reunião de julho.
A única diferença foi a inclusão da palavra "gradual" no início do comunicado.
"Dando seguimento ao processo de ajuste gradual das condições monetárias, o
Copom decidiu, por unanimidade, elevar a taxa Selic para 12,25% a.a., sem viés."
Nos próximos meses, o mercado ficará atento aos primeiros sinais de
arrefecimento dos preços que começam a aparecer, o que poderia abrir espaço
para questionamentos sobre a continuidade do aperto dentro do governo. A
inflação, de fato, deve dar uma trégua. São esperados números bastante
comportados do IPCA entre os meses de junho e agosto, com possibilidade até de
deflação. Esse refresco, no entanto, será apenas temporário, de acordo com
economistas, com o indicador retomando um nível entre 0,4% e 0,5% ao mês, a
partir de setembro, segundo projeções coletadas junto ao mercado pelo Boletim
Focus, do Banco Central.

Nenhum comentário:

Postar um comentário