Depois de muita volatilidade, café fecha perto das estabilidade na ICE
Os contratos futuros de café arábica negociados na ICE Futures US encerraram o pregão desta quarta-feira com ligeiras perdas, em uma sessão caracterizada pela forte volatilidade. O contrato de maio flutuou em um range de mais de 900 pontos. Na primeira metade do dia, várias liquidações foram observadas, com o maio chegando a se aproximar do nível psicológico de 200,00 centavos de dólar. No entanto, novos acionamentos de ordens de compra foram proporcionados na sequência e ganhos expressivos foram experimentados. Tais ganhos, no entanto, foram desacelerando e a finalização do pregão foi com preços próximos da estabilidade. A questão que envolve o clima e os prejuízos à safra brasileira ainda é o norte do atual mercado. Muitos players continuam a demonstrar preocupação e não querem se ver desprotegidos. As vendas de origens chegam a limitar os ganhos, mas rapidamente se observa uma contrapartida compradora, o que faz com que o mercado atual de café seja dos mais sustentados.
No encerramento do dia em Nova Iorque, a posição maio teve queda de 35 pontos, com 205,30 centavos de dólar por libra peso, com a máxima em 209,75 centavos e a mínima de 200,35 centavos, com o julho registrando recuo de 35 pontos, com 207,15 centavos por libra, com a máxima em 211,50 centavos e a mínima em 202,30 centavos. Na Euronext/Liffe, o maio teve alta de 20 dólares, com 2.200 dólares por tonelada, com o julho tendo valorização de 23 dólares, para o nível de 2.199 dólares por tonelada.
De acordo com analistas internacionais, o dia foi marcado por operações técnicas, que permitiram uma boa volatilidade. Os compradores continuam a demonstrar uma disposição ímpar, mesmo diante de boas ofertas de origens e das inevitáveis realizações de lucro diante de preços bastante expressivos. Após a forte volatilidade do pregão, o encerramento das operações se deu próximo do referencial de 205,00 centavos. No segmento externo, o dia foi de quedas nas bolsas de valores dos Estados Unidos, ainda que bastante leves, ao passo que o dólar recuou em relação a uma cesta de moedas internacionais. No segmento de commodities, queda efetiva para o petróleo e para praticamente todo o complexo de energia, com exceção do etanol. Nas commodities softs também foram verificadas perdas, com o destaque negativo sendo o açúcar, que recuou 2%.
"A questão do clima ainda não se esgotou. Pelo contrário, ainda há muitas dúvidas no ar quanto à disponibilidade do grão, ante uma safra mais modesta do Brasil em 2014. E, adicionalmente, também há incertezas sobre o quanto o Brasil vai colher no ano de 2015. Diante disso, a tendência é que o mercado continue a trabalhar com esse quadro de desconfiança e temor e é possível, ao menos no curto e médio prazos, que patamares interessantes sejam sustentados", disse um trader.
Os representantes do Sistema Café do México avaliam que o México tem uma grande área afetada pela ferrugem do colmo e vai demorar anos para que consiga recuperar os níveis de produtividade. Até há poucos anos, o país norte-americano apresentava níveis de produção consideráveis, chegando próximo de 6 milhões de sacas por temporada. Neste ano, no entanto, devido aos danos provocados pela doença, o volume colhido dificilmente chegará a níveis expressivos. Recentemente, a Amecafé (Associação Mexicana da Cadeia Produtiva do Café) estimou uma queda de 40% na produção de 2013/2014 do país, para patamares próximo de 3 milhões de sacas. Já a Direção de Produtividade e Desenvolvimento Tecnológico da Secretaria de Agricultura e Pecuária, assegurou que para esse ciclo de produção a quebra será apenas de 10%, passando de 4,3 milhões de sacas do ano passado para 3,9 milhões de sacas.
As exportações brasileiras de café no mês de março, até o dia 12, totalizaram 48.038 sacas,queda de 38 % em relação a fevereiro, de acordo com informações do Cecafé (Conselho dos Exportadores deCafé do Brasil).
Os estoques certificados de café na bolsa de Nova Iorque tiveram queda de 320 sacas, indo para 2.593.448 sacas.
Tecnicamente, o maio na ICE Futures US tem resistência 209,75, 209,90-210,00, 210,50, 211,00, 211,50, 212,00, 212,50, 213,00, 213,50,214,00 e 214,50 centavos de dólar, com o suporte em 200,35, 200,10-200,00,199,50, 199,00, 198,50, 198,00, 197,50, 197,00, 196,50, 196,00 e 195,50centavos.
Londres segue avançando e atinge nível de 2.200 dólares
Os contratos futuros de café robusta negociados na Euronext/Liffe encerraram esta quarta-feira com altas, com a posição maio chegando a flutuar acima do nível psicológico de 2.200 dólares, num clarodemonstrativo de que esse mercado continua bastante aquecido.
De acordo com analistas internacionais, a sessão foi iniciada com calma e sem maiores oscilações. Acompanhando as quedas em Nova Iorque, na primeira metade do dia, Londres também chegou a operar com retrações, batendo na mínima de 2.155 dólares. No entanto, a partir desse patamar, algumas recompras foram processadas e os preços passaram a figurar no lado positivo da escala de preço. A máxima do pregão atingiu os 2.218 dólares, entretanto, acima dos 2.200 dólares foram observadas liquidações mais efetivas das origens.
"Não tivemos um quadro tão nervoso quanto o produzido na bolsa de Nova Iorque, que observou uma sessão bastante volátil. Conseguimos romper uma nova resistência, o que reflete o atual cenário para o robusta mesmo com a perspectiva de haver um aporte muito significativo de café do Vietnã, as perspectivas são favoráveis para os robustas, ante um déficit de oferta dos arábicas", disse um trader.
O maio teve uma movimentação ao longo do dia de 10,4 mil contratos, contra 8,58 mil do julho. O spread entre as posições maio e julho ficou em 1 dólar.
No encerramento do dia, o maio teve alta de 20 dólares, com2.200 dólares por tonelada, com o julho tendo valorização de 23 dólares, para o nível de 2.199 dólares por tonelada.
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