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quarta-feira, 5 de maio de 2010

05/05 10:21 CAFÉ: FUNDAMENTOS INDICAM PREÇO DE 165 CTS EM NY NO FINAL DO ANO - GUAXUPÉ

05/05 10:21 CAFÉ: FUNDAMENTOS INDICAM PREÇO DE 165 CTS EM NY NO FINAL DO ANO - GUAXUPÉ

Diante do cenário fundamental, que indica aperto na relação
entre oferta e demanda, os preços do café devem subir até o final do ano, tanto
no Brasil como na Bolsa de Mercadorias de Nova York (ICE). Diretor comercial da
Exportadora Guaxupé, João Carlos Hopp Júnior, acredita que a cotação em Nova
York poderá atingir com facilidade a casa de 165,00 centavos de dólar por
libra-peso até o final do ano.
Além do desequilíbrio na relação de oferta e demanda, o diretor também
lembra que há muito especulador comprado em Nova York. "Se a situação
financeira internacional não apresentar uma piora consistente, há a
possibilidade de aumento na entrada de capital especulativo no café,
contribuindo para a elevação nos preços", projetou.
Para o mercado interno, Hopp prevê uma linha ascendente nos preços. "O
mercado deve trabalhar no curto prazo com preços estáveis. Os patamares podem
cair um pouco durante a safra, mas depois voltam a subir. Acredito que a melhor
estratégia no mercado futuro neste momento é comprar em agosto e vender durante
o Carnaval", sugeriu.
Caso esta tendência se confirme, o diretor comercial acredita em incremento
na produção e nos tratos culturais da próxima safra brasileira. "O quadro de
oferta e demanda mundial é tão grave que dificilmente a produção brasileira não
irá subir nos próximos anos, Os estoques de passagem são extremamente baixos",
completou.
Para Hopp, nos próximos cinco a sete anos a produção brasileira de café
terá que subir para uma média de 65 milhões a 70 milhões de sacas. "Apesar do
encarecimento dos custos, principalmente da mão de obra, acredito que o Brasil
tem área e tecnologia suficiente para enfrentar este desafio", apostou.
A previsão para a safra 2010 do Brasil da Exportadora Guaxupé oscila entre
53 milhões e 55 milhões de sacas. Mesmo com a boa safra, o mercado deve chegar a
1o de julho com estoques praticamente zerados da safra anterior, o que garante
este cenário positivo. Hopp aposta que na atual temporada o superávit mundial
deverá ser de 4 milhões de sacas, mas que no ano que vem a relação entre oferta
e demanda global poderá apontar um déficit de 8 milhões de toneladas.
Para 2012, o equilíbrio entre oferta e demanda só acontecerá com preços
mais altos, que garantam alguma sobra ou aumento na produção. E este incremento,
segundo o diretor, deve partir do Brasil. "Não vejo como outros países da
América Latina ou a Colômbia consigam aumentar consideravelmente a produção.
Esta elevação deverá partir do Brasil e acontecerá somente com aumento nos
preços".
Este desequilíbrio no quadro de oferta e demanda é consequência do aumento
do consumo, que cresce a uma taxa de 2,5% ao ano. "Houve uma mudança de
mentalidade. Os jovens passaram a consumir café. E o pontencial de aumento ainda
é muito grande", finalizou, durante palestra realizada ontem no Seminário
Perspectivas para o Agribusiness em 2010 e 2011, realizado pelo BM&FBOVESPA e
pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA).

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