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quarta-feira, 25 de maio de 2011

Petróleo voltará a US$ 120, dizem bancos

Petróleo voltará a US$ 120, dizem bancos

Após período de "ajuste" nos preços, instituições recomendam compra diante de perspectiva de oferta apertada

Para 2012, estimativas chegam a US$ 140; mercado reage e preço do barril tem alta de 2% em Londres

Dois grandes bancos de investimento elevaram, ontem, as suas estimativas para o preço do petróleo neste e no próximo anos.
Apesar de incerto no curto prazo, o cenário é de oferta apertada, o que elevará as cotações, segundo analistas do Goldman Sachs e do Morgan Stanley.
Pouco mais de um mês após prever que o barril do tipo Brent cairia de US$ 120 para US$ 105, o Goldman agora estima que ele voltará aos US$ 120 neste ano.
A previsão para os próximos 12 meses passou de US$ 107 para US$ 130 e a expectativa para o fim de 2012 foi de US$ 120 para US$ 140.
O Goldman considera que a recente queda de preços -em 30 dias o Brent perdeu 9%- trouxe as commodities a nível mais condizente com o crescimento econômico.
Mas isso não significa menor demanda por óleo. A avaliação é que as cotações estavam influenciadas pela expectativa de um choque de oferta devido às tensões no Oriente Médio e na África.
"Apesar de a economia ter desacelerado para um ritmo mais lento, mas sustentável, esperamos que o crescimento econômico seja suficiente para deixar a relação entre oferta e demanda apertada no segundo semestre deste ano, provocando preços mais altos", diz o banco.
O Morgan também aumentou a sua estimativa para o Brent para US$ 120 em 2011 e US$ 130 por barril em 2012 -as projeções anteriores eram de US$ 100 e US$ 105, respectivamente.
Além do aumento da demanda pelos emergentes, o banco cita a ausência da produção da Líbia como fator de alta. Sem um aumento da produção da Opep (Organização dos Países Exportadores de Petróleo), os estoques cairão no segundo semestre.
O Goldman Sachs acrescenta que, com a Líbia fora do mercado, a capacidade de produção excedente da Opep chegará à exaustão no início do próximo ano.

EFEITOS
As recomendações de compra pelos dois bancos resultaram em aumento de preço do Brent, que fechou em alta de 2,21%, a US$ 112,53. O WTI avançou 1,93% e atingiu US$ 99,59 por barril.
O preço mais alto do petróleo contribuirá para um crescimento econômico mais modesto na China. Em outro relatório, ontem, o Goldman Sachs cortou a previsão para o PIB chinês de 10% para 9,4% em 2011 e de 9,5% para 9,2% em 2012.


Empresas são acusadas de manipular preço

A Comissão de Negócios com Contratos Futuros de Commodities (CFTC, em inglês) -órgão dos EUA que fiscaliza os negócios no mercado futuro- acusou ontem dois traders (corretores) e suas empregadoras de manipular preços do petróleo em 2008, quando o tipo WTI chegou a US$ 147 por barril.
As empresas envolvidas são a americana Parnon Energy e Arcadia Petroleum. Os acusados teriam obtido lucro ilegal superior a US$ 50 milhões com a manipulação de contratos futuros.
A decisão da CFTC acontece no momento em que a fiscalização sobre o mercado de commodities, especialmente na área de energia, tornou-se um assunto político nos EUA.
Em documento divulgado anteontem, um grupo de democratas pediu que o Congresso coloque limites aos especuladores no mercado de petróleo, que acumula alta de 58% em 12 meses.
"Debater a especulação excessiva oferece a oportunidade mais significativa de reduzir o preço da gasolina para os consumidores americanos", diz o documento.
Segundo o Goldman Sachs, o preço da gasolina no atacado atingiu o maior preço da história na semana passada nos EUA. Com eleições no próximo ano, o combate à alta do combustível ganhou espaço na pauta do Congresso norte-americano.

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