Páginas

quinta-feira, 21 de novembro de 2013

Café tem dia de altas na ICE, mas março se fixa próximo dos 110 cents

  Os contratos futuros de café arábica negociados na ICE Futures US encerraram esta quarta-feira com altas, devolvendo integralmente as perdas registradas ao longo do pregão anterior. O dia foi relativamente calmo, após o início do período de notificação do dezembro. As ações estiveram fundamentadas em compras especulativas, com o março voltando a flutuar próximo do nível psicológico de 110,00 centavos. Algumas tentativas de ganho mais efetivos foram até observadas, mas no nível de 111,00 cents novas vendas e realizações foram registradas. Os preços ao longo do dia atingiram o maior nível desde 28 de outubro, entretanto, o mercado ainda se mostra sobrevendido e as correções, como a registrada na última sexta-feira, ainda são pontuais, não dando sinais de que uma mudança consistente de cenário possa ser produzida, ao menos no curto prazo.

As ações do mercado continuam focadas na questão da disponibilidade de café. Ainda que o Vietnã venha atravessando dificuldades para escoar sua safra ou para a secagem dos novos grãos, isso não afeta o quadro mais completo de oferta do produto, que prevê um Brasil com uma safra de 2013 considerada muito boa e uma produção em 2014 que poderá ficar próxima do recorde do país, ao passo que a "adormecida" Colômbia voltou a ter uma safra consistente, depois de um amplo programa de renovação de lavouras. Já o Vietnã, mesmo com tais problemas, deverá injetar muito café robusta no mercado, uma vez que os problemas climáticos neste período do ano são constantes nessa nação asiática.

No encerramento do dia em Nova Iorque, a posição março teve alta de 165 pontos, com 110,20 centavos de dólar por libra peso, com a máxima em 111,35 centavos e a mínima de 108,30 centavos, com o maio registrando ganho de 165 pontos, com 112,45 centavos por libra, com a máxima em 113,40 centavos e a mínima em 110,70 centavos. Na Euronext/Liffe, em Londres, a posição janeiro teve alta de 16 dólares, com 1.579 dólares por tonelada, com o março tendo valorização de 19 dólares, para o nível de 1.569 dólares por tonelada.

De acordo com analistas internacionais, o dia na bolsa nova-iorquina foi de poucas novidades, com as perdas registradas ao longo da terça-feira sendo repostas, após algumas aquisições especulativas. O mercado externo operou nesta quarta-feira especulando sobre o posicionamento do Federal Reserve, a ser apresentado no jantar anual do Clube dos Economistas em Washington. O presidente do banco central norte-americano, Ben Bernanke deu sinais de que as taxas de juros nos Estados Unidos podem continuar baixas, mesmo com a taxa de desemprego local ficando abaixo dos 6,5%. Essa seria uma sinalização de que os juros continuarão em um nível mínimo mesmo com a redução do programa de compra de títulos, que é um dos pilares para altas em vários segmentos do mercado atual. Após tais sinalizações, o dólar voltou a subir em relação a várias moedas internacionais, mas as bolsas de valores nos Estados Unidos tiveram poucas oscilações.

"O café passou ao largo dos mercado externos nesta quarta-feira. Tivemos, durante parte do dia, uma preocupação mais efetiva com o anúncio do Federal Reserve, o que respingou em algumas commodities. Mas o café, ainda sobrevendido, continua a fazer uma trajetória própria, pressionado, principalmente, com a questão da oferta abundante do grão e dos estoques ainda relativamente bem consistentes", disse um trader.

O Ministério da Agricultura e Desenvolvimento Rural do Vietnã informou que tenta viabilizar o financiamento para exportadores de café do país, objetivando a estocagem de aproximadamente 300 mil toneladas do grão. O foco é ajudar na sustentação dos preços. Luong Van Tu, presidente da Associação de Café e Cacau do Vietnã, ressaltou que os exportadores de café locais estão solicitando empréstimos subsidiados por parte do governo para armazenar o café da safra 2013/2014. O momento para esse tipo de procedimento é agora, já que as compras para formação de estoques ocorrem no primeiro semestre de cada exercício.

As exportações brasileiras no mês de novembro, até o dia 19, totalizaram 861.851 sacas de café, alta de 2,33% em relação às 842.158 sacas embarcadas no mesmo período do mês anterior, de acordo com informações do Cecafé (Conselho dos Exportadores de Café do Brasil).

Os estoques certificados de café na bolsa de Nova Iorque tiveram queda de 575 sacas, indo para 2.692.618 sacas. Tecnicamente, o março na ICE Futures US tem resistência em 111,35, 111,50, 112,00, 112,40-112,50, 113,00, 113,50, 114,00, 114,50, 114,90-115,00, 115,50, 116,00 e 116,50 centavos de dólar, com o suporte em 108,30, 108,00, 107,50, 107,00, 106,50, 106,00, 105,50, 105,10-105,00, 104,50, 104,00, 103,50, 103,00 centavos.



Londres analisa questões relativas ao Vietnã e volta a ter alta

  Os contratos futuros de café robusta negociados na Euronext/Liffe encerraram esta quarta-feira com altas, em uma sessão com um volume dentro da média atual da casa de comercialização britânica. A posição janeiro flutuou, ao longo de todo o pregão, acima do nível psicológico de 1.500 dólares por tonelada.

De acordo com analistas internacionais, o dia foi caracterizado por compras especulativas, que permitiram ao janeiro ampliar ainda mais os ganhos iniciados ao final da semana passada. As especulações sobre o Vietnã continuam efetivas e dão sustentação para os ganhos. O país sofre com uma temporada de chuvas que, se não afeta diretamente as plantações, faz com que o processo de secagem se torne bastante moroso. Desse modo, novos cafés do país continuam a demorar a chegar às mesas de comercialização. Por sua vez, o mercado comentou efetivamente a declaração de um grande dirigente da principal entidade cafeeira do Vietnã, que apontou que o país busca mecanismos para financiar exportadores para que eles restrinjam a venda do grão, em busca de preços mais consistentes.

"São notícias que mobilizam os players e dão algum alento aos preços. Evidentemente, que uma retenção por parte dos vietnamitas ainda estão no campo das especulações, sendo que, por outro lado, a questão do clima tem uma reação imediata nos terminais e boa parte desse ganho do curtíssimo prazo está atrelado a ele", disse um trader.

O janeiro teve uma movimentação ao longo do dia de 8,20 mil contratos, contra 5,03 mil do março. O spread entre as posições janeiro e março ficou em 10 dólares. No encerramento do dia, o janeiro teve alta de 16 dólares, com 1.579 dólares por tonelada, com o março tendo valorização de 19 dólares, para o nível de 1.569 dólares por tonelada.

Nenhum comentário:

Postar um comentário