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segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014

Café tem dia estável na ICE, mas fecha semana com alta de 19%

Os contratos futuros de café arábica negociados na ICE Futures US tiveram uma sexta-feira de caráter consolidativo, com as fortes oscilações verificadas ao longo dos últimos pregões dando lugar para preços flutuando em intervalos mais modestos, sem o rompimento de suportes ou resistências mais significativas. Ao longo de boa parte da sessão, o maio flutuou proximamente do patamar de 170,00 centavos, que é um referencial importante. Ao se posicionar nesse nível também é possível se fazer uma leitura de que o mercado continua a se mostrar sustentado. Ao longo da semana, o contrato de maio apresentou uma alta de expressivos 19,11%. O mercado continua focado na questão climática brasileira. Os mais recentes boletins meteorológicos apontam que o final de semana continuará apresentando temperaturas muito altas no cinturão cafeeiro do Brasil e as tão esperadas chuvas ainda não virão. Elas poderão ser esparsas, mas em níveis muito fracos para reverter o déficit hídrico atual. Na esteira desse "temor climático", algumas entidades já falam claramente em quebra de safra. O Instituto de Economia Agrícola, órgão respeitado no segmento café brasileiro, avaliou que a safra do grão de São Paulo, terceiro produtor brasileiro, poderá cair até 20% na temporada 2014/2015 por conta do tempo seco e quente que atingiu o Estado desde o final de 2013. O Estado anteriormente havia previsto, em dezembro, uma colheita de 4,44 milhões de sacas, o que seria um aumento de pouco mais de 10%. No entanto, devido à irregularidade das precipitações, associada à baixa umidade relativa do ar e às elevadas temperaturas registradas, a diminuição na quantidade colhida seria da ordem de 10% a 20% nas lavouras mais antigas e de 15% a 20% naquelas de primeira safra e segunda safra. Operadores ressaltaram que começam a aparecer os primeiros números sobre prejuízos nas zonas cafeeiras do Brasil, mas a ideia mais concreta só virá quando tivermos uma normalização do clima. Para esses operadores, o certo é que o mercado está muito apreensivo, afinal, a propalada disponibilidade ampla já não é algo mais esperado. Pelo contrário, já se trabalha em déficit de produção para os arábicas e isso está se refletindo nos terminais.


No encerramento do dia em Nova Iorque, a posição maio teve alta de 5 pontos, com 169,50 centavos de dólar por libra peso, com a máxima em 174,60 centavos e a mínima de 168,30 centavos, com o julho registrando baixa de 5 pontos, com 171,35 centavos por libra, com a máxima em 176,45 centavos e a mínima em 170,30 centavos. Na Euronext/Liffe, o março teve alta de 6 dólares, com 1.981 dólares por tonelada, com o maio tendo desvalorização de 4 dólares, para o nível de 1.955 dólares por tonelada.

De acordo com analistas internacionais, o mercado continua focado na questão climática brasileira. As chuvas não caem de forma efetiva no cinturão cafeeiro do país e os prejuízos poderão ser ainda maiores que os já esperado se o quadro não apresentar uma mudança rapidamente. O analista Gil Barabach, da consultoria Safras & Mercado, indicou que as tradings internacionais falavam, há algum tempo, numa produção brasileira de 60 milhões de sacas, número que hoje já está descartado. Segundo ele, alguns levantamentos indicam quebra de 10 milhões de sacas, o que derrubaria a produção para 50 milhões, o que não geraria excedente e limitaria o saldo exportável, já que o Brasil tem um consumo interno forte. O analista questiona o que ocorreria se o Brasil nem sequer conseguisse produzir 50 milhões e ressalta que em tal cenário os estoques teriam de ser utilizados. E conclui lembrando que estoques em queda refletem nas altas das cotações.

"O mercado teve um dia consolidativo, mas com a manutenção de intervalos muito interessantes de preço. A julgar pelos boletins mais recentes das empresas de meteorologia, a tendência é que continuemos a operar focados no clima e a tendência é de que poucas chuvas deverão atingir o centro-sul brasileiro, ao menos no curto prazo. A expectativa, portanto, é de que a emoção deve continuar nos terminais", disse um trader.

A produção de café na Índia deverá ter uma queda de mais de 10%, indo para 311,5 mil toneladas, no ano safra cujo início se deu em outubro passado, indicou o Escritório de Café da Índia. De acordo com a entidade, a revisão para baixo da produção do país se deu por conta das fortes chuvas que atingiram o sul do Estado de Karnataka, maior produtor do país. Ainda de acordo com o Escritório, os preços dos grãos locais vêm apresentando alta nos mais recentes leilões realizados, por conta da valorização do café nos mercados internacionais.;

As exportações brasileiras no mês de fevereiro, até o dia 20, totalizaram 1.374.582 sacas de café, alta de 21,17% em relação às 1.134.393 sacas embarcadas no mesmo período do mês anterior, de acordo com informações do Cecafé (Conselho dos Exportadores de Café do Brasil).

Os estoques certificados de café na bolsa de Nova Iorque tiveram queda de 4.992 sacas, indo para 2.626.303 sacas.

Tecnicamente, o maio na ICE Futures US tem resistência em 174,60, 175,00, 175,50, 176,00, 176,50, 177,00, 177,50, 178,00, 178,50, 179,00, 179,50, 179,90-180,00 e 180,50 centavos de dólar, com o suporte em 168,30,168,00, 167,50, 167,00, 166,50, 166,00, 165,50, 165,00, 164,50, 164,00, 163,50, 163,00, 162,05, 162,00, 161,50, 161,00, 160,50 e 160,10-160,00 centavos.




Londres tem sessão tranquila e fecha com poucas oscilações

Os contratos futuros de café robusta negociados na Euronext/Liffe encerraram esta sexta-feira com oscilações modestas, em uma sessão tranquila e bem menos intensa que as verificadas ao longo da semana nessa casa de comercialização britânica. Ao contrário do que ocorreu na quinta-feira, a posição maio não rompeu o nível de 2.000 dólares, entretanto, conseguiu se manter dentro de um intervalo básico, acima dos 1.950 dólares. As rolagens de posições, principalmente entre março e maio, continuaram a ser ativas.


De acordo com analistas internacionais, o dia foi marcado por compras especulativas, que permitiram ao maio tocar a máxima de 1.988 dólares. Entretanto, nesse nível foram registradas ligeiras realizações e os ganhos desaceleraram. A sessão teve um volume de negócios bem menos efetivo que ao longo do decorrer da semana, se revestindo de um caráter consolidativo.

"As origens, mais uma vez, se mostraram contidas. Alguns players avaliam que elas poderão ser mais agressivas acima dos 2.000dólares, que, se puxarmos pela memória, era um referencial importante para os vendedores há alguns meses. O mercado continua a viver um clima de expectativa, já que ainda não é possível dimensionar a quebra de safra no Brasil e os efeitos que ela terá sobre a disponibilidade global do grão!, disse um trader.

O março teve uma movimentação ao longo do dia de 2,44 mil contratos, contra 9,71 mil do maio. O spread entre as posições março e maio ficou em 26 dólares.

No encerramento do dia, o março teve alta de 6 dólares, com1.981 dólares por tonelada, com o maio tendo desvalorização de 4 dólares, para o nível de 1.955 dólares por tonelada.


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