Café fecha estável na ICE em dia de força das commodities
Os contratos futuros de café arábica negociados na ICE Futures US encerraram esta segunda-feira(09) com estabilidade, em uma sessão em que boas altas chegaram a ser registradas, num reflexo direto do bom comportamento das commodities no mercado internacional. Ao longo da manhã, fortes ganhos chegaram a ser registrados, entretanto, nas máximas algumas realizações e vendas especulativas passaram a ser observadas, o que fez com que as cotações voltassem a se aproximar dos níveis de estabilidade. No after-hours, o café voltou a registrar ganhos. Operadores indicaram que as commodities conseguiram ter uma segunda-feira de boas recuperações, após as quedas da semana passada.
Ao final do dia, o índice CRB subiu quase 2%, sendo puxado por alguns grãos, energia e, principalmente, pelo petróleo, que teve uma alta de quase 6%, recompondo boa parte das perdas observadas na semana anterior. Graficamente, o mercado de café ainda tem uma força interessante, conseguindo ainda se manter acima do suporte de 285,00 centavos, o que, segundo operadores, seria um sinal de força. Fundamentalmente, o mercado se mostra também com boa estrutura para manutenção dos ganhos. A oferta internacional continua curta e os estoques do produto são baixos, sem a perspectiva de uma recomposição no curto ou no médio prazo.
No encerramento do dia, o julho em Nova Iorque teve queda de 15 pontos com 287,40 centavos, sendo a máxima em 294,25 e a mínima em 287,00 centavos por libra, com o setembro registrando oscilação negativa de 10 pontos, com a libra a 290,30 centavos, sendo a máxima em 296,75 e a mínima em 289,90 centavos por libra. Na Euronext/Liffe, em Londres, a posição julho registrou alta de 4 dólares, com 2.602 dólares por tonelada, com o setembro tendo valorização de 4 dólares, com 2.624 dólares por tonelada.
De acordo com analistas internacionais, o dia foi iniciado com uma força considerável, já dentro do nível de 290,00 centavos, com as altas se sucedendo. Entretanto, na metade do dia os bearishs (baixistas) voltaram a passar a emitir ordens de venda, principalmente após o julho não ter conseguido superar a máxima da sessão anterior, em 294,90 centavos, e o mercado flutuou em níveis próximos da estabilidade até o final da sessão. "Os ganhos da manhã vieram na esteira dos ganhos nos mercados externos. No entanto, nas máximas encontramos, mais uma vez, uma ação vendedora mais considerável. Muitos operadores estão divididos quanto ao direcionamento que o mercado deve tomar, no entanto, no campo fundamental ainda temos uma clareza altista", disse um trader.
Seattle, considerada a capital do café nos Estados Unidos, registrou um reajuste médio de 20 centavos de dólar no preço da xícara de café. Segundo as cafeterias, a alta é uma recomposição diante da valorização do grão no mercado internacional. "Mesmo durante a Grande Depressão as vendas de café não caíram e ão deverão se reduzir com essas altas", indicou Megham Hubs, diretor da Equal Exchange, empresa importadora de café nos Estados Unidos. "Com a sazonalidade reduzindo o consumo reduzido no hemisfério norte (chegada do verão), quem está comprado em café suaves está tendo dificuldade de encaixar vendas, e com isso os estoques certificados da ICE subiram no mês de abril pela primeira vez desde outubro de 2008 – quando começaram os problemas de abastecimento deste tipo de café.
Aumentam as preocupações com relação a uma não-recuperação de produção na Colômbia, impactada em alguma proporção (ainda não se sabe se significativa ou não) pelas chuvas excessivas que assolam o país", indicou Rodrigo Corrêa da Costa, analista da Archer Consulting.
Costa do Marfim remeteu 29.917 toneladas de café robusta ao exterior entre outubro e março, nível 47% menor que as 56.679 toneladas embarcadas no mesmo período do ano anterior, segundo indicou o Ministério do Comércio local. A Costa do Marfim produz cerca de 2% da produção mundial de café e é o segundo maior produtor da África, depois da Etiópia.
Os estoques certificados de café na bolsa de Nova Iorque tiveram alta de 6.385 sacas indo para 1.624.985 sacas. O volume negociado no dia na ICE Futures US foi estimado em 14.449 lotes, com as opções tendo 3.282 calls e 6.774 puts. Tecnicamente, o julho na ICE Futures US tem uma resistência em 294,25, 294,50, 294,90-295,00, 295,20 295,50, 296,00, 296,50, 297,00, 297,50, 297,90-298,00 e 298,50 centavos de dólar por libra peso, com o suporte em 287,00, 286,50, 286,00, 285,50, 285,10-285,00, 284,50, 284,00, 283,50, 283,00, 282,50 e 282,00 centavos por libra.
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