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sexta-feira, 20 de maio de 2011

Brasil colhe safra de café de boa qualidade

Brasil colhe safra de café de boa qualidade

Os agricultores do Brasil começaram a colheita de uma safra de café arábica que mostra ter alta qualidade, o que significa um alívio para o mercado do produto, que tem se debatido para obter grãos superiores em meio a baixos estoques no mundo. Agrônomos e traders de três cooperativas e um corretor contatados pela Reuters estão muito mais otimistas sobre as perspectivas para a produção do que estavam no início das últimas duas safras, afetadas por problemas climáticos no início. "A qualidade está excepcional. Está amadurecendo por igual e o tamanho dos grão está excelente, considerando que choveu bem neste ano", afirmou Guilherme Frota, agrônomo na cooperativa Minasul, em Varginha (MG). As chuvas pararam na hora certa nas principais regiões produtoras. Segundo dados da Somar Meteorologia, nenhum volume de chuva é esperado para as principais áreas de café e também para as periféricas nos próximos dias. "Isso é importante para a qualidade do grão. Não queremos chuvas nesta época que poderiam fermentar o grão e trazer fungo. Quanto mais seco, melhor", disse Frota. Uma frente fria poderia trazer chuvas na próxima semana em importantes regiões produtoras, mas meteorologistas dizem que a tendência para os próximos meses é de tempo mais seco que o normal. A temporada 2011 do Brasil é o ano de baixa do ciclo bianual do café arábica. Entretanto, a produção deverá ser a maior para o período de menor produção, oficialmente estimada em 43,5 milhões de sacas, contra 39,5 milhões de sacas em 2009. Cerca de três quartos da produção brasileira é de café arábica, e o restante é de robusta, cuja colheita já se desenvolve Autoridades da agricultura se reuniram no centro de São Paulo nesta quinta-feira, para colher cerejas no campo do Instituto Biológico, em meio aos arranha-céus da cidade. O evento, que ocorre anualmente, celebra o início simbólico da colheita no Estado. "Me parece que este ano vai ser muito bom, tanto em termos de produção como de preço", disse o secretário de Agricultura e Abastecimento Antonio Junqueira. "Um ano como este só ocorre a cada 10 anos", disse. Junqueira aconselhou os produtores a aproveitarem o momento e investirem seus lucros no plantio, ciente da expansão do consumo global e do crescimento da oferta, que não está acompanhando o consumo, com os fundamentos refletindo no aumento dos preços desde meados de 2010. No interior, Frota, da Minasul, disse que a maioria dos produtores na região já começou a colher, enquanto o trader Airton Costa, da paulista Cocapec, disse que os cafeicultores estão iniciando os trabalhos a partir de agora. "Ainda é muito cedo, as pessoas começam de agora até meados de junho", disse ele. "Os agricultoes estão cuidando mais da qualidade neste ano", explicou, lembrando dos preços mais altos e da escassez de bons arábicas em meio à queda na produção da Colômbia. O mercado de café ainda precisa esperar de um mês a seis semanas para receber ofertas expressivas da nova safra de café arábica no Brasil, segundo Sérgio Carvalhaes, da corretora Carvalhaes em Santos. Os preços no mercado brasileiro recuaram um pouco seguindo recentes perdas no mercado de Nova York. O café semi-lavado, que oscilava em torno de R$ 600 a saca, agora é vendido entre R$ 560 e R$ 570. O café fino também caiu cerca de R$ 50. Em boletim nesta quinta-feira, o Cepea, da Esalq/USP, reportou que o café robusta do Espírito Santo da nova safra já está sendo negociado - a colheita capixaba dessa variedade começa antes--, uma vez que não sobrou quase nada da safra anterior. Após ser negociado em uma máxima de 34 anos neste ano, os futuros do arábica nos EUA fecharam no menor valor em mais de seis semanas nesta quinta-feira. Ainda assim, o café é negociado em um patamar que é quase o dobro do que era visto há um ano, o que levou produtores a investirem mais nas lavouras durante a safra.

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