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domingo, 25 de março de 2012

Em mercado sobrevendido, café tem ligeira recuperação na ICE

Em mercado sobrevendido, café tem ligeira recuperação na ICE 

  Os contratos futuros de café arábica negociados na ICE Futures US encerrou a sexta-feira com altas, o que significou apenas uma ligeira recuperação, após as fortes perdas observadas ao longo da sessão anterior.  Apesar de buscar fôlego novo, o maio, ao longo de todo o dia, se posicionou abaixo do nível psicológico de 180,00 centavos, o que, para muitos operadores, é um indicativo de que os altistas continuam bastante debilitados. As altas do dia vieram também na esteira dos indicadores externos.  As commodities, beneficiadas com a fraqueza do dólar em relação a uma cesta de moedas internacionais, subiram coordenadamente, sendo que as bolsas de valores nos Estados Unidos também tiveram algumas altas.  No encerramento do dia, o maio em Nova Iorque teve alta de 180 pontos com 178,75 centavos, sendo a máxima em 179,25 e a mínima em 175,25 centavos por libra, com o julho tendo valorização de 180 pontos, com a libra a 181,55 centavos, sendo a máxima em 182,00 e a mínima em 178,10 centavos por libra. Na Euronext/Liffe, em Londres, a posição maio registrou alta de 25 dólares, com 2.033 dólares por tonelada, com o julho tendo valorização de 19 dólares, com 2.021 dólares por tonelada.  De acordo com analistas internacionais, os futuros de arábica em Nova Iorque continuaram nesta semana o espiral de baixa, tocando nos menores níveis desde outubro de 2010. O sentimento baixista, dessa forma, continua intacta a tendência baixista atual, ainda que, graficamente, se observa um quadro claramente sobrevendido.  Nos gráficos ainda é possível visualizar uma tendência de baixas mais consistentes e apenas ligeiras evoluções, sendo que as cotações continuam em patamares abaixo da média móvel de 200 dias, o que é um indicador negativo de longa prazo. Nesta semana, o contrato de maio atingiu um novo patamar negativo de mais de um ano, ampliando as condições sobrevendidas, o que pode indicar que, no curto prazo, uma esperada correção possa ocorrer.  Terry Gabriel, estrategista técnico da Ideaglobal, em Nova Iorque, indicou que o café vem sofrendo um "assédio constante", sendo que o viés baixista não sofreu alteração de rota. Desde maio de 2011, a bolsa nova-iorquina vem sofrendo uma pressão mais considerável, depois de a posição maio ter falhado em romper os 311,55 centavos e ter, passo a passo, experimentado baixas até atingir os 174,45 centavos nesta semana. Gabriel sustentou que ao analisar a Fibonacci de longo prazo, na retração de junho de 2010 a maio de 2011, nota-se um rally de 76,4% e 78,6%, indo para a zona de 177,25 e 173,68 centavos, que é o nível corrente do maio. "o mercado está profundamente sobrevendido nas bases diária e semanal", observou o especialista, com o mercado tendo "recorrido" a uma zona de suporte de longo prazo. Para Gabriel, há um potencial para uma correção, contendo, ao menos em parte, o apetite bear (baixista), mas sendo importante o maio conseguir voltar a se posicionar acima dos 188,45 centavos. Em sua opinião, mesmo com uma ação corretiva mais consistente, o longo prazo ainda é negro. "Se eu fosse buscar avaliar a tendência para daqui seis meses acredito que poderíamos estar negociando abaixo dos 140,00 centavos", complementou o analista, que indicou que, no curto prazo, caso o suporte de 173,68 centavos seja rompido a tendência é de o maio buscar os 165,00 centavos.  "No caso do café, como os fundamentos são positivos, os operadores interessados em baixa acabam sempre por voltar ao assunto da próxima safra brasileira de café com volume recorde. Insistimos que mesmo que venha a ser recorde, ela será apenas o suficiente para atender as necessidades do Brasil para exportação e consumo interno não gerando excedentes significativos para a safra 2013/2014, de ciclo baixo. Problema real teremos se não se confirmarem os números estimados por alguns operadores para a próxima safra brasileira de café", indicou o Escritório Carvalhaes, em seu comentário semanal.  Em entrevista durante o encontro da Organização Nacional do Café nos Estados Unidos, Robério Silva, diretor executivo da Organização Internacional do Café, indicou que a safra do Brasil deverá ser grande neste ano, no entanto, ele pontuou que esse volume será aquele que "o mundo necessita." Segundo o executivo, a demanda de café é muito firme e mesmo com o Brasil devendo colher mais de 50 milhões de sacas não haveria um desajuste no mercado.  As exportações de café do Brasil em março, até o dia 22, totalizaram 1.219.380 sacas de café, alta de 7,68% em relação às 1.132.397 sacas registradas no mesmo período de fevereiro, informou o Cecafé (Conselho dos Exportadores de Café do Brasil).  Os estoques certificados de café na bolsa de Nova Iorque tiveram queda de 1.249 sacas, indo para 1.546.902 sacas. O volume negociado no dia na ICE Futures US foi estimado em 21.052 lotes, com as opções tendo 1.943 calls e 1.942 puts. Tecnicamente, o maio na ICE Futures US tem uma resistência em 179,25, 179,50, 179,90-180,00, 180,50, 181,00-181,05, 185,50, 186,00, 186,50, 187,00, 187,50 e 188,00 centavos de dólar por libra peso, com o suporte em 175,25, 175,10-175,00, 174,50, 174,00, 173,50, 173,00, 172,50, 172,00, 171,50, 171,00, 170,50 e 170,10-170,00 centavos por libra.

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