Fluxo de dólares inverte sentido e fica negativo
O movimento de divisas para o país manteve a forte volatilidade que tem
caracterizado esse mercado ao longo do mês. Depois de um intenso fluxo de
dólares nos primeiros quinze dias, somando US$ 8,8 bilhões em duas semanas, os
investidores inverteram suas estratégias e o saldo ficou negativo em US$ 3,2
bilhões entre os dias 16 e 27 de maio.
A conta financeira, que registra o movimento para aplicações em bolsa, títulos
e investimento estrangeiro direto passou a registrar saída líquida de recursos
a partir da segunda quinzena do mês. Ao mesmo tempo, o segmento comercial,
decorrente dos contratos de exportação e importação, mais empréstimos de
adiantamento de câmbio, ampliou a entrada de dólares.
Como resultado, o saldo no mês de maio, até a última sexta-feira, permanece
positivo em US$ 5,626 bilhões, mas sem o mesmo vigor apurado no início do mês.
Na última semana, o saldo total foi negativo em US$ 2,642 bilhões, entre os
dias 23 e 27 de maio. O resultado decorre de um fluxo negativo de US$ 3,742
bilhões na conta financeira e um movimento positivo de US$ 1,1 bilhão na conta
comercial.
No acumulado do ano, entretanto, o saldo líquido de moeda estrangeira que
entrou no país até o dia 27 de maio é de US$ 42,759 bilhões, sendo US$ 29,125
bilhões da conta financeira e US$ 13,634 bilhões do segmento comercial.
Sem um fluxo de recursos consistente, o BC reduziu suas intervenções no mercado
à vista de câmbio. As compras do BC na última semana somaram US$ 495 milhões,
volume bem inferior aos primeiros dias do mês, quando a autoridade monetária
adquiriu mais de US$ 3 bilhões. No ano, o BC já retirou do mercado US$ 34,068
bilhões, elevando as reservas internacionais para US$ 332,498 bilhões.
Na semana passada, o Ministro da Fazenda, Guido Mantega, em evento organizado
pelo FMI e pelo próprio ministério, defendeu as intervenções do BC e as medidas
tomadas pelo governo para reduzir a apreciação do real frente ao dólar
(elevação do IOF). Segundo ele, as ações foram eficazes em manter a cotação da
moeda americana ao redor do patamar de R$ 1,60 e também em limitar o fluxo de
divisas que inundaram o país nos primeiros três meses do ano, atingindo US$
35,6 bilhões entre janeiro e março.
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