Tombini destaca risco externo no cenário de inflação
O presidente do Banco Central (BC), Alexandre Tombini, reforçou o cenário do BC traçado no último Relatório de Inflação, com mais riscos à frente, mas aproveitou a apresentação que fez ontem no Senado para ponderar os fatores externos. Segundo ele, o quadro hoje é mais incerto, mas o ritmo de crescimento das economias desenvolvidas está mais lento do que o esperado e isso pode levar, inclusive, à queda nos preços de commodities, o que seria benéfico para a inflação doméstica. "No plano internacional temos um cenário de grande incerteza. Tem havido revisões na economia global para baixo e isso pode, no futuro próximo, ser traduzido em preços de commodities que ajudem no processo de controle de inflação no país", disse Tombini, após participar de audiência pública trimestral na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado, ontem em Brasília.Segundo ele, no entanto, o fluxo de recursos estrangeiros para o país ainda preocupa, pois o mundo desenvolvido vive uma "segunda volta" da crise internacional e a solução que os governos vêm adotando para enfrentar os problemas é "jogar muita liquidez no mercado", disse. Ainda assim, o Brasil está preparado e vem tomando as medidas necessárias para proteger a estabilidade financeira, completou, sem dizer se novas ações estão em estudo.Com relação ao combate à inflação, ele afirmou que os resultados iniciais das medidas adotadas já começam a ser sentidos. "As ações do Banco Central e as demais políticas do governo têm sido calibradas no sentido de a inflação no Brasil convergir para a meta em 2012. Esse é o processo que está em curso e os resultados já começam a aparecer." Ele citou os índices de inflação mensal, que apontam números próximos da meta em termos anualizados. Além disso, a economia real já tem mostrado maior moderação na margem.Ainda de acordo com o presidente do Banco Central, o efeito das políticas que estão sendo adotadas é percebido com defasagem sobre a economia e sobre a inflação. Por isso, as projeções do BC, que hoje apontam taxa acima do centro da meta, também devem recuar. "O impacto máximo das políticas já adotadas será sentido agora no terceiro e quarto trimestres deste ano. Portanto há uma grande chance de uma convergência maior nas projeções para 4,5% nos próximos meses."
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