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terça-feira, 29 de abril de 2014

Café tem nova onda vendedora e julho se aproxima dos 200,00 cents

Os contratos futuros tiveram um novo dia de fortes perdas na ICE Futures US, com liquidações sendo processadas, tendo, principalmente, fundos e especuladores na linha de frente. Com essa nova ação de liquidação, o nível de 200,00 centavos de dólar para a posição julho chegou a ser ameaçada, mas não foi possível o rompimento. Diante disso, algumas ligeiras recompras foram identificadas ao final da sessão, mas que não foram suficientes para diminuir o viés baixista do pregão. Os fundos se mantêm bastante comprados, como identificado no último relatórios dos traders, com data de referência de 22 de abril, no qual se verificou que esses players contavam com 42,2 mil posições líquidas compradas, contra 41,3 mil da semana anterior. Diante de montante tão expressivos, algumas correções técnicas já eram esperadas, ainda que vários operadores trabalhem com a perspectiva de manutenção do nível de 200,00 centavos. Por outro lado, os temores com a questão da disponibilidade do grão se mantêm, afinal, mesmo com vários prognósticos apresentados por tradings, entidades e instituições brasileiras, ainda há várias discrepâncias nos números sobre a quebra da safra do país neste ano. O Brasil responde por praticamente um terço do café global e uma diminuição drástica dessa oferta poderia colocar em risco os estoques de produtores e consumidores.

No encerramento do dia em Nova Iorque, a posição julho teve queda de 585 pontos, com 201,15 centavos de dólar por libra peso, com a máxima em 200,40 centavos e a mínima de 206,60 centavos, com o setembro registrando oscilação negativa de 590 pontos, com 203,15 centavos por libra, com a máxima em 208,60 centavos e a mínima em 202,65 centavos. Na Euronext/Liffe, maio teve retração de 16 dólares, indo para 2.120 dólares por tonelada, com o julho apresentando desvalorização de 24 dólares, para 2.126 dólares por tonelada.

De acordo com analistas internacionais, a sessão do dia na bolsa nova-iorquina foi caracterizada por correções mais efetivas e pelo predomínio dos bears (baixistas) na linha de frente de vendas. A abertura se deu próximo dos 205,00 centavos e os altistas chegaram a esboçar uma reação, mas não apresentaram fôlego. Diante disso, as vendas passaram a ganhar corpo e, na segunda metade do dia, o nível de 200,40 centavos chegou a ser testado, sem que o patamar psicológico conseguisse ser ultrapassado. No segmento externo, a segunda foi de altas nas bolsas de valores dos Estados Unidos e de ligeira retração do dólar frente a uma cesta de moedas internacionais. No segmento de commodities softs, queda para praticamente todas as matérias primas, com café e açúcar tendo o pior retrospecto.

"O mercado vem se caracterizando pelo viés técnico, sendo que algumas resistências foram vencidas na semana passada e, posteriormente, o quadro se inverteu, com os suportes sendo vencidos. Apesar desse quadro, a preocupação dos players ainda se concentra na questão da disponibilidade e da oferta global. Estamos diante de um cenário de incertezas e a tendência é que algumas correções podem até ser efetivadas, mas que, diante de um cenário protetivo, bons intervalos de preço tendem a ser mantidos, ao menos no curto e médio prazos", disse um trader.

"Pelo que parece não veremos novos números que modifiquem muito o cenário pelo menos por outros quatros meses, quando grande parte da colheita já terá acontecido. A munição dos altistas até lá será um eventual inverno chuvoso, com a chance do El Niño ter aumentado em 65% segundo alguns institutos de meteorologia, ou um inverno muito frio que pode expor ainda mais o parque cafeeiro no Brasil. Aos baixistas resta mencionar um mercado carente de vendedores, e uma eventual liquidação dos fundos, que é um argumento fraco por estarem bastante dentro do dinheiro. A análise técnica ainda favorece um movimento de alta enquanto o contrato de julho não fechar abaixo de 198,80 centavos, que caso aconteça pode levar os preços para próximo de 180 centavos, nível que deve encontrar inicialmente um bom suporte", apontou Rodrigo Corrêa da Costa, da Archer Consulting.

As exportações de café do Vietnã em abril deverão apresentar uma retração da ordem de 20,9% em volume, indo para 3,67 milhões de sacas, segundo previsão do governo central desse país indo-chinês. Mesmo assim, o total arrecadado com os embarques da commodity deve subir 18,3%, saltando para 464 milhões de dólares. No acumulado da safra atual, cujo início se deu em 01 de outubro passado, o Vietnã já exportou 1,102 milhão de toneladas, contra 975 mil toneladas registradas no mesmo período do ano anterior. O valor arrecadado com essas exportações somou 2,168 bilhões de dólares, alta de 3,7%.

As exportações brasileiras no mês de abril, até o dia 24 ,totalizaram 1.678.420 sacas de café, alta de 17,08% em relação às 1.433.532 sacas embarcadas no mesmo período do mês anterior, de acordo com informações do Cecafé (Conselho dos Exportadores de Café do Brasil).

Os estoques certificados de café na bolsa de Nova Iorque tiveram alta de 460 sacas, indo para 2.574.245 sacas.

Tecnicamente, o julho na ICE Futures US tem resistência em 206,60, 207,00, 207,50, 207,00, 207,50, 208,00, 208,50, 209,00, 209,50, 209,90-210,00,210,50, 211,00 e 211,50 centavos de dólar, com o suporte em 200,40,200,10-200,00, 199,50, 199,00, 198,50, 198,00, 197,50, 197,00, 196,50, 196,00,195,50, 195,00 e 194,50 centavos.




Londres tem novo dia de pressão e registra perdas

Os contratos futuros de café robusta negociados na Euronext/Liffe encerraram esta segunda-feira com quedas, em um dia de novas liquidações. Apesar das perdas, a posição julho conseguiu se manter dentro do intervalo de 2.100 dólares, ainda que não tenha conseguido, em nenhum momento do dia, testar o patamar de 2.150 dólares que, como se recorda, foi preservado ao longo de toda a semana passada.


De acordo com analistas internacionais, o dia foi caracterizado por vendas especulativas e de fundos, com os londrinos seguindo o comportamento negativo dos arábicas em Nova Iorque. A mínima da sessão chegou a bater no patamar de 2.110 dólares, mas nesse nível foram identificadas algumas recompras, com a consequente desaceleração das baixas.

"O mercado já vinha sendo pressionado na semana passada, sendo que apenas continuamos a verificar a tendência anterior. Algumas arbitragens foram verificadas, mas estamos tendo uma pressão menor que a registrada em Nova Iorque, que acumulou duas fortes baixas nos dois últimos pregões. As origens em Londres, por sua vez, continuam a se mostrar bastante reticentes", disse um trader.

O maio teve uma movimentação ao longo do dia de 2,88 mil contratos, contra 7,71 mil do julho. O spread entre as posições maio e julho ficou em 6 dólares.

No encerramento do dia, o maio teve retração de 16 dólares, indo para 2.120 dólares por tonelada, com o julho apresentando desvalorização de 24 dólares, para 2.126 dólares por tonelada

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