Os contratos futuros de café arábica negociados na ICE Futures US encerraram esta sexta-feira com novas baixas. Em uma sessão de volatilidade moderada, os preços chegaram até a registrar ganhos, mas não se sustentaram, principalmente devido ao cenário negativo verificado nos mercados externos.
Por sua vez, as baixas foram moderadas, com o primeiro grande suporte para o contrato de dezembro, em 225,00 centavos por libra, não sendo nem sequer testado. Tecnicamente, o mercado continua a dar demonstração de seguir uma tendência claramente baixista, com os compradores não sendo efetivos. As indústrias de torrefação esboçam algum esforço de aquisição, mas seus movimentos são limitados, já que muitos desses comerciais trabalham com a perspectiva de preços ainda mais deprimidos no curto e médio prazo.
Para operadores, a tendência para a próxima semana é de se buscar situar o dezembro entre 225,00 e 215,00 centavos, que é um nível técnico interessante. Graficamente, o mercado dá sinais de estar sobrevendido, mas alguns players acreditam que ainda há espaço para ampliação das liquidações.
Fundamentalmente, o mercado aguarda o início da safra de suaves de Colômbia e centro-americanos, o que deverá, em algumas semanas, permitir uma oferta maior de cafés. Por outro lado, continua a expectativa sobre as chuvas no Brasil. Essa primavera, até o momento, continua sendo bastante seca e as lavouras necessitam de novas precipitações para as floradas e o devido pegamento.
No encerramento do dia, o dezembro em Nova Iorque teve queda de 225 pontos com 228,90 centavos, sendo a máxima em 233,60 e a mínima em 228,50 centavos por libra, com o março tendo retração de 235 pontos, com a libra a 232,05 centavos, sendo a máxima em 236,85 e a mínima em 231,80 centavos por libra. Na Euronext/Liffe, em Londres, a posição novembro registrou queda de 15 dólares, com 1.979 dólares por tonelada, com o janeiro tendo desvalorização de 14 dólares, com 2.013 dólares por tonelada.
De acordo com analistas internacionais, o dia foi caracterizado por uma nova onda negativa nos mercados externos. As bolsas de valores voltaram a recuar, caindo mais de 2% nos Estados Unidos. O índice CRB também caiu mais de 2%, pressionado por um novo fortalecimento do dólar. As perdas na macroeconomia estiveram relacionadas a notícias negativas sobre o desempenho industrial da China e também sobre renda pessoal nos Estados Unidos, além da incerteza sobre o incremento do fundo de apoio aos países à beira do calote na zona do euro.
"As notícias negativas ajudaram a ampliar o cenário negativo para o café. Apesar das quedas, não testamos alguns dos suportes mais fortes, o que é apenas um respiro em uma semana que parecia ser de recuperação e que se encerrou com continuidade de perdas", sustentou um trader, que lembrou que o café recuou 21% em Nova Iorque ao longo de novembro.
"O clima e o preocupante atraso no início do período de chuvas sobre as regiões produtoras de café do Brasil foi outro assunto bastante discutido e especulado neste mês de setembro. As chuvas ainda não chegaram, em muitas regiões do cerrado não chove há mais de 100 dias, mas segundo os meteorologistas, devem começar a se regularizar a partir de meados da próxima semana. Chegam atrasadas, em algumas regiões já se constatam prejuízos, principalmente nos cafeeiros mais novos, mas, se o regime de chuvas realmente se normalizar na próxima semana, teremos uma boa safra de ciclo alto", indicou o Escritório Carvalhaes, em seu comentário semanal.
As exportações mundiais de café nos 11 primeiros meses da temporada 2010/2011 tiveram um incremento de 11,7%, segundo dados da Organização Internacional do Café. As nações produtoras remeteram para todos os destinos um total de 96,1 milhões de sacas, contra 86,0 milhões de sacas do mesmo período do ano anterior. As remessas de arábica chegaram a 67,1 milhões de sacas, contra 60,8 milhões de sacas do mesmo período de 2009/2010, ao passo que os envios de robusta ficaram em 37,2 milhões de sacas, contra 32,4 milhões de temporada passada. As remessas globais em agosto tiveram queda, indo para 7,21 milhões de sacas, ante 7,94 milhões de sacas de agosto de 2010.
As exportações de café do Brasil em setembro, até o dia 29, somaram 2.257.138 sacas, contra 2.038.163 sacas registradas no mesmo período de agosto, informou o Cecafé (Conselho dos Exportadores de Café do Brasil).
Os estoques certificados de café na bolsa de Nova Iorque tiveram queda de 999 sacas, indo para 1.430.987 sacas. O volume negociado no dia na ICE Futures US foi estimado em 21.315 lotes, com as opções tendo 2.061 calls e 3.481 puts. Tecnicamente, o setembro na ICE Futures US tem uma resistência em 233,60, 234,00, 234,50, 234,90-235,00, 235,50, 236,00, 236,50, 237,00, 237,50, 238,00, 238,50 e 239,00 centavos de dólar por libra peso, com o suporte em 228,50, 228,00, 227,50, 227,00, 226,50, 226,00, 225,50, 225,10-225,00, 224,50 e 224,00 centavos por libra.
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