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terça-feira, 18 de março de 2014

Movimento corretivo se mantém e café volta a ter queda forte na ICE

As correções e realizações no mercado de café continuam a se mostrar muito ativas e nesta segunda-feira os contratos futuros de arábica negociados em Nova Iorque se distanciaram ainda mais do referencial de 200,00centavos de dólar por libra peso. Em uma sessão caracterizada por liquidações mais incisivas, os preços apresentaram quedas constantes e chegaram até mesmo a operar abaixo do nível psicológico de 190,00 centavos, ainda que o fechamento tenha se dado acima de tal patamar. As ações foram caracterizadas pelo viés técnico, com vários players que atuaram fortemente no lado comprador, ao longo das últimas semanas, se sentido menos pressionados e, destarte, efetuando algumas liquidações, em busca de diminuir o volume consideravelmente alto deposições long em mãos. Os fundos, segundo os números mais recentes da Commodity Futures Trading Comission, tinham, no último dia 11 de março, 38.015 posições líquidas compradas, o que significou um incremento de pouco menos de 4 mil lotes em relação a semana anterior. Diante da retomada das chuvas no cinturão cafeeiro brasileiro e de um clima menos nervoso sobre o futuro da safra brasileira de 2014 e, até mesmo, de 2015, as correções eram esperadas. Agora, resta saber qual o fôlego dos vendedores e até onde eles poderão levar os preços. Afinal, ainda há muita incerteza quanto a oferta de café na atual temporada.


No encerramento do dia em Nova Iorque, a posição maio teve queda de 700 pontos, com 191,40 centavos de dólar por libra peso, com a máxima em 198,00 centavos e a mínima de 188,80 centavos, com o julho registrando recuo de 695 pontos, com 193,25 centavos por libra, com a máxima em 199,75 centavos ea mínima em 190,55 centavos. Na Euronext/Liffe, o maio teve queda de 16dólares, com 2.159 dólares por tonelada, com o julho tendo desvalorização de 16dólares, para o nível de 2.155 dólares por tonelada.

De acordo com analistas internacionais, o dia foi iniciado próximo da estabilidade e os compradores se mostraram bem menos ativos que o verificado ao longo das últimas semanas. O maio não conseguiu nem sequer romper o nível de 198,00 centavos e, diante disso, ordens de venda passaram a ser empreendidas, sendo que rapidamente o segundo contrato passou a registrar perdas mais efetivas, até a mínima do dia, em 188,80 centavos. Uma tentativa de recuperação foi esboçada, mas, ao final do pregão, as baixas se mostraram consistentes.

"Se, por um lado, as chuvas retornaram para várias zonas produtoras do Brasil, por outro existem sinais claros de que uma quebra será observada, faltando saber qual será a extensão dessa quebra e sua implicação diante da oferta global da matéria-prima. Diante dessa incerteza, que deverá perdurar por um tempo significativo ainda, não duvidaríamos que esse movimento corretivo pode não ser dos mais significativos. Afinal, muitos players não querem ficar descobertos ante um déficit mais considerável na oferta global", disse um trader.

"Sobre as estimativas e opiniões de uma queda enorme na produção brasileira para os próximos dois ciclos é difícil opinar, ainda mais quando muitos profissionais sérios se mostram céticos com a certeza dos números que alguns têm indicado. Lembrando que a seca deste ano é um evento novo, portanto, não há registros anteriores para serem baseados. Resumindo, na dúvida é melhor vender e ganhar dinheiro do que não vender e eventualmente se arrepender de ganhar menos (ou até mesmo amargar prejuízos)", apontou Rodrigo Corrêa da Costa, da Archer Consulting.

O clima seco no Brasil tem gerado preocupação sobre a oferta de de café. Para a empresa Volcafé, o déficit global do grão poderá chegar a 6,5 milhões de sacas . A escassez de grãos arábicas, de acordo com a companhia, será de 5,3 milhões de sacas em 2014/2015, enquanto o déficit de robusta será de 1,2 milhão de sacas. Além do Brasil, as variações climáticas nos últimos meses deve afetar a produção de café do Vietnã. Um período de seca na região do central desse país, que inclui a província de Dak Lak, maior produtora local, afeta a cultura do café, o que fará com que algumas zonas apresentem números menores de produção. Adicionalmente, a província de Son La também tem problemas com o clima. Nessa localidade, o fator de pressão são as geadas, que também comprometerão os números finais da temporada.

As exportações brasileiras no mês de março, até o dia 13,totalizaram 511.038 sacas de café, queda de 34,62% em relação às 782.038 sacas embarcadas no mesmo período do mês anterior, de acordo com informações do Cecafé (Conselho dos Exportadores de Café do Brasil).

Os estoques certificados de café na bolsa de Nova Iorque tiveram queda de 3.128 sacas, indo para 2.588.229 sacas.

Tecnicamente, o maio na ICE Futures US tem resistência198,00, 198,50, 199,00, 199,50, 199,90-200,00, 200,30, 200,50, 201,00, 201,50,202,00, 202,50, 203,00, 203,50 e 204,00 centavos de dólar, com o suporte em188,80, 188,50, 188,00, 187,50, 187,00, 186,50, 186,00, 185,50, 185,10-185,00,184,50, 184,00, 183,50, 183,00, 182,50, 182,00 e 181,50 centavos.




Londres não volta a testar os 2.200 dólares e tem nova queda

Os contratos futuros de café robusta negociados na Euronext/Liffe encerraram esta segunda-feira com quedas, em uma sessão relativamente calma e que teve a posição maio se afastando progressivamente do nível psicológico de 2.200 dólares.

De acordo com analistas internacionais, Londres segue, ainda que mantendo parâmetros próprios, o comportamento dos arábicas em Nova Iorque. Nesta segunda, as cotações na casa de comercialização britânica foram influenciadas nas arbitragens, sendo que especuladores e fundos foram estimulados a efetuar vendas. Tais liquidações chegaram a ser mais agressivas, com a segunda posição tocando a mínima de 2.125 dólares, mas, ao final das operações, as perdas se mostraram apenas modestas.

"Chegamos a operar com quedas mais significativas, mas, ao final, a retração não foi tão profunda. Como era esperado, o mercado se mostrou mais vendedor acima do nível psicológico de 2.200 dólares. E como não temos tido uma reação nas arbitragens, por conta de realizações em Nova Iorque, a tendência é que teremos uma dificuldade maior para voltar a esse patamar", disse um trader.

O maio teve uma movimentação ao longo do dia de 8,58 mil contratos, contra 7,39 mil do julho. O spread entre as posições maio e julho ficou em 4 dólares.

No encerramento do dia, o maio teve queda de 16 dólares, com2.159 dólares por tonelada, com o julho tendo desvalorização de 16 dólares, para o nível de 2.155 dólares por tonelada.

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