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quarta-feira, 12 de março de 2014

Café continua consistente na ICE e “ronda” os 205,00 cents por libra

Os contratos futuros de café arábica negociados na ICE Futures US encerraram esta terça-feira com altas, com o contrato de maio se consolidando acima do intervalo de 205,00 centavos. Ao longo da sessão, o segundo contrato chegou a tocar no melhor nível de preço desde 13 de fevereiro de 2012. Os ganhos se mostraram expressivos ao longo da maior parte do dia, entretanto, ao se aproximar da finalização dos negócios, uma desaceleração moderada foi registrada, o que, contudo, não fez com que o direcionamento de alta das cotações fosse interrompido. O temor com o clima no Brasil, as incertezas sobre o tamanho da safra do maior produtor mundial, a observação de que a disponibilidade global de café, ao contrário do que se imaginava há algumas semanas, será deficitária, a forte queda nas produções da América Central e Caribe devido à ferrugem do colmo são alguns dos fatores que mobilizam a casa de comercialização norte-americana e que fazem com que o cenário de volatilidade seja uma constante na ICE. Numa análise técnica, por sua vez, levando-se em conta o gráfico de longo prazo Fibonacci, observam-se dados interessantes e que podem nortear o atual mercado cafeeiro. Níveis significativos foram testados ao longo dos últimos dias, como 170,85 e 196,60 centavos de dólar por libra peso. abrindo espaço para que resistências ainda mais efetivas fossem testadas. Alguns operadores avaliam que o rompimento dos 50% da retração de Fibonacci, em 206,50 centavos, algo que efetivamente ocorreu, poderia abrir espaço para se buscar o novo objetivo, na retração dos 61,80%, que seria de 230,70 centavos de dólar. A partir de então, o "target" seria muito mais efetivo, em expressivos 308,90 centavos de dólar por libra peso, patamar próximo da alta histórica do café, em meados de1976, quando bateu nos 339,90 centavos por libra.


No encerramento do dia em Nova Iorque, a posição maio teve alta de 225 pontos, com 205,65 centavos de dólar por libra peso, com a máxima em 208,90 centavos e a mínima de 202,45 centavos, com o julho registrando avanço de 230 pontos, com 207,50 centavos por libra, com a máxima em 210,65 centavos e a mínima em 204,40 centavos. Na Euronext/Liffe, o maio teve alta de 33 dólares, com 2.180 dólares por tonelada, com o julho tendo valorização de 34 dólares, para o nível de 2.176 dólares por tonelada.

De acordo com analistas internacionais, o dia foi caracterizado por uma abertura modesta, no nível de 204,00 centavos, ao passo que algumas vendas especulativas chegaram a ser empreendidas. Entretanto, o maio não conseguiu romper a mínima da sessão passada, em 202,45 centavos, o que abriu espaço para que novas ordens de venda fossem acionadas. Os ganhos prevaleceram por grande parte do pregão, com a máxima chegando aos 208,90 centavos. Ao final do dia, algumas realizações limitaram os ganhos. No segmento externo, dia de perdas para as bolsas de valores nos Estados Unidos e estabilidade do dólar em relação a uma cesta de moedas internacionais. No segmento de commodities, queda considerável do dólar e, nos softs, o maior destaque foi o café, com oscilação de mais de 1%.

"Continuamos a ter um cenário de players nervosos e de muitas opiniões sobre safra e poucos dados realmente concretos. Efetivamente, a tendência é de que a incerteza perdure por mais tempo, ao menos até o início do processo de colheita no Brasil. Diante desse quadro, os vendidos se mostram mais que em alerta. As vendas de origens, por sua vez, são dosadas, mas em níveis interessantes, afinal, até mesmo esses players não sabem exatamente como dimensionar os problemas para a safra atual e mesmo a produção de 2015", disse um trader.

Os produtores de café do Vietnã venderam 55% de sua atual safra de café (2013/2014), aproveitando as elevações recentes de preço, avaliou a empresa Volcafé. Os preços do grão vietnamita tiveram reajuste de 18% no mercado local neste ano, o que permitiu aliviar a retração dos cafeicultores. Até 21 de fevereiro, segundo a companhia, as vendas do país estavam entre 35% e 40%, abaixo dos 53% registrados no ano passado. A Volcafé ressaltou que, diante das vendas mais consistentes, os estoques em mãos dos exportadores também tiveram uma "mudança de configuração".

As exportações brasileiras de café no mês de março, até o dia 10, totalizaram 170.946 sacas, queda de 32,5% em relação às 253.372 sacas embarcadas no mesmo período do mês anterior, de acordo com informações do Cecafé (Conselho dos Exportadores de Café do Brasil).

Os estoques certificados de café na bolsa de Nova Iorque tiveram alta de 4.120 sacas, indo para 2.593.768 sacas.

Tecnicamente, o maio na ICE Futures US tem resistência 208,90-209,00, 209,50, 209,90-210,00, 210,50, 211,00, 211,50, 212,00, 212,50,213,00, 213,50, 214,00 e 214,50 centavos de dólar, com o suporte em 202,45,202,00, 201,50, 201,00, 200,50, 200,10-200,00, 199,50, 199,00, 198,50, 198,00,197,50, 197,00, 196,50, 196,00 e 195,50 centavos.




Preços se mantêm fortes em Londres, mesmo com origens mais vendedoras

Os contratos futuros de café robusta negociados na Euronext/Liffe encerraram esta terça-feira com altas, com a posição maio se aproximando do nível psicológico de 2.200 dólares. Mais uma vez, a casa de comercialização britânica acompanhou o bom humor dos arábicas e várias operações de arbitragem foram identificadas, com a máxima reportada no dia atingindo os 2.195 dólares.


De acordo com analistas internacionais, as ações do dia seguiram o comportamento estampado ao longo do pregão da segunda-feira, quando se observou um predomínio das ações de compras de especuladores e fundos. O volume negociado ao longo desta terça esteve num nível ligeiramente inferior ao aferido na média recente da bolsa londrina.

"É possível que as origens tendam a relativizar suas vendas. Segundo um levantamento da Volcafé, o Vietnã comercializou cerca de 55%da produção de café da temporada, seguindo o bom andamento dos preços. Ainda assim, o mercado se manteve sustentado, por conta do temor dos players de que a oferta de arábica seja prejudicada, o que levaria as torrefações a voltar a ampliar a demanda pelos robustas", disse um trader.

O maio teve uma movimentação ao longo do dia de 7,63 mil contratos, contra 5,69 mil do julho. O spread entre as posições maio e julho ficou em 4 dólares.

No encerramento do dia, o maio teve alta de 33 dólares, com 2.180 dólares por tonelada, com o julho tendo valorização de 34 dólares, para o nível de 2.176 dólares por tonelada.


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