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terça-feira, 12 de julho de 2011

É neutra a medida que reduziu a posição vendida

É neutra a medida que reduziu a posição vendida
OESP
O Banco Central (BC) decidiu, na última sexta-feira, que o limite de exposição cambial vendida dos bancos passe de US$ 3 bilhões para US$ 1 bilhão. Caso ultrapasse esse limite, a instituição tem de recolher ao BC 60% do valor da sua aposta. O BC alterou também a metodologia com que apura o cumprimento da regra: esse limite, que era diário, agora passa a ser a média de cinco dias, o que dá mais flexibilidade aos bancos.É mais uma medida no sentido de conter a valorização do real ante o dólar, pois a posição vendida dos bancos é uma aposta na valorização da moeda nacional, com a consequência de favorecer essa tendência.Em janeiro o BC colocou o limite em US$ 3 bilhões, mas a posição vendida dos bancos no final de junho era de US$14,696 bilhões, e as instituições financeiras aceitaram recolher 60% da aposta ao BC, convencidas da valorização do real.Esse fato mostrou que a medida tem pouco efeito e que os bancos estão convencidos de que ganharão especulando em favor da continuidade de um real valorizado, e, aliás, a recente emissão de bônus soberano favorece essa previsão.Parece que o anúncio feito pelo ministro da Fazenda, de que o governo se preparava para adotar novas medidas para conter a valorização do real, teve mais efeito sobre o câmbio do que a decisão do BC.É difícil avaliar qual fator pesou mais na recente e leve desvalorização do real. Com efeito, o noticiário sobre a situação dos países europeus parece predominar no comportamento dos "players" do mercado cambial, mais do que a mudança feita pelo BC.Já em junho, o fluxo cambial ficou negativo em US$ 2,556 bilhões pela primeira vez neste ano, embora essa tendência tenha mudado com a emissão do bônus soberano, em julho, e com os "swaps" reversos.A Pesquisa Focus está prevendo para o fim do ano uma taxa cambial de R$ 1,60 por dólar, longe da que seria ideal (R$ 2,60). Serão necessárias medidas mais fortes para alterar as perspectivas, ainda que o clima internacional possa dar sua contribuição à desvalorização da moeda nacional.Convém notar que, ao comentar a nova medida, o BC indicou que se tratava de uma medida prudencial para, eventualmente, afastar o risco de uma situação na qual os bancos com excessiva posição vendida se vissem em grandes dificuldades.Além de os bancos poderem continuar operando no mercado futuro, o fato é que, enquanto o banco central dos EUA (o Fed) mantiver suas compras de títulos a uma taxa de juros tão baixa, o real continuará valorizado.

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