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domingo, 25 de março de 2012

Lideranças do café defendem retenção de até 15 milhões de sacas

Lideranças do café defendem retenção de até 15 milhões de sacas
 O Conselho Nacional do Café (CNC) e a Comissão Nacional do Café da CNA defenderam a adoção por parte do governo federal de uma política de retenção entre dez a 15 milhões de sacas de café, na safra 2012/13, como medida fundamental para a elevação e manutenção dos preços do produto.A proposta, que já era discutida no âmbito das cooperativas e por lideranças do setor, foi apresentada na tarde de sexta-feira (23), durante reunião da Associação dos Sindicatos do Sul de Minas (Assul), realizada no município de Monte Santo de Minas, no sudoeste do estado.Cerca de cem produtores de café prestigiaram o encontro, que discutiu ainda uma estratégia para uma política de café, a importância da sintonia de ações entre CNC, CNA Frente Parlamentar do Café e governo, e ainda temas polêmicos como drawback no setor cafeeiro e o novo Código Florestal Brasileiro.Para o presidente da Comissão de Café da CNA, Breno Mesquita, a retenção de até 15 milhões de sacas de café é primordial para. “O Brasil precisa ordenar uma safra de café de ciclo alto. Estatisticamente percebemos que as políticas, ou a falta delas, afeta diretamente o cenário mundial de café", enfatizou Breno Mesquita."Com dez ou 15 milhões de sacas, em uma safra de 50 milhões de sacas, por exemplo, temos a certeza que a garantia sendo o produto e não o produtor, teremos preços mais interessantes, com certeza, já no início da próxima safra. É imprescindível que lideranças junto com o governo federal, faça com que esses recursos estejam disponíveis no início da safra. Assim, daremos um sinal muito claro para o mundo, dizendo que o Brasil, além de ser o maior produtor de café do mundo, ele tem política de café para o mundo”, explicou.  Ouvido pelo Coffee Break, o presidente da Cooparaiso, deputado federal Carlos Melles, que no momento do encontro cumpria agenda oficial em Uberaba, como secretário de Transportes e Obras Públicas de Minas Gerais, enfatizou que a política de retenção é o instrumento responsável que a cafeicultura precisa no momento.“Em 2002 conseguimos um pacote governamental que praticamente dobrou o preço do café à época e realmente o café precisa que o governo federal adote um programa de opções para retirar do mercado um volume de cerca de cinco milhões de sacas de café, e outros mecanismos como o Pepro, para retirar um volume que totalize até 15 milhões de sacas, como forma de elevar o preço do produto, sabemos disso, mas o governo federal precisa agir”, pontuou Melles.  Em relação à morosidade do país ter uma política concreta por parte do governo de Dilma Rousseff – que no início de seu governo, em visita às regiões cafeeiras mineira, declarou que o seu governo iria prover o setor de políticas em prol do produtor – Breno disse que o entrave está na burocracia.“O problema está nos trâmites, na burocracia. Ao entrarmos com propostas no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, por exemplo, nos deparamos com a máxima boa vontade de todos os seus profissionais em agilizar os processos. Porém, existe um ritual em todo o governo. As propostas são aprovadas no CDPC, é encaminhado para o Conselho Monetário Nacional, retorna para o setor jurídico federal, o agente financeiro demanda. Por isso temos que aprovar isso antes de abril, apara os recursos estejam no agente financeiro do município produtor em tempo certo. Estamos desde de novembro do ano passado discutindo para que haja esse tempo hábil”, contou o presidente da Comissão Nacional do Café.O presidente da Frente Parlamentar do Cooperativismo em Minas Gerais, o deputado estadual Antônio Carlos Arantes, disse que “concorda com a proposta de retenção desse volume de sacas para ordenamento de safra”.DrawbackUm dos temas de maior polêmica no setor de café é a adoção do drawback. Uma das propostas apresentada na reunião, sugere que o assunto seja discutido entre lideranças e produtores de café conillon, através de audiências públicas realizadas nos estados onde ele é produzido, como Bahia, Rondônia e Espírito Santo, de onde sairão propostas para o sistema de drawback que, por sua vez, serão levadas à Câmara, para serem discutidas pelos parlamentares e Frente Parlamentar do Café.O presidente do Conselho nacional do Café (CNC), Silas Brasileiro, disse que “o drawback é uma reivindicação antiga, antes feita apenas pelo setor do solúvel; atualmente a torrefação e moagem também reivindica a adoção desse sistema. Para isso, queremos ouvir o produtor de uma maneira democrática, através dos parlamentares nas casas legislativas dos estados produtores de conillon, levar isso para Brasília. Caso isso seja aprovado, terá que funcionar com salvaguardas.Estiveram ainda presentes no evento cujo anfitrião era o presidente do Sindicato Rural de Monte Santo de Minas, Olyntho Paulino, o presidente da Frente Parlamentar do Café, deputado federal Diego Andrade, o deputado federal Geraldo Thadeu, o presidente da Cooxupé, Carlos Alberto Paulino da Costa, da Coocatrel, Francisco Miranda, além de lideranças de sindicatos e produtores de mais de 25 cidades da região.

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