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terça-feira, 21 de junho de 2011

Iapar colhe safra de café IPR 107 resistente à ferrugem

Katia Baggio | Londrina (PR)

O Instituto Agronômico do Paraná colhe a primeira safra do IPR 107. A novidade é que a cultivar foi 100% desenvolvida no Paraná. Ele é resistente à ferrugem, o que ajuda a reduzir a pulverização de produtos químicos para combater a doença e assim, favorece o meio ambiente.

O IPR 107 é resultado do cruzamento do Iapar 59, de grão pequeno, compensado com o produto graúdo do Mundo Novo. Já a fragilidade à ferrugem da variedade paulista foi eliminada pelo gene resistente à doença que o Iapar 59 carrega. O pesquisador em melhoramento genético do Iapar, Tumoru Sera, diz que aplicou o método genealógico a partir de sementes híbridas das variedades. O resultado veio em tempo recorde.

– Nós temos 13 cultivares registradas no Ministério da Agricultura, mas o IPR 107 realmente é nossa criação genuína, totalmente iniciada no Iapar a partir do cruzamento. Nas outras recebemos materiais segregantes, principalmente do Instituto Agronômico de Campinas e selecionamos para adaptação. Esta é diferente porque cruzamos nossa primeira cultivar, o Iapar 59, a primeira cultivar registrada do Iapar, resistente à ferrugem, para café adensado, com o Mundo Novo, que é a variedade que todos gostam. Levamos 15 anos ao invés de 30 – comenta o pesquisador.

Segundo pesquisas, a ferrugem do café pode ser três vezes pior do que uma geada. A doença provoca mais de 40% de danos na produtividade e 10% na qualidade do grão. E, o porte mais baixo do IPR 107 facilita tanto a colheita manual como a mecanizada.

Outra vantagem do cultivar é que ele é de maturação semi-precoce, por isso mais uniforme, o que leva a grãos com tamanho mais homogêneo. Essas características facilitam a produção de cafés especiais a um custo mais baixo.

Porém, é preciso atenção no plantio para se atingir a melhor produtividade e qualidade. Em propriedades familiares, o espaçamento das filas deve ser de dois metros. Por ser adensado, ele vai render mais em menos espaço. De 10 a 100 hectares, o espaço é de dois metros e meio. Para grandes propriedades cafeeiras, três metros. O espaçamento entre plantas é o mesmo, meio metro.

O IPR 107 é recomendado para as tradicionais regiões cafeeiras do Brasil, inclusive as mais frias, já que é semi-precoce. Sementes em escala comercial estarão disponíveis para o produtor em 2012.

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