Café volta a recuar na ICE, mas não testa nível de 145 cents 
  Os contratos futuros de café arábica negociados na ICE Futures US encerraram esta terça-feira com quedas, devolvendo parte dos ganhos da sessão passada. Vendas especulativas foram registradas desde a primeira parte do pregão, com os preços chegando a flutuar no nível de 145,00 centavos de dólar por libra, sem, no entanto, romper esse nível psicológico. Mais uma vez, os baixistas se mostraram efetivos e conseguiram conter os ganhos iniciados na primeira sessão da semana. O patamar de 151,00 centavos, que foi a máxima da sessão anterior, não conseguiu ser testado, o que também abriu perspectivas para que os bears (baixistas) fossem estimulados a efetuar novas vendas. 
Tecnicamente, o mercado continua se mostrando baixista, com níveis importantes de preço, como o de 150,00 centavos, não conseguindo ser preservados, o que abre a perspectiva para que os níveis de retração observados ao final do ano passado possam ser buscados, ainda que o mercado se mostre, efetivamente, sobrevendido. Para operadores, no curto prazo, a tendência deverá se manter dentro desse padrão baixista, mas com as safras mais baixas de players como Brasil e centro-americanos podendo passar a dar algum suporte para a recuperação de preços. 
No encerramento do dia, o março em Nova Iorque apresentou baixa de 225 pontos, com 148,15 centavos, sendo a máxima em 150,45 e a mínima em 145,65 centavos por libra, com o maio tendo desvalorização de 220 pontos, com a libra a 150,95 centavos, sendo a máxima em 153,10 e a mínima em 148,45 centavos por libra. Na Euronext/Liffe, em Londres, a posição março teve queda de 48 dólares, com 1.915 dólares por tonelada, com o maio tendo desvalorização de 46 dólares, com 1.924 dólares por tonelada. 
De acordo com analistas internacionais, o dia foi caracterizado por ações técnicas, com os baixistas contendo, de maneira célere, os ganhos mais efetivos que haviam sido obtidos ao longo da sessão anterior. Por outro lado, o nível de 145,00 centavos não conseguiu também ser testado, o que abriu espaço para que uma recuperação parcial fosse efetivada e o fechamento se desse com perdas relativas. Segundo Jack Scoville, vice-presidente da Price Futures Group, os futuros de café podem voltar a experimentar altas, já que os grandes fundos estariam preparando uma movimentação de ajustes a partir desta quarta-feira. O especialistas sustentou que esses fundos necessitariam adquirir mais contratos de café para equalizar seus índices e essa idéia especulativa foi ganhando forma nas compras observadas na segunda-feira. O fechamento positivo da sessão do primeiro dia da semana sugere que o mercado pode ter potencial para se mover para cima no decorrer desta semana. Os gráficos ainda mostram que Nova Iorque e São Paulo estão trabalhando dentro de um range determinado, sendo que poderiam tentar completar um "bottom". Os futuros em Londres estão mostrando alta no curto prazo, com os trader destacando a apertada disponibilidade de café no mercado. 
"Tivemos uma sessão em que os baixistas voltaram a demonstrar reação, indicando que o quadro para o café continua operando num viés próximo daquele verificado ao final do ano passado, ou seja, negativo, baixista, mesmo diante de um quadro sobrevendido que se alastra por um período considerável", disse um trader. 
As exportações de café do Brasil em janeiro, até o dia 7, somaram 90.711 sacas, contra 312.807 sacas registradas no mesmo período de janeiro, informou o Cecafé (Conselho dos Exportadores de Café do Brasil). 
Os estoques certificados de café na bolsa de Nova Iorque tiveram queda de 946 sacas, indo para 2.585.000 sacas. O volume negociado no dia na ICE Futures US foi estimado em 20.943 lotes, com as opções tendo 8.781 calls e 3.710 puts — floor mais eletrônico. Tecnicamente, o março na ICE Futures US tem uma resistência em 150,45-150,50, 151,00, 151,50, 151,95-152,00, 152,50, 153,00, 153,50, 154,00, 154,50, 154,90-155,00, 155,50, 156,00, 156,50, 157,00 e 157,50 centavos de dólar por libra peso, com o suporte em 145,65, 145,50, 145,10-145,00, 144,50, 144,00, 143,50, 143,00, 142,60-142,50, 142,00, 141,50 e 141,00 centavos por libra. 
Londres tem dia movimentado e fecha com forte retração 
  Os contratos futuros de café robusta negociados na Euronext/Liffe encerraram esta terça-feira com fortes quedas, em uma sessão caracterizada por um forte volume de lotes comercializados. Apesar das oscilações mais consistentes, a posição março conseguiu se manter dentro do nível de 1.900 dólares ao longo de todo o dia, tocando a mínima de 1.907 dólares. Nesse nível, algumas recompras ligeiras foram efetuadas. 
De acordo com analistas internacionais, o dia foi caracterizado pelas liquidações especulativas e de fundos. Após uma abertura consistente, no patamar de 1.964 dólares, algumas altas foram buscadas, com a máxima tocando em 1.974 dólares. No entanto, a partir desse nível, várias ordens de venda passaram a ser emitidas e as baixas se sucederam, mas com a preservação do nível psicológico de 1.900 dólares. "Segundo dados de uma das maiores tradings locais, as vendas de café do Vietnã estariam bastante lentas, em níveis de cerca de 30% da safra, sendo que, tradicionalmente, neste período do ano, as vendas já teriam passado dos 50%. Isso teria possibilitado os ganhos recentes, mas também estimula algumas realizações, como nesta terça-feira. A tendência é que os vietnamitas se tornem mais reticentes nos próximos dias, devido ao Ano Novo Lunar", disse um trader. Esse é o principal feriado do país indo-chinês e tem início na quinta-feira, se estendendo até o começo da próxima semana. 
O dia na bolsa de Londres teve o contrato de café de março com uma movimentação de 13,2 mil lotes, com o maio tendo 5,35 mil lotes negociados. O spread entre as posições março e maio ficou em 9 dólares. No encerramento da sessão na Euronext/Liffe, a posição março teve queda de 48 dólares, com 1.915 dólares por tonelada, com o maio tendo desvalorização de 46 dólares, com 1.924 dólares por tonelada. 
Comentário sobre mercado de café de Jack Scoville 
  Os futuros de café podem voltar a experimentar altas, já que os grandes fundos estariam preparando uma movimentação de ajustes a partir desta quarta-feira na ICE Futures US. Esses fundos necessitariam adquirir mais contratos de café para equalizar seus índices e essa idéia especulativa foi ganhando forma nas compras observadas na segunda-feira. O fechamento positivo da sessão do primeiro dia da semana sugere que o mercado pode ter potencial para se mover para cima no decorrer desta semana. Os gráficos ainda mostram que Nova Iorque e São Paulo estão trabalhando dentro de um range determinado, sendo que poderiam tentar completar um "bottom". Os futuros em Londres estão mostrando alta no curto prazo, com os trader destacando a apertada disponibilidade de café no mercado. O Brasil ainda teria muito de sua produção para vender e vê, no curto prazo, as ofertas de concorrentes como América Central e Colômbia. A safra atual brasileira tem um desenvolvimento muito bom, com temperaturas moderadas sendo reportadas, mas as zonas produtoras poderiam ter um pouco mais de chuva para conseguir melhorar ainda mais essa formação dos frutos. A safra da América Central está sendo colhida e as condições também são boas. Há relatos de ocorrência generalizada da ferrugem do colmo nas lavouras e isso deve se tornar um grande problema para a região. Os produtores centro-americanos e mexicanos esperam uma produção menor no próximo ano devido, justamente, a esse ataque incisivo da ferrugem. As condições reportadas pela Colômbia são boas. 
Dólar fecha aos R$ 2,038 em alta sustentada por demanda de importadores
São Paulo, SP - O dólar fechou em alta, impulsionado pela demanda 
de importadores e seguindo a tendência de valorização da divisa no exterior.
As importadoras acentuaram sua atuação na ponta de compra já no fim da manhã, 
aproveitando a oportunidade criada pela baixa da moeda americana no início do 
dia.
O dólar fechou com alta de 0,39%, cotado a R$ 2,038. Entre a mínima e a máxima 
do dia, a moeda oscilou entre R$ 2,022 e R$ 2,042.
"Quando o dólar cai abaixo de R$ 2,03, o mercado fica muito mais comprador", 
disse o gerente de câmbio de uma corretora. Com a moeda abaixo desse nível 
alguns agentes, especialmente importadoras, que têm maior demanda por dólares, 
acabam entrando no mercado para garantir melhores taxas na contratação do 
câmbio.
Isso acontece mesmo no caso daquelas companhias que apostam que a tendência 
para o dólar agora é de baixa, diz o executivo.
Muitos profissionais, porém, não esperam altas mais fortes da moeda americana, 
graças principalmente ao aumento previsto no fluxo cambial, refletindo as 
medidas tomadas pelo Banco Central e pelo governo no ano passado para facilitar 
a entrada de recursos no país.
Outro fator que impediria altas mais consistentes do dólar é a sinalização do 
BC de que está mais preocupado com o aumento da inflação e que poderia utilizar 
o câmbio para compensar pressões sobre os preços.
Para a estrategista de câmbio do RBS Flavia Cattan-Naslausky, a pressão 
inflacionária, concentrada entre janeiro e fevereiro no Brasil, aliada à 
incerteza com a possibilidade de racionamento de energia, sugere que o BC será 
menos firme na defesa do piso de R$ 2 para o câmbio do que foi em agosto.
A tendência de queda do dólar, porém, não é consenso. O diretor-executivo de um 
banco acredita que a tendência continua sendo de desvalorização do real. "O 
governo e o BC não sabem o que fazer com o câmbio. Têm medo da inflação, mas 
também sabem que o crescimento está patinando", disse.
Segundo ele, o ano começou mal, com inflação em alta e poucos sinais de que o 
ambiente de negócios melhorou no país. "A preocupação com o possível 
racionamento só piora a situação", disse.
A tendência do dólar é ainda de alta. No exterior, o Dollar Index, que 
acompanha o desempenho do dólar ante uma cesta de seis moedas, subia 0,20%, a 
80,33 pontos, enquanto o euro, principal componente dessa cesta, caía 0,28%, a 
US$ 1,308.
Setor elétrico `queima` parte de ganho da Bovespa no ano 
O Ibovespa cravou o terceiro dia seguido de baixa, dando sequência a um 
movimento que praticamente zerou os ganhos que a bolsa brasileira havia 
acumulado nos primeiros pregões de 2013. A desvalorização das ações do setor de 
energia elétrica, associada a um processo de realização de lucros, acabou sendo 
fundamental para o movimento da bolsa.
O índice Bovespa fechou em baixa de 1,29%, aos 61.127 pontos. O volume 
financeiro somou R$ 7,3 bilhões. No ano, o Ibovespa ainda preservou algum 
ganho, de 0,28%, resultado de compras realizadas na semana passada, quando o 
saldo de capital externo somou R$ 1,247 bilhão (até 4 de janeiro).
Nessa gangorra, as ações que lideraram os ganhos até o dia 7 de janeiro foram 
os destaques de baixa ontem. A petroleira OGX, cuja ação liderava as altas do 
Ibovespa em 2013 com ganho de 15,3%, fechou a terça-feira cotada em baixa de 
4,35%, a R$ 4,83.
A pressão sobre o setor elétrico segue firme. Apesar de o governo ter garantido 
que não haverá racionamento, os investidores viram nova rodada de elevação de 
risco para o segmento e optaram pela venda. Assim, Eletrobrás PNB liderou as 
perdas, com recuo de 9,35%, para R$ 9,69, seguida por Eletrobrás ON (-8,44%), 
Cesp PNB (-5,49%, a R$ 17,71) e Eletropaulo PN (-4,39%, a R$ 14,80).
Segundo o estrategista de varejo da Bradesco e da Ágora Corretora, José 
Francisco Cataldo, os temores de racionamento pegaram os analistas no momento 
em que tentavam estabelecer novos preços-alvo para as companhias, depois de um 
2012 bastante turbulento. "É mais um risco que deve ser acrescentado ao 
segmento, que já sofreu com a questão das renovações das concessões."
O dia também teve notícias ruins para empresas que acabaram engrossando a lista 
das maiores baixas. Caso de Embraer (-4,24%), MMX (-3,59%) e Natura (-4,64%). A 
fabricante de aviões reagiu a um rebaixamento de recomendação feito pelo banco 
J.P. Morgan, que reduziu a classificação de "neutra" para "underweight" 
(posicionamento abaixo da média do mercado). Os analistas do banco dizem que as 
ações não estão refletindo a queda nas entregas comerciais. "Estamos reduzindo 
nossa estimativa de entregas do E-Jet em 2014, de 80 para 60", afirmam em 
relatório. Para 2013, eles estimam 85 unidades entregues, contra 105 em 2012.
As ações ordinárias da MMX recuaram com a notícia de autuações da Receita 
Federal no valor de R$ 3,7 bilhões. Informação semelhante derrubou a Natura.
O segmento de petróleo também sofreu. Para profissionais, Petrobras foi afetada 
pelo ajuste geral da bolsa, em função de sua liquidez. Sua ação PN caiu 2,88%, 
para R$ 19,50. Na mesma linha seguiu HRT, que perdeu 10,44%, depois de ter 
subido 19,4% até o dia 7. Operadores afirmaram que a empresa teve recomendação 
rebaixada pelo Safra.
Na Europa e nos EUA, os principais índices acionários terminaram o dia em leve 
queda, influenciados por dados mistos divulgados na zona do euro e com os 
investidores à espera do balanço da Alcoa, programado para sair após o 
fechamento de Wall Street.
O índice FTSE 100, da bolsa de valores de Londres, caiu 0,18%; o DAX, de 
Frankfurt, recuou 0,48%.
Em Wall Street, o Dow Jones encerrou com baixa de 0,4%. O S&P 500 recuou 0,3%. 
E o Nasdaq Composite teve queda de 0,2%.
Na outra ponta, apareceu o CAC-40, de Paris, que subiu 0,03%; o FTSE Mib, de 
Milão, com ganhos de 0,33%; e o Ibex 35, de Madri, que subiu 0,40%.
Ibovespa e `blue chips` afastam aplicador de ações
O Ibovespa experimentou o voo desajeitado de galinha em 2012. Teve uma 
arrancada animadora no começo do ano e andou de forma instável nos meses 
seguintes dado o peso de passageiros indesejados: os problemas externos. O 
Indice Bovespa (Ibovespa), principal termômetro da bolsa, passou a chacoalhar 
ao sabor do noticiário internacional, o que assustou o investidor. "A 
volatilidade não favorece os fundos de renda variável, que poderiam captar mais 
com juros baixos", afirma Carlos Massaru Takahashi, presidente da BB DTVM, 
gestora do Banco do Brasil.
Também não favoreceu a permanência da pessoa física no mercado de ações. Pelo 
menos, é o que sugerem os dados sobre a participação dos investidores 
individuais no segmento Bovespa. Apesar de o número de contas de pessoas 
físicas no mercado de ações ter crescido 0,68% em 2012, a participação do 
poupador caiu. No ano passado, os 587.165 investidores movimentaram 17,9% do 
volume financeiro do segmento Bovespa. Em 2011, os 583.202 poupadores haviam 
movimentado um parcela maior: 21,4%. É interessante notar que de novembro até o 
final de dezembro, mês que concentrou a maior parte da alta do Ibovespa, 6.952 
pessoas físicas deixaram a bolsa. No fim de novembro, o mercado contava com 
594.117 contas de investidores individuais.
Ainda que de forma tímida, as pessoas físicas experimentaram a compra de um 
ativo relativamente novo no Brasil e com nome estrangeiro. São os ETFs 
(Exchange Traded Funds) ou fundos de índices de ações, que começaram a ser 
negociados no país em 2008. Segundo a BM&FBovespa, 10,5% do volume financeiro 
foi negociado por investidores individuais. A participação é menor do que em 
2011, ano em que a pessoa física respondeu por 15,1% do volume negociado em 
ETFs. Isso não significa que o poupador perdeu o interesse nesse tipo de ativo. 
Em valores absolutos, o aporte da pessoa física aumentou 64%. O motivo é o fato 
de a aplicação movimentar em 2012 quatro vezes mais volume do que em 2011. Um 
dos motivos foi o lançamento de cinco novos ETFs. Em 2011, os 10 ETFs haviam 
movimentado R$ 12,11 bilhões. Em 2012, os 15 ETFs movimentaram R$ 28,45 bilhões.
Os dados da BM&FBovespa também sinalizam que alguns poupadores organizados em 
clubes de investimento decidiram sair. O ano de 2012 se encerrou com 586 clubes 
a menos do que em dezembro de 2011. Em dezembro de 2012, 82.781 cotistas 
investiam a partir dessa modalidade. Em dezembro de 2011, havia 117.078 
distribuídos em 2.852 clubes.
A expectativa é que 2013 seja mais positivo para os fundos de renda variável. 
Não por conta do desempenho do Ibovespa, que tem tudo para ter uma trajetória 
instável ao longo do ano, influenciado ainda pelos problemas lá fora, que ainda 
não foram resolvidos. "Mas o investidor já começa a olhar além do Ibovespa na 
hora de aplicar", afirma Takahashi.
Segundo o presidente da BB DTVM, a captação de algumas carteiras de ações já é 
positiva neste início de ano. Ele diz que muitos investidores estão migrando 
seus recursos para carteiras de small caps. Um dos motivos seria a 
rentabilidade alta registrada por alguns papéis de empresas pequenas na bolsa, 
afirma Takahashi.
Na avaliação do sócio-diretor de Varejo da XP Investimentos, Eduardo Glitz, é 
preciso perceber as diferenças de risco e retorno entre os diferentes índices 
de ações, como o Ibovespa, e as ações small caps. Ele ressalta que diversas 
ações tiveram uma rentabilidade expressiva. "O ano passado foi um período em 
que se destacaram os gestores que fazem análise e não os que seguem um índice. 
Houve fundos de ações que tiveram performances excelentes", comenta.
Em 2013, garimpar oportunidade de mercado será o grande diferencial para a 
renda variável, acredita o diretor da XP. "Os investidores devem buscar os 
gestores que vão realmente atrás das oportunidades. Quem fizer isso vai ganhar."
A consultora de investimentos da Órama, Sandra Blanco, faz coro a Glitz, da XP. 
"Os maiores ganhos deste ano devem vir do mercado de ações", afirma. Para ela, 
como há pouco espaço para grandes movimentos nos juros, a renda variável se 
torna a principal candidata aos melhores retornos no período.
"Se no ano passado as small caps foram as vedetes da bolsa, devido ao consumo 
aquecido, em 2013 o que deve se sobressair são as ações de empresas mid ou 
large", recomenda Sandra. De acordo com a consultora, há boas oportunidades em 
materiais básicos e commodities.
Para onde vai o investidor
Sem essa de migração da renda fixa para o mercado de ações. No ano em que a 
taxa básica de juros caiu para o menor nível da história, o investidor não quis 
saber de arriscar e acorreu em massa para a segurança. O mapa do dinheiro em 
2012 consagrou como um dos vencedores justamente a tradicional caderneta de 
poupança, que amealhou mais de R$ 49,7 bilhões, a maior captação líquida desde 
1995, quando teve início a série histórica do Banco Central (BC), e R$ 35,5 
bilhões acima de 2011. E isso mesmo após o governo ter ousado bulir com as 
regras de remuneração da caderneta em maio do ano passado. Saiu de cena o 
cômodo - e fácil de entender - rendimento fixo em 6% ao ano (mais a minúscula 
variação da Taxa Referencial, a TR) e entrou no palco uma remuneração variável, 
que põe no bolso do aplicador 70% da taxa Selic mais TR, que atualmente é nula.
Enquanto a caderneta engordava, os fundos de investimento mais conservadores 
murchavam. Juntos, os fundos de curto prazo, referenciado DI e renda fixa - em 
tese, os rivais diretos da poupança, pela alta liquidez e baixo risco - 
amargaram saques líquidos de R$ 10 bilhões. Os portfólios DI, que na era da 
Selic de dois dígitos eram sinônimo de ganho certo e farto, atraíram somente R$ 
6,4 bilhões.
A queda da Selic fez os ganhos do DI - após as cobranças do Imposto de Renda 
(IR) e da taxa de administração - minguarem. Com juros a 7,25% ao ano, apenas 
fundos DI com taxa abaixo de 0,90% ganham da poupança em aplicações de seis 
meses a um ano. E a taxa de administração média dos DI oferecidos no varejo é 
de 1,25%, segundo a Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro 
e de Capitais (Anbima).
Para 2013, a perspectiva é de que a poupança mais uma vez triunfe e os DI 
fiquem para trás, segundo analistas consultados pelo Valor. Tudo em razão de 
uma combinação de fatores. O investidor mais sofisticado que pensa em 
estacionar recursos no curto prazo vai perceber que vale mais a pena deixar o 
dinheiro parado na caderneta que no DI, apesar da rentabilidade real 
(descontada a inflação) muitas vezes negativa. Já o dinheiro novo, do pequeno 
poupador, vai direto para a caderneta.
"A questão não é nem a saída do fundo DI para a caderneta, mas o aumento da 
renda das classes D e C. O sujeito ao mesmo tempo toma crédito e coloca 
dinheiro na poupança", afirma Willian Eid, professor da Fundação Getulio Vargas 
de São Paulo. "Muita gente tem na cabeça que poupança é sinônimo de 
investimento. Ainda vai demorar mais de dois anos até o investidor perceber que 
tem de diversificar a carteira", diz Michel Viriato, professor de finanças do 
Insper.
Segundo Carlos Massaru Takahashi, presidente da BB DTVM, gestora do Banco do 
Brasil, mais do que uma migração do DI para a poupança, houve uma transição das 
carteiras de renda fixa tradicional para os renda fixa índices. Também 
conhecidos como fundos de inflação, por carregarem papéis públicos que pagam 
taxa prefixada mais variação do IPCA, essas carteiras captaram R$ 31,7 bilhões 
em 2012, na esteira de uma rentabilidade de 21,71%. Além dos renda fixa 
índices, a indústria de fundos foi salva no ano passado pela captação de R$ 
23,5 bilhões dos portfólios multimercados.
Como o investidor ainda olha muito no retrovisor, a perspectiva dos consultores 
é de que as duas categorias sigam entre as preferidas em 2013. Sandra Blanco, 
consultora de investimentos da distribuidora de fundos  Órama, alerta que os 
ganhos não devem ser tão elevados neste ano. "Esses fundos ainda são uma boa 
opção, até porque protegem contra a inflação, mas a rentabilidade será menor em 
2013", afirma.
Os multimercados também devem seguir atraindo recursos, tanto de gente que sai 
de fundos renda fixa mais conservadores quanto dos que abandonam os 
Certificados de Depósito Bancário (CDBs), que amargaram saques líquidos de R$ 
66 bilhões no ano passado. Como mais de 90% dos CDBs remuneram o investidor com 
um percentual do Certificado de Depósito Interfinanceiro (CDI), que, pela 
teoria, deveria acompanhar de perto Selic, quanto mais baixa a taxa básica 
menor a remuneração do CDB. "No varejo, os grandes bancos oferecem uma taxa 
muito baixa. Se um CDB paga 85% do CDI, o rendimento é de 6,16% ao ano, quase 
igual ao da nova poupança", afirma Eduardo Glitz, sócio-diretor de Varejo da 
XP. "A migração para multimercados e renda fixa índices e essa captação 
negativa do CDB são os investidores em busca de maiores retornos", diz Sandra, 
da Órama, que aposta em aceleração desse movimento. "Essa migração pode ser 
muito maior se a taxa de juros permanecer lá embaixo", avalia a especialista.
A migração para a renda variável puro-sangue, contudo, ainda deve demorar. Em 
2012, mesmo com o juro menor, o investidor não se animou com os fundos de 
ações, cuja captação foi de apenas R$ 5,47 bilhões. Ainda muito ligado ao 
vaivém do Indice Bovespa, que chacoalhou muito ao longo de 2012 e acabou 
fechando com alta de apenas 7,40%, o investidor não se deu conta dos ganhos 
expressivos em outras carteiras de fundos de renda variável, como as que 
carregam papéis de menor liquidez. "Ao contrário do que muita gente pensava, a 
bolsa vai ser a última a se beneficiar do fim do juro alto", diz Eid, da FGV.
Arrancada da bolsa divide aposta de tesoureiros
Um dos poucos movimentos capazes de tornar o trabalho dos que cuidam 
diretamente do caixa dos bancos um pouco menos árduo em 2013 é algo que o 
mercado como um todo espera há cinco anos: uma arrancada da bolsa acima dos 
níveis vistos antes da crise de 2008. Entre os operadores, porém, as opiniões 
divergem. Existem aqueles que colocam a bolsa como o mercado com maior 
potencial de ganho no novo ano, em razão do cenário de juro baixo e da 
característica do mercado acionário de antecipar períodos de atividade mais 
forte. E outros menos otimistas.
Em comum, os operadores acreditam que o esforço de olhar papel por papel com 
lupa será ainda mais importante, ao lado da disposição de ir além da bolsa 
brasileira. Carlos Eduardo Rocha, sócio do banco Brasil Plural, aposta tanto em 
operações de valor relativo (como long/short) e de renda fixa em bolsa usando 
derivativos quanto operações direcionais. "Tudo é gestão de risco, se a empresa 
for boa, podemos carregar posições na tesouraria por até dois anos, mas sempre 
com proteção", diz Rocha.
Luiz Eduardo Portella, sócio-gestor da Modal Asset, ressalta que, com o juro 
real caminhando para zero nos próximos anos, a parcela de renda variável tende 
a aumentar, como é no mundo. "Esse é um mercado que vai crescer, e temos de 
estar preparados com equipe de analistas para acompanhar as empresas atuais e 
as que vão chegar, especialmente as de menor porte", diz. "Em 2013, com o mundo 
crescendo mais que o esperado, a bolsa anda", aposta.
Como espera uma alta do câmbio, o tesoureiro de um grande banco que preferiu 
não ser identificado tem a estratégia em bolsa baseada nas companhias 
exportadoras. No geral, porém, não demonstra um grande apetite para a bolsa. 
"Acredito que o cenário é de pouco prêmio para ficar comprado em ações", diz. 
Para ele, as ações de consumo não têm tanto fôlego para subir porque o 
endividamento das famílias está em um nível alto.
Para João Scandiuzzi, estrategista-chefe da área de Asset Management do BTG 
Pactual, o ideal em bolsa é se desvincular do Ibovespa e garimpar papel por 
papel. Ele gosta de alguns temas ligados ao consumo doméstico, como educação, e 
também de papéis do segmento de infraestrutura. "Mas no setor de consumo 
doméstico como um todo há muita coisa com múltiplo elevado. E o processo de 
expansão de múltiplo, em algum sentido, já foi" diz. "Olhamos ativo por ativo 
em busca de crescimento de lucro de dois dígitos".
Carlos Woelz, sócio-gestor da Kapitalo Investimentos, diz que, por conta de 
companhias como Vale e Petrobras, os recursos em bolsa acabaram se concentrando 
em poucos setores e em ações que atingiram um valor exagerado. Também para ele, 
vai ganhar dinheiro no ano quem acertar a companhia, mais que o setor. "A 
análise micro vai fazer diferença, mas não descarto uma nova rodada de setores 
virando moda."
Hoje, a Kapitalo mantém posições em algumas empresas do setor imobiliário que 
já fizeram ajustes de custo e tamanho, e de frigoríficos. Woelz lembra ainda 
que a bolsa brasileira passou por um período de forte intervenção do governo, o 
que acabou afastando o investidor. Assim, para operar tendências 
macroeconômicas, ele prefere o mercado internacional, como o índice Standard & 
Poor's. E também tem empresas estrangeiras como a Rio Tinto. "Esse é um caso 
excepcional de empresa barata, com uma boa gestão e que está em um ciclo 
econômico favorável."
A diversificação internacional é uma aposta de muitos, e não só em bolsa. A 
Kapitalo opera seis regiões: além de Brasil, zona do euro, Canadá, Estados 
Unidos, México e Chile. Em 2012, o mercado mexicano de juros e câmbio foi o que 
mais rendeu ganhos aos fundos da casa, diz Woelz.
A equipe do BTG também gosta bastante do peso mexicano. "É um contexto político 
interessante que pode gerar um pouco mais de otimismo com relação a mudanças 
estruturais e, portanto, com relação a aumento de PIB potencial no médio 
prazo", diz o estrategista Scandiuzzi.
Woelz aposta no aumento do investimento direto no país como uma tendência de 
longo prazo, o que faz do peso mexicano uma moeda boa para se comprar. "O país 
está num ciclo de crescimento bom, puxou os juros antes e tem um governo que 
intervém pouco na moeda", argumenta. Mas como já subiu muito é preciso ter 
cuidado e recorrer a instrumentos de proteção, como opções de moeda, acrescenta.
O mercado internacional também está no radar da Modal Asset, especialmente os 
segmentos de commodities agrícolas, ouro, juros, moedas e bolsas. "Ativos 
externos tendem a ter um peso maior na composição de resultados, com o juro 
local mais estável", afirma Portella.
 Bolsas dos EUA recuam antecipando início da temporada de balanços
São Paulo, SP - As Bolsas americanas fecharam em queda nesta 
terça-feira (8), recuando do rali da semana devido ao acordo em Washington 
contra o abismo fiscal, enquanto as empresas começam a divulgar seus resultados 
do quarto trimestre.
O índice Dow Jones, referência da Bolsa de Nova York, caiu 0,41%, a 13.328 
pontos, o índice Standard & Poor's 500 perdeu 0,32%, para 1.457 pontos, e o 
termômetro de tecnologia Nasdaq recuou 0,23%, para 3.091 pontos.
Depois de um salto de 4,3% nas duas sessões próximas do fechamento do acordo 
nas negociações para resolver o abismo fiscal, o S&P 500 caiu um pouco, com 
investidores descobrindo poucos elementos catalisadores para dar continuidade 
ao rali que levou o índice a suas máximas em cinco anos.
"Nós tivemos uma breve pausa como cortesia pelo que aconteceu no acordo sobre o 
abismo fiscal e com o virar do calendário com novo dinheiro entrando no 
mercado", avaliou o vice-presidente sênior do BB&T Wealth Management em 
Birmingham, Alabama, Bucky Hellwig.
"A realidade de incerteza com relação aos balanços mais as negociações sobre o 
teto de endividamento dos EUA estão aí, e não dão a investidores muita razão 
para fazer apostas de longo prazo", disse.
AT&T
Os papéis da AT&T caíram 1,7%, para US$ 34,35, uma das maiores perdas do S&P 
500 após a companhia afirmar que vendeu mais de 10 milhões de smartphones no 
trimestre.
Esse número superou o registrado no mesmo trimestre de 2011, mas também sugere 
maiores gastos para a empresa de serviços de wireless. Empresas como a AT&T 
pagam subsídios pesados para fabricantes de aparelhos para que possam oferecer 
descontos a clientes que se comprometem com contratos de dois anos.
A expectativa é de que os lucros no quarto trimestre superem os fracos 
resultados vistos no período anterior, mas as atuais estimativas de analistas 
estão bem abaixo daquelas feitas em outubro. A previsão é de que os lucros 
trimestrais cresçam 2,7%, de acordo com dados da Thomson Reuters.
Com a queda nos papéis da AT&T, o índice de serviços de telecomunicações do S&P 
teve a pior perfomance entre os dez setores principais, com queda de 2,69%.
ALCOA
Componente do Dow Jones, a Alcoa, maior produtora de alumínio dos Estados 
Unidos, anunciou seus resultados após o fechamento dos mercados. A companhia 
divulgou lucro líquido de US$ 242 milhões (US$ 0,21 por ação), ante um prejuízo 
de US$ 191 milhões (US$ 0,18 por ação) no mesmo período do ano anterior.
Riscos atingem petróleo e aço 
A disparada nos preços da energia já começa a contaminar outras companhias. 
Ontem, as ações da Petrobras e das siderúrgicas foram impactadas pela crise no 
setor de energia.
Os papéis preferenciais (PN) da estatal petrolífera marcaram queda de 2,8%, 
para R$ 19,50, após notícias de que a companhia está pagando preços altos por 
importações de emergência de gás natural liquefeito (GNL) para abastecer 
térmicas, em meio à demanda forte ocasionada pelo inverno rigoroso na Europa e 
na Ásia.
Se não conseguir repassar esse valor para os preços, a companhia pode ter 
prejuízos milionários com as compras.
As siderúrgicas também sofreram no pregão de ontem. A mais afetada foi a 
Usiminas: as ações ordinárias (ON) caíram 3,90%, para R$ 13,05, e as 
preferenciais classe A, 3,16%, para R$ 11,92. A empresa gera apenas 20% do 
montante que consome (equivalente a 500 MW) e seria a mais exposta ao cenário 
de preços mais elevados bem como aos riscos de possível racionamento.
Suas concorrentes CSN e ArcelorMittal, ao contrário, são autossuficientes - e 
têm até excedentes - na oferta desse insumo. A energia é um item importante, 
com peso relevante nos custos, no processo de produção do aço.
Também dependente de suprimento externo, embora em situação mais confortável 
que Usiminas, a Gerdau foi menos castigada pelos investidores. A ação ON fechou 
com queda de 1,18%, a R$ 16,70, e a PN, 1,76%, para R$ 18,90.
A Usiminas informou em 2011 que um dos seus planos era investir até R$ 2 
bilhões para atingir a autossuficiência de energia em 2015, tanto em 
termelétricas dentro de suas usinas de aço (Cubatão e Ipatinga), como em 
projetos de co-geração e até de geração hidroelétrica. Disse na época que 
estava em andamento um projeto de uma termelétrica em Cubatão (SP) com potência 
de 200 MW. Com a autossuficiência, previa reduzir sua conta de energia em R$ 
350 milhões por ano.
Commodities Agrícolas
Peso do dólar 
O cacau devolveu os ganhos da sessão anterior e fechou a 
terça-feira no vermelho na bolsa de Nova York, pressionado pelo dólar 
valorizado ante uma cesta de moedas. Os papéis para maio encerraram em forte 
baixa de US$ 52, a US$ 2.223 por tonelada. Ainda assim, a amêndoa pode obter 
algum suporte, já que os traders começam a focar atenções nos novos números 
sobre o processamento na Europa, na América do Norte e na Ásia. "Os analistas 
acreditam que os dados sobre a moagem virão um pouco mais positivos, o que pode 
ser um fator altista para o mercado", disse Hector Galvan, analista da R.J. 
O'Brien, à Dow Jones Newswires. Em Ilhéus e Itabuna (BA), o preço médio da 
arroba ficou a R$ 63,66, segundo a Central Nacional de Produtores de Cacau.
Piso em 2 meses 
O suco de laranja iniciou a sessão com ganhos ontem na bolsa de 
Nova York, mas os preços cederam antes do fechamento, um sinal de que a fraca 
demanda pela bebida nos Estados Unidos e o clima favorável na Flórida (segunda 
maior região produtora de citros no mundo, atrás do Brasil) continuam a superar 
as preocupações com o greening, doença bacteriana que tem atacado as lavouras 
americanas. Assim, os contratos com vencimento em março encerraram com uma 
desvalorização de 125 pontos, a US$ 1,0935 por libra-peso - o menor valor desde 
12 de novembro. No mercado spot de São Paulo, a caixa de 40,8 quilos da laranja 
destinada às indústrias apresentou um avanço marginal de 0,34%, cotada a R$ 
5,85, de acordo com levantamento do Cepea/Esalq.
Demanda fraca 
O algodão foi pressionado pelo dólar valorizado e pela menor 
demanda para exportação nos Estados Unidos. Os papéis para maio fecharam ontem 
em queda de 55 pontos em Nova York, a 75,98 centavos de dólar por libra-peso. 
Ainda assim, o Commerzbank disse, em nota reproduzida pela agência Dow Jones 
Newswires, que as cotações devem reencontrar suporte, já que um volume 
consideravelmente mais baixo de algodão será produzido em 2013 (em função dos 
preços reduzidos). A instituição acrescenta que uma onda de calor na Austrália 
pode afetar a colheita da commodity no país e reduzir ainda mais a oferta 
global. No mercado doméstico, o indicador Cepea/Esalq para os preços do algodão 
(com pagamento em 8 dias) ficou a R$ 1,6576 por libra-peso, em alta de 1,13%.
Operações de spread 
O milho avançou ontem pelo segundo pregão consecutivo em 
Chicago. Os papéis para maio fecharam com um ganho de 3,50 centavos, a US$ 
6,8875 por bushel. Segundo Bruno Perottoni, analista da corretora Terra 
Investimentos, houve muitas operações de spread por parte dos fundos, que 
trocaram posições de soja pelas de milho. O motivo é a expectativa de que o 
Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) revise para baixo a 
estimativa final para a produção americana de milho em 2012/13, e eleve a 
colheita de soja. Além disso, a Coreia do Sul anunciou a compra de 247 mil 
toneladas de milho, o que ajudou a dar suporte às cotações. No oeste da Bahia, 
a saca saiu por R$ 35, de acordo com levantamento da Associação de Agricultores 
e Irrigantes da Bahia.
EUA ainda não se livraram de um forte aperto fiscal
Os Estados Unidos escaparam da armadilha do "abismo fiscal", mas não 
necessariamente de todas as suas consequências desagradáveis. A bateria de 
cortes automáticos de despesas e aumentos de impostos que drenariam da economia 
cerca de US$ 560 bilhões foi instituída como uma drástica solução para as 
divergências entre republicanos e democratas sobre a autorização de um novo 
teto da dívida para o Tesouro no segundo semestre de 2012. Um acordo de última 
hora selou aumento de impostos e deixou todo o resto para os próximos 60 dias. 
Nesse período, porém, terá de ser decidido, mais uma vez, um novo teto para os 
gastos do Tesouro, com data limite no fim de fevereiro. Além disso, a magnitude 
e a definição dos cortes que terão de ser feitos estarão agora em aberto. Em 
ambas as questões, novas e furiosas batalhas entre o presidente Barack Obama e 
os republicanos, que são minoria no Senado e maioria na Câmara, são tão certas 
como as nevascas do inverno no país.
Republicanos e democratas ganharam tempo para driblar o obstáculo que se 
autoimpuseram. Os EUA precisam corrigir a trajetória de seus déficits fiscais a 
médio prazo, se possível com suaves correções no curto prazo, para fortalecer a 
recuperação econômica em curso. O grau de polarização política, porém, tem 
impedido que isso ocorra por meio da negociação, como quase sempre aconteceu. 
Na discussão do aumento do teto do endividamento em setembro, se estabeleceu 
que caso não houvesse acordo, a praga dos aumentos de impostos e corte de 
gastos se abateria sobre as duas Casas e o país. O dia do acerto de contas 
chegou, e por bem pouco o mal foi evitado.
A gravitação do Partido Republicano em torno das ideias radicais do Tea Party 
trouxe não apenas dificuldades sérias para Obama, mas também para a liderança 
da legenda. Boa parte do partido desautorizou uma das propostas de seu líder na 
Câmara, John Boehner, de só aceitar a elevação da alíquota do Imposto de Renda 
de 35% para 39,6% para pessoas que auferissem renda anual superior a US$ 1 
milhão. Para um partido que não queria qualquer aumento de imposto, isso foi 
tido como uma tremenda traição. O acordo que desarmou a encrenca do "abismo 
fiscal" foi costurado às margens pelo vice-presidente Joe Biden e o líder da 
minoria no Senado, Mitch McConnell. O acordo estipulou a volta das alíquotas de 
IR de 2001 para rendas superiores a US$ 400 mil. A cisão republicana foi tão 
forte que só um terço dos deputados seguiu Boehner na votação do projeto na 
Câmara.
Agora é McConnell que ameaça cobrar com redobrado preço seu apoio providencial. 
Ele disse que a questão do aumento de impostos está encerrada para sempre - os 
democratas não pensam assim - e que seu partido se concentrará na batalha por 
um duro corte de gastos, o que, na tradição da legenda, significa sobretudo 
cortes nos programas sociais e preservação do orçamento da Defesa.
O acordo já firmado está longe de ser indolor, mesmo sem a redução dos gastos a 
ser negociada. A taxação sobre ganhos de capital e dividendos subiu de 15% para 
20%. Perto de US$ 115 bilhões deixarão o consumo com o fim do abatimento de 2% 
sobre taxação de folha de pagamentos. Analistas acreditam que ele retirará da 
economia recursos equivalentes a até 1,5% do Produto Interno Bruto em 2013, o 
que não é pouca coisa para um país que ainda tem uma taxa de desemprego de 
7,7%. Até 2022, o aumento de impostos para os ricos cobrirá a maior parte dos 
US$ 737 bilhões de redução do déficit já acertado. Mas organizações 
especializadas no orçamento apontam que apenas para manter a relação entre 
dívida pública e PIB nos atuais 74% seriam necessários cortes entre US$ 2,6 
trilhões e US$ 3,9 trilhões (FT.com, 7 de janeiro). 
O radicalismo republicano não traz bons presságios sobre os cortes ou novo 
limite de endividamento. O governo Obama não conseguiu muito: evitou apenas o 
pior e, ainda assim, por pouco tempo. Sua principal preocupação, e cerne da 
divergência com os republicanos, é a de poupar a recuperação presente de 
choques fiscais indesejáveis e chegar com alguma tranquilidade a um acordo 
racional para o declínio da dívida a médio prazo. Mas mesmo recém-saído de uma 
reeleição consagradora, Obama não conseguiu dobrar a maioria dos republicanos. 
O futuro imediato lhe reserva mais impasses, para os quais não é possível 
adotar a atitude republicana: deixá-los sem resposta, sejam quais forem as 
consequências. 
Volumes de chuva podem passar dos 100mm nos próximos dias no Estado de São Paulo 
  Uma frente fria que já provocou chuva forte e transtornos no Rio Grande do Sul ontem, avança pelo Sul do país no decorrer desta terça-feira e a partir de amanhã chega a São Paulo. Segundo os meteorologistas da Somar, o sistema vem acompanhado de uma forte massa de ar polar, a exemplo do que aconteceu na semana passada, quando choveu muito no Rio de Janeiro. Como o oceano está mais quente que o normal, a água evapora com mais facilidade, e os ventos fortes da massa de ar polar empurram a umidade do mar para o continente. Além disso, a partir de amanhã as temperaturas entram em declínio. Hoje o dia ainda será típico de Verão na capital paulista. Faz muito calor nesta tarde, com temperatura que pode chegar aos 33°C na cidade, mas no fim do dia ocorrem pancadas de chuva. A diferença em relação aos dias anteriores é que a chuva será mais generalizada e duradoura na Grande São Paulo nesta tarde. No restante do Estado já são esperadas chuvas fortes entre o sul e oeste paulistas, pois a frente fria começa a se aproximar do Sudeste. Na quarta-feira o tempo muda completamente em São Paulo. O dia começa nublado e com chuvas a qualquer hora, sendo mais intensas durante a tarde. Na capital, a previsão da Somar Meteorologia mostra que os acumulados podem passar dos 40mm amanhã. A madrugada ainda será abafada, com mínima de 22°C, mas ao longo do dia os termômetros despencam e a máxima não passa dos 26°C. No Estado o destaque será o litoral, onde o volume de chuva será elevado. Em Santos-SP deve chover cerca de 50mm amanhã e a temperatura máxima cai de 37°C para 29°C na quarta-feira. O risco dessa chuva é que ela continua e os acumulados aumenta. Na quinta-feira a frente fria permanece estacionada na altura do Sudeste e novamente será um dia nublado e precipitação a qualquer momento. Na capital as chuvas serão mais fracas, porém com os ventos soprando de sul os termômetros caem bastante e a temperatura máxima não passa dos 24°C. Além disso, a sensação térmica pode ser de ainda mais frio. No Estado, mais uma vez o litoral deve ser castigado e os acumulados mais altos devem ser observados na faixa norte da costa de São Paulo. Em Ilhabela-SP chove mais de 50mm na quinta-feira e de hoje até depois de amanhã a temperatura cai pelo menos 5°C. Além dessa região, chove muito ainda no Vale do Paraíba, Serra da Mantiqueira e toda Mogiana. 
 
 
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