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quinta-feira, 2 de janeiro de 2014

Na primeira sessão do ano, café tem ligeira alta na ICE,  as perspectivas continuam negativas
Os contratos futuros de café arábica negociados na ICE Futures US iniciaram o ano de 2014 registrando altas. Em uma sessão curta, já que a abertura dos terminais só se deu pela manhã, o café conseguiu reverter parte das perdas mais efetivas registradas na última terça-feira.

Ainda assim, o março continuou distante do referencial de 115,00 centavos, ao passo que viu o suporte de 110,00 centavos ficar próximo de ser testado. Ao não se efetivar o rompimento desse patamar, algumas novas ordens de compra passaram a ser executadas, o que culminou nos ganhos verificados no encerramento da sessão.

O dia foi técnico e ainda fraco, sendo que a tendência é que a casa de comercialização norte-americana retome efetivamente seu movimento apenas a partir da próxima segunda-feira. Operadores ressaltaram que a tendência baixista persiste para o café e que os mercados continuam a temer a disponibilidade ampla, por conta de safras consistentes em origens como Brasil, Colômbia e Vietnã.

Os preços do café fecharam 2013 com uma queda de mais de 20%, produzindo a pior retração de dois anos em uma década, refletindo a pressão que exerce o excesso de estoques nos mercados de commodities. A produção global de café está em alta, devido ao fato de uma maior área ter sido dedicada ao grão e também pela ampliação das variedades mais produtivas e resistentes. Produtores desde a Colômbia até a Etiópia tomaram medidas para impulsionar a produção nos últimos três anos, quando as cotações estavam em alta.

Agora, o mercado de 6,1 bilhões de dólares que representam os contratos futuros de arábica sofre as consequências. Os preços do café não registravam queda em três anos consecutivos desde o princípio dos anos 90. Desde maio de 2011, as cotações da matéria-prima tiveram queda de 49%. Trata-se da maior retração de dois anos, desde 2000/2001, quando os preços declinaram 63%.

No encerramento do dia em Nova Iorque, a posição março teve ganho de 70 pontos, com 111,40 centavos de dólar por libra peso, com a máxima em 112,30 centavos e a mínima de 111,20 centavos, com o maio registrando avanço de 75 pontos, com 113,70 centavos por libra, com a máxima em 114,50 centavos e a mínima em 112,50 centavos. Na Euronext/Liffe, em Londres, o março teve queda de 69 dólares, com 1.614 dólares por tonelada, com o maio tendo desvalorização de 58 dólares, para o nível de 1.596 dólares por tonelada.

De acordo com analistas internacionais, o dia foi caracterizado pela calma e por algumas compras modestas que, no entanto, deram suporte para que as altas se efetivassem. O março, no entanto, não conseguiu ir além da casa dos 112,30 centavos de dólar, o que fez com que houvesse um distanciamento para o referencial anterior, que era de 115,00 centavos. Nos mercados externos, o dia foi negativo, com quedas nas bolsas norte-americanas e alta considerável do dólar em relação a várias moedas internacionais. Isso afetou também as commodities. O petróleo fechou o dia com queda de mais de 2,5%, praticamente todo o complexo de grãos teve um dia de retração, ao passo que nos softs as altas só vieram para o café e para o algodão.

"Iniciamos um novo ano, mas as perspectivas não se alteraram. Temos um quadro de disponibilidade ampla, ao passo que os estoques ainda são bastante consistentes. Mesmo com um demanda com números consistentes, ainda há um excedente de café e é justamente esse fator que deve continuar a fazer com que os preços se mantenham em patamares como os atuais que, na maioria dos casos, nem sequer conseguem cobrir os custos de produção", disse um trader.

As exportações de grãos de café robusta da principal área produtora da Indonésia — Sumatra — subiram 17,6%, indo para 22.426 toneladas (374 mil sacas) em dezembro ante o mesmo período do ano anterior, indicaram dados do Ministério do Comércio desse país asiático. A Indonésia havia registrado o enviou de 19.071 toneladas de robusta em dezembro de 2012. Em novembro passado, por sua vez, o país registrou o embarque de 51.613 toneladas para todos os destinos.

Os estoques certificados de café na bolsa de Nova Iorque tiveram queda de 250 sacas, indo para 2.709.056 sacas. Tecnicamente, o março na ICE Futures US tem resistência 112,30, 112,50, 113,00, 113,50, 114,00, 114,50, 114,85, 114,90-115,00, 115,50, 116,00, 116,50, 117,00, 117,45-117,50, 118,00, 118,40-118,50, 119,00, 119,50, 119,90-120,00, 120,50, 121,00, 121,50 e 122,00 centavos de dólar, com o suporte em 110,20, 110,10-110,00, 109,80, 109,50, 109,35, 109,00, 108,50, 108,00, 107,50, 107,00, 106,50, 106,00 e 105,50 centavos.



Origens liquidam e Londres tem dia de forte retração para café
  Os contratos futuros de café robusta negociados na Euronext/Liffe iniciaram o exercício de 2014 acumulando perdas consideráveis. Em uma sessão em que o volume comercializado teve uma sensível melhora, o março se viu pressionado ao longo de praticamente todo o pregão, rompeu rapidamente o nível de 1.650 dólares e teve o nível psicológico de 1.600 dólares próximo de ser testado. A mínima foi de 1.606 dólares.

De acordo com analistas internacionais, as baixas estiveram relacionadas com novas ofertas de origens, notadamente o Vietnã. Como já era esperado, os players dessa nação indo-chinesa estão efetuando liquidações mais efetivas, antes do início das comemorações do ano novo lunar, que neste ano ocorrerá a partir de 30 de janeiro. Tradicionalmente, os produtores vietnamitas vendem mais forte neste período, em busca de levantar recursos para as comemorações do ano novo. Na avaliação da consultoria Nedcoffee BV, da Holanda, a tendência é que 55% da safra do país seja comercializada até o feriado.

"Tivemos uma nova retração nos estoques certificados na bolsa londrina, mas isso não foi suficiente para frear as perdas, já que a pressão vendedora de origens é mais significativa e concreta. A tendência é que os preços continuem sob pressão e testarmos um nível de 1.500 dólares novamente é um quadro que vai se mostrando provável", disse um trader.

O março teve uma movimentação ao longo do dia de 9,46 mil contratos, contra 6,13 mil do maio. O spread entre as posições março e maio ficou em 18 dólares. No encerramento do dia, o março teve queda de 69 dólares, com 1.614 dólares por tonelada, com o maio tendo desvalorização de 58 dólares, para o nível de 1.596 dólares por tonelada.

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