Café chega a flutuar em um intervalo longo, mas fecha com ligeira alta na ICE
Os contratos futuros de café arábica negociados na ICE Futures US encerraram esta quarta-feira com altas, ainda que apenas modestas, com os volumes negociados sendo menos intensivos que os verificados nas sessões recentes na casa de comercialização norte-americana. A sessão do dia foi sem novidades, daquelas caracterizadas por funções efetivamente técnicas, ainda que a volatilidade tenha sido relativamente alta. Ao longo da manhã, algumas vendas foram identificadas, sendo que o primeiro contrato chegou a rondar o nível de172,00 centavos, sendo que, na sequência, várias recompras foram identificadas, invertendo o lado e com o maio chegando a se aproximar do patamar de 180,00 centavos, sem, contudo, testá-lo. Na segunda metade do dia, as ações variaram dentro de um range mais estreito, com o maio continuando a operar próximo do nível de encerramento do pregão passado. O mercado continua a operar baseado em aspectos técnicos, sendo que a questão da disponibilidade ainda é um fator considerável para desencadear a boa volatilidade recente. Afinal, se mantém a incerteza sobre se o mercado terá um forte déficit de oferta ou se a demandas era compensada com o que será colhido, ainda que com os problemas registrados no Brasil, América Central e outras origens. Segundo Ole Hansen, diretor de estratégia em commodities do Saxo Bank, os fortes rallies verificados no segmento agrícola, no primeiro trimestre do ano, começam a perder intensidade. O índice DJ UBS para a agricultura estaria próximo de voltar a operar no lado negativo. O momento negativo, segundo o especialista, teria sido acelerado pelo café e o açúcar, que tiveram correções consideráveis, depois que as chuvas voltaram a ser observadas em zonas produtoras do Brasil, após um período de seca.
No encerramento do dia em Nova Iorque, a posição maio teve alta de 70 pontos, com 176,00 centavos de dólar por libra peso, com a máxima em 179,40 centavos e a mínima de 172,15 centavos, com o julho registrando avanço de 75 pontos, com 178,00 centavos por libra, com a máxima em 181,35 centavos e a mínima em 174,10 centavos. Na Euronext/Liffe, o maio teve alta de 7 dólares, com 2.080 dólares por tonelada, com o julho apresentando valorização de 6 dólares, para 2.073 dólares por tonelada.
De acordo com analistas internacionais, o dia foi marcado por ações no lado vendedor e comprador, sem, contudo, um direcionamento ter sido firmado. A expectativa dos altistas era conseguir romper o patamar de180,00 centavos, intento que, contudo, foi frustrado. Ainda assim, a finalização do pregão no lado positivo teve uma leitura de que o mercado está relativamente mais consistente e pode ter encontrado um piso próximo dos atuais níveis. No segmento externo, o dia foi de perdas para as bolsas de valores nos Estados Unidos, ao passo que o dólar tem uma alta ligeira em relação a uma cesta de moedas internacionais. No segmento de commodities, o dia foi de avanço para o petróleo, ao passo que os softs tiveram ganhos para o açúcar e poucas mudanças nos preços do café e cacau.
"Apesar da volatilidade ligeiramente mais efetiva que ada sessão passada, ainda temos um quadro mais calmo na bolsa norte-americana. O maio parece tender a flutuar próximo do nível de 175,00 centavos, ao menos no curto prazo. Por sua vez, a tendência é que continuemos a especular fortemente sobre a questão da disponibilidade, já que muitos operadores ainda não conseguiram chegar a um consenso sobre os números da safra do Brasil e também da oferta global", disse um trader.
Parte do segmento produtor de café da Colômbia anunciou que realizará uma greve nacional na próxima sexta-feira, 28 de março, caso o governo federal não cumpra os acordos que permitiriam o levantamento dos protestos do ano passado. A decisão de ir para o protesto foi tomada em uma assembleia do movimento "Dignidade Cafeeira", realizada nesta segunda-feira no município de Córdoba, no departamento (Estado) de Quindío, no centro do país. A "Dignidade Cafeeira" assinalou que a paralisação foi aprovada pelos delegados do movimento dos departamentos de Antioquia, Caldas, Risaralda, Quindío, Valle, Cauca, Nariño, Huila, Tolima, Santander, Cesar, Magdalena e Cundinamarca, que são os principais produtores do grão no país.
As exportações brasileiras no mês de março, até o dia 25,totalizaram 1.433.532 sacas, queda de 14,67% em relação às 1.680.031 sacas embarcadas no mesmo período do mês anterior, de acordo com informações do Cecafé (Conselho dos Exportadores de Café do Brasil).
Os estoques certificados de café na bolsa de Nova Iorque tiveram queda de 1.389 sacas, indo para 2.578.942 sacas.
Tecnicamente, o maio na ICE Futures US tem resistência 179,40-179,50, 179,90-180,00, 180,50, 181,00, 181,50, 182,00, 182,50, 183,00,183,50, 184,00, 184,50 e 184,90-185,00 centavos de dólar, com o suporte em172,15, 172,00, 171,50, 171,00, 170,50, 170,10-170,00, 169,50, 169,00, 168,50,168,00, 167,50, 167,00, 166,50 e 166,00 centavos.
Londres tem novo dia de calma e fecha com pequena alta
Os contratos futuros de café robusta negociados na Euronext/Liffe encerraram esta quarta-feira com ganhos modestos, em um dia de bastante calma na bolsa londrina, com um volume bem mais modesto que o registrado ao longo das sessões recentes. Os preços flutuaram dentro de um intervalo não muito consistente, principalmente após o maio não ter conseguido romper o nível psicológico de 2.100 dólares.
De acordo com analistas internacionais, o dia foi marcado por tentativas de altas e baixas. A mínima da sessão foi de 2.047 dólares, mas, a partir desse patamar, as vendas não tiveram prosseguimento, o que abriu espaço para recompras. A máxima tocou os 2.099 dólares e, sem romper a resistência, foram verificadas desacelerações.
"Foi uma típica sessão técnica, sem maiores oscilações, principalmente por não conseguirmos nos manter num fluxo vendedor ou comprador próximo dos suportes e resistências. Com a tranquilidade em Nova Iorque, não tivemos maiores pressões por conta das arbitragens", disse um trader.
O maio teve uma movimentação ao longo do dia de 5,46 mil contratos, contra 3,08 mil do julho. O spread entre as posições maio e julho ficou em 7 dólares.
No encerramento do dia, o maio teve alta de 7 dólares, com 2.080 dólares por tonelada, com o julho apresentando valorização de 6 dólares, para 2.073 dólares por tonelada.
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