Café volta a cair na ICE Futures e tendência baixista se acentua
O otimismo para o café na ICE Futures US foi interrompido nesta quinta-feira. Em mais um dia de fortes liquidações, as perdas voltaram a ser observadas, com o julho voltando a se posicionar abaixo do nível de 270,00 centavos de dólar por libra peso. Com a influência de um cenário externo negativo, com a maior parte das commodities voltando a recuar, o café manteve-se pressionado por praticamente todo o dia e encerrou a sessão acumulando perdas consideráveis.
Após não conseguir romper o nível de 275,00 dólares na quarta-feira, o julho ainda tentou flutuar próximo desse patamar, entretanto, não foi observada uma força mais considerável para esse intento e, na seqüência, novas ordens de venda passaram a ser realizadas, abrindo espaço, inclusive, para alguns stops.
No encerramento do dia, o julho em Nova Iorque teve baixa de 630 pontos com 266,65 centavos, sendo a máxima em 274,20 e a mínima em 265,45 centavos por libra, com o setembro registrando oscilação negativa de 625 pontos, com a libra a 270,10 centavos, sendo a máxima em 277,65 e a mínima em 269,00 centavos por libra. Na Euronext/Liffe, em Londres, a posição julho registrou alta de 18 dólares, com 2.549 dólares por tonelada, com o setembro tendo valorização de 15 dólares, com 2.583 dólares por tonelada.
De acordo com analistas internacionais, os bears (baixistas) mantêm o controle sobre o mercado, conseguindo deixar as cotações abaixo da média móvel de 100 dias. O mercado vinha conseguindo ter uma tendência de alta no longo prazo, entretanto, ao testar esse nível de preço — abaixo da média —, demonstra uma situação de vulnerabilidade e de espaço para mais fortes perdas nos próximos dias e semanas. Fazendo um retrospecto, o mercado de café assumiu um rally dos mais interessantes a partir da segunda metade do ano passado, sendo que o contrato de maior liquidez saiu de 137,10 centavos em julho de 2010 e tocou no nível de 308,90 centavos no começo de maio, num patamar próximo das máximas de 14 anos. No entanto, desde que tocou nessa máxima, os baixistas passaram a pressionar mais consistentemente o mercado até testarem a média móvel de 100 dias, em 266,00 centavos, nesta quinta-feira.
Analisando o nível de 308,90 centavos, Terry Gabriel, estrategista técnico da Ideaglobal, indicou que não se espera que o mercado tenda a voltar para essas máximas, sendo que o café pode procurar baixas em bases de várias semanas e até de várias meses. Os baixistas tem uma vantagem de longo prazo, sendo que Gabriel notou uma "divergência negativa" que foi formada em pleno rally do mercado no mês de maio. "Creio que ainda temos muita gordura para queimar, a deterioração dos preços do café está apenas no começo", disse. Para um cenário técnico de curto prazo, Gabriel vê um cenário pouco provável para que se tenha uma ação corretiva mais significativa, já que ainda se tem um quadro sobrecomprado, no entanto, num possível desenvolvimento de uma ação de reação dos preços, o café poderia se posicionar próximo da resistência de 280,00/282,00 centavos. "Nesse momento de força eu gostaria de ser vendedor", acentuou. Para o lado negativo, Gabriel indicou que os monitores de suporte apontam para o patamar de 5 de abril, quando o fechamento se deu em 256,75 centavos. "Caso consigamos romper esse nível, acredito que imediatamente iremos testar os 230,00 centavos, sendo que 230,00 centavos é, coincidentemente, a nossa média móvel de 200 dias", indicou o especialista que apontou que os suportes ainda podem demorar algumas semanas para serem rompidos, mas que não seria de todo absurdo já se pensar no mercado trabalhando num patamar próximo de 200,00 centavos por libra.
As exportações de café do Brasil em maio, até o dia 18, somaram 1.043.934 sacas, contra 1.629.341 sacas registradas no mesmo período de abril, informou o Cecafé (Conselho dos Exportadores de Café do Brasil).
Os estoques certificados de café na bolsa de Nova Iorque tiveram alta de 1.544 sacas indo para 1.658.946 sacas. O volume negociado no dia na ICE Futures US foi estimado em 21.974 lotes, com as opções tendo 4.831 calls e 5.006 puts. Tecnicamente, o julho na ICE Futures US tem uma resistência em 274,20, 274,50, 274,95-275,00, 275,50, 276,00, 276,50, 277,00, 277,50, 278,00, 278,50, 279,00, 279,50 e 279,90-280,00 centavos de dólar por libra peso, com o suporte em 265,45, 265,10-265,00, 264,50, 264,00, 263,50, 263,00, 262,50, 262,00, 261,50 e 261,00 centavos por libra.
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