QUEBRA NA COLHEITA DE MG DEVE ALCANÇAR 20%, DIZ MATIELLO
As perdas em decorrência da seca e das altas temperaturas na
safra de café de Minas Gerais que será colhida este ano (2014/15) devem
alcançar cerca de 20%, de acordo com o consultor e pesquisador da Fundação
Procafé, José Braz Matiello. A Conab prevê que a produção no Estado,
responsável por cerca de metade da safra brasileira de café, será de 26,640
milhões de sacas no ciclo 2014/15, com variação de 2,9% para mais ou para
menos. As informações partem do Valor Econômico.
Matiello tem percorrido várias regiões produtoras de café do Estado e
afirma que, em alguns locais, como na Zona da Mata, as perdas poderão chegar a
30%. O que se vê nas lavouras são grãos ocos - ficam apenas com a casca e
não vão formar a semente que dará origem ao grão de café. "Não compensa
colher", diz Matiello, referindo-se a esses grãos. Já outros grãos tiveram o
desenvolvimento afetado e ficaram menores, segundo ele.
Os efeitos da atual seca também devem ser sentidos na próxima safra, a
2015/16, que será colhida ano que vem, de acordo com Matiello. O crescimento
dos ramos dos cafeeiros pode ser afetado, assim como o da chamada gema floral,
onde se formam os novos botões de flores que se transformarão em frutos no ano
que vem.
Chuvas mais intensas em São Paulo, Minas Gerais e sul do Rio de Janeiro
estão previstas somente para os dias 19 a 25 deste mês, segundo Gustavo
Verardo, da Somar Meteorologia.
A estiagem também traz prejuízos à cafeicultura do Espírito Santo,
segundo maior produtor nacional do grão e o maior da espécie robusta
(conilon). Cooperativas e sindicatos rurais projetam, preliminarmente, queda de
20% na produção ante a estimativa inicial de 12 milhões a 12,5 milhões de
sacas (arábica e conilon) em 2014/15, conforme Evair Vieira de Melo,
diretor-presidente do Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e
Extensão Rural (Incaper).
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