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quarta-feira, 26 de março de 2014

Em dia menos agitado, café tem quedas apenas modestas na ICE

Os contratos futuros de café arábica negociados na ICE Futures US encerraram esta terça-feira com quedas, ainda que bastante modestas, em uma sessão bem mais tranquila que a média recente da casa de comercialização norte-americana. A volatilidade intensa sentida ao longo de muitos pregões recentes deu lugar para oscilações dentro de parâmetros bem mais conservadores e nenhum suporte ou resistência mais efetivos foram testados ao longo do dia. Pela manhã, algumas tentativas de ampliação dos ganhos da sessão passada chegaram a ser esboçadas, entretanto, o maio não foi muito além do patamar de 177,00 centavos. Diante disso, novas ordens de venda passaram a ser empreendidas. Elas, contudo, não foram tão intensas quanto às verificadas recentemente. Diante disso, o dia teve um aspecto consolidativo, com a posição maio conseguindo, ao final das operações, flutuar proximamente do nível psicológico de 175,00 centavos. A questão disponibilidade continua sendo o principal tema das conversas entre os players. A disparidade de opiniões dá sustentação para o nervosismo dos terminais. Algumas tradings trabalham com números superavitários para a oferta global de 2014, ao passo que outras já falam em um déficit bastante expressivo. Na média, os que acreditam em uma produção inferior à demanda parecem ter maioria, mas ainda existe a questão numérica. Afinal, se essa diminuição se efetivar, qual será o patamar de déficit e quanto dos estoques globais serão consumidos para garantir o abastecimento. Diante dessas incertezas, a tendência é de o mercado se manter dentro de um espectro de oscilações consideráveis, para cima ou para baixo.

No encerramento do dia em Nova Iorque, a posição maio teve queda de 110 pontos, com 175,30 centavos de dólar por libra peso, com a máxima em 177,30 centavos e a mínima de 173,65 centavos, com o julho registrando perda de 105 pontos, com 177,25 centavos por libra, com a máxima em 179,05 centavos e a mínima em 175,75 centavos. Na Euronext/Liffe, o maio teve queda de 10 dólares, com 2.073 dólares por tonelada, com o julho apresentando retração de 8 dólares, para 2.067 dólares por tonelada.

De acordo com analistas internacionais, o dia não teve novidades significativas, fato que se refletiu inclusive nas variações menos bombásticas nos terminais. Alguma consolidação pode ser buscada no curto prazo, principalmente se o mercado já vislumbra um piso mais efetivo. Nos mercado internos do Brasil, após os ajustes recentes, os negócios continuam bastante contidos, com os produtores esperando uma retomada dos preços mais consistentes. No segmento externo, o dia foi de altas para as bolsas de valores nos Estados Unidos, ao passo que o dólar teve poucas oscilações e as commodities softs apresentaram queda para a maior parte das matérias-primas. Anota dissonante foi o algodão, que subiu quase 4% ao final do pregão.

"Espero que a oferta e a demanda continuem equilibrados nos atuais níveis de preço. Nós vemos um estoque forte para ser transferido dos produtores para os torrefadores", indicou o diretor executivo da Organização Internacional do Café, Robério Silva, em entrevista à agência Bloomberg.

"Fala-se em quebra de safra no Brasil, na América Central e isso vai ser refletido na disponibilidade global. Entretanto, temos de lembrar que ainda há um bom volume de estoques, que deve ser utilizado para cobrir a boa demanda existente. As opiniões são muito divergentes, seja na afirmativa sobre déficit ou superávit global, seja nos patamares que o mercado pode alcançar. Enquanto alguns traders acreditam que o maio pode voltar para níveis próximos de 150,00 centavos, outros avaliam que um patamar de 180,00 centavos seria adequado para o momento", disse um trader.

A Stockler, uma das maiores exportadoras de café do Brasil, e membro da do grupo Neumann Kafee, divulgou um relatório em que analisa a situação dos cafezais nas principais regiões produtoras do país, sem, contudo, apresentar uma previsão para o tamanho da safra. Segundo a empresa, os seus especialistas viajaram 4 mil quilômetros, entre várias zonas produtoras, sendo que foi verificado que a seca teve seus piores efeitos em plantações novas (com até cinco anos), devido a suas raízes menos arraigadas. Plantações mais velhas tiveram um efeito bem menor. Ainda na avaliação da empresa, o efeito mais aparente da seca é o aumento de grãos mal desenvolvidos e “bóias”, além da parcela de grãos que já mostram sinais de que se tornarão “bóias” se as chuvas continuarem deficientes, mas que ainda podem se recuperar se a semente não se soltar do pergaminho.

As exportações brasileiras no mês de março, até o dia 24, totalizaram 1.313.508 sacas, queda de 12,92% em relação às 1.508.388 sacas embarcadas no mesmo período do mês anterior, de acordo com informações do Cecafé (Conselho dos Exportadores de Café do Brasil).

Os estoques certificados de café na bolsa de Nova Iorque tiveram queda de 1.150 sacas, indo para 2.580.331 sacas.

Tecnicamente, o maio na ICE Futures US tem resistência 177,30, 177,50-177,55, 178,00, 178,50, 179,00, 179,50, 179,90-180,00, 180,50,181,00, 181,50, 182,00, 182,50, 183,00, 183,50, 184,00, 184,50 e 184,90-185,00centavos de dólar, com o suporte em 173,65, 173,50, 173,00, 172,50, 172,00,171,50, 171,00, 170,50, 170,10-170,00, 169,50, 169,00, 168,50, 168,00, 167,50,167,00, 166,50 e 166,00 centavos.




Londres: café tem retração, mas consegue preservar suportes

Os contratos futuros de café robusta negociados na Euronext/Liffe encerraram esta terça-feira com quedas ligeiras, em uma sessão relativamente calma, com um volume comercializado apenas modesto. Algumas rolagens, entre maio e julho já são identificadas, ainda que de forma tímida.

De acordo com analistas internacionais, a sessão foi caracterizada por uma tentativa inicial dos compradores em romper o nível psicológico de 2.100 dólares. No entanto, a máxima do pregão não passou dos2.099 dólares. Sem o "apoio" das arbitragens, dado que os arábicas também não avançaram ao longo desta terça na bolsa de Nova Iorque, o que se observou foi a retomada das vendas, ainda que de forma bem mais regrada. Comisso, a mínima do dia não passou dos 2.068 dólares, com os suportes sendo, portanto, preservados.

"Tivemos uma sessão tranquila, daquelas bastante técnicas e com os parâmetros sendo mantidos. O que se observa é um mercado ainda relativamente dependente das arbitragens, principalmente pela falta de um norte mais concreto quanto à disponibilidade global. Caso, realmente, tenhamos uma quebra mais forte dos arábicas, a tendência é de os robustas repetirem o verificado num passado recente, quando ganharam corpo e puderam romper barreiras interessantes, por conta de uma demanda mais expressiva", disse um trader.

O maio teve uma movimentação ao longo do dia de 6,14 mil contratos, contra 3,71 mil do julho. O spread entre as posições maio e julho ficou em 6 dólares.

No encerramento do dia, o maio teve queda de 10 dólares, com2.073 dólares por tonelada, com o julho apresentando retração de 8 dólares, para 2.067 dólares por tonelada.

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