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sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Commodities `derretem` em dia de nervosismo

Commodities `derretem` em dia de nervosismo
Em meio ao recrudescimento das preocupações com a crise econômica global, as commodities agrícolas acentuaram seu ritmo de queda e atingiram novas mínimas nas bolsas americanas na quinta-feira. Em Chicago, os contratos futuros de segunda posição de entrega (normalmente os de maior liquidez) do milho sofreram o maior tombo em quase um ano. Em Nova York, o açúcar atingiu mínimas em três meses. O cacau despencou ao menor nível em mais de um ano, e o café praticamente zerou os ganhos que tinha em 2011.Todos os mercados foram castigados pelo surto de aversão ao risco, exacerbado pela decepção dos investidores com as medidas anunciadas na quarta-feira pelo Fed (Federal Reserve, o banco central dos Estados Unidos) e pelo impasse criado pela Grécia na União Europeia. Investidores liquidaram posições em ativos sensíveis ao crescimento econômico, como é o caso das commodities, e buscaram segurança no dólar, que voltou a se fortalecer - o índice dólar, que mede o desempenho da moeda americana em relação a uma cesta de divisas importantes, subiu 1,41%.Na bolsa de Chicago, os contratos de segunda posição da soja em grão (janeiro) fecharam em queda de 37,25 centavos de dólar, a US$ 12,9425 por bushel. Os de milho (março) recuaram 35,75 centavos, para US$ 6,63 por bushel. Na bolsa de Nova York, os contratos do cacau para março sofreram perda de US$ 45, cotados a US$ 2.725 por tonelada - menor cotação desde 15 de setembro do ano passado.O café recuou 1.275 pontos, para US$ 2,4230 por libra-peso, enquanto o açúcar fechou a 24,81 centavos de dólar por libra-peso, uma queda de 110 pontos. Finalmente, o algodão perdeu mais 354 pontos e fechou a 99,29 centavos de dólar por libra-peso (abaixo do patamar psicológico de US$ 1).Apesar da corrida contra as commodities, investidores veem limites para a uma queda mais sustentada. Em relatório, o banco de investimento Barclays Capital divulgou que os sinais de desaceleração da demanda ainda são insuficientes para eliminar os riscos de alta nas cotações do petróleo, dos grãos e de alguns metais industriais. Para a instituição, as dificuldades no lado da oferta devem manter os mercados voláteis e sensíveis a políticas de estímulo ao crescimento econômico, "tornando ainda mais difícil se encontrar o equilíbrio adequado entre crescimento e inflação".O relatório pondera, ainda, que uma eventual queda na demanda global por matérias-primas precisa ser enxergada à luz do desempenho "excepcional" dos últimos 12 meses. "Se a demanda começar a se retrair, será a partir de níveis extremamente elevados", pontua.O Barclays minimiza ainda o potencial de queda na demanda da China e sugere que o país esteja encerrando um período de queima de estoques de produtos como cobre, petróleo, açúcar, soja e milho, o que deve se traduzir em uma retomada mais acentuada das importações nos próximos meses. De acordo com o banco, os chineses começaram a consumir estoques em função do aperto no crédito, dos preços voláteis e das incertezas em relação ao futuro, "mas esse processo não pode durar muito".

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