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terça-feira, 11 de fevereiro de 2014

Café mantém tensão sobre clima e fecha com ganhos modestos

Os contratos futuros de café arábica negociados na ICE Futures US tiveram uma sessão de ganhos modestos, permitindo fazer com que o março se posicionasse acima dos 135,00 centavos. Apesar de nos terminais as variações não terem apresentado grandes oscilações, o dia foi caracterizado por um volume significativamente expressivo de negócios produzidos e rapidamente as rolagens, principalmente entre março e maio, vão ganhando corpo. O contrato de março terá o início da sua notificação no próximo dia 20 de fevereiro e, no atual momento, a primeira posição tem um volume ligeiramente maior de contrato sem aberto que a segunda. Apesar desse movimento técnico, o café continua a operar baseado em preocupações com o clima no Brasil. As empresas de meteorologia apontam que o cenário de calor intenso e seca só deverá ser amenizado na segunda quinzena deste mês e, diante disso, o nervosismo dos players continua. Na visão de muitos operadores, os players não têm como dimensionar qual o efeito que esse quadro climático trará para a safra brasileira. Diante disso, a disponibilidade será afetada, mas a incerteza de qual será o prejuízo para a safra faz com que os terminais se mostrem mais nervosos, sem um direcionamento mais concreto. O mercado também avaliou os números apresentados na última sexta-feira pela Commodity Futures Tranding Comission sobre o posicionamento dos fundos, tendo como data base o dia 07 de fevereiro. Entre futuros e opções, esses players contavam com 12.942 posições líquidas compradas. Ou seja, uma mudança muito expressiva em relação ao quadro de 28 de janeiro, quando os grandes fundos contavam com 917 posições líquidas vendidas. Ou seja, um reflexo direto das fortes altas experimentadas ao longo dos últimos dias, na esteira da preocupação com o clima brasileiro.

No encerramento do dia em Nova Iorque, a posição março teve ganho de 50 pontos, com 136,20 centavos de dólar por libra peso, com a máxima em 138,20 centavos e a mínima de 132,90 centavos, com o maio registrando avanço de 60 pontos, com 138,45 centavos por libra, com a máxima em 140,40 centavos ea mínima em 135,10 centavos. Na Euronext/Liffe, o março teve alta de 20dólares, com 1.796 dólares por tonelada, com o maio tendo valorização de 21dólares, para o nível de 1.788 dólares por tonelada.

De acordo com analistas internacionais, o dia foi de preços dentro de um nível próximo dos 135,00 centavos. Ao longo da manhã, os vendedores foram mais consistentes, mas as liquidações não tiveram prosseguimento, o que abriu espaço para algumas recompras e coberturas deposições short e para a consolidação dos ganhos modestos ao final dos negócios. No segmento externo, o dia foi de poucas oscilações das bolsas nos Estados Unidos e de uma queda ligeira do dólar em relação a uma cesta de moedas internacionais. As commodities softs tiveram um dia negativo, sendo que apenas o café conseguiu desempenho satisfatório.

"O clima continua na agenda de prioridade de muitos players e o mercado ainda se movimenta ao sabor de boletins meteorológicos vindos do Brasil. Com a incerteza do que esse quadro de seca e calor poderá redundar efetivamente para a produção cafeeira deste ano e dos próximos também, vários operadores continuam cautelosos, não querendo ampliar suas posições vendidas. A tendência é que esse comportamento mais conservador seja preservado, ao menos no curto prazo", disse um trader.

"A produção mundial de 2014/2015 deve ser deficitária e o quadro também prejudicará o ciclo de 2015/2016, fatores que se somam a problemas de fungos na América Central e baixos tratos culturais que agravam o quadro. Mesmo que as chuvas comecem a cair, o que alguns institutos de meteorologia crêem que acontecerá já no próximo final de semana, o tempo seco e as temperaturas elevadas de janeiro já causaram um estrago, o que fará que compradores provenham suporte ao terminal de 130 centavos de dólar para baixo. Os produtores de robusta têm tudo para ver seu produto ganhar mais rapidamente participação no mercado, mas para isso precisam ser confirmadas safras acima de30 milhões de sacas no Vietnã como alguns sugerem que aconteça já no próximo ano", indicou Rodrigo Corrêa da Costa, da Archer Consulting.

Segundo Paulo Henrique Leme, professor da Universidade de Lavras, em Minas Gerais, ainda não é possível medir o impacto total do quadro de seca e calor. De acordo com o docente, esse cenário é praticamente generalizado em todo o cinturão cafeeiro do Brasil. Ele lembrou que, ao contrário de uma geada, por exemplo, onde é possível se ver o que queimou e oque foi danificado nos cafezais, na seca essa condição não existe. As perdas, segundo o professor, estão em 20% a 30% em algumas regiões, enquanto outras ficam em 10%. “Já tem gente falando de perdas de 6 milhões de sacas, o que ébastante coisa quando se trata de cafeicultura brasileira”, complementou.

As exportações brasileiras no mês de fevereiro, até o dia07, totalizaram 265.741 sacas de café, queda de 16,0% em relação às 316.363sacas embarcadas no mesmo período do mês anterior, de acordo com informações do Cecafé (Conselho dos Exportadores de Café do Brasil).

Os estoques certificados de café na bolsa de Nova Iorque tiveram alta de 2.072 sacas, indo para 2.641.755 sacas.

Tecnicamente, o março na ICE Futures US tem resistência138,20, 138,50, 139,00, 139,50, 139,90-140,00, 140,50, 141,00, 141,50, 142,00,142,50, 142,75, 143,00, 143,50, 144,00, 144,15, 144,50-144,55, 145,00, 145,50, 145,80e 146,00 centavos de dólar, com o suporte em 132,90, 132,50, 132,05-132,00,131,60-131,50, 131,00, 130,50, 130,10-130,00, 129,50, 129,00, 128,50, 128,00,127,50, 127,00, 126,50 e 126,00 centavos.      




Londres ganha corpo e sobe, mas fica abaixo dos 1.800 dólares

Os contratos futuros de café robusta negociados na Euronext/Liffe conseguiram reverter parte das perdas registradas ao longo da última sexta-feira e finalizaram as ações da sessão com ganhos. Os preços se movimentaram dentro de um range acima dos 1.750 dólares e abaixo dos 1.800dólares, sendo que o encerramento do pregão ficou próximo da máxima do dia, que atingiu os 1.799 dólares.

De acordo com analistas internacionais, o dia foi técnico, com algumas liquidações tendo sido registradas, sem que tal movimento conseguisse, ao final do processo, ter uma sustentação. Isso abriu espaço para uma ação de recompra e, pouco a pouco, os preços foram ganhando corpo e a finalização do dia se deu no lado positivo da escala de preços.

"Os compradores voltaram a seguir o andamento de Nova Iorque e, por outro lado, as origens não se mostraram tão ativas. Diante disso, conseguimos construir alguns ganhos, ainda que sem romper uma resistência importante, como é o caso dos 1.800 dólares", disse um trader, que lembrou que Londres continua a ter um bom movimento de rolagens, notadamente entre março e maio.

O março teve uma movimentação ao longo do dia de 8,15 mil contratos, contra 8,54 mil do maio. O spread entre as posições março e maio ficou em 8 dólares.

No encerramento do dia, o março teve alta de 20 dólares, com1.796 dólares por tonelada, com o maio tendo valorização de 21 dólares, para o nível de 1.788 dólares por tonelada.

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