Café tem nova alta e posição maio fica próxima dos 180 cents na ICE
Os contratos futuros de café arábica negociados na ICE Futures US encerraram esta quinta-feira com altas, com a posição maio, mais uma vez, voltando a flutuar num patamar próximo ao nível psicológico de 180,00centavos. Diante das fortes volatilidades recentes, o que se verificou na casa de comercialização norte-americana ao longo do dia foi digno de se classificar como calma. Os preços não variaram de forma tão intensa e, ao longo de boa parte do pregão, o maio tendeu a gravitar perto do referencial psicológico. Mais uma vez, o clima esteve na ordem do dia dos operadores. Algumas chuvas são esperadas para o cinturão cafeeiro do Brasil no final de semana e também nos feriados de Carnaval, mas poucos se arriscam em avaliar se essas precipitações serão suficientes para interromper o atual déficit hídrico, que afeta sobremaneira o enchimento dos grãos. Independentemente disso, os participantes também já trabalham com cenários de cálculo de perdas. Quase que a maioria dos agrônomos e especialistas afirma que a quebra é irreversível, mas ainda não se tem um percentual de quanto será a diminuição da safra. Por sua vez, também existe o problema da qualidade. Várias regiões do Brasil observam que os grão sem formação estão com tamanhos menores que os tradicionais e não são poucas as áreas cafeeiras que aferem um número grande de grãos chochos, cujo valor de mercado é muito menor.
No encerramento do dia em Nova Iorque, a posição maio teve alta de 160 pontos, com 179,30 centavos de dólar por libra peso, com a máxima em 180,70 centavos e a mínima de 176,40 centavos, com o julho registrando ganho de 155 pontos, com 181,20 centavos por libra, com a máxima em 182,45 centavos e a mínima em 178,40 centavos. Na Euronext/Liffe, o março teve alta de 78 dólares, com 2.099 dólares por tonelada, com o maio tendo valorização de 38 dólares, para o nível de 2.034 dólares por tonelada.
De acordo com analistas internacionais, o dia apresentou um caráter menos intenso, até com algum viés consolidativo. Diante da manutenção das incertezas, alguns desses especialistas avaliaram que o nível de 180,00centavos pode ser um "porto seguro" para alguns players, que não se sentem muito afeitos a liquidar, já que poderiam ser surpreendidos com números de disponibilidade ainda mais severos que os ventilados, mas que também crêem que não conveniente ficar comprando de maneira exacerbada. No segmento externo, o dia foi de alta para as bolsas de valores nos Estados Unidos e queda do dólar ante uma cesta de moedas internacionais. Nas commodities softs, alta para praticamente todas as matérias-primas.
"As dúvidas se mantêm recorrentes sobre a extensão dos prejuízos nas lavouras brasileiras de café. Vamos ter um efeito na disponibilidade global do grão e, com a provável ocorrência de um déficit da oferta, os estoques deverão recuar ainda mais. Lembrando que os volumes armazenados já se encontram num viés de baixa, notadamente os certificados nas bolsas de Nova Iorque e Londres. E a tendência, em geral, é de terminais em alta quando os estoques se mostram baixos", disse um trader.
As remessas internacionais para diversos destinos de café do Vietnã deverão apresentar alta de 60% em volume e de 36% em receita neste mês de fevereiro, na comparação com o mesmo período de 2013, de acordo com cálculos do Escritório de Estatísticas Gerais do Vietnã. Em volume, as vendas para o exterior deverão somar 160 mil toneladas no mês, e em receita, 298 milhões de dólares. Em janeiro, o Vietnã embarcou 143 mil toneladas, ao passo que a receita cambial somou 265 milhões de dólares. No acumulado da safra atual (01de outubro de 2013 a 31 de janeiro), o Vietnã embarcou 580 mil toneladas de café, contra 706 mil toneladas vendidas para o exterior no período anterior. A receita acumulada soma 1,084 bilhão de dólares, 38,7% a menos que os 1,494 bilhão do mesmo período de 2012/2013.
As exportações brasileiras de café no mês de fevereiro, até o dia 26, totalizaram 1.680.031 sacas, alta de 6,39% em relação às1.579.490 sacas embarcadas no mesmo período do mês anterior, de acordo com informações do Cecafé (Conselho dos Exportadores de Café do Brasil).
Os estoques certificados de café na bolsa de Nova Iorque tiveram queda de 2.475 sacas, indo para 2.624.503 sacas.
Tecnicamente, o maio na ICE Futures US tem resistência180,70, 181,00, 181,25, 181,50, 182,00, 182,50, 183,00, 183,50-183,60, 184,00,184,50, 184,90-185,00, 185,50, 186,00 e 186,50 centavos de dólar, com o suporte em 176,40, 176,00, 175,50, 175,00, 174,50, 174,00, 173,50, 173,00, 172,50,172,00, 171,50, 171,05-171,00, 170,50, 170,10-170,00, 169,70, 169,50, 169,00 e168,50 centavos.
Londres mantém ritmo positivo e fica acima dos US$ 2 mil
Os contratos futuros de café robusta negociados na Euronext/Liffe encerraram esta quinta-feira com altas, mais uma vez com aposição maio gravitando proximamente do nível especulativo de 2.000 dólares. O volume comercializado se manteve perto da média recente da bolsa londrina, que continua a dar a demonstração de ter um mercado sustentado e com possibilidade de até mesmo buscar níveis mais consistentes.
De acordo com analistas internacionais, o dia foi caracterizado por uma tentativa inicial de pressão aos preços, no entanto, o máximo conseguido pelos vendedores foi levar o maio até a mínima de 1.998dólares. A partir daí, várias compras especulativas passaram a ser identificadas, com a máxima atingindo 2.042 dólares. Algumas vendas ligeiras foram identificadas nesse nível, mas não o suficiente para inverter o quadro.
"Continuamos a acompanhar, ainda que a uma certa distância, o que ocorre com os arábicas em Nova Iorque. Aqueles cafés subiram bem mais que os robustas, mas, esse movimento permitiu que a volta dos vietnamitas às mesas de comercialização não produzissem pressão. Pelo contrário, as cotações voltaram a ganhar corpo e o nível de 2 mil dólares foi buscado. Efetivamente, o temor com a quebra de safra do Brasil reflete positivamente também nos preços em Londres", disse um trader.
O março teve uma movimentação ao longo do dia de 2,07 mil contratos, contra 10,9 mil do maio. O spread entre as posições março e maio ficou em 65 dólares.
No encerramento do dia, o março teve alta de 78 dólares, com2.099 dólares por tonelada, com o maio tendo valorização de 38 dólares, para o nível de 2.034 dólares por tonelada.
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