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sexta-feira, 8 de abril de 2011

Café volta a se mostrar altista e tem dia de força na ICE Futures

Os contratos futuros de café arábica negociados na ICE Futures US encerraram esta quinta-feira com fortes ganhos, reforçando, assim, o sentimento iniciado na terça-feira de que a pressão de baixa estaria perdendo força, com os bullish (altistas) voltando a dar sustentação ao mercado. Depois de um início calmo, o mercado passou a ganhar força com compras especulativas e de grandes fundos, com alguns stops sendo acionados, o que permitiu que o nível de 269,35 centavos, que foi a máxima de quarta, e 269,95 centavos, máxima da terça-feira, fosse rapidamente rompido, abrindo espaço para novos ganhos, já dentro do intervalo de 270,00 centavos. Nas máximas, algumas realizações e vendas de origens, bastante limitadas, foram registradas, mas sem força para permitir que o mercado não conseguisse um fechamento com preços bastante positivos.

Um operador sustentou que o mercado, com a retomada da força, tende, naturalmente, a buscar o nível de 9 de março, quando testou os 296,65 centavos. Caso consiga romper tal patamar, o mercado naturalmente poderia buscar os maiores níveis em 14 anos, em torno de 320,00 centavos de dólar por libra. O cenário fundamental, na visão desse operador, ainda dá sustentação para que esse tipo de projeção seja feita. Os estoques internacionais se mostram relativamente baixos e a oferta, principalmente de cafés de qualidade é baixa.
Mesmo registrando fortes exportações nos cinco primeiros meses deste ano-safra — as remessas mundiais para todos os destinos saltaram de 37,1 milhões de sacas para 42,3 milhões em 2011 —, a expectativa é de desaceleração. Segundo avaliação da Organização Internacional do Café, esse ritmo intenso de embarques não se sustenta nos próximos meses, principalmente por conta do Brasil, que neste ano vai ter uma produção menor, por conta da bianualidade da cultura.
No que se refere aos estoques, a Organização avaliou que eles estão num dos mais baixos patamares de sua série histórica e, diante do consumo se mantendo em alta, dificilmente se pode esperar uma reconstituição dessas reservas no curto prazo.

No encerramento do dia, o maio em Nova Iorque teve alta de 765 pontos com 272,80 centavos, sendo a máxima em 275,85 e a mínima em 265,10 centavos por libra, com o julho tendo oscilação positiva de 775 pontos, com a libra a 275,65 centavos, sendo a máxima em 278,70 e a mínima em 267,75 centavos por libra. Na Euronext/Liffe, em Londres, a posição maio registrou alta de 24 dólares, com 2.496 dólares por tonelada, com o julho tendo valorização de 54 dólares, com 2.443 dólares por tonelada.

Segundo analistas internacionais, o dia foi amplamente positivo para o café na bolsa nova-iorquina, com boas compras sendo registradas e com a consistência sendo proporcionada em um dia em que as commodities tiveram poucas oscilações, com o o índice CRB ficando próximo da estabilidade, com o dólar recuando ligeiramente e com as bolsas de valores nos Estados Unidos caindo. "Conseguimos ver a retomada dos altistas no mercado e, assim, rapidamente construímos um cenário de novos ganhos. A expectativa é que consigamos avançar novamente dos 275,85 centavos, sendo que, posteriormente, teríamos algumas resistências na área de 281,15 e 281,65. Algumas correções ainda podem ser verificadas, mas a tendência altista volta a se mostrar mais forte", disse um trader.

As exportações de Honduras na temporada 2010/2011, até o dia t de abril, chegaram a 2,31 milhões de sacas, 42% a mais que o observado no mesmo período do ano anterior, indicou o Ihcafé (Instituto Hondurenho do Café). O país, que é o segundo maior produtor da América Central, vendeu 3,50 milhões de sacas durante o período, o que significa um aumento de 53%. A entidade indicou que a melhoria da qualidade do clima contribuiu para incrementar a produção cafeeira do país, que espera atingir na temporada a remessa de 3,53 milhões de sacas ao exterior, 12% a mais que no ano safra passado.
As exportações de café do Brasil em abril, até o dia 6, somaram 237.452 sacas, contra 321.264 sacas registradas no mesmo período de março, informou o Cecafé (Conselho dos Exportadores de Café do Brasil).

Os estoques certificados de café na bolsa de Nova Iorque tiveram queda de 1.778 sacas indo para 1.564.284 sacas. O volume negociado no dia na ICE Futures US foi estimado em 40.068 lotes, com as opções tendo 8.670 calls e 5.534 puts. Tecnicamente, o maio na ICE Futures US tem uma resistência em 275,85, 276,00, 276,50, 277,00, 277,50, 278,00, 278,50, 279,00, 279,50 e 279,90-280,00 centavos de dólar por libra peso, com o suporte em 265,10-265,00, 264,50, 264,00, 263,50, 263,00, 262,50, 262,00, 261,50, 261,00, 265,50 e 265,10-265,00 centavos por libra.

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