Após corte de rating pela S&P, dólar cai ao menor nível desde novembro
SÃO PAULO - O baixo risco de um novo rebaixamento do rating soberano brasileiro neste ano e um cenário internacional favorável sustentaram a valorização do real frente ao dólar, um dia após a agência Standard & Poor’s ter rebaixado a nota de classificação de risco de “BBB” para “BBB-", mantendo a perspectiva estável para o grau de investimento. Nesse cenário, analistas não veem, pelo menos no curto prazo, uma reversão do ingresso de recursos, que tem levado a moeda americana a se desvalorizar - a baixa soma 1,66% só neste mês.
O dólar comercial fechou em queda de 0,69% a R$ 2,3060, menor nível desde 26 de novembro. Já o contrato futuro para abril recuava 0,88% para R$ 2,308. A queda do dólar no mercado local acompanhava o movimento de desvalorização da moeda americana no exterior e foi intensificada por um movimento de zeragem de perdas de alguns fundos locais, que estavam com posição comprada na moeda americana, após o dólar ter atingido a mínima de R$ 2,30. “Ninguém espera uma mudança na perspectiva do rating do Brasil pelo menos nos próximos seis meses”, afirma um executivo de uma tesouraria estrangeira, lembrando que as duas outras agências de classificação de risco, Fitch e Moody’s, mantêm a nota de classificação de risco do Brasil estável em um degrau acima do grau de investimento.
Para o diretor e chefe de pesquisas para mercados emergentes das Américas da Nomura, Tony Volpon , boa parte do risco de um rebaixamento do rating brasileiro já estava refletida nos preços dos ativos. “O evento já estava precificado e, além disso, a atual taxa de juros (de 10,75%) praticada nos mercados compensa os riscos que estão sendo discutidos pela S&P. O mercado está em um momento de humor um pouco mais positivo com o Brasil e não acredito que essa percepção vá mudar neste momento”, afirma.
No mercado interno, a grande entrada de recursos para renda fixa e de captações externas tem sustentado a boa performance do real neste mês. Os analistas não esperam uma reversão desse fluxo no curto prazo, pelo menos enquanto as condições externas continuarem favoráveis para ativos emergentes.
O diretor da Nomura destaca, no entanto, que se houver uma piora do apetite para ativos emergentes, os investidores passarão a ser mais seletivos e voltarão a olhar para os fundamentos. O Brasil poderia sofrer mais nesse cenário porque não apresentou uma melhora do quadro macroeconômico. “Não acho que esse ambiente vai durar muito tempo, dado que a valorização do real já parece um pouco exagerada, pois não há fundamentos para tal apreciação”, diz.
Preservação do grau de investimento ofusca rebaixamento e juros caem
Os juros futuros longos caíram em bloco na BM&F no primeiro pregão após a
agência de classificação de risco Standard & Poor's cortar o rating brasileiro.
A redução de prêmios de risco se dá em meio à apreciação do real e alta da
bolsa, sintomas claros de que o apetite dos investidores por ativos domésticos
não foi arranhado. A leitura geral é de que o rebaixamento, embora tenha vindo
antes do esperado, é uma informação já incorporada aos preços. Em vez de
lamentar uma informação velha (o corte do rating), o mercado celebrou uma
notícia nova (e boa): a perspectiva da nota local mudou de negativa para
estável, o que afasta a possibilidade de que o Brasil perca o grau de
investimento este ano. Com o selo do bom pagador do Brasil garantido, os
investidores se sentem à vontade para aproveitar as altas taxas locais enquanto
a situação externa não piora. DI janeiro/2017 caiu de 12,63% para 12,51%; DI
janeiro/2015 desceu de 11,17% para 11,16%.
JUROS: Desvalorização do dólar puxa queda das taxas dos DIs
São Paulo, 25 de março de 2014 - As taxas dos contratos de DI terminaram a
sessão da BM&FBovespa desta terça-feira em queda, refletindo a
desvalorização da moeda norte-americana em relação ao real. Segundo o
gerente de câmbio da Correparti Corretora, João Paulo de Gracia Corrêa, esse
foi o principal fator que levou ao desempenho negativo.
Dentre os contratos de juros com maior volume financeiro, os programados
para janeiro de 2017 caíram de 12,63% para 12,52%, movimentando R$ 31,7
bilhões. No curto prazo, os papéis que expiram em janeiro de 2015, na
contramão, subiam de 11,15% para 0,08%, com volume de R$ 14,5 bilhões.
Ainda no curto prazo, os contratos de juros com vencimento em julho deste
ano ficaram estáveis em relação ao fechamento de ontem (24), a 10,84%, com
giro financeiro de R$ 11,9 bilhões. No longo prazo, para as taxas dos papéis
que vencem em janeiro de 2016, recuaram de 12,15% para 12,08%, a R$ 10,7
bilhões.
PERSPECTIVA CÂMBIO E JUROS: Câmbio refletirá fluxo cambial e dado dos EUA
São Paulo, 25 de março de 2014 - O rumo que o dólar comercial terá nesta
quarta-feira (26) dependerá do resultado dos indicadores norte-americanos, que
serão divulgados pela manhã e do fluxo cambial, programado para o começo da
tarde. Segundo o gerente de câmbio da Correparti Corretora, João Paulo de
Gracia Corrêa, sem considerar a influência desses dados, existe a chance de
leve recuperação, devido às perdas dos últimos dias.
Às 9h30, o Departamento do Comércio informará os pedidos de bens
duráveis de fevereiro, sendo que em janeiro os pedidos recuaram 1% ante
dezembro, para US$ 225 bilhões. A expectativa do mercado é de alta de 1%. Às
10h45, o instituto de pesquisas Markit revelará a leitura preliminar de março
do índice dos gerentes de compras (PMI, na sigla em inglês) do setor de
serviços. Em fevereiro, o índice caiu para 53,3 pontos, de 56,7 no mês
anterior.
No ambiente doméstico, o destaque para as negociações de câmbio será a
nota de política monetária até 21 de fevereiro, que será divulgada pelo
Banco Central (BC), às 10h30. "Se houver indicação de entrada maior de
fluxo, o dólar não registrará oscilação, mas se decepcionar, a tendência
será de valorização ante o real, pois os dados da balança comercial serão
levados mais em conta pelos investidores", afirma Corrêa.
A leitura positiva dos indicadores da maior economia mundial também poderá
impulsionar o dólar comercial amanhã, mas por enquanto, os investidores
esperam que a análise sobre até que ponto o inverno rígido interferiu no
crescimento. Caso os números demonstrem a continuidade do avanço, a
perspectiva é de valorização da divisa, pois aumentam as chances de maior
retirada de estímulos econômicos e aumento da taxa de juros.
Sobre as negociações desta terça-feira, o gestor de câmbio da Correparti
Corretora afirma que o cenário parece ter sido mais de uma elevação da nota
soberana do Brasil do que um corte, devido ao comportamento dos investidores
tanto no mercado de câmbio quanto no de renda variável. O dólar comercial
encerrou com desvalorização 0,68%, cotado a R$ 2,3040 para compra e a R$
2,3060 para venda.
"Essa queda foi exagerada, por isso, deverá ocorrer alguma recuperação
amanhã. O comportamento da divisa não refletiu o corte no rating pela S&P
[Standard & Poor's, de 'BBB' para 'BBB-'], porque ele estava precificado
além do que o dólar havia subido muito durante o período de especulação do
corte. A valorização das moedas dos países emergentes e a possibilidade de
reformas na China para impulsionar o crescimento também influenciaram".
Durante o dia, a moeda norte americana oscilou entre a mínima de R$ 2,3000
e a máxima de R$ 2,3320. No mercado futuro, os contratos da divisa com
vencimento em abril caíram 0,55%, negociados por R$ 2.316,000. O dólar iniciou
o dia com valorização, mas logo depois inverteu o sinal e passou a cair.
Juros
As taxas dos contratos de DI terminaram a sessão da BM&FBovespa em queda,
refletindo a desvalorização da moeda norte-americana em relação ao real. O
gerente de câmbio da Correparti Corretora, afirma que esse foi o principal
fator que levou ao desempenho negativo.
Dentre os contratos de juros com maior volume financeiro, os programados
para janeiro de 2017 caíram de 12,63% para 12,52%, movimentando R$ 31,7
bilhões. No curto prazo, os papéis que expiram em janeiro de 2015, na
contramão, subiam de 11,15% para 0,08%, com volume de R$ 14,5 bilhões.
Ainda no curto prazo, os contratos de juros com vencimento em julho deste
ano ficaram estáveis em relação ao fechamento de ontem (24), a 10,84%, com
giro financeiro de R$ 11,9 bilhões. No longo prazo, para as taxas dos papéis
que vencem em janeiro de 2016, recuaram de 12,15% para 12,08%, a R$ 10,7
bilhões.
Bovespa fecha em alta mesmo após S&P, ajudada por fluxo externo
A bolsa brasileira chegou ao sétimo pregão consecutivo de alta nesta
terça-feira, mesmo após a confirmação do rebaixamento da nota de risco de
crédito do Brasil pela S&P. Tal sequência não era vista desde 19 de agosto de
2013, quando a Bovespa completou nove pregões seguidos de ganhos. O fluxo
positivo de capital externo ajudou, mais uma vez, a sustentar o avanço do
mercado local, diante da avaliação de que o corte no rating soberano já era
mais do que esperado.
"Como o país não perdeu o grau de investimento e a nota não teve novo viés
negativo, fica a avaliação de que o corte já estava embutido no preço dos
ativos", aponta o especialista em bolsa da Icap Brasil, Rogério Oliveira. "A
surpresa foi o timing. A S&P poderia ter esperado mais alguns meses, como fez a
Fitch. Por outro lado, após a visita dos analistas da agência ao país, na
semana retrasada, havia uma chance de que o corte acontecesse logo."
Oliveira avalia que o pessimismo em relação ao país ainda é grande entre os
investidores locais, en quanto os estrangeiros aproveitam para fazer compras na
bolsa, visando ganhos de curto prazo e aproveitando a relativa tranquilidade no
mercado cambial. Segundo os últimos dados da BM&FBovespa, os estrangeiros estão
com um saldo líquido positivo de R$ 1 bilhão na bolsa brasileira neste mês até
o dia 21.
O Ibovespa subiu 0,39%, aos 48.180 pontos, com volume de R$ 5,732 bilhões.
Desde 14 de fevereiro, a bolsa brasileira não fechava acima da linha dos 48 mil
pontos. Entre as principais ações do índice, Vale PNA ganhou 1,65% , a R$
27,61; Petrobras PN subiu 0,55%, para R$ 14,48, e Itaú PN avançou 0,55%, a R$
32,45.
No topo do Ibovespa ficaram Copel PNB (3,53%), Anhanguera ON (3,33%) e Usiminas
PNA (2,57%). Na outra ponta apareceram JBS ON (-4,95%), Suzano PNA (-3,38%) e
Eletrobras PNB (-3,07%). O frigorífico JBS divulgou ontem à noite um lucro de
R$ 140,7 milhões no quarto trimestre, o que representa um aumento de 112%
frente a igual período do ano passado. Apesar do crescimento da última linha, o
resultado ficou muito aquém das projeções dos analistas ouvidos pelo Valor, que
variaram entre R$ 320 milhões e R$ 590 milhões.
PERSPECTIVA: Indice pode testar os 48.500 pts, dados dos EUA são destaque
São Paulo, 25 de março de 2014 - Após sete pregões de alta consecutivos
e resistindo ao rebaixamento do rating do Brasil, o Ibovespa, principal índice
da BM&FBovespa, pode testar a resistência em torno dos 48.500 pontos no pregão
de amanhã podendo ainda abrir em alta. Em termos de agenda econômica, o
destaque fica com os dados dos Estados Unidos.
"O Ibovespa começou a se recuperar no dia 17 e encontra uma resistência
forte entre os 48.500 e os 48.600 pontos, com a tendência de alta no curto
prazo. Vamos ver no pregão de amanhã se o índice vai testar essa resistência
e romper ou se vai bater nesse patamar e voltar. Se romper deve seguir em
alta", aponta Igor Graminhari, analista gráfico da Alpes Corretora.
Graminhari ainda aponta que o gráfico das ações preferenciais da
Petrobras (PETR4) também está com tendência de alta no curto prazo,
encerrando hoje com avanço de 0,56%, a R$ 14,46, muito próximo da
resistência de R$ 14,67. O das ações PN da Vale (VALE5) encerraram a R$ 27,53
com alta de 1,66%, com resistência em R$ 27,57, também podendo confirmar a
inversão da tendência técnica para alta na sessão de amanhã, o que
colaboraria com o avanço do índice.
Em relação a agenda econômica, Bruno Gonçalves, analista chefe da Alpes
Corretora, destaca os indicadores dos Estados Unidos. "Os números de bens
duráveis e o índice dos gerentes de compras (PMI, na sigla em inglês) de
serviços são dados relativamente importantes e que podem ter alguma força
nos mercados amanhã. Na agenda doméstica, a nota de crédito e o dado de
confiança do consumidor também podem influenciar", afirma Gonçalves.
O Departamento do Comércio informa, às 9h30, os pedidos de bens duráveis
de fevereiro. Em janeiro os pedidos caíram 1% ante dezembro, para US$ 225
bilhões. Analistas preveem alta de 1%. O instituto de pesquisas Markit
Economics divulga, às 10h45, a leitura preliminar de março do índice dos
gerentes de compras (PMI, na sigla em inglês) sobre a atividade do setor de
serviços. Em fevereiro, o índice caiu para 53,3 pontos, de 56,7 no mês
anterior. Não há estimativas.
No Brasil, o Banco Central (BC) informa, às 10h30, a nota de política
monetária de fevereiro.
Hoje, o Ibovespa encerrou o pregão com alta de 0,39%, a 48.180 pontos. O
giro financeiro foi de R$ 5,7 bilhões. O bom humor externo colaborou com o
avanço do índice, principalmente os dados de confiança do consumidor nos
Estados Unidos e a expectativa de pacote de estímulos na China.
O índice de confiança do consumidor norte-americano medido pelo Conference
Board subiu para 82,3 pontos em março, de 78,3 pontos em fevereiro (dado
revisado). Analistas previam que o índice subisse para 78,2 pontos em março,
após uma leitura original de 78,1 pontos em fevereiro.
Na China, apesar dos boatos de pacote estímulos ainda não confirmados, os
preços de minério de ferro subiram mais de 1%, com a cotação da commodity
medida pela Platts subindo 1,36% para US$ 111,75 por tonelada e a apurada pelo
Metal Bulletin avançando 1,07% para US$ 112,11/ton.
MERCADO EUA: Confiança do consumidor aumenta e índices fecham em alta
São Paulo, 25 de março de 2014 - Os principais índices do mercado de
ações dos Estados Unidos fecharam em alta, influenciada pela melhoria da
confiança do consumidor e a elevação dos preços dos imóveis. O Dow Jones
subiu 0,56%, a 16.367 pontos; o S&P 500 encerrou com alta de 0,44%, a 1.865
pontos, e o Nasdaq Composto ganhou 0,19%, a 4.234 pontos.
O índice de confiança do consumidor norte-americano, medido pelo
Conference Board, subiu para 82,3 pontos, em março, de 78,3 pontos em fevereiro
(dado revisado). O índice S&P/Case Shiller de preços de imóveis cresceu
13,2%, em janeiro, na comparação anual.
Os investidores também reagiram às declarações de Charles Plosser,
presidente regional do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano)
Filadélfia, segundo a Hargreaves Lansdown, ressaltando que o discurso de Janet
Yellen, presidente do Fed, não representa uma mudança na atual política
monetária dos Estados Unidos.
PETRÓLEO: WTI cai com expectativa de alta no estoque; Brent sobe
São Paulo, 25 de março de 2014 - Os preços dos contratos futuros de
petróleo fecharam mistos hoje, motivados tanto pelas expectativas de que os
dados do estoque dos Estados Unidos, divulgados amanhã, mostrem um aumento da
oferta quanto por rumores de que as autoridades da China preparam um pacote com
uma série de medidas para reanimar a economia.
Na Nymex, os preços dos contratos futuros do WTI, com vencimento em maio,
encerraram a seção em queda de 0,41%, a US$ 99,19 o barril. Na plataforma ICE,
os preços dos contratos futuros do Brent, com o mesmo vencimento, subiram
0,67%, a US$ 106,99 o barril.
Ontem, o Porto de Houston foi fechado devido à batida de dois navios.
Analistas esperam que os efeitos dessa interrupção sejam sentidos mais adiante
e não nos dados de estoques que serão divulgados amanhã. O canal já foi
parcialmente reaberto.
O fechamento da cotação de hoje também foi influenciado pelo vazamento em
Indiana, nos Estados Unidos. A petrolífera britânica British Petroleum (BP)
reportou uma interrupção no seu processo de refino de petróleo, que resultou
em um vazamento no Lago Michigan, segundo um porta-voz da empresa. Ainda não
há estimativas sobre o volume de óleo derramado, mas a refinaria continuará a
operar.
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