Café mantém níveis na ICE mesmo com perspectiva de chuvas no Brasil
Os contratos futuros de café arábica negociados na ICE Futures US encerraram esta sexta-feira com altas ligeiras, mas com a manutenção dos preços próximos do nível psicológico de 140,00 centavos. O dia foi relativamente tranquilo e a preponderância das ações foi de rolagens deposições, principalmente entre março, maio e julho. A partir da próxima quinta-feira, dia 20 de fevereiro, tem início o período de notificação do primeiro contrato na casa de comercialização norte-americana. Os participantes continuam a avaliar os boletins meteorológicos vindos do Brasil. Algumas empresas indicam que as chuvas poderão ser mais efetivas neste final de semana no cinturão cafeeiro do país, com as temperaturas podendo diminuir ligeiramente. A expectativa reside no volume dessas águas e no potencial de recuperação das plantas. Entretanto, muitos especialistas indicam que já houve um prejuízo efetivo para a produção, sendo que agora passa a existir a tendência de se calcular essa quebra. Tal cálculo terá uma leitura muito importante para questões como a disponibilidade global do grão e poderá ser uma garantia para a manutenção dos preços ou então um estímulo para que os bears(baixistas) voltem a ganhar corpo.
No encerramento do dia em Nova Iorque, a posição março teve ganho de 20 pontos, com 139,90 centavos de dólar por libra peso, com a máxima em 140,60 centavos e a mínima de 137,20 centavos, com o maio registrando alta de 35 pontos, com 142,30 centavos por libra, com a máxima em 142,90 centavos e a mínima em 139,45 centavos. Na Euronext/Liffe, o março teve queda de 14dólares, com 1.810 dólares por tonelada, com o maio tendo desvalorização de 16dólares, para o nível de 1.806 dólares por tonelada.
De acordo com analistas internacionais, a sessão desta sexta-feira foi técnica na bolsa nova-iorquina, com a volatilidade mais agressiva, tão evidente em pregões recentes, dando lugar a oscilações apenas modestas. O primeiro contrato flutuou dentro de um range de 340 pontos, sendo que, ao longo da maior parte do dia, os preços se mantiveram no lado negativo da escala. A abertura se deu com uma fraqueza mais efetiva, mas, pouco a pouco, o março conseguiu se recuperar e até romper a máxima da quinta-feira, em 139,85centavos, tocando a máxima de 140,35 centavos. Nesse nível, no entanto, os vendedores voltaram à tona e algumas baixas passaram a ser identificadas. Porém, nos últimos lances do dia, algumas recompras se processaram e o fechamento se deu muito próximo do encerramento do pregão anterior. No segmento externo, o dia foi de ligeiros avanços para a S&P 500 e Dow Industrials, nos Estados Unidos, ao passo que a Nasdaq reverteu a tendência inicial e fechou com perdas. O dólar teve ligeira retração em relação a várias moedas internacionais, mas voltou a cair fortemente em relação ao real brasileiro. Já as commodities softs tiveram um dia de tranquilidade, com poucas oscilações.
"É interessante notar que o mercado não deu uma 'resposta' mais efetiva para as chuvas no Brasil. Ao longo dos últimos dias já se tinha a perspectiva de que o cinturão cafeeiro teria o retorno das águas e, mesmo assim, conseguimos manter um parâmetro de preço muito próximo dos 140,00 centavos. Uma leitura, ainda que apressada, pode sugerir que o mercado efetivamente acredita que houve prejuízos consideráveis à safra brasileira após esse período de seca e de temperaturas altíssimas", disse um trader.
A empresa de comércio de commodities Olam International registrou uma retração de 12,5% no lucro do segundo trimestre. A companhia, no entanto, avalia que a recuperação dos preços do café poderia aumentar o desempenho no decorrer do ano comercial. A empresa sediada em Cingapura e um dos grandes players globais de café e indicou que seus números foram afetados pelo café, que sofreu em 2013 com preços bastante deprimidos. A Olam sustenta que é otimista quanto aos preços do arábica, ao passo que se mostra neutra em relação aos robustas, principalmente devido ao fato de o Vietnã ter uma grande safra no ano. A companhia avaliou que o Brasil poderá ter uma quebra de safra, devido ao clima, tendendo a colher entre 50 e 51 milhões de sacas em 2014.
As exportações brasileiras de café no mês de fevereiro, até o dia 13, totalizaram 782.288 sacas, alta de 13,36% em relação às 690.044 sacas embarcadas no mesmo período do mês anterior, de acordo com informações do Cecafé(Conselho dos Exportadores de Café do Brasil).
Os estoques certificados de café na bolsa de Nova Iorque tiveram alta de 3.615 sacas, indo para 2.632.640 sacas.
Tecnicamente, o março na ICE Futures US tem resistência140,60, 141,00, 141,50, 142,00, 142,50, 142,75, 143,00, 143,50, 144,00, 144,15,144,50-144,55, 145,00, 145,50, 145,80, 146,00, 146,50, 147,00, 147,50, 148,00,148,50 e 149,00 centavos de dólar, com o suporte em 137,20, 137,00, 136,50,136,35, 136,00, 135,50, 135,00, 134,50, 134,00, 133,50, 133,00, 132,90, 132,50,132,05-132,00, 131,60-131,50, 131,00, 130,50, 130,10-130,00, 129,50 e 129,00centavos.
Londres tem sessão de baixas, mas suportes são preservados
Os contratos futuros de café robusta negociados na Euronext/Liffe encerraram esta sexta-feira com quedas, em uma sessão caracterizada pela manutenção do quadro que vigorou ao longo de praticamente toda a semana: rolagens prevalecendo e preços flutuando não muito distantes do nível psicológico de 1.800 dólares.
De acordo com analistas internacionais, a sessão foi caracterizada, mais uma vez, por uma oscilação pouco efetiva, com a primeira posição flutuando dentro de um intervalo consideravelmente curto. A abertura do dia já se deu no lado negativo da escala, com retração de 14 dólares (1.810dólares), sendo que em momento algum da sessão foi registrado um avanço para os preços. Os vendedores, entretanto, foram contidos e não conseguiram fazer com que o março se afastasse mais consistentemente do patamar de 1.800 dólares.
"Algumas empresas começam a projetar um cenário para os robustas no qual seria até possível a manutenção de intervalos como os hoje praticados, principalmente se o Brasil tiver realmente uma quebra mais forte. Um grande senão para isso se efetivar é o Vietnã, já que efetivamente o país deverá ter uma safra muito grande, com cerca de 28 milhões de sacas, o que significa uma pressão considerável", disse um trader.
O março teve uma movimentação ao longo do dia de 2,54 mil contratos, contra 6,30 mil do maio. O spread entre as posições março e maio ficou em 4 dólares.
No encerramento do dia, o março teve queda de 14 dólares, com 1.810 dólares por tonelada, com o maio tendo desvalorização de 16 dólares, para o nível de 1.806 dólares por tonelada.
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