Economia mundial desacelera
A economia mundial está claramente em desaceleração e o ritmo é mais rápido do
que se esperava. O nível de atividade já é o menor desde setembro, num
movimento que atinge Estados Unidos, Europa, China, India, Coreia do Sul e
muitos emergentes, inclusive o Brasil. O Indice de Gerente de Compras (PMI, na
sigla em inglês), que mede a atividade de milhares de fábricas em todo o mundo,
divulgado ontem, mostra que essa tendência é quase global, segundo Chris
Williamson, economista-chefe da consultoria britânica Markit, que elabora o
índice.
A ruptura de fornecimento de peças pelo Japão à industria automobilística e ao
setor eletrônico, após o terremoto de março, afetou a produção global mais do
que se previa. Outro fator foi a alta das commodities, que tirou poder de
consumo das famílias.
A bolsa de Nova York sentiu ontem o impacto das notícias negativas, inclusive
sobre a criação de empregos no setor privado americano, e caiu 2,28%. O barril
de petróleo baixou US$ 2,41 e fechou a US$ 100,29 para entrega em julho. A
expectativa é de que o preço fique aquém de US$ 90 até o fim do ano.
A China, que teve um papel importante para estabilizar o crescimento da
economia global nos últimos dois anos, vai desacelerar suavemente. Não haverá
uma "aterrissagem forçada" na avaliação de boa parte dos analistas. Em meio a
medidas do governo para segurar a inflação, a produção de manufaturados já
perdeu ritmo e as vendas no varejo desmoronaram. Entre consumir, poupar e
investir em imóveis ou ações, a primeira alternativa nunca foi particularmente
popular na China. Mas os gastos das famílias chinesas está em declínio maior do
que se poderia esperar.
A boa notícia é que a desaceleração global pode ser curta, pelo menos na
previsão do Instituto Internacional de Finanças (IIF), que representa os
maiores bancos do mundo. Outros analistas são mais pessimistas, sobretudo
porque políticas de estímulo estão sendo retiradas nos países ricos.
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