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quinta-feira, 6 de março de 2014

Em dia de mercado nervoso, café sobe forte na ICE e rompe os 200 cents

Quem reclamou que, ao longo de 2013, o mercado de café apresentava um comportamento apático, sem novidades, quase se arrastando, deve estar tendo problemas cardíacos com o atual quadro de negócios da commodity. Apenas nesta semana, a volatilidade experimentada pelos contratos do grão negociados na ICE Futures US foi das mais intensas e nesta quarta-feira o cenário de emoções fortes se manteve ainda mais ativo. Ao final do pregão, uma nova "alta monstro" e o rompimento da importante resistência de200,00 centavos de dólar por libra peso, com o maio tocando o melhor nível de preços desde 01 de março de 2012. A sessão foi caracterizado por uma forte volatilidade. Os ganhos foram observados na primeira metade do dia, numa ação de recompras após as baixas incisivas do pregão da terça-feira. No entanto, os bears (baixistas) nem sequer conseguiram fazer com que o segundo contrato rompesse o patamar de 180,00 cents. Diante disso, o mercado retomou as compras e progressivamente alguns stops passaram a ser acionados, com o maio rompendo a resistência de 200,00 cents e consolidando mais um dia de ganhos intensos. Novamente, a questão climática esteve na linha de frente para esse comportamento tão nervoso na casa de comercialização norte-americana. A expectativa de chuvas no cinturão cafeeiro brasileiro, ao longo do Carnaval, era grande, mas os níveis acumulados em várias áreas, durante tal período, não foram tão animadores. Diante de tantas incertezas que cercam a quebra de safra desta temporada e os reflexos disso na disponibilidade global do grão, muitos players continuam a se resguardar e compram, ao passo que quem está vendido na bolsa vê a situação cada vez mais amarga. Ao longo desta quarta, a Wolthers Douque, empresa do segmento de commodities que tem à frente o especialista Christian Wolthers, indicou que revisou para baixo sua estimativa de safra para o Brasil em 2014, de 53 milhões para 47,7 milhões de sacas. A razão seria a seca que atingiu as lavouras e a diminuição dos grãos, além do uso menos intenso de fertilizantes. Para 2015, a empresa avaliou a produção do Brasil entre 40 e 42 milhões de sacas, por conta da bienalidade e também das podas e outros procedimentos.

No encerramento do dia em Nova Iorque, a posição maio teve alta de 1.695 pontos, com 202,40 centavos de dólar por libra peso, com a máxima em 204,10 centavos e a mínima de 181,65 centavos, com o julho registrando ganho de 1.690 pontos, com 204,35 centavos por libra, com a máxima em 206,00 centavos e a mínima em 183,70 centavos. Na Euronext/Liffe, o maio teve queda de 12 dólares, com 2.065 dólares por tonelada, com o julho tendo desvalorização de 10 dólares, para o nível de 2.057 dólares por tonelada.

De acordo com analistas internacionais, o dia demonstrou mais uma vez um cenário de muita tensão na bolsa norte-americana, com os olhos dos players continuando voltados para as planilhas de oferta do grão e sobre como o impacto da quebra brasileira. No segmento externo, o dia continuou a ter a preocupação com a Ucrânia, ainda que de maneira menos intensa que no início da semana, quando se pensava que o conflito armado pudesse eclodir a qualquer instante. Nesta quarta, as bolsas nos Estados Unidos tiveram poucas oscilações, assim como o dólar em relação a uma cesta de moedas internacionais. Nas commodities, queda de quase 2% para o petróleo e valorização para a maior parte dos softs.

"O mercado climático não esmoreceu. As volatilidades dos últimos dias apenas ressaltam que ainda há muitos participantes sem saber ao certo o que esperar da oferta do grão. Qual foi a extensão das perdas da produção brasileira com a seca e com o calor? Temos de levar em conta que essa incerteza pode perdurar por um bom tempo e não seria ilógico imaginarmos que esse mercado temeroso continuasse a ser observado por um bom tempo. O que abre, efetivamente, espaço para termos sessões tão drásticas quanto a desta quarta-feira, quando tivemos altas, quedas e depois uma retomada intensa dos ganhos", disse um trader.

As remessas internacionais de café da Guatemala registraram queda de 5,1% em fevereiro, no comparativo com o mesmo mês de 2013, anunciou a Anacafé(Associação Nacional de Café da Guatemala). A nação centro-americana embarcou326.704 sacas no período, contra 344.381 sacas de fevereiro do ano passado. No acumulado do ano safra atual, as remessas para diversos destinos do país atingiram 843.536 sacas, 17,34% a menos que entre outubro e final de fevereiro de 2012/2013. O país, assim como várias outras nações produtoras da região, sofre com um forte ataque de ferrugem do colmo, que fará com que a produção desta temporada tenha uma significativa retração.

Os estoques certificados de café na bolsa de Nova Iorque tiveram queda de 1.300 sacas, indo para 2.598.943 sacas.

Tecnicamente, o maio na ICE Futures US tem resistência204,10, 204,50, 205,00, 205,50, 206,00, 206,25, 206,50, 207,00, 207,50, 208,00,208,50, 209,00, 209,50 e 209,90-210,00 centavos de dólar, com o suporte em181,65 181,50,181,00, 180,50, 180,10-180,00, 179,50, 179,00, 178,50, 178,00,177,50, 177,00,176,50 e 176,00 centavos.



Londres não rompe 2.100 dólares e fecha dia no lado negativo

Os contratos futuros de café robusta negociados na Euronext/Liffe tiveram uma sessão de perdas ligeiras nesta quarta-feira, com um volume apenas razoáveis de papéis comercializados e com a posição maio se mantendo dentro do range acima dos 2.000 dólares e abaixo dos 2.100 dólares, sendo que esse nível chegou mesmo a ser testado ao longo do dia, sem, contudo, ser rompido.

De acordo com analistas internacionais, a sessão foi marcada por um clima mais tranquilo e o fechamento se deu ainda sem a "contaminação" dos ganhos intensos que voltaram a ser observados em Nova Iorque, onde os arábicas continuam a viver em meio a uma volatilidade intensa e rompendo vários intervalos, por conta de um mercado notadamente climático e com a preocupação efetiva com as lavouras brasileiras.

"A tendência é iniciarmos a quinta-feira aqui em Londres com os players buscando 'descontar' nas arbitragens, depois do fechamento com altas muito fortes em Nova Iorque. Os robustas tendem a ser abola da vez, já que a procura por esse tipo de grão deve ser efetiva, levando-se em conta os preços cada vez mais altos dos arábicas e também diantede um cenário que se mostra de oferta deficitária do tipo mais requisitado de café, diante de uma quebra considerável no parque cafeeiro do Brasil", disse um trader.

O maio teve uma movimentação ao longo do dia de 9,25 mil contratos, contra 5,31 mil do julho. O spread entre as posições maio e julho ficou em 8 dólares.

No encerramento do dia, o maio teve queda de 12 dólares, com2.065 dólares por tonelada, com o julho tendo desvalorização de 10 dólares, para o nível de 2.057 dólares por tonelada.

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