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sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Pânico nos mercados externos se mantém e café despenca na ICE

Pânico nos mercados externos se mantém e café despenca na ICE
Os contratos futuros de café arábica negociados na ICE Futures US tiveram uma quinta-feira catastrófica, com perdas intensas sendo reportadas, ao redor de 5% no fechamento e de quase 6% em determinados momentos do dia. Grandes fundos e especuladores se posicionaram no lado vendedor e romperam vários suportes, com o dezembro batendo nos menores patamares desde 8 de agosto. O dia, mais uma vez, seguiu o nervosismo dos mercados externos, que tiveram perdas fortes no segmento acionário e também de matérias-primas. O café, cacau, açúcar, entre outros produtos registraram retrações consideráveis e o petróleo encerrou o dia com perdas de 6,59%. Tecnicamente, o mercado de café demonstra diversos elementos baixistas, com praticamente todas as médias móveis ficando acima do fechamento, o que dá margem para que novas liquidações possam ser estimuladas. Por outro lado, o mercado dá demonstração de estar consideravelmente sobrevendido, o que poderia dar espaço para correções. Tais correções, no entanto, só deverão conseguir ganhar corpo com os segmentos externos se mostrando mais calmos. Para operadores, os temores dos mercados externos são de um quadro recessivo. O fator Grécia traz o medo de que toda a economia européia seja afetada com um possível calote, por outro lado, os Estados Unidos dão sinal de que a tão esperada recuperação ainda está longe de ser efetivada. Com isso, muitos players, não querendo nem lembrar do cenário de pânico do final de 2008, se afastam de mercados como de ações e commodities e preferem ser mais técnicos, apostando em campos seguros, cautelosos. Fundamentalmente, o mercado ainda avalia, de longe e sem maiores temores, o início da safra de importantes origens, como a Colômbia e os centro-americanos, com a expectativa de quanto de café suave esses países poderão colocar à venda para amenizar a escassez atual. No encerramento do dia, o dezembro em Nova Iorque teve queda de 1.270 pontos com 239,25 centavos, sendo a máxima em 251,00 e a mínima em 235,65 centavos por libra, com o março tendo retração de 1.275 pontos, com a libra a 242,30 centavos, sendo a máxima em 254,20 e a mínima em 238,85 centavos por libra. Na Euronext/Liffe, em Londres, a posição novembro registrou queda de 35 dólares, com 2.026 dólares por tonelada, com o janeiro tendo desvalorização de 33 dólares, com 2.056 dólares por tonelada. De acordo com analistas internacionais, a quinta-feira foi negra para os mercados internacionais de café. Com fortes liquidações, resistências básicas e até mais consistentes foram rompidas. Entretanto, as perdas estiveram atreladas, efetivamente, aos mercados externos, o que abre espaço para algumas perspectivas de recuperação, caso o "pavor" das bolsas internacionais seja equalizado. "Efetivamente, não operamos olhando para o café. Estamos focados nas bolsas, em outras commodities. É claro que a tendência do café é de queda, por conta de sua estrutura técnica atual, mas retrações como as dessa quinta-feira só reforçam uma perspectiva imediata. Caso os mercados externos se recuperem, a tendência é de termos uma correção", disse um trader. "A movimentação do mercado pressionou o café no exterior. No Brasil, o dólar está com um movimento de alta muito forte e, assim, os preços para os produtores não sofreram maiores alterações", sustentou um corretor baseado na cidade de Santos. As exportações de café do Brasil em setembro, até o dia 21, somaram 1.536.826 sacas, contra 1.699.950 sacas registradas no mesmo período de agosto, informou o Cecafé (Conselho dos Exportadores de Café do Brasil). Os estoques certificados de café na bolsa de Nova Iorque tiveram alta de 655 sacas, indo para 1.437.821 sacas. O volume negociado no dia na ICE Futures US foi estimado em 33.355 lotes, com as opções tendo 7.591 calls e 6.277 puts. Tecnicamente, o setembro na ICE Futures US tem uma resistência em 251,00, 251,50, 252,00, 252,50, 253,00, 253,50, 254,00, 254,50, 254,90-255,00 e 255,50 centavos de dólar por libra peso, com o suporte em 235,65, 235,50, 235,10-235,00, 234,50, 234,00, 233,50, 233,00, 232,50, 232,00 e 231,50 centavos por libra.

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