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segunda-feira, 13 de junho de 2011

Commodities Agrícolas

Commodities Agrícolas

Oferta no Brasil
As preocupações sobre a oferta de açúcar do Brasil, o maior
produtor mundial, fizeram com que os futuros da commodity fechassem a
sexta-feira em nova alta na bolsa de Nova York. Os contratos com vencimento em
outubro encerraram o dia a 24,54 centavos de dólar por libra-peso, valorização
de 55 pontos. Do meio de março para 16 de maio, a produção de açúcar no
Centro-Sul do Brasil caiu 47% se comparado com um ano antes, segundo dados da
União da Indústria da Cana-de-Açúcar (Unica) informados pela Bloomberg. Na
segunda-feira, a entidade deve fazer uma nova atualização e já há indicativos
de que a produção da commodity será revisada para baixo. No mercado interno, o
indicador Cepea/Esalq para o açúcar cristal fechou em alta de 0,44% a R$ 54,24.

Falta de notícias
O início da temporada de furacões e a falta de notícias sobre
clima e condição de oferta fizeram com que os futuros de suco de laranja
fechassem em alta na bolsa de Nova York. O contratos para setembro subiram 95
pontos na sexta-feira e fecharam a US$ 1,8080 a libra-peso. De acordo com
analistas ouvidos pela agência Dow Jones Newswires, os futuros da commodity
encerraram a semana em um território positivo, mas os preços estão sendo
contidos no atuais níveis, com poucas notícias sobre clima e oferta e demanda
para mudar esses patamares. No mercado interno, a laranja pera in natura fechou
em queda de 0,24% valendo R$ 12,36 a caixa de 40,8 quilos, segundo levantamento
do Cepea/Esalq. Essa foi a quarta queda consecutiva da semana. No mês, a caixa
sofreu variação negativa de 5,94%.

Safra americana
O mercado manteve acesa a preocupação de que a oferta de
algodão nos Estados Unidos pode ser prejudicada, o que provocou novas altas nos
preços da commodity na bolsa de Nova York. Os papéis com vencimento em outubro
fecharam o pregão de sexta-feira a US$ 1,3967 por libra-peso, alta de 111
pontos. O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) cortou sua
estimativa de produção da pluma. Foi a primeira vez que o governo reduziu sua
previsão de junho na comparação com o mês de maio desde 1998. As lavouras no
Texas, principal região produtora americana, estão sendo afetadas depois de
sofrerem da maior seca para um mês de maio desde 1956, segundo a Bloomberg. No
mercado de Primavera do Leste (MT), a arroba continua estável em R$ 74, segundo
o Imea/Famato

Correção de preços
Os contratos futuros da soja encerraram o pregão de
sexta-feira com queda. Na bolsa de Chicago, principal referência no mercado
internacional de grãos, os papéis com vencimento em agosto ficaram a US$
13,8225 por bushel, com recuo de 5,00 centavos de dólar. De acordo com
analistas ouvidos pela Dow Jones Newswires, houve uma continuidade no processo
de "correção de preços" altos, depois que os dados divulgados na quinta-feira
pelo Departamento de Agricultura americano apontaram para uma leve elevação dos
estoques finais da commodity (18,8% em relação à estimativa de maio). Já no
mercado doméstico, o Esalq/BM&FBovespa, indicador para a saca de 60 quilos,
ficou em R$ 48,20, com queda de 1,17%. No mês, a commodity caiu 1,63%.




Retomada venda de etanol aos EUA

O país já tem contratada a exportação de 300 milhões a 400 milhões de litros de
etanol combustível. O destino é o mercado americano. De acordo com levantamento
da comercializadora de etanol Bioagência, que detém 8% do mercado no país, os
negócios foram fechados entre março e abril; os embarques começaram em maio, e
deverão prosseguir até outubro.
Tarcilo Rodrigues, diretor da Bioagência, afirma que os negócios foram fechados
a valores entre US$ 650 e US$ 720 por m3 e significaram uma remuneração de 3% a
4% maior do que a indicação do mercado interno para os meses de embarque. "Essa
remuneração foi realizada, no entanto, para os que fixaram o dólar, que saiu de
até R$ 1,71 para R$ 1,57", diz Rodrigues.
Ele explica que a lucratividade só aconteceu porque o volume foi negociado para
entrar nos Estados Unidos via países do Caribe - isento, assim, da tarifa de
importação de 0,54 centavos de dólar por galão. Além disso, para esse etanol
foi pago um prêmio que variou entre 60 e 70 centavos de dólar por galão acima
do etanol de milho. Isso porque começou a vigorar neste ano a política de
pagamento de prêmio às misturadoras do país que usarem o chamado "combustível
avançado" (emite 50% menos gases de efeito estufa que a gasolina), categoria na
qual apenas o etanol de cana se encaixa até hoje.
A "janela", no entanto, diz Rodrigues, começa a ser fechada. Os preços do
etanol combustível no Brasil começam a subir, aumentando a viabilidade de se
vender o produto internamente, em vez de exportar. Somente na sexta-feira, o
indicador Esalq/BM&F do etanol hidratado posto em Paulínia subiu 1% fechando a
R$ 1.161,50 o metro cúbico.
Ainda, afirma Rodrigues, o mercado de prêmios para o etanol "avançado" do
Brasil pode ficar mais restrito, pois tramita nos Estados Unidos um projeto
para estender o status de "biocombustível avançado" também ao etanol de sorgo
americano.
Rodrigues espera que até o fim deste ano apenas mais 100 milhões a 200 milhões
de litros de etanol combustível sejam exportados. Esse cenário só muda se os
preços do milho nos Estados Unidos subirem muito, elevando, assim, os custos de
produção do etanol local, feito do grão. A previsão da Bioagência é que o
Brasil deverá exportar 1,5 bilhão de litros de etanol nesta safra, incluindo o
etanol combustível e o industrial.

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